Venda da Eletronuclear é motivo de alegria — e mais dividendos — para os acionistas da Eletrobras (ELET6)
Em um único movimento a companhia liberou bilhões para investir em outros segmentos que têm se mostrado bem mais rentáveis e menos problemáticos, além de melhorar o potencial de pagamento de dividendos neste e nos próximos anos
Você já deve ter ouvido dizer que os sítios costumam dar duas alegrias: uma quando se compra, outra quando se vende.
Antes de fechar o negócio, você sonha com os dias de descanso com a família, o sábado de sol na piscina e o churrasquinho para fechar com chave de ouro o fim de semana.
A realidade, porém, é bem diferente. Para começo de conversa, é preciso viajar para chegar até lá, o que já consome algum tempo.
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Depois, ao chegar lá, você se lembra que não tem nada pronto para uso. O mato está alto, é preciso alguns minutos para carpir. Antes de curtir a piscina, é preciso limpá-la. Em seguida, precisa passar um pano em toda a casa que ficou fechada durante a semana. E antes de começar o churrasco, você precisa limpar a grelha porque não estava com a menor paciência para fazer isso na última vez que esteve por ali.
Moral da história: quando você começa a relaxar, já está quase na hora de pegar o carro e voltar para a cidade.
É por essas e outras que dizem que a alegria de vender um sítio é até maior do que a de comprar, e eu me lembrei disso quando fiquei sabendo que a Eletrobras (ELET3; ELET6) finalmente conseguiu vender a Eletronuclear.
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Muitas obrigações, poucos benefícios
Apesar de algumas alegrias e de ser parte importante do programa nuclear brasileiro, a Eletronuclear acabou trazendo diversos problemas à Eletrobras ao longo das últimas décadas: investimentos vultosos, obras atrasadas e estouro de orçamento foram alguns deles.
Além de ser garantidora de dívidas de Angra 3 que somavam R$ 8 bilhões, a Eletrobras ainda corria sérios riscos de precisar aportar muito mais grana para a sua finalização: segundo estudos, Angra 3 precisa de mais de R$ 20 bilhões para ser concluída.
Em março deste ano, os acionistas tiveram um breve alívio: o acordo com o governo permitiu que a Eletrobras se livrasse dessa obrigação — e da necessidade de realizar qualquer outro aporte no setor nuclear.
Ainda assim, a ex-estatal foi obrigada a financiar R$ 2,4 bilhões em obras de melhorias em Angra 1, montante que corria chances de não ser pago e se transformar em uma participação ainda maior no segmento nuclear.
Ou seja, mesmo com o acordo com o governo, essa parceria ainda se mostrava danosa para as finanças da Eletrobras, mas os acionistas tiveram uma grande alegria nesta semana.
Tchau, Eletronuclear
Nesta semana, a Eletrobras anunciou ao mercado a venda integral de sua participação na Eletronuclear, para a J&F.
Apesar de o valor recebido de R$ 535 milhões ser pouco representativo para a Eletrobras, que vale mais de R$ 120 bilhões na Bolsa, a transação tem um impacto líquido bem maior do que esse.
A Eletrobras eliminará de vez qualquer risco de aporte ou empréstimo para a Eletronuclear no futuro, e ainda terá as garantias de R$ 8 bilhões liberadas. Além disso, o financiamento de R$ 2,4 bilhões para Angra 1 será assumido integralmente pela compradora.
Ou seja, em um único movimento a companhia libera bilhões para investir em outros segmentos que têm se mostrado bem mais rentáveis e menos problemáticos, além de melhorar o potencial de pagamento de dividendos neste e nos próximos anos.
Por esses motivos, Eletrobras é figurinha carimbada na série Vacas Leiteiras e tem um dos maiores potenciais de crescimento de dividendos em nossa visão. Você pode conferir aqui a carteira completa da série, que já sobe 32% em 2025.
Um abraço e até a próxima semana!
Ruy
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