Strike em Nova York: bolsa caminha para a pior semana desde setembro — e o vilão é bem conhecido dos mercados
O dado de emprego mais fraco referente a fevereiro aumentou as incertezas sobre o futuro da maior economia do mundo; investidores esperam agora pelo discurso do presidente do Fed para medir a temperatura
Os dados mais fracos de emprego nos EUA podem ter sacramentado a pior semana da bolsa de Nova York desde setembro de 2024. Esse marco, no entanto, não será alcançado sem o empurrão — ladeira abaixo — do presidente norte-americano, Donald Trump.
O chamado payroll aumentou as preocupações em torno do crescimento da maior economia do mundo e não ajuda na recuperação de Wall Street.
Os futuros do Dow Jones, do S&P 500 e do Nasdaq até inverteram o sinal após os dados de emprego, mas o avanço tímido não foi capaz de garantir uma abertura em campo positivo.
Caberá a Jerome Powell, o presidente do Federal Reserve (Fed), a tarefa de acalmar ou afundar a bolsa norte-americana de vez. O chefe do banco central norte-americano discursa sobre perspectivas econômicas nesta sexta-feira (7), a partir de 14h30.
Por volta de 11h35, o Dow Jones recuava 0,15%, aos 42.517,18 pontos; o S&P 500 baixava 0,17%, aos 5.727,07 pontos, enquanto o Nasdaq caía 0,15%, aos 18.032.87 pontos.
No mercado de renda fixa, os yields (rendimentos) dos títulos de dois anos do Tesouro dos EUA foram às mínimas logo após o payroll, a 3,925%, enquanto os yields do T-note de dez anos — usados como referência — atingiram o pico, a 4,285%.
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Por aqui, o Ibovespa moderou a queda após os dados de emprego nos EUA e acabou invertendo o sinal. No mesmo horário, o principal índice da bolsa brasileira subia 0,52%, aos 124.003,52 pontos.
No mercado de câmbio, o índice DXY — que mede o dólar ante seis rivais — cedeu 0,47%, a 103,58 pontos, com avanço do iene, do euro e da libra. Em relação ao real, o dólar também perdeu um pouco da força, subindo 0,27%, a R$ 5,7755.
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Os dados do payroll e os juros nos EUA
O payroll mostrou que a economia norte-americana criou 151 mil vagas em fevereiro, em termos líquidos, segundo relatório publicado nesta sexta-feira (7) pelo Departamento do Trabalho do país. Analistas consultados pela Dow Jones previam a abertura de 170 mil postos.
A taxa de desemprego, por sua vez, subiu levemente para 4,1% em fevereiro, ante 4% em janeiro. A expectativa era de manutenção em 4%.
Com relação aos salários — um dado observado de perto pelo Fed por conta do potencial de aceleração da inflação —, houve alta de 0,28% no ganho médio por hora em relação em base mensal, a US$ 35,93, variação que ficou levemente abaixo da projeção do mercado, de alta de 0,3%.
Na comparação anual, houve aumento salarial de 4,02% em fevereiro, abaixo da previsão de avanço de 4,2%. O resultado de fevereiro marca uma aceleração do salário médio por hora em relação a janeiro tanto na base mensal, como na anual.
O relatório também mostrou revisão dos números de emprego criados em janeiro, de 143 mil para 125 mil, e em dezembro, de 307 mil para 323 mil.
Os dados reforçaram a aposta do mercado em um corte de juros de 0,75 ponto percentual (pp) para 2025. Os traders, no entanto, se dividem sobre a retomada do ciclo de afrouxamento entre maio e junho. A próxima reunião do Fed está marcada para 18 e 19 deste mês.
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O estrago que Trump promoveu na bolsa
A quinta-feira (7) foi difícil para a bolsa de Nova York, com os principais índices de ações voltando ao modo de liquidação, depois que as últimas concessões nas políticas tarifárias de Trump não conseguiram acalmar os investidores.
O Dow perdeu mais de 400 pontos, e o Nasdaq entrou em território de correção, encerrando a sessão mais de 10% abaixo da máxima.
A montanha-russa na bolsa norte-americana vem na esteira das políticas tarifárias de Trump, que têm preocupado os investidores sobre o crescimento dos EUA.
Embora Trump tenha dito ontem que uma faixa de produtos do Canadá e do México que são cobertos pelo acordo comercial USMCA estariam isentos de taxas anunciados até 2 de abril, não foi o suficiente para estimular uma recuperação semelhante à vista na quarta-feira (5) e Wall Street caminha agora para a pior semana desde setembro de 2024.
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Após reação da bolsa, o que dizem os especialistas
Se a política tarifária pegou o mercado em cheio, o mesmo não aconteceu no mercado de trabalho — ainda — segundo o CIBC.
Em nota divulgada aos clientes, o banco canadense pondera que, mesmo assim, o payroll vai ficar pressionado nos próximos meses à medida que mais funcionários públicos que pediram demissão ou foram cortados aparecerem nos dados do relatório.
O CIBC também prevê que o Fed seguirá com a postura de manter os juros básicos nos níveis atuais, entre 4,25% e 4,50% ao ano.
Thomas Feltmate, diretor e economista sênior da TD Economics, afirma que a abertura de vagas nos EUA deve diminuir nos próximos meses, à medida que as demissões federais continuam a ocorrer e a incerteza contínua da política comercial ajuda a pesar nas intenções de contratação de curto prazo.
Ele ressalta que os mercados financeiros ficaram cada vez mais preocupados com a desaceleração das perspectivas de crescimento nas últimas semanas, com os futuros do Fed agora precificando três cortes de taxa de 0,25 pp até o final do ano.
“No entanto, é improvável que o Fed seja influenciado pela recente volatilidade do mercado, principalmente em meio a um mercado de trabalho ainda saudável e potenciais mudanças de política que podem aumentar ainda mais as pressões inflacionárias ainda elevadas”, diz Feltmate.
Ele diz que mais evidências de inflação em desaceleração ou de uma reviravolta no mercado de trabalho são um pré-requisito para o próximo corte de juros, algo que Powell deve endereçar no discurso de hoje.
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