Mercado Livre (MELI34) tem “bilhões de dólares para conquistar” com receita de mídia nos próximos cinco anos, diz diretor
Na avaliação de Mario Meirelles, diretor sênior do Mercado Ads Brasil, a parceria com players externos, como o Disney+, será essencial para o crescimento da divisão de publicidade
Já considerado o líder absoluto do varejo digital na América Latina, o gigante Mercado Livre (MELI34) quer continuar a explorar uma fronteira valiosa com potencial de alavancar as receitas nos próximos anos: a conquista de mercado de publicidade com o Mercado Ads.
Lançada em 2020, a divisão de publicidade do Meli deve alcançar o patamar de US$ 1 bilhão em receitas com anúncios neste ano, segundo o Goldman Sachs — mas a expectativa é que essa “joia do e-commerce” tem potencial para ir ainda mais longe.
Nas projeções dos analistas do banco, o Mercado Ads poderia quadruplicar esse faturamento nos próximos anos, ampliando o negócio de anúncios para US$ 4 bilhões até 2028.
Na avaliação de Mario Meirelles, diretor sênior do Mercado Ads Brasil, o sucesso absoluto da divisão de publicidade do Meli no Brasil pode ser explicado pela posição de liderança do “trator argentino” no e-commerce na América Latina.
“O Mercado Livre acaba tendo uma vantagem sobre a concorrência na América Latina e principalmente no Brasil, México e Argentina, pela posição de mercado e pelos volumes que transacionamos diariamente. A grande vantagem do Mercado Ads é a capacidade que temos de fornecer informações sobre uma determinada audiência, porque mesmo numa segmentação de público-alvo, ainda conseguimos direcionar a uma audiência super relevante”, disse Meirelles, em entrevista ao Seu Dinheiro.
Até onde o Mercado Ads pode chegar?
No Brasil, o Mercado Ads já é líder absoluto em retail media. Hoje, a plataforma de publicidade do Mercado Livre (MELI34) detém uma participação de mercado de 66,3%, de acordo com o relatório Retail Media Trends 2024, da Emarketer.
Leia Também
Mas apesar de já responder por mais da metade do mercado de mídia de varejo no Brasil, o Meli ainda vê espaço para expandir a divisão.
Segundo o diretor do Mercado Ads, um dos principais destinos de investimento do Mercado Livre agora será o crescimento da operação, especialmente do lado de desenvolvimento e evolução de produtos.
“Será uma combinação. É o crescimento do mercado digital, da capacidade de oferta de retail media e nosso enquanto plataforma. Se você combinar esses três fatores, é evidente que teremos alguns bilhões de dólares para conquistar em faturamento nos próximos quatro a cinco anos”, disse Meirelles.
De acordo com o diretor do Mercado Ads, a projeção de receita da unidade de negócios para 2024, de US$ 1 bilhão, é ambiciosa, mas ainda mostra uma “capacidade de prospecção muito grande”, especialmente diante da penetração de retail media nos Estados Unidos e Europa em relação à América Latina.
“Esses US$ 1 bilhão que se fala hoje é muito tímido perto de todo o potencial.”
Parcerias no centro da estratégia do Mercado Livre (MELI34)
Além dos investimentos, para o Meli, há outra alavanca para o crescimento da divisão de publicidade: a parceria com players externos, como a recém-anunciada com o Disney+.
Recentemente, o Meli e a Disney anunciaram um acordo para que a varejista seja responsável por gerenciar os anúncios de streaming de vídeo no Disney+ para assinantes originados pelo Meli+.
Com a parceria, o Mercado Livre poderá mostrar a anunciantes espaços de publicidade fora de seu próprio ecossistema. Porém, a parceria não se limita ao ganho de portfólio de espaços publicitários, mas também garante ao Mercado Livre novos dados sobre os usuários.
