Rodolfo Amstalden: São tudo pequenas coisas de 25 bps, e tudo deve passar
Vimos um build up da Selic terminal para 15,00%, de modo que a aposta em manutenção na reunião de hoje virou zebra (!). E aí, qual é a Selic de equilíbrio para o contexto atual? E qual deveria ser?

Até aquele momento, de ingresso na Faculdade, os alunos do Ensino Médio acreditavam que a contrapartida do positivo era exclusivamente definida por tudo o que há de negativo no mundo.
No entanto, já em uma das primeiras aulas do curso, os calouros são introduzidos a uma outra dicotomia fundamental: no que diferem as proposições positivas das normativas?
E assim, sem qualquer tipo de preparo, crianças de 18 anos ficam sabendo que esta ciência jovem e lúgubre chamada Economia nasceu de uma das costelas mais frágeis da Filosofia.
- LEIA MAIS: Quer saber como ter acesso a uma carteira de crédito privado com retornos acima do Tesouro IPCA+? O Seu Dinheiro disponibilizou gratuitamente; veja aqui
Do ponto de vista da metodologia científica, o campo positivo almeja a descrição mais objetiva possível dos fenômenos naturais ou sociais. De preferência, estritamente baseada em dados, e sem juízo de valor.
Já o campo normativo se baseia em princípios éticos e valores morais para investigar e estabelecer diretrizes sobre como as coisas deveriam ser.
Em tese, a relação entre esses dois campos é complementar, indissociável, e evolui por meio de processos dialéticos contínuos.
Leia Também
Timing é tudo: o negócio extraordinário da Vivo e o que esperar dos mercados hoje
Na prática, porém, devemos lembrar que os veículos filosóficos são dirigidos por pessoas (ao menos, por enquanto) suscetíveis a variados tipos de viés, de modo que o “ser” pode ser tranquilamente confundido com o “vir a ser”, e vice-versa.
O paradoxo da Selic
Isso talvez explique o aparente paradoxo positivo-normativo que permeia a iminente decisão do Copom desta quarta-feira.
Em seu último encontro, no início de maio, o Comitê de Política Monetária elevou a taxa básica de juros em 50 bps e deixou mais tangível a perspectiva de um fim de ciclo, inclusive com Selic terminal em 14,75%.
Desde então, o dólar cedeu quase -5% frente ao real, as leituras de inflação de curto prazo trouxeram boas notícias, e o IPCA projetado no Focus para 2025YE caiu de 5,53% para 5,25%.
Ceteris paribus, o que era de se esperar em termos puramente técnicos?
Ora, que a hipótese de Selic terminal em 14,75% fosse da neutralidade à maioridade.
E o que aconteceu, na prática?
Incrivelmente, vimos um build up da Selic terminal para 15,00%, de modo que a aposta em manutenção na reunião de hoje virou zebra (!).
E aí, qual é a Selic de equilíbrio para o contexto atual?
E qual deveria ser?
Bem, depende de que tipo de equilíbrio estamos falando, e do quanto as expectativas são mais ou menos equilibradas por um bom fingir da realidade.
Sem olho por olho nem tiro no pé na guerra comercial com os EUA, e o que esperar dos mercados hoje
Ibovespa fechou ontem em leve queda, e hoje deve reagir ao anúncio de uma nova investigação dos EUA contra o Brasil
Estamos há 6 dias sem resposta: o tempo da diplomacia de Trump e o que esperar dos mercados hoje
Enquanto futuros de Wall Street operam em alta, Ibovespa tenta reverter a perda dos últimos dias à espera da audiência de conciliação sobre o IOF
Do coice à diplomacia: Trump esmurra com 50% e manda negociar
Para além do impacto econômico direto, a nova investida protecionista de Trump impulsiona um intrincado jogo político com desdobramentos domésticos e eleitorais decisivos para o Brasil
Felipe Miranda: Carta pela moderação (e cinco ações para comprar agora)
Com todos cansados de um antagonismo que tem como vitoriosos apenas os populistas de plantão, a moderação não poderia emergir como resposta?
