Suzano (SUZB3) vê prejuízo contábil no 2T24 como “inconveniência” e diz que vai manter política de gestão cambial
Embora o prejuízo com a variação do dólar não preocupe, a Suzano pretende usar uma política de hedge para ser menos impactada pela volatilidade, diz CFO
Com a maior parte das receitas em moeda estrangeira, a Suzano (SUZB3) é uma das principais beneficiadas pela alta do dólar. Mas o investidor que procura encontrar esse ganho nos balanços da produtora de papel e celulose pode ficar confuso à primeira vista.
Isso porque a Suzano registrou um prejuízo líquido de R$ 3,8 bilhões no segundo trimestre deste ano, revertendo, assim, o lucro de R$ 5 bilhões do mesmo período de 2023. E não é a primeira vez que a valorização do dólar provoca um efeito contrário no resultado da companhia.
A explicação para essa aparente discrepância vem da desvalorização cambial na dívida em moeda estrangeira e na marcação a mercado de instrumentos derivativos.
Apesar do prejuízo relevante nos resultados do segundo trimestre, os números não preocupam a Suzano. Marcelo Bacci, vice-presidente executivo de finanças, relações com investidores e jurídico da Suzano, classificou o prejuízo como ”inconveniência”.
“Isso [o prejuízo] não é fonte de preocupação. É um reflexo esperado da nossa política de privilegiar a companhia casada em termos de caixa. Foi uma inconveniência em termos esses efeitos contábeis, mas isso não nos preocupa e não temos previsão de alterar nossa política de gestão cambial”, afirmou, em teleconferência de resultados com jornalistas.
“Já aconteceu outras vezes, e, assim como já tivemos ganhos extraordinários, tivemos agora esse feito contábil”, afirmou Bacci.
Leia Também
- Os balanços do 2T24 já estão sendo publicados: receba em primeira mão a análise dos profissionais da Empiricus Research. É totalmente gratuito – basta clicar aqui.
Embora não pretenda mudar a maneira como lida com o passivo cambial, Bacci afirmou que a Suzano pretende usar uma política de hedge ser menos impactada por essa volatilidade.
Apesar do prejuízo, o mercado reage bem aos números do balanço da Suzano. Às 13h24, as ações SUZB3 da companhia subiam 1,49% na bolsa brasileira, a R$ 54,40.
No início da semana, as bolsas ao redor do mundo enfrentaram uma forte liquidação, que provocou a queda nos principais mercados ao redor do mundo. O gatilho da venda em massa foi o temor de recessão da economia norte-americana depois do payroll de julho.
Segundo Marcelo Bacci, a companhia não foi afetada por esse movimento e pela volatilidade nos mercados globais. Embora não acredite em uma recessão global no curto prazo, a Suzano acredita na possibilidade, mas afirma que não deve ser afetada.
“Já atravessamos diversas recessões globais, mas saímos mais fortes por sermos um player de baixo custo”, afirmou.
Alocação de capital
Beto Abreu, que assumiu a presidência da Suzano em julho deste ano, comentou sobre as recentes aquisições feitas pela companhia nos últimos meses.
Em junho, a Suzano anunciou a aquisição de duas fábricas da Pactiv Evergreen nos Estados Unidos, no valor de US$ 110 milhões.
A transação tem como objetivo ampliar a presença da companhia na América do Norte e marca a entrada da Suzano no mercado de embalagens para consumo de food service.
Em junho, a companhia também comprou uma participação de 15% da empresa austríaca Lenzing, que produz celulose solúvel e tecidos, marcando sua estreia no mercado textil.
Beto Abreu afirmou que a Suzano tem interesse em ampliar a presença no mercado de embalagens e deve buscar esse segmento, seja pela via orgânica ou por aquisições.
“Nossa estratégia é garantir a melhor execução com geração de valor”, afirma Beto. “A partir disso, vamos alocar capital da melhor forma possível, seja por meio de ativos orgânicos no Brasil ou fora do Brasil.
“Essas iniciativas vão dar oportunidade de testar esses mercados e aprender em inúmeras variáveis, como o segmento de packaging. Também vamos buscar oportunidades de crescimento no mercado têxtil”, afirma o presidente da Suzano.
LEIA TAMBÉM: Essa é a melhor ação do agro para se ter na carteira nesse momento, segundo os analistas da Empiricus Research
Além do prejuízo: os resultados da Suzano no segundo trimestre
No período de abril a junho, a geração de caixa operacional da Suzano totalizou R$ 4,5 bilhões. Segundo a companhia, foi o melhor resultado desde o primeiro trimestre de 2023.
Já a receita líquida foi de R$ 11,5 bilhões, alta de 25% na comparação anual e de 22% em relação ao primeiro trimestre, melhor número trimestral desde o quarto trimestre de 2022.
O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado foi de R$ 6,29 bilhões, uma alta de 60% em um ano. A margem Ebitda ajustado foi de 55%.
As vendas em volume da Suzano no trimestre foram de 2,9 milhões de toneladas. O número representa uma alta de 3% em relação ao mesmo período do ano passado.
