Sequoia (SEQL3) anuncia recuperação extrajudicial para renegociar dívidas de R$ 295 milhões, mas com bancos e debêntures de fora
O plano da Sequoia inclui a conversão e reperfilamento de créditos decorrentes de contratos com fornecedores, prestadores de serviços e locadores de armazéns
A Sequoia Logística (SEQL3) anunciou na última semana uma nova medida para manter os negócios de pé. Agora, a companhia de transporte e logística deu início ao processo de reestruturação de dívidas não-financeiras.
Após fechar um acordo de renegociação de dívidas com os bancos e os investidores de debêntures em dezembro do ano passado, a empresa enviou à Justiça um plano de recuperação extrajudicial com os demais credores.
- Veja mais: analista aponta que a bolsa está ainda mais barata e recomenda 10 ações para comprar “com desconto”
“Tivemos um desfecho bem-sucedido da reestruturação com os credores financeiros. Agora, vimos a necessidade de abrir uma nova etapa de acordos com nossos fornecedores e locadores, por meio de um procedimento concursal com amplo apoio dos credores, permitindo que a companhia siga o seu curso de recuperação”, disse o diretor financeiro (CFO), Leopoldo Bruggen, em nota.
O plano inclui a conversão e reperfilamento de créditos de cerca de R$ 295 milhões, resultado de contratos firmados com fornecedores, prestadores de serviços e locadores de armazéns ao longo dos últimos anos, de acordo com fato relevante enviado à CVM.
“Essa recuperação extrajudicial não impactará adversamente clientes ou colaboradores, na medida em que o plano envolve em sua maioria credores inativos”, afirmou a companhia.
O plano de reestruturação de dívidas foi enviado para homologação em uma das varas regionais do Estado de São Paulo.
Leia Também
As ações da Sequoia (SEQL3) encerraram o pregão em forte queda de 9,35%, a R$ 4,07.
Os detalhes do plano de recuperação extrajudicial
Segundo a Sequoia Logística (SEQL3), a recuperação extrajudicial tem “escopo limitado” e não incluirá uma série de dívidas da empresa, inclusive débitos trabalhistas, dívidas bancárias e de emissões de debêntures.
A renegociação também deixa de fora as dívidas das empresas do Grupo Move3, com o qual se fundiu no início deste ano.
De acordo com a empresa, na maioria, trata-se de créditos cujos titulares não mais fornecem ou prestam serviços para a Sequoia.
Segundo o plano de recuperação extrajudicial, os credores quirografários não-financeiros terão cinco opções de recebimento de créditos para escolher. São elas:
- Conversão integral dos créditos em ações da Sequoia (SEQL3) ao valor de R$ 8,00 — um prêmio de 78% em relação às cotações na tela hoje. Essa opção será limitada a R$ 110 milhões;
- Pagamento em 36 parcelas mensais de igual valor, com vencimento do primeiro depósito depois do prazo de carência, com início em 60 meses contados a partir da homologação judicial do plano de reestruturação financeira;
- Deságio de 70%, com o pagamento do saldo em 84 parcelas mensais de igual valor, com vencimento da primeira prestação depois do prazo de carência de 12 meses contados da homologação do plano. Essa opção terá limite de R$ 10 milhões;
- Deságio de 50%, com o pagamento em dinheiro à vista de 40% do montante dentro de 120 dias corridos a partir da aprovação do plano pela Justiça, ou em 31 de janeiro de 2025 — o que ocorrer primeiro; e o pagamento em dinheiro de 60% do saldo em 15 prestações mensais, com início 30 dias corridos após o pagamento em dinheiro à vista. Essa opção será limitada a R$ 60 milhões; ou
- Deságio de 70%, com o pagamento em dinheiro à vista dentro de 30 dias corridos a contar da aprovação do plano pela Justiça. Essa opção terá limite de R$ 17 milhões.
Embora o plano não envolva as debêntures, a Sequoia precisa obter um waiver (perdão) dos investidores para evitar que a recuperação extrajudicial leve a um pedido de vencimento antecipado dos compromissos.