Para quem perdeu a hora, a 2ª chamada das debêntures da Petrobras, e o que mexe com os mercados hoje
Futuros de Wall Street operam em queda com guerra tarifária e à espera de dados da inflação ao consumidor (CPI) e balanços trimestrais de gigantes como JPMorgan e Citigroup
A corrida da IA levará à compra (ou quebra) de jornais e editoras?
A chegada da IA coloca em xeque o modelo de buscas na internet, dominado pelo Google, e, por tabela, a dinâmica de distribuição de conteúdo online
Anatomia de um tiro no pé: Ibovespa busca reação após tarifas de Trump
Em dia de agenda fraca, investidores monitoram reação do Brasil e de outros países ao tarifaço norte-americano
O tarifaço contra o Brasil não impediu essas duas ações de subir, e deixa claro a importância da diversificação
Enquanto muitas ações do Ibovespa derretiam com as ameaças de Donald Trump, um setor andou na direção oposta
Trump na sala de aula: Ibovespa reage a tarifas de 50% impostas pelos EUA ao Brasil
Tarifas de Trump como o Brasil vieram muito mais altas do que se esperava, pressionando ações, dólar e juros
Rodolfo Amstalden: Nem cinco minutos guardados
Se um corte justificado da Selic alimentar as chances de Lula ser reeleito, qual será o rumo da Bolsa brasileira?
Quando a esmola é demais: Ibovespa busca recuperação em meio a feriado e ameaças de Trump
Investidores também monitoram negociações sobre IOF e audiência com Galípolo na Câmara
Sem avalanche: Ibovespa repercute varejo e Galípolo depois de ceder à verborragia de Trump
Investidores seguem atentos a Donald Trump em meio às incertezas relacionadas à guerra comercial
Comércio global no escuro: o novo capítulo da novela tarifária de Trump
Estamos novamente às portas de mais um capítulo imprevisível da diplomacia de Trump, marcada por ameaças de última hora e recuos
Felipe Miranda: Troco um Van Gogh por uma small cap
Seria capaz de apostar que seu assessor de investimentos não ligou para oferecer uma carteira de small caps brasileiras neste momento. Há algo mais fora de moda do que elas agora? Olho para algumas dessas ações e tenho a impressão de estar diante de “Pomar com ciprestes”, em 1888.
Ontem, hoje, amanhã: Tensão com fim da trégua comercial dificulta busca por novos recordes no Ibovespa
Apetite por risco é desafiado pela aproximação do fim da trégua de Donald Trump em sua guerra comercial contra o mundo
Talvez fique repetitivo: Ibovespa mira novos recordes, mas feriado nos EUA drena liquidez dos mercados
O Ibovespa superou ontem, pela primeira vez na história, a marca dos 141 pontos; dólar está no nível mais baixo em pouco mais de um ano
A história não se repete, mas rima: a estratégia que deu certo no passado e tem grandes chances de trazer bons retornos — de novo
Mesmo com um endividamento controlado, a empresa em questão voltou a “passar o chapéu”, o que para nós é um sinal claro de que ela está de olho em novas aquisições. E a julgar pelo seu histórico, podemos dizer que isso tende a ser bastante positivo para os acionistas.
Ditados, superstições e preceitos da Rua
Aqueles que têm um modus operandi e se atêm a ele são vitoriosos. Por sua vez, os indecisos que ora obedecem a um critério, ora a outro, costumam ser alijados do mercado.
Feijão com arroz: Ibovespa busca recuperação em dia de payroll com Wall Street nas máximas
Wall Street fecha mais cedo hoje e nem abre amanhã, o que tende a drenar a liquidez nos mercados financeiros internacionais
Rodolfo Amstalden: Um estranho encontro com a verdade subterrânea
Em vez de entrar em disputas metodológicas na edição de hoje, proponho um outro tipo de exercício imaginativo, mais útil para fins didáticos