Foram 2,5 milhões de toneladas de celulose, 1% acima do volume comercializado no segundo trimestre de 2023, e 333 mil toneladas de papel, crescimento de 13%.
IG4 avança na disputa pela Braskem (BRKM5) e leva operação bilionária ao Cade; ações lideram altas na B3
A petroquímica já havia anunciado, em meados deste mês, que a gestora fechou um acordo para assumir a participação da Novonor, equivalente a 50,1% das ações com direito a voto
Nvidia fecha acordo de US$ 20 bilhões por ativos da Groq, a maior aquisição de sua história
Transação em dinheiro envolve licenciamento de tecnologia e incorporação de executivos, mas não a compra da startup
Banco Mercantil (BMEB4) fecha acordo tributário histórico, anuncia aumento de capital e dividendos; ações tombam na B3
O banco fechou acordo com a União após mais de 20 anos de disputas tributárias; entenda o que isso significa para os acionistas
Kepler Weber (KEPL3) e GPT: minoritários questionam termos da fusão e negócio se complica; entenda o que está em jogo
Transações paralelas envolvendo grandes sócios incomodou os investidores e coloca em dúvida a transparência das negociações
Itaúsa (ITSA4) eleva aposta em Alpargatas (ALPA4) em meio à polêmica com a dona da Havaianas
Nos últimos dias, a Itaúsa elevou sua fatia e passou a deter cerca de 15,94% dos papéis ALPA4; entenda a movimentação
Presente de Natal? Tim Cook compra ações da Nike e sinaliza apoio à recuperação da empresa
CEO da Apple investe cerca US$ 3 milhões em papéis da fabricante de artigos esportivos, em meio ao plano de reestruturação comandado por Elliott Hill
Ampla Energia aprova aumento de capital de R$ 1,6 bilhão
Operação envolve capitalização de créditos da Enel Brasileiro e eleva capital social da empresa para R$ 8,55 bilhões
Alimentação saudável com fast-food? Ela criou uma rede de franquias que deve faturar R$ 240 milhões
Camila Miglhorini transformou uma necessidade pessoal em rede de franquias que conta com 890 unidades
Dinheiro na conta: Banco pagará R$ 1,82 por ação em dividendos; veja como aproveitar
O Banco Mercantil aprovou o pagamento de R$ 180 milhões em dividendos
Azul (AZUL54) perde 58% de valor no primeiro pregão com novo ticker — mas a aérea tem um plano para se recuperar
A Azul fará uma oferta bilionária que troca dívidas por ações, na tentativa de limpar o balanço e sair do Chapter 11 nos EUA
O alinhamento dos astros para a Copasa (CSMG3): revisão tarifária, plano de investimento bilionário e privatização dão gás às ações
Empresa passa por virada estratégica importante, que anima o mercado para a privatização, prevista para 2026
B3 (B3SA3) e Mills (MILS3) pagam mais de R$ 2 bilhões em dividendos e JCP; confira prazos e condições
Dona da bolsa brasileira anunciou R$ 415 milhões em JCP e R$ 1,5 bilhão em dividendos complementares, enquanto a Mills aprovou dividendos extraordinários de R$ 150 milhões
2026 será o ano do Banco do Brasil (BBAS3)? Safra diz o que esperar e o que fazer com as ações
O Safra estabeleceu preço-alvo de R$ 25 para as ações, o que representa um potencial de valorização de 17%
Hasta la vista! Itaú (ITUB4) vende ativos na Colômbia e no Panamá; entenda o plano por trás da decisão
Itaú transfere trilhões em ativos ao Banco de Bogotá e reforça foco em clientes corporativos; confira os detalhes da operação
Virada de jogo para a Cosan (CSAN3)? BTG vê espaço para ação dobrar de valor; entenda os motivos
Depois de um ano complicado, a holding entra em 2026 com portfólio diversificado e estrutura de capital equilibrada. Analistas do BTG Pactual apostam em alta de 93% para CSAN3
Atraso na entrega: empreendedores relatam impacto da greve dos Correios às vésperas do Natal
Comunicação clara com clientes e diversificação de meios de entregas são estratégias usadas pelos negócios
AUAU3: planos da Petz (PETZ3) para depois da fusão com a Cobasi incluem novo ticker; confira os detalhes
Operação será concluída em janeiro, com Paulo Nassar no comando e Sergio Zimerman na presidência do conselho
IPO no horizonte: Aegea protocola pedido para alterar registro na CVM; entenda a mudança
A gigante do saneamento solicitou a migração para a categoria A da CVM, passo que abre caminho para uma possível oferta pública inicial
Nelson Tanure cogita vender participação na Alliança (ALLR3) em meio a processo sancionador da CVM; ações disparam na B3
Empresa de saúde contratou assessor financeiro para estudar reorganização e possíveis mudanças no controle; o que está em discussão?
Pílula emagrecedora vem aí? Investidores esperam que sim e promovem milagre natalino em ações de farmacêutica
Papéis dispararam 9% em Nova York após agência reguladora aprovar a primeira pílula de GLP-1 da Novo Nordisk