Desse modo, a companhia convocou assembleias gerais de debenturistas das debêntures emitidas na terceira, quarta, sexta e sétima emissões para solicitar os waivers.
Já os investidores que detêm os títulos de dívida corporativa lançados na 5ª emissão da Sequoia serão convocados “oportunamente” para assembleia.
Vale destacar que os termos da renegociação com credores contemplam apenas a Sequoia Logística e a Transportadora Americana.
O plano ainda determina que as empresas poderão obter financiamentos DIP, destinados a empresas em reestruturação de dívidas, de até R$ 29,9 milhões para o “custeio das suas atividades durante o curso deste processo”.
É importante ressaltar que o plano de recuperação extrajudicial foi aprovado pelo conselho de administração da Sequoia, mas ainda deverá ser aprovado pelos acionistas em Assembleia Geral Extraordinária (AGE) marcada para 4 de novembro deste ano.
Além disso, a execução dessas obrigações previstas no plano de recuperação extrajudicial está sujeita à aprovação dos termos pela Justiça.
- Acesso aos programas e podcasts do Seu Dinheiro em primeira mão? Confira esta a outras vantagens de fazer parte do Clube de Investidores SD Select
A situação financeira da Sequoia Logística (SEQL3)
Segundo a Sequoia Logística (SEQL3), a recuperação extrajudicial é resultado das “dificuldades momentâneas” enfrentadas pelas empresas e fruto da “desaceleração do e-commerce no Brasil no último ano”.
Com IPO realizado na B3 em 2020, ainda durante a pandemia de covid-19, a Sequoia Logística sofreu com o ciclo de alta de juros que se seguiu.
Desde a abertura de capital, as ações SEQL3 praticamente viraram pó, com uma derrocada acumulada de 98% na bolsa. Hoje a empresa vale R$ 100 milhões na B3.
“Essa desaceleração é o retrato não só do retorno do comércio presencial no período pós-pandemia, mas também da instabilidade financeira da China, que padece de desaceleração financeira desde o início de 2022 — o que impactou diretamente varejistas on-line e e-commerce chinesas, que integram um perfil considerável de seus clientes”, escreveu a companhia, no plano de reestruturação de dívidas.
Na avaliação da empresa, a crise atual é “plenamente superável", especialmente considerando os efeitos da atual reestruturação de dívidas com os credores.
A companhia tinha conseguido evitar a recuperação judicial até então, mas precisou fazer um duro plano de reestruturação das dívidas em outubro de 2023 para limpar o balanço e alongar o prazo do pagamento dos débitos.
Inicialmente, essa renegociação incluiu os credores financeiros e de mercado de capitais — bancos e debenturistas —, que detinham dívidas da ordem de R$ 750 milhões. Com a reestruturação, a empresa conseguiu diminuir os débitos em 82%, com R$ 582 milhões convertidos em ações e o valor restante, alongado.
No primeiro semestre deste ano, a Sequoia também anunciou uma combinação de negócios com a Move3.
Apesar dessas medidas, os papéis SEQL3 ainda acumulam baixa de 58% neste ano, e ainda precisaram passar por um grupamento, pois chegaram a ser negociados na casa dos centavos.
Virada de jogo para a Cosan (CSAN3)? BTG vê espaço para ação dobrar de valor; entenda os motivos
Depois de um ano complicado, a holding entra em 2026 com portfólio diversificado e estrutura de capital equilibrada. Analistas do BTG Pactual apostam em alta de 93% para CSAN3
Atraso na entrega: empreendedores relatam impacto da greve dos Correios às vésperas do Natal
Comunicação clara com clientes e diversificação de meios de entregas são estratégias usadas pelos negócios
AUAU3: planos da Petz (PETZ3) para depois da fusão com a Cobasi incluem novo ticker; confira os detalhes
Operação será concluída em janeiro, com Paulo Nassar no comando e Sergio Zimerman na presidência do conselho
IPO no horizonte: Aegea protocola pedido para alterar registro na CVM; entenda a mudança
A gigante do saneamento solicitou a migração para a categoria A da CVM, passo que abre caminho para uma possível oferta pública inicial
Nelson Tanure cogita vender participação na Alliança (ALLR3) em meio a processo sancionador da CVM; ações disparam na B3
Empresa de saúde contratou assessor financeiro para estudar reorganização e possíveis mudanças no controle; o que está em discussão?
