O tempo fechou: ações da Azul caem mais de 10% e lideram perdas do Ibovespa após balanço. Comprar ou vender AZUL4?
A companhia viu o lucro virar um prejuízo bilionário no segundo trimestre e ainda atualizou em baixa algumas projeções; saiba se vale a pena embarcar nos papéis agora
O tempo fechou para a Azul (AZUL4) nesta segunda-feira (12): as ações despencam mais de 10%, liderando as perdas do Ibovespa, depois de a companhia aérea transformar lucro em prejuízo no segundo trimestre — e ainda fazer atualizações que indicam que o céu está longe de ser de brigadeiro para a empresa daqui até o final do ano.
A Azul viu o lucro de R$ 497,9 milhões alcançado entre abril e junho de 2023 virar um prejuízo líquido de R$ 3,865 bilhões agora.
De acordo com a companhia aérea, o resultado reflete, principalmente, o impacto das enchentes no Rio Grande do Sul na operação e a redução temporária de capacidade internacional — que caiu 8,0% no ano a ano.
Por volta de 12h15, as ações AZUL4 caíam 10,2%, cotadas a R$ 7,14. No mês, os papéis acumulam perda de 10,9% e, no ano, de -55,5%. As ações aceleraram ainda mais as perdas no fechamento e encerraram o dia com baixa de 11,7%, a R$ 7,02.
- Receba em primeira mão as análises dos balanços do 2T24. Clique aqui e acesse relatórios de investimentos gratuitos, feitos pelos profissionais da Empiricus Research.
O céu fechado da Azul no 2T24
A Azul registrou prejuízo líquido de R$ 3,865 bilhões no segundo trimestre de 2024, mas, no critério ajustado, as perdas somam R$ 744,4 milhões no período — um resultado 31,3% pior do que o desempenho também negativo de um ano antes.
O resultado operacional da Azul caiu 25,5% em base anual, para R$ 441,2 milhões, assim como o Ebitda, que atingiu R$ 1,052 bilhão — um recuo de 9% ano a ano. Com isso, a margem Ebitda foi 1,9 ponto porcentual menor do que no segundo trimestre de 2023 e ficou em 25,2%.
Leia Também
A receita líquida totalizou R$ 4,172 bilhões, 2,3% abaixo do mesmo período do ano passado. Segundo a Azul, sem o impacto do Rio Grande do Sul e da redução da capacidade internacional, a receita teria ficado acima da obtida um ano antes.
Na contramão do desempenho financeiro, a oferta da Azul — aquela medida em assentos-quilômetro oferecidos (Ask) — cresceu 3,4% no segundo trimestre de 2024 em relação ao mesmo período do ano anterior.
Já a demanda — que é medida por passageiros-quilômetro transportados pagos (RPK) — registrou alta anual de 3,9% entre abril e junho.
Com isso, a taxa de ocupação da Azul ficou em 80,3% entre abril e junho, 0,4 ponto porcentual maior do que um ano antes. A tarifa média, por sua vez, caiu 5,2%, para R$ 521,2.
ITAÚ, BANCO DO BRASIL, BRADESCO OU SANTANDER: QUEM LEVOU A MEDALHA DE OURO NA TEMPORADA DE BALANÇOS?
Sem céu de brigadeiro no horizonte
O horizonte da Azul daqui até o final do ano não deve ter céu de brigadeiro. A companhia aérea atualizou as perspectivas para 2024, com previsão para um Ebitda acima de R$ 6 bilhões — porém abaixo da projeção anterior de R$ 6,5 bilhões — principalmente devido à redução no crescimento da capacidade.
A previsão para o número de assentos-quilômetros oferecido (Ask) também caiu: de alta de 11% em 2024 para crescimento de 7%.
A Azul explicou os ajustes:
- redução da capacidade por conta das enchentes no Rio Grande do Sul em maio e o fechamento do Aeroporto de Porto Alegre, cuja reabertura parcial está prevista para outubro;
- redução temporária da capacidade internacional no primeiro semestre do ano;
- atrasos dos fabricantes nas entregas de novas aeronaves.
Já a estimativa de alavancagem deu um salto: de 3 vezes para 4,2 vezes, resultado do Ebitda atualizado além da desvalorização do real frente ao dólar, que impacta dívidas na moeda norte-americana.
- Quer saber qual é a carteira ideal para você? Ferramenta simula carteira de acordo com seu perfil, objetivo e valor inicial. Confira aqui
Embarcar ou não nas ações da Azul agora?
Ainda que a Azul enfrente turbulências até o final do ano, o Goldman Sachs manteve a recomendação de compra para as ações AZUL4.
O banco calcula um potencial de valorização de 152,8% para os papéis da companhia aérea negociados na B3, com base no preço-alvo de R$ 20,10 para 12 meses.
O Goldman acredita que a Azul deve manter o poder de precificação, já que toda a indústria permanece racional e focada em reconstruir a lucratividade — o que deve permitir o repasse de custos para as tarifas e abrir espaço para expansão de margem.
O banco, no entanto, já esperava uma reação negativa das ações hoje diante do peso da combinação de resultados fracos do segundo trimestre com a revisão para baixo do guidance.
