Recuperação judicial: processo vai muito além da proteção das dívidas da empresa
Especialistas apontam que é necessário avaliar a capacidade operacional da companhia
A negociação de dívidas é um dos instrumentos mais utilizados na recuperação judicial (RJ) de empresas: como a Justiça passa a proteger as companhias contra cobranças, os credores se veem obrigados a fechar acordos para evitar a inadimplência.
Apesar de ser um dos maiores focos deste tipo de processo, especialistas apontam que só a negociação dos débitos nem sempre funciona para reerguer empresas que passam por dificuldades e que o operacional não deveria ser ignorado.
O resultado são companhias emendando vários processos de recuperação judicial, como ocorreu com a Schumann, rede catarinense de móveis e eletrodomésticos que teve o segundo pedido de RJ deferido pela Justiça em maio.
Em 2015, a rede havia iniciado outro processo de reestruturação, que foi encerrado em março de 2024.
- Ainda dá pra ganhar dinheiro com a bolsa este ano? Os FIIs vão superar o mal estar econômico? ETF de Ethereum vai sair? Veja o “Onde Investir” deste mês e descubra as respostas
O episódio da Casa do Pão de Queijo
Rodrigo Gallegos, sócio da consultoria RGF e especialista em reestruturação, avalia que é comum empresas elaborarem planos de recuperação judicial com foco apenas na parte financeira.
"Assim, as companhias atacam a consequência do problema, que é o endividamento, mas esquecem do motivo por trás das dificuldades", diz Gallegos.
Leia Também
Ele diz que o debate surgiu após a Casa do Pão de Queijo protocolar o pedido de recuperação judicial no dia 28 de junho.
"Me chamou atenção porque, sobretudo com empresas desse porte, que possuem dívidas não tão altas, é importante que o plano também foque no operacional", afirma.
A empresa ainda não apresentou o plano, que deve ser entregue 60 dias após o deferimento do processo.
Na petição inicial, a rede de alimentos disse que "possui um goodwill (que se refere ao valor intangível) absolutamente capaz de promover sua recuperação e reorganização".
As dívidas da Casa do Pão de Queijo sujeitas à recuperação judicial totalizam R$ 57,4 milhões, mas há ainda cerca de R$ 53,2 milhões não sujeitos e mais R$ 28,7 milhões em passivo tributário. No caso da Schumann, as dívidas são de cerca de R$ 133,4 milhões.
Legislação aponta caminhos diversos
Para Camila Crespi, especialista em reestruturação empresarial do escritório Luchesi Advogados, a renegociação de dívidas busca aliviar a pressão financeira e oferecer um "fôlego" necessário à recuperação. Porém, a própria legislação dá outros caminhos.
"A Lei 11.101/05 (Lei de Recuperação Judicial), em seu artigo 50, cita diversos outros meios de recuperação da empresa em crise, como fusão ou transformação de sociedade, alteração do controle societário, aumento de capital social, alienação dos ativos e por aí vai", explica Crespi.
Daniel Yarshell, sócio do Yarshell Advogados, entende que a reestruturação não é, em última instância, um dos objetivos da Lei de Recuperação Judicial, que visa ajudar a atravessar crises.
Nesse sentido, "reestruturar implica promover alterações, concreta ou potencialmente, mais profundas que a mera renegociação de dívidas", diz ele.
"Mas em muitos casos a existência de passivos é apenas o sintoma de um problema maior", pondera.
"Não raras vezes, empresas que passaram por processos voltados 'apenas' à renegociação de dívidas acabam, anos mais tarde, voltando a se deparar com sérias dificuldades financeiras", avalia Yarshell.