“O retail media como a gente sempre entendeu, que era oferecer publicidade no site de um varejista, mudou. Na verdade, o valor não está no inventário ou onde eu vou entregar a publicidade para as marcas, mas sim na capacidade que eu tenho de segmentação. Hoje, a nossa capacidade de segmentação está sendo extrapolada para a Disney, por exemplo”
De acordo com Meirelles, uma das avenidas para novas parcerias do Mercado Ads é o vídeo, com acordos com outras plataformas de streaming já previstos para o ano que vem.
O objetivo do Mercado Ads é aumentar a base de anunciantes para além dos sellers do Mercado Livre e ainda brigar por participação no mercado total de publicidade — e as parcerias serão fundamentais para atingir essa meta.
“Todo mundo que for digital é concorrente. Facebook, Instagram, Google, Amazon Advertising, todos esses caras são os nossos concorrentes hoje, porque queremos conquistar além do bolo do e-commerce.”
- Clube de Investidores SD Select: inscreva-se gratuitamente para receber atualizações em primeira mão sobre os programas e podcasts do Seu Dinheiro
Considerado um player puramente digital, o Mercado Livre enfrenta um desafio no retail media: a falta de experiência física. No entanto, para o diretor do Mercado Ads, o alto conhecimento do cliente no comércio digital aliado a parcerias como a com o Disney Plus deve compensar essa ausência.
“Não daria para a gente fazer o Mercado Ads sem o Mercado Livre, porque o grande ativo que temos para um negócio de publicidade tão forte é a massa de pessoas navegando, transacionando, comprando dentro do Meli e utilizando o Mercado Pago. Se eu não tivesse esses mais de 50 milhões de consumidores mensais transacionando dentro do Mercado Livre, eu não teria uma audiência para oferecer para as marcas.”
Mas o Mercado Livre não está disposto a sacrificar a experiência do usuário em prol do crescimento da divisão de anúncios.
“O nosso business é e-commerce, não advertiser. No final do dia, a nossa métrica mais importante é número de clientes, conversão, GMV. Então qualquer anúncio ou campanha que eu faça e que esteja atrapalhando a minha navegação ou piorando a experiência de compra, ela morre. Porque, por mais que eu esteja ganhando dinheiro e gerando rentabilidade, não faz sentido se o cliente não fechar a venda.”
*Matéria atualizada às 8hs7 de 11 de outubro de 2024 para incluir informações sobre a projeção de receita do Mercado Ads para 2024.
A fortuna de Silvio Santos: perícia revela um patrimônio muito maior do que se imaginava
Inventário do apresentador expõe o tamanho real do império construído ao longo de seis décadas
UBS BB rebaixa Raízen (RAIZ4) para venda e São Martinho (SMTO3) para neutro — o que está acontecendo no setor de commodities?
O cenário para açúcar e etanol na safra de 2026/27 é bastante apertado, o que levou o banco a rever as recomendações e preços-alvos de cobertura
Vale (VALE3): as principais projeções da mineradora para os próximos anos — e o que fazer com a ação agora
A companhia deve investir entre US$ 5,4 bilhões e US$ 5,7 bilhões em 2026 e cerca de US$ 6 bilhões em 2027. Até o fim deste ano, os aportes devem chegar a US$ 5,5 bilhões; confira os detalhes.
