Lucro líquido da Usiminas (USIM5) sobe 9 vezes no 1T25; então por que as ações chegaram a cair 6% hoje?
Empresa entregou bons resultados, com receita maior, margens melhores e lucro alto, mas a dívida disparou 46% e não agradou investidores que veem juros altos como um detrator para os resultados futuros
Os primeiros três meses de 2025 foram positivos para a Usiminas (USIM5). Em balanço divulgado nesta quinta-feira (24), a empresa apresentou aumento de 10% na receita em comparação com o primeiro trimestre do ano passado, devido a maiores volumes de venda de aço e minério de ferro, além de preços mais altos pelos produtos.
A receita líquida entre janeiro e março foi de R$ 6,86 bilhões.
Além disso, a empresa conseguiu diminuir seus custos, o que aumentou suas margens e o lucro líquido.
- VEJA MAIS: Ação brasileira da qual ‘os gringos gostam’ tem potencial para subir mais de 20% em breve; saiba o porquê
O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado, que mede o desempenho operacional, somou R$ 733 milhões no 1T25, um avanço de 76% ante os R$ 416 milhões de um ano atrás. Trata-se do maior valor desde o primeiro trimestre de 2023.
A margem Ebitda da Usiminas aumentou 4 pontos percentuais na mesma base, chegando a 10,7%.
Mas o que disparou mesmo foi o lucro líquido, que aumentou 9x em relação ao primeiro trimestre do ano passado: saindo de R$ 36 milhões para R$ 337 milhões nos três primeiros meses deste ano.
Leia Também
Para os analistas da XP, houve melhora nos resultados, o que deve ter implicações positivas nos custos para o próximo trimestre, que se encerra em junho. Porém, foram outros números que chamaram a atenção do mercado e fizeram as ações caírem fortemente na bolsa hoje.
Ao fim do pregão, as ações da Usiminas registraram queda de 4,28%, a R$ 5,81. Na mínima do dia, os papéis USIM5 caíram mais de 6%, negociados a R$ 5,69.
- E TAMBÉM: Como não cair na malha fina? Guia do Imposto de Renda 2025 do Seu Dinheiro ensina o passo a passo
Dívida líquida da Usiminas ofusca lucro
A dívida líquida da Usiminas aumentou 46% no primeiro trimestre em relação ao quarto trimestre de 2024. Saiu de R$ 937 milhões para R$ 1,37 bilhão. O número ofuscou o lucro expressivo e levantou uma preocupação nos investidores sobre a qualidade e a sustentabilidade desse desempenho.
"O ponto central não é questionar a capacidade operacional da empresa, que de fato mostrou recuperação. O problema é que essa melhora veio acompanhada de um consumo relevante de caixa. R$ 778 milhões a mais de necessidade no capital de giro", disse Enrico Gazola, economista pelo Insper e sócio-fundador da Nero Consultoria.
Segundo Gazola, isso acende o seguinte alerta: se a geração de caixa não for suficiente para sustentar o ritmo da operação, o endividamento passa a ser uma solução de curto prazo que pode custar caro no futuro.
Soma-se a isso a sensibilidade do setor siderúrgico aos juros local e ao cenário global de oferta e demanda de aço e minério de ferro — ambos pressionados neste momento.
- CONFIRA: A Vale (VALE3) vai tropeçar de novo? Saiba o que esperar do resultado financeiro da mineradora no primeiro trimestre
“O cenário macroeconômico é desafiador, com juros ainda elevados no Brasil e demanda doméstica por aço fraca”, diz Felipe Papini, sócio da One Investimentos. “Tem também o aumento da concorrência com produtos importados, e tudo isso pressiona preços e margens.”
Papini pondera que a alavancagem, indicador que mede o volume de dívida líquida em relação ao lucro operacional, da Usiminas continuou em nível baixo, de 0,71x, mas, ainda assim, “acendeu um alerta” e deve permanecer no radar pelos próximos meses.
Até porque, a forte entrada de aço importado no país pode se agravar ainda mais em meio à guerra tarifária que se formou entre os Estados Unidos e a China, na análise do BB Investimentos.
"No fim das contas, o balanço trouxe uma boa notícia na DRE, mas uma preocupação importante no balanço patrimonial", disse Gazola. "Não basta entregar lucro, é preciso mostrar consistência e equilíbrio financeiro para que esse lucro seja sustentável."
A XP espera que os bons números de lucro e margem no primeiro e segundo trimestres do ano ajudem a mitigar os riscos de desaceleração que os analistas esperam para os últimos seis meses de 2025.
Impacto nas ações USIM5
As ações da Usiminas começaram o dia refletindo a preocupação dos investidores com a disparada da dívida. Na mínima do pregão, os papéis se desvalorizaram até 6%, sendo negociados a R$ 5,69 por volta das 12h (horário de Brasília).
Na sequência, entretanto, as ações USIM5 devolveram as perdas e oscilaram perto do zero a zero, por volta das 12h50, para então voltarem a cair ao longo da tarde.
Na análise de Mary Silva, do BB Investimentos, as incertezas com relação ao cenário global para o setor de aço e siderurgia, considerando os impactos das medidas tarifárias na dinâmica do comércio internacional no curto e longo prazo, devem reduzir a atratividade das ações da Usiminas em bolsa.
O banco tem recomendação neutra para USIM5, e um preço-alvo de R$ 8,70, que implica em um potencial de valorização de 40% em relação ao fechamento do dia anterior.
Debandada da B3: quando a onda de saída de empresas da bolsa de valores brasileira vai acabar?
Com OPAs e programas de recompras de ações, o número de empresas e papéis disponíveis na B3 diminuiu muito no último ano. Veja o que leva as empresas a saírem da bolsa, quando esse movimento deve acabar e quais os riscos para o investidor
Medo se espalha por Wall Street depois do relatório de emprego dos EUA e nem a “toda-poderosa” Nvidia conseguiu impedir
A criação de postos de trabalho nos EUA veio bem acima do esperado pelo mercado, o que reduz chances de corte de juros pelo Federal Reserve (Fed) em dezembro; bolsas saem de alta generalizada para queda em uníssono
Depois do hiato causado pelo shutdown, Payroll de setembro vem acima das expectativas e reduz chances de corte de juros em dezembro
Os Estados Unidos (EUA) criaram 119 mil vagas de emprego em setembro, segundo o relatório de payroll divulgado nesta quinta-feira (20) pelo Departamento do Trabalho
Sem medo de bolha? Nvidia (NVDC34) avança 5% e puxa Wall Street junto após resultados fortes — mas ainda há o que temer
Em pleno feriado da Consciência Negra, as bolsas lá fora vão de vento em poupa após a divulgação dos resultados da Nvidia no terceiro trimestre de 2025
Com R$ 480 milhões em CDBs do Master, Oncoclínicas (ONCO3) cai 24% na semana, apesar do aumento de capital bilionário
A companhia vive dias agitados na bolsa de valores, com reação ao balanço do terceiro trimestre, liquidação do Banco Master e aprovação da homologação do aumento de capital
Braskem (BRKM5) salta quase 10%, mas fecha com ganho de apenas 0,6%: o que explica o vai e vem das ações hoje?
Mercado reagiu a duas notícias importantes ao longo do dia, mas perdeu força no final do pregão
SPX reduz fatia na Hapvida (HAPV3) em meio a tombo de quase 50% das ações no ano
Gestora informa venda parcial da posição nas ações e mantém derivativos e operações de aluguel
Dividendos: Banco do Brasil (BBAS3) antecipa pagamento de R$ 261,6 milhões em JCP; descubra quem entra no bolo
Apesar de o BB ter terminado o terceiro trimestre com queda de 60% no lucro líquido ajustado, o banco não está deixando os acionistas passarem fome de proventos
Liquidação do Banco Master respinga no BGR B32 (BGRB11); entenda os impactos da crise no FII dono do “prédio da baleia” na Av. Faria Lima
O Banco Master, inquilino do único ativo presente no portfólio do FII, foi liquidado pelo Banco Central por conta de uma grave crise de liquidez
Janela de emissões de cotas pelos FIIs foi reaberta? O que representa o atual boom de ofertas e como escapar das ciladas
Especialistas da EQI Research, Suno Research e Nord Investimentos explicam como os cotistas podem fugir das armadilhas e aproveitar as oportunidades em meio ao boom das emissões de cotas dos fundos imobiliários
Mesmo com Ibovespa em níveis recordes, gestores ficam mais cautelosos, mostra BTG Pactual
Pesquisa com gestores aponta queda no otimismo, desconforto com valuations e realização de lucros após sequência histórica de altas do mercado brasileiro
Com quase R$ 480 milhões em CDBs do Banco Master, Oncoclínicas (ONCO3) cai mais de 10% na bolsa
As ações da companhia recuaram na bolsa depois de o BC determinar a liquidação extrajudicial do Master e a PF prender Daniel Vorcaro
Hapvida (HAPV3) lidera altas do Ibovespa após tombo da semana passada, mesmo após Safra rebaixar recomendação
Papéis mostram recuperação após desabarem mais de 40% com balanço desastroso no terceiro trimestre, mas onda de revisões de recomendações por analistas continua
Maiores quedas do Ibovespa: Rumo (RAIL3), Raízen (RAIZ4) e Cosan (CSAN3) sofrem na bolsa. O que acontece às empresas de Rubens Ometto?
Trio do grupo Cosan despenca no Ibovespa após balanços fracos e maior pressão sobre a estrutura financeira da Raízen
Os FIIs mais lucrativos do ano: shoppings e agro lideram altas que chegam a 144%
Levantamento mostra que fundos de shoppings e do agronegócio dominaram as maiores valorizações, superando com sobra o desempenho do IFIX
Gestora aposta em ações ‘esquecidas’ do Ibovespa — e faz o mesmo com empresas da Argentina
Logos Capital acumula retorno de quase 100% no ano e está confiante com sua carteira de ações
Ibovespa retoma ganhos com Petrobras (PETR4) e sobe 2% na semana; dólar cai a R$ 5,2973
Na semana, MBRF (MBRF3) liderou os ganhos do Ibovespa com alta de mais de 32%, enquanto Hapvida (HAPV3) foi a ação com pior desempenho da carteira teórica do índice, com tombo de 40%
Depois do balanço devastador da Hapvida (HAPV3) no 3T25, Bradesco BBI entra ‘na onda de revisões’ e corta preço-alvo em quase 50%
Após reduzir o preço-alvo das ações da Hapvida (HAPV3) em quase 50%, o Bradesco BBI mantém recomendação de compra, mas com viés cauteloso, diante de resultados abaixo das expectativas e pressões operacionais para o quarto trimestre
Depois de escapar da falência, Oi (OIBR3) volta a ser negociada na bolsa e chega a subir mais de 20%
Depois de a Justiça reverter a decisão que faliu a Oi atendendo um pedido do Itaú, as ações voltaram a ser negociadas na bolsa depois de 3 pregões de fora da B3
Cogna (COGN3), C&A (CEAB3), Cury (CURY3): Veja as 20 empresas que mais se valorizaram no Ibovespa neste ano
Companhias de setores como educação, construção civil e bancos fazem parte da lista de ações que mais se valorizaram desde o começo do ano