Black Friday e 11.11 da Shopee: achadinhos de até R$ 35 que podem deixar sua casa mais prática
Entre utilidades reais e pequenos luxos da rotina, a Black Friday e o 11.11 revelam acessórios que tornam a casa mais funcional ou simplesmente mais divertida
A Isa Energia (ISAE4) vai passar a pagar mais dividendos? CEO e CFO esclarecem uma das principais dúvidas dos acionistas
Transmissora garante que não quer crescer apenas para substituir receita da RBSE, mas sim para criar rentabilidade
É recorde atrás de recorde: BTG Pactual (BPAC11) supera expectativa com rentabilidade de 28% e lucro de R$ 4,5 bilhões no 3T25
O balanço do BTG trouxe lucro em expansão e rentabilidade em alta; confira os principais números do trimestre
Valorização da Hypera (HYPE3) deve chegar a 20% nos próximos meses, diz Bradesco BBI; veja qual é o preço-alvo
Analistas veem bons fundamentos e gatilhos positivos para a empresa à frente
Desdobramentos da falência: B3 suspende negociações das ações Oi (OIBR3)
Segundo o último balanço da companhia, referente ao segundo trimestre, a empresa tinha 330 mil ações em circulação, entre ordinárias e preferenciais
MBRF (MBRF3): lucro recua 62% e chega a R$ 94 milhões no 3T25; confira os primeiros números após a fusão
Nas operações da América do Norte, os resultados foram impulsionados pela racionalização da produção e crescente demanda pela proteína bovina
Vale a pena investir na Minerva (BEEF3): Santander eleva preço-alvo e projeta alta de 25% com dividendos no radar
Analistas avaliam que queda de 14% após balanço foi um exagero, e não considera os fundamentos da empresa adequadamente
Vai renovar a casa? Esses eletrodomésticos estão com desconto de Black Friday no Magazine Luiza
Descontos no Magalu incluem geladeiras, TVs e lavadoras; confira detalhes antes de decidir
Tchau, Oi (OIBR3): como a empresa que já foi uma “supertele” sucumbiu à falência? A história por trás da ruína
A telecom teve sua falência decretada na tarde desta segunda-feira (10), depois de quase uma década de recuperação judicial — foram duas, uma atrás da outra
MBRF (MBRF3) arranca na B3 antes do primeiro balanço após a fusão, mas ciclo pode estar prestes a virar; o que esperar do 3T25
Ciclo da empresa pode estar prestes a virar: o crescimento da oferta de carne deve crescer, pressionando novamente as margens mais à frente
Justiça decreta falência da Oi (OIBR3) e liquidação dos ativos: “a Oi é tecnicamente falida”, diz juíza
A juíza determinou a continuação provisória das atividades da Oi até que os serviços sejam assumidos por outras empresas
Shopee, Mercado Livre e TikTok Shop transformam o 11.11 em prévia da Black Friday
Com o 11.11, varejo estende as ofertas por todo o mês e disputa a atenção do consumidor antes da Black Friday
Média e alta renda ‘seguram as pontas’, enquanto Minha Casa Minha Vida brilha: o que esperar das construtoras no 3T25?
Balanços do terceiro trimestre de 2025 devem reforçar o momento positivo das construtoras populares em um ano marcado pelo avanço do Minha Casa Minha Vida; Cury e Direcional seguem sendo destaques na visão de analistas
Adeus, vista cansada! Como funciona o colírio que livra dos óculos quem desenvolve presbiopia
Aprovado pelo FDA, o colírio VIZZ promete dar fim temporário à “vista cansada”, melhorar o foco e reduzir o uso de óculos — mas exige aplicação diária
A era do ROE de 20% do Banco do Brasil (BBAS3) ficou para trás — e pode nunca mais voltar, mesmo depois do fim da crise, dizem analistas
Em meio a turbulências na carteira, especialmente no agronegócio, BB enfrenta desafios na busca por rentabilidade, e analistas revelam o que esperar das ações BBAS3
O CEO que causou polêmica com o fim do home office agora diz que não lê notificação no celular — exceto uma
“Se você me enviar uma mensagem durante o dia, provavelmente eu não a lerei”, diz Jamie Dimon, do JPMorgan
Ele abriu mão de bilhões no momento mais difícil da vida — e descobriu que o sucesso vai muito além do dinheiro
O cofundador do Reddit, Alexis Ohanian, vendeu cedo demais e acabou deixando bilhões de dólares na mesa, mas não parece incomodado com isso
É o fim da linha para a Oi (OIBR3)? Operadora pede que justiça avalie insolvência
A manifestação da Oi foi solicitada pela juíza Simone Chevrand que, no mês passado, adiou em dez dias a decisão sobre dar continuidade ao processo de recuperação judicial da companhia ou se optaria pela liquidação do grupo
Fundo imobiliário CPSH11 pede ao Cade uma avaliação para a compra de shopping da Riachuelo
Segundo comunicado, o negócio envolve a compra do Midway Mall, shopping localizado em Natal (RN) e considerado um dos principais do Nordeste
CVM questiona sigilo na recuperação judicial da Ambipar (AMBP3) e pede acesso aos documentos enviados à Justiça
Autarquia alega que ter acesso a essas informações é essencial para uma avaliação crítica de todos os interessados na recuperação — credores, investidores e o próprio regulador