Pílula emagrecedora vem aí? Investidores esperam que sim e promovem milagre natalino em ações de farmacêutica
Papéis dispararam 9% em Nova York após agência reguladora aprovar a primeira pílula de GLP-1 da Novo Nordisk
AZUL4 dá adeus ao pregão da B3 e aérea passa ter novo ticker a partir de hoje; Azul lança oferta bilionária que troca dívidas por ações
Aérea pede registro de oferta que transforma dívida em capital e altera a negociação dos papéis na bolsa; veja o que muda
Hapvida (HAPV3) prepara ‘dança das cadeiras’ com saída de CEO após 24 anos para tentar reverter tombo de 56% nas ações em 2025
Mudanças estratégicas e plano de sucessão gerencial será implementado ao longo de 2026; veja quem assume o cargo de CEO
Magazine Luiza (MGLU3) vai dar ações de graça? Como ter direito ao “presente de Natal” da varejista
Acionistas com posição até 29 de dezembro terão direito a novas ações da varejista. Entenda como funciona a operação
Tupy (TUPY3) azeda na bolsa após indicação de ministro de Lula gerar ira de conselheiro. Será mais um ano para esquecer?
A indicação do ministro da Defesa para o conselho do grupo não foi bem recebida por membros do colegiado; entenda
Santander (SANB11), Raia Drogasil (RADL3), Iguatemi (IGTI11) e outras gigantes distribuem mais de R$ 2,3 bilhões em JCP e dividendos
Santander, Raia Drogasil, JHSF, JSL, Iguatemi e Multiplan somam cerca de R$ 2,3 bilhões em proventos, com pagamentos previstos para 2025 e 2026
Eztec (EZTC3) renova gestão e anuncia projeto milionário em São Paulo
Silvio Ernesto Zarzur assume nova função na diretoria enquanto a companhia lança projeto de R$ 102 milhões no bairro da Mooca
Dois bancos para lucrar em 2026: BTG Pactual revela dupla de ações que pode saltar 30% nos próximos meses
Para os analistas, o segmento de pequenos e médios bancos concentra oportunidades interessantes, mas também armadilhas de valor; veja as recomendações
Quase 170% em 2025: Ação de banco “fora do radar” quase triplica na bolsa e BTG vê espaço para mais
Alta das ações em 2025 não encerrou a tese: analistas revelam por que ainda vale a pena comprar PINE4 na bolsa
Tchau, B3! Neogrid (NGRD3) pode sair da bolsa com OPA do Grupo Hindiana
Holding protocolou oferta pública de aquisição na CVM para assumir controle da Neogrid e cancelar seu registro de companhia aberta
A reorganização societária da Suzano (SUZB3) que vai redesenhar o capital e estabelecer novas regras de governança
Companhia aposta em alinhamento de grupos familiares e voto em bloco para consolidar estratégia de longo prazo
Gafisa, Banco Master e mais: entenda a denúncia que levou Nelson Tanure à mira dos reguladores
Uma sequência de investigações e denúncias colocou o empresário sob escrutínio da Justiça. Entenda o que está em jogo
Bilionária brasileira que fez fortuna sem ser herdeira quer trazer empresa polêmica para o Brasil
Semanas após levantar US$ 1 bilhão em uma rodada de investimentos, a fundadora da Kalshi revelou planos para desembarcar no Brasil
Raízen (RAIZ4) precisa de quase uma “Cosan” para voltar a um nível de endividamento “aceitável”, dizem analistas
JP Morgan rebaixou a recomendação das ações de Raízen e manteve a Cosan em Neutra, enquanto aguarda próximos passos das empresas
Direito ao voto: Copel (CPLE3) migra para Novo Mercado da B3 e passa a ter apenas ações ordinárias
De acordo com a companhia, a reestruturação resulta em uma base societária mais simples, transparente e alinhada às melhores práticas do mercado
