Mais um trimestre a ser esquecido? Casas Bahia (BHIA3) divulga balanço do 4T23 hoje e aqui está tudo o que você precisa saber
É quase consenso entre os especialistas que o resultado da empresa continuará sendo penalizado pela deterioração na confiança no setor de varejo, pelo ciclo de juros altos e pela maior restrição de crédito
A Casas Bahia (BHIA3) parece estar longe de avistar o fim do calvário. A varejista divulga nesta segunda-feira (25), após o fechamento dos negócios na B3, o balanço do quarto trimestre de 2023 — e a perspectiva geral do mercado é de céu fechado para a companhia.
Na última sessão, os papéis BHIA3 desabaram 12,93% e atingiram o menor patamar desde o grupamento de ações realizado no fim do ano passado, a R$ 6,80, pressionados pelos temores com o que está por vir no balanço.
É quase consenso entre os especialistas que o resultado da empresa continuará sendo penalizado pela deterioração na confiança dos investidores em relação ao setor de varejo — além de um ciclo de juros altos doloroso para as empresas ligadas a consumo e de uma maior restrição de crédito.
A expectativa é de que a varejista registre um prejuízo ajustado de R$ 836 milhões no quarto trimestre, segundo a média das projeções compiladas pela Bloomberg. Caso confirme a estimativa, a empresa vai aumentar em mais de 412% as perdas em relação aos últimos três meses de 2022.
Veja as principais estimativas do consenso Bloomberg para a Casas Bahia no 4T23:
- Prejuízo líquido: -R$ 836 milhões;
- Receita líquida: R$ 6,59 bilhões;
- Ebitda: -R$ 66 milhões;
- Dívida líquida: R$ 10,6 bilhões.
Vale destacar que o balanço do 4T23 inicialmente estava programado para ter saído duas semanas atrás — e o temor causado pelo adiamento dos números da varejista também causa calafrios nos investidores da bolsa brasileira.
Leia Também
É importante lembrar que a Casas Bahia enfrenta problemas financeiros há tempos — e, como outras empresas do setor de varejo, sofreu os efeitos de um mercado traumatizado pelo escândalo da Americanas (AMER3).
A empresa, que trocou de nome não faz muito tempo, encontra-se em um processo de reestruturação e recentemente conseguiu dar mais um passo em seu plano para arrumar a casa. A varejista assinou um acordo com instituições financeiras para alongar os prazos para pagamento das dívidas de R$ 1,5 bilhão.
Os analistas do mercado devem aguardar a teleconferência de resultados da varejista — marcada para às 14h de terça-feira (26) — em busca de pistas sobre quando a Casas Bahia passará por uma virada.
Casas Bahia (BHIA3): prejuízo, despesas e volume de vendas
Um dos fantasmas temidos pelos investidores no balanço da Casas Bahia (BHIA3) é o nível crescente de despesas da companhia.
A expectativa dos analistas é que o alto patamar de alavancagem financeira da companhia mantenha as despesas como uma dor de cabeça para a varejista no último trimestre de 2023.
Enquanto isso, para a receita bruta de lojas físicas, a expectativa é uma queda no comparativo anual devido ao fechamento de 17 unidades no quarto trimestre, elevando o número de encerramento de lojas da Casas Bahia em 2023 para 55 unidades consideradas não rentáveis.
Já do lado das vendas, a perspectiva é de uma desaceleração nos três canais: loja física, mercadoria própria online (1P) e marketplace (3P).
Para o Santander, as expectativas para os números da Casas Bahia no quarto trimestre são negativas. Os analistas projetam uma queda de 7,6% no volume geral de vendas (GMV) em relação ao último trimestre de 2022, para um total de R$ 11,5 bilhões.
No caso específico do segmento digital, a estimativa é de um recuo ainda maior, de 14,1% na mesma base, a R$ 4,9 bilhões.
- Magalu, Casas Bahia, Americanas, Grupo SBF… o que esperar das varejistas na Bolsa? Analista recomenda 3 papéis do setor para março; baixe o relatório gratuito aqui.
Efeito Copa e restrição de crédito
Para a Genial Investimentos, o balanço da Casas Bahia deve trazer “uma piora anual em todas as linhas do resultado” — ainda sofrendo os efeitos do cenário macroeconômico difícil para o consumo de eletroeletrônicos e da reestruturação em andamento na companhia.
“Sem dúvidas, em termos de rentabilidade, acreditamos que este deve ser mais um trimestre a ser esquecido”, destacam os analistas.
Os analistas preveem que a Casas Bahia perderá volume de compra no quarto trimestre de 2023, enquanto a expectativa é de que os concorrentes devam se beneficiar do alto fluxo de compra no período, especialmente durante a Black Friday.
Para os analistas, apesar de o ciclo de afrouxamento monetário já ter começado no Brasil, a queda dos juros e da inflação ainda não mostrou efeitos relevantes no nível de endividamento familiar e de confiança do consumidor.
Outros dois pontos que devem pressionar os números da Casas Bahia — assim como aconteceu com o Magazine Luiza — no 4T23 são a base forte de comparação do ano anterior devido à Copa do Mundo e o cenário restritivo de fornecimento de crédito, que tende a impactar o setor de consumo como um todo.
Com o fornecimento de crédito limitado, a venda de produtos de ticket médio mais elevado como telefonia, eletrodomésticos, televisões e móveis — categorias consideradas fundamentais para o e-commerce da Casas Bahia — deve ser impactada pela redução do consumo no trimestre, segundo os analistas.
O que esperar das ações BHIA3
É fato que o mercado está cético em relação ao futuro das ações da Casas Bahia (BHIA3).
De acordo com dados da plataforma TradeMap, os papéis da varejista atualmente contam hoje com seis recomendações de manutenção e uma de venda.
A XP Investimentos é uma das casas que tem recomendação neutra para as ações BHIA3. Segundo a corretora, a visão cautelosa para a empresa é baseada no momento de transformação estratégica e financeira em que a varejista se encontra atualmente, já que a reestruturação têm pressionado os últimos balanços da Casas Bahia.
Os analistas projetam resultados trimestrais fracos no curto prazo, impactados pelas taxas de juros elevadas e renda pressionada.
Além disso, os analistas destacam os riscos do cenário competitivo no varejo, especialmente com a aceleração de investimentos de rivais estrangeiras como Shopee, Amazon e Mercado Livre no Brasil.
A XP ainda avalia que existem riscos de execução no processo de reestruturação da Casas Bahia, que prevê entregas de melhorias mais concretas apenas em 2025.
“Existem riscos de execução associados às entregas dessas iniciativas, que aumentam em meio a um ambiente competitivo mais acirrado. Além disso, a competição exige mais investimentos e, portanto, pode obrigar a empresa a escolher entre investir em seu plano estratégico ou proteger participação de mercado”, escreveram os analistas.
O Santander, que também tem recomendação neutra para as ações da Casas Bahia, estabeleceu um preço-alvo de R$ 2,2 para os papéis, implicando em uma desvalorização potencial de 72%.
Nubank (ROXO34) pode estar ajudando a ‘drenar’ os clientes de Tim (TIMS3) e Vivo (VIVT3); entenda
Segundo a XP, o avanço da Nucel pode estar acelerando a migração de clientes para a Claro e pressionando rivais como Tim e Vivo, o que sinaliza uma mudança mais rápida na dinâmica competitiva do setor
Bradespar (BRAP4) distribui quase R$ 600 milhões em dividendos e JCP; pagamento será feito em duas etapas
Do total anunciado, R$ 330 milhões correspondem aos dividendos e R$ 257 milhões aos juros sobre capital próprio (JCP); Localiza também detalha distribuição de proventos
Falta de luz em SP: Prejuízo a bares, hotéis e restaurantes pode chegar a R$ 100 milhões
Estimativa da Fhoresp é que 5 mil estabelecimentos foram atingidos pelo apagão
Isa Energia (ISAE4) recebe upgrade duplo do JP Morgan depois de comer poeira na bolsa em 2025
Após ficar atrás dos pares em 2025, a elétrica recebeu um upgrade duplo de recomendação. Por que o banco vê potencial de valorização e quais os catalisadores?
Não colou: por que a Justiça barrou a tentativa do Assaí (ASAI3) de se blindar de dívidas antigas do Pão de Açúcar
O GPA informou, nesta segunda (15), que o pedido do Assaí por blindagem contra passivos tributários anteriores à cisão das duas empresas foi negado pela Justiça
Braskem (BRKM5) com novo controlador: IG4 fecha acordo com bancos e tira Novonor do comando
Gestora fecha acordo com bancos credores, avança sobre ações da Novonor e pode assumir o controle da petroquímica
São Paulo às escuras: quando a Enel assumiu o fornecimento de energia no estado? Veja o histórico da empresa
Somente no estado, a concessionária atende 24 municípios da região metropolitana, sendo responsável por cerca de 70% da energia distribuída
Concessão da Enel em risco: MP pede suspensão da renovação, e empresa promete normalizar fornecimento até o fim do dia
O MPTCU defende a divisão da concessão da Enel em partes menores, o que também foi recomendado pelo governador de São Paulo
Cemig (CMIG4) promete investir cifra bilionária nos próximos anos, mas não anima analistas
Os analistas do Safra cortaram o preço-alvo das ações da empresa de R$ 13,20 para R$ 12,50, indicando um potencial de alta de 13% no próximo ano
Casas Bahia (BHIA3) avança em mudança de estrutura de capital e anuncia emissão de R$ 3,9 bilhões em debêntures
Segundo o documento, os recursos obtidos também serão destinados para reperfilamento do passivo de outras emissões de debêntures ou para reforço de caixa
Azul (AZUL4) avança no Chapter 11 com sinal verde da Justiça dos EUA, e CEO se pronuncia: ‘dívida está baixando 60%’
Com o plano aprovado, grande parte da dívida pré-existente será revertida em ações, permitindo que a empresa levante recursos
Bancos oferecem uma mãozinha para socorrer os Correios, mas proposta depende do sinal verde do Tesouro Nacional
As negociações ganharam fôlego após a entrada da Caixa Econômica Federal no rol de instituições dispostas a emprestar os recursos
Mais de R$ 9 bilhões em dividendos e JCP: Rede D’Or (RDOR3) e Engie (EGIE3) preparam distribuição de proventos turbinada
Os pagamentos estão programados para dezembro de 2025 e 2026, beneficiando quem tiver posição acionária até as datas de corte
BRK Ambiental: quem é a empresa que pode quebrar jejum de IPO após 4 anos sem ofertas de ações na bolsa brasileira
A BRK Ambiental entrou um pedido na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) para realizar um IPO; o que esperar agora?
Os bastidores da nova fase da Riachuelo (GUAR3), segundo o CEO. Vale comprar as ações agora?
Em entrevista ao Money Times, André Farber apresenta os novos projetos de expansão da varejista, que inaugura loja-conceito em São Paulo
O rombo de R$ 4,3 bilhões que quase derrubou o império de Silvio Santos; entenda o caso
Do SBT à Tele Sena, o empresário construiu um dos maiores conglomerados do país, mas quase perdeu tudo no escândalo do Banco Panamericano
Citi corta recomendação para Auren (AURE3) e projeta alta nos preços de energia
Banco projeta maior volatilidade no setor elétrico e destaca dividendos como diferencial competitivo
De sucos naturais a patrocínio ao campeão da Fórmula 1: quem colocou R$ 10 mil na ação desta empