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É o fim da pirâmide corporativa? Como a IA muda a base do trabalho, ameaça os cargos de entrada e reescreve a carreira

As ofertas de emprego para posições de entrada tiveram fortes quedas desde 2024 em razão da adoção da IA. Como os novos trabalhadores vão aprender?

7 de dezembro de 2025
8:00 - atualizado às 13:41
Inteligência artificial (IA) no trabalho
Inteligência artificial (IA) no trabalho. - Imagem: iStock

Se você estiver acompanhando as últimas notícias e dados sobre os impactos da inteligência artificial (IA) no mercado de trabalho, provavelmente já deve ter se deparado com manchetes falando sobre a mudança em curso nos cargos de entrada das corporações.

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Separei alguns dados que fui reunindo ao longo do mês, porque comecei a perceber que este seria o tema que eu abordaria aqui com vocês, leitores.

Tenho oscilado entre dias otimistas e outros mais alarmistas, a cada descoberta que faço empiricamente no uso cotidiano da IA — somadas às notícias que não param de nos impactar sobre a eventual hecatombe que essa tecnologia pode produzir sobre o trabalho.

Aqui vão alguns dados que me chamaram a atenção:

Segundo um relatório de 2025 da Randstad, as ofertas de emprego para posições com 0 a 2 anos de experiência (os chamados entry level) caíram 24% globalmente desde janeiro de 2024 — com impacto mais forte no setor financeiro.

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No mesmo relatório, cargos de data entry clerks (típicos de entrada/assistência) sofreram a maior queda: -63%. Outras funções também recuaram de forma expressiva: auditores (-43%), especialistas em folha (-41%) e analistas financeiros juniores (-46%).

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Segundo análise do World Economic Forum (2025), muitas funções típicas de níveis iniciais — como analistas de mercado e representantes de vendas — estão entre as mais suscetíveis à automação. Estima-se que a IA poderia substituir mais de 50% das tarefas desses cargos.

Para completar, empresas de consultoria e outros setores habituados ao “modelo de pirâmide” — muitos juniores sustentando poucos seniores — começam a revisar suas estruturas, reduzindo contratações de entrada e até congelando salários iniciais.

Entre apreensão e curiosidade

Quando disse que minhas emoções variam conforme essas notícias me atingem, não era figura de linguagem. É real. Fico genuinamente curioso sobre como os empregos serão delineados daqui pra frente.

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Trazendo o tema para o meu mundo de RH: trabalho em uma área em que uma das atribuições é apoiar o negócio com ações e intervenções de desenvolvimento. Sempre tive estagiários comigo, assumindo atividades mais operacionais de suporte. Mas hoje, com agentes de IA já executando boa parte dessas rotinas, me pego pensando em qual escopo eu encaixaria um estagiário nesse novo contexto.

A verdade é que a substituição tende a ser maior em funções rotineiras e repetitivas — especialmente back-office, suporte, entrada de dados, análises básicas, atendimento. Funções que exigem pouca criatividade ou julgamento têm maiores chances de serem impactadas.

Ressignificar o trabalho, então?

Conversando com algumas pessoas, ouvi um argumento interessante: a lógica do capitalismo, de alguma forma, sempre cria espaços de acomodação dessa força de trabalho. É uma visão plausível.

E é justamente aqui que entra a lógica do reskilling — cada vez mais necessária. Onde a IA é adotada, as funções juniores não desaparecem por completo; elas se transformam. Surgem novos papéis: supervisores de IA, curadores de conteúdo, revisores, analistas de “valor agregado”. Ou seja, o perfil de entrada muda.

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E é aí que surge o paradoxo: menos vagas tradicionais, mas mais demanda por jovens com perfil adaptável — literacia digital, habilidades interpessoais, pensamento crítico, capacidade de aprender rápido. A porta de entrada não fecha, mas se torna mais seletiva e exige outra configuração de prontidão.

E se o medo não estiver no lugar óbvio?

E se não há o que temer, por que continuo com um certo desconforto?

Tenho pensado muito nisso. E se o maior risco não for a IA eliminar cargos de entrada, mas eliminarmos em nós mesmos a vontade de aprender?

Explico.

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Uma das minhas grandes paixões é o estudo de línguas. Há meses venho refletindo sobre qual seria a próxima que eu gostaria de aprender — e, por muito tempo, me questionei se valeria o esforço. Afinal, com o acesso cada vez mais fácil às ferramentas de IA, não seria o aprendizado de idiomas algo prestes a se tornar vintage?

Decidi enfrentar esse pensamento e me matriculei no curso de mandarim. Diariamente me pego pensando se estou dedicando tempo e energia na direção correta. Mas logo lembro que, de alguma forma, estou fortalecendo meu “músculo” de aprendizagem e desenvolvimento cognitivo — e esse tem sido meu mantra.

VEJA TAMBÉM: Revolução ou bolha? A verdade sobre a febre da INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL

Transpondo essa reflexão para outros campos do conhecimento, percebo que o principal desafio é não terceirizar por completo o exercício do raciocínio. Não permitir que a conveniência atrofie e silencie nossa capacidade de pensar e criar coisas genuinamente novas.

A tecnologia avança — como sempre avançou. Mas a disposição para experimentar, errar, ajustar e seguir em frente continua sendo o motor principal de qualquer trajetória. E a forma como escolhemos percorrê-la pode dizer muito mais sobre o nosso futuro do que qualquer modelo matemático projetado por IA.

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Termino compartilhando uma pergunta que não tem saído da minha cabeça: o que eu ainda preciso aprender para continuar relevante?

Até a próxima,
Thiago Veras

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