Mesmo em crise e com um rombo bilionário, Correios mantêm campanha de Natal com cartinhas para o Papai Noel
Enquanto a estatal discute um empréstimo de R$ 20 bilhões que pode não resolver seus problemas estruturais, o Papai Noel dos Correios resiste
Com foco em expansão no DF, Smart Fit compra 60% da rede de academias Evolve por R$ 100 milhões
A empresa atua principalmente no Distrito Federal e, segundo a Smart Fit, agrega pontos comerciais estratégicos ao seu portfólio
Por que 6 mil aviões da Airbus precisam de reparos: os detalhes do recall do A320
Depois de uma falha de software expor vulnerabilidades à radiação solar e um defeito em painéis metálicos, a Airbus tenta conter um dos maiores recalls da sua história
Os bastidores da crise na Ambipar (AMBP3): companhia confirma demissão de 35 diretores após detectar “falhas graves”
Reestruturação da Ambipar inclui cortes na diretoria e revisão dos controles internos. Veja o que muda até 2026
As ligações (e os ruídos) entre o Banco Master e as empresas brasileiras: o que é fato, o que é boato e quem realmente corre risco
A liquidação do Banco Master levantou dúvidas sobre possíveis impactos no mercado corporativo. Veja o que é confirmado, o que é especulação e qual o risco real para cada companhia
Ultrapar (UGPA3) e Smart Fit (SMFT3) pagam juntas mais de R$ 1,5 bilhão em dividendos; confira as condições
A maior fatia desse bolo fica com a Ultrapar; a Smartfit, por sua vez, também anunciou a aprovação de aumento de capital
RD Saúde (RADL3) anuncia R$ 275 milhões em proventos, mas ações caem na bolsa
A empresa ainda informou que submeterá uma proposta de aumento de capital de R$ 750 milhões
Muito além do Itaú (ITUB4): qual o plano da Itaúsa (ITSA4) para aumentar o pagamento de dividendos no futuro, segundo a CFO?
Uma das maiores pagadoras de dividendos da B3 sinaliza que um novo motor de remuneração está surgindo
Petrobras (PETR4) amplia participação na Jazida Compartilhada de Tupi, que detém com Shell e a portuguesa Petrogal
Os valores a serem recebidos pela estatal serão contabilizados nas demonstrações financeiras do quarto trimestre de 2025
Americanas (AMER3) anuncia troca de diretor financeiro (CFO) quase três anos após crise e traz ex-Carrefour e Dia; veja quem assume
Sebastien Durchon, novo diretor financeiro e de Relações com Investidores da Americanas, passou pelo Carrefour, onde conduziu o IPO da varejista no Brasil e liderou a integração do Grupo Big, e pelo Dia, onde realizou um plano de reestruturação
Essa empresa aérea quer que você pague mais de R$ 100 para usar o banheiro do avião
Latam cria regras para uso do banheiro dianteiro – a princípio, apenas passageiros das 3 primeiras fileiras terão acesso ao toalete
Ambipar (AMBP3): STJ suspende exigência de depósito milionário do Deutsche Bank
Corte superior aceitou substituir a transferência dos R$ 168 milhões por uma carta de fiança e congelou a ordem do TJ-RJ até a conclusão da arbitragem
Sinal verde: Conselho dos Correios dá aval a empréstimo de R$ 20 bilhões para reestruturar a estatal
Com aprovação, a companhia avança para fechar o financiamento bilionário com cinco bancos privados, em operação que ainda depende do Tesouro e promete aliviar o caixa e destravar a reestruturação da empresa
Oi (OIBR3) consegue desbloqueio de R$ 517 milhões após decisão judicial
Medida permite à operadora acessar recursos bloqueados em conta vinculada à Anatel, enquanto ações voltam a oscilar na bolsa após suspensão da falência
WEG (WEGE3) pagará R$ 1,9 bilhão em dividendos e JCP aos acionistas; veja datas e quem recebe
Proventos refletem o desempenho resiliente da companhia, que registrou lucro em alta mesmo em cenário global incerto
O recado da Petrobras (PETR4) para os acionistas: “Provavelmente não teremos dividendos extraordinários entre 2026 e 2030”
Segundo o diretor financeiro da companhia, Fernando Melgarejo, é preciso cumprir o pré-requisito de fluxo de caixa operacional robusto, capaz de deixar a dívida neutra, para a distribuição de proventos adicionais
A ação do Assaí virou um risco? ASAI3 cai mais de 6% com a chegada dos irmãos Muffato; saiba o que fazer com o papel agora
Na quinta-feira (27), companhia informou que fundos controlados pelos irmãos Muffato adquiriram uma posição acionária de 10,3%