Game of Thrones, Friends, Harry Potter e mais: o que a Netflix vai levar em acordo bilionário com a Warner
Compra bilionária envolve HBO, DC, Cartoon Network e séries de peso; integração deve levar até 18 meses
A guerra entre Nubank e Febraban esquenta. Com juros e impostos no centro da briga, quais os argumentos de cada um?
Juros, inadimplência, tributação e independência regulatória dividem fintechs e grandes instituições financeiras. Veja o que dizem
Depois de escândalo com Banco Master, Moody’s retira ratings do BRB por risco de crédito
O rebaixamento dos ratings do BRB reflete preocupações significativas com seus processos e controles internos, atualmente sob investigação devido a operações suspeitas envolvendo a aquisição de carteiras de crédito, diz a agência
Cyrela (CYRE3) e SLC (SLCE3) pagam R$ 1,3 bilhão em dividendos; Eztec (EZTC3) aumentará capital em R$ 1,4 bilhão com bonificação em ações
A maior fatia da distribuição de proventos foi anunciada pela Cyrela, já o aumento de capital da Eztec com bonificação em ações terá custo de R$ 23,53 por papel e fará jus a dividendos
Gol (GOLL54) é notificada pelo Idec por prática de greenwashing a viajantes; indenização é de R$ 5 milhões
No programa “Meu Voo Compensa”, os próprios viajantes pagavam a taxa de compensação das emissões. Gol também dizia ter rotas neutras em carbono
Se todo mundo acha que é uma bolha, não é: veja motivos pelos quais o BTG acredita que a escalada da IA é real
Banco aponta fundamentos sólidos e ganhos de produtividade para justificar alta das empresas de tecnologia, afastando o risco de uma nova bolha
Produção de cerveja no Brasil cai, principalmente para Ambev (ABEV3) e Heineken (HEIA34); preço das bebidas subiu demais, diz BTG
A Ambev aumentou os preços de suas marcas no segundo trimestre do ano, seguida pela Heineken, em julho — justamente quando as vendas começaram a encolher
Vale (VALE3) desafia a ordem de pagar R$ 730 milhões à União; mercado gosta e ações sobem mais de 1%
Em comunicado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a mineradora alega que a referida decisão foi proferida em primeira instância, “portanto, seu teor será objeto de recursos cabíveis”
De seguro pet a novas regiões: as apostas da Bradesco Seguros para destravar o próximo ciclo de crescimento num mercado que engatinha
Executivos da seguradora revelaram as metas para 2026 e descartam possibilidade de IPO
Itaú com problema? Usuários relatam falhas no app e faturas pagas aparecendo como atrasadas
Usuários dizem que o app do Itaú está mostrando faturas pagas como atrasadas; banco admite instabilidade e tenta normalizar o sistema
Limpando o nome: Bombril (BOBR4) tem plano de recuperação judicial aprovado pela Justiça de SP
Além da famosa lã de aço, ela também é dona das marcas Mon Bijou, Limpol, Sapólio, Pinho Bril, Kalipto e outras
Vale (VALE3) fecha acima de R$ 70 pela primeira vez em mais de 2 anos e ganha R$ 10 bilhões a mais em valor de mercado
Os papéis VALE3 subiram 3,23% nesta quarta-feira (3), cotados a R$ 70,69. No ano, os ativos acumulam ganho de 38,64% — saiba o que fazer com eles agora
O que faz a empresa que tornou brasileira em bilionária mais jovem do mundo
A ascensão de Luana Lopes Lara revela como a Kalshi criou um novo modelo de mercado e impulsionou a brasileira ao posto de bilionária mais jovem do mundo
Área técnica da CVM acusa Ambipar (AMBP3) de violar regras de recompra e pede revisão de voto polêmico de diretor
O termo de acusação foi assinado pelos técnicos cerca de uma semana depois da polêmica decisão do atual presidente interino da autarquia que dispensou o controlador de fazer uma OPA pela totalidade da companhia
Nubank (ROXO34) agora busca licença bancária para não mudar de nome, depois de regra do Banco Central
Fintech busca licença bancária para manter o nome após norma que restringe uso do termo “banco” por instituições sem autorização
Vapza, Wittel: as companhias que podem abrir capital na BEE4, a bolsa das PMEs, em 2026
A BEE4, que se denomina “a bolsa das PMEs”, tem um pipeline de, pelo menos, 10 empresas que irão abrir capital em 2026
Ambipar (AMBP3) perde avaliação de crédito da S&P após calote e pedidos de proteção judicial
A medida foi tomada após a empresa dar calote e pedir proteção contra credores no Brasil e nos Estados Unidos, alegando que foram descobertas “irregularidades” em operações financeiras
A fortuna de Silvio Santos: perícia revela um patrimônio muito maior do que se imaginava
Inventário do apresentador expõe o tamanho real do império construído ao longo de seis décadas
UBS BB rebaixa Raízen (RAIZ4) para venda e São Martinho (SMTO3) para neutro — o que está acontecendo no setor de commodities?
O cenário para açúcar e etanol na safra de 2026/27 é bastante apertado, o que levou o banco a rever as recomendações e preços-alvos de cobertura
Vale (VALE3): as principais projeções da mineradora para os próximos anos — e o que fazer com a ação agora
A companhia deve investir entre US$ 5,4 bilhões e US$ 5,7 bilhões em 2026 e cerca de US$ 6 bilhões em 2027. Até o fim deste ano, os aportes devem chegar a US$ 5,5 bilhões; confira os detalhes.