A Vale (VALE3) vai tropeçar de novo? Saiba o que esperar do resultado financeiro da mineradora no primeiro trimestre
A companhia divulga na quinta-feira (24), após o fechamento do mercado, os números de janeiro a março deste ano

A maioria das pessoas não gosta de spoiler, mas quando o assunto é balanço, uma pista do que está por vir é sempre bem-vinda. No caso da Vale (VALE3), os sinais vieram do relatório operacional divulgado na semana passada, que aumentou as chances de a mineradora apresentar na quinta-feira (24) um resultado financeiro anêmico referente ao primeiro trimestre de 2025.
No período, a Vale sofreu com as fortes chuvas no Sistema Norte, que acabaram comprometendo a performance da companhia como um tudo — isso sem contar que os primeiros três meses do ano são tradicionalmente mais fracos para a companhia.
O resultado dessa combinação foi uma produção de minério de ferro 4,5% menor na comparação ano a ano e 20,7% mais baixa em termos trimestrais, somando 67,664 milhões de toneladas métricas (Mt).
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Com base nesse desempenho, a Bloomberg compilou as projeções para a Vale no primeiro trimestre — as variações são anuais, confira:
Em reais | Variação | Em dólares | Variação | |
---|---|---|---|---|
Lucro líquido | 9,565 bilhões | 14,80% | 1,622 bilhão | -3,85% |
Receita | 49,069 bilhões | 17,10% | 8,322 bilhões | -1,62% |
Ebtida | 19,443 bilhões | 19,50% | 3,297 bilhões | -4,10% |
Vale: a estratégia compensa, mas não resolve
Diante de um período tradicionalmente mais fraco, a Vale aumentou em cerca de 8% os embarques de finos de minério entre janeiro e março. Para isso, vendeu os estoques formados nos trimestres anteriores.
A estratégia compensou parcialmente a defasagem de preços da commodity, mas não deve ser o suficiente para evitar um resultado financeiro menor, de acordo com os analistas.
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A XP, por exemplo, estima que a mineradora vai reportar um Ebitda (lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) de US$ 3,1 bilhões, 3% abaixo da expectativa anterior da corretora.
A revisão da estimativa ocorreu em razão dos preços e prêmios mais baixos do minério de ferro praticados pela Vale de janeiro a março deste ano, que caíram 2% no comparativo trimestral.
Nos três primeiros trimestres do ano, o preço médio praticado pela mineradora foi de US$ 90,80 por tonelada, abaixo da estimativa da XP de US$ 92 por tonelada.
O Itaú BBA, por sua vez, prevê um Ebitda de US$ 3,2 bilhões para a Vale, o que representa um recuo de 8% ante o apurado em igual etapa do ano anterior.
"Este trimestre foi marcado por vendas de estoque e uma estratégia comercial focada em produtos de teor médio", dizem os analistas Daniel Sasson, Edgard Pinto de Souza, Marcelo Furlan Palhares e Barbara Soares.
Assim como a XP, eles destacam que os prêmios menores de mercado levaram a uma deterioração sequencial no prêmio médio de qualidade da Vale e reforçam a disponibilidade sazonalmente menor de produtos de alto teor.
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Na mesma linha, o Santander projeta um Ebitda de US$ 3,0 bilhões para a Vale no primeiro trimestre de 2025, destacando que o período foi prejudicado pelas chuvas no Sistema Norte e também pela manutenção na mina de Cauê, localizada em Itabira, Minas Gerais.
O Safra espera um Ebitda um pouco maior para a Vale no primeiro trimestre: US$ 3,45 bilhões. O banco não alterou a estimativa após o relatório de produção e vendas do período.
Em relatório, o analista Ricardo Monegaglia destaca que, em comparação com suas estimativas, o aumento nos embarques de minério de ferro e pelotas foi ofuscado pela queda nos preços realizados de finos de minério de ferro e cobre.
- As vendas de cobre da Vale subiram 6,6% ano a ano, mas caíram 17,3% em termos trimestrais, para 81,9 mil toneladas (kt), enquanto os preços alcançaram US$ 8.891 por tonelada, uma alta de 15,7% ano a ano, mas baixa de 3,2% trimestre contra trimestre.
Antes do balanço: comprar ou vender VALE3
Logo depois da divulgação do relatório operacional do primeiro trimestre, os bancos e corretoras revisitaram a recomendação para as ações da Vale — que acumulam perda na casa de 5% no mês, mas ganho de 2% no ano.
Na ocasião, o BB BI foi o único a alterar a indicação, deixando de recomendar a compra para passar para uma posição neutra. O braço de investimentos do Banco do Brasil também cortou o preço-alvo da ação ordinária de R$ 74 para R$ 65.
Pesou na mudança de recomendação a falta de visibilidade de diversas variáveis que impactam significativamente o setor, em especial a guerra tarifária entre Estados Unidos e China, segundo a analista Mary Silva.
Goldman Sachs, Itaú BBA, Santander e Citi seguiram com a recomendação de compra dos papéis da Vale na esteira dos dados de venda e produção do primeiro trimestre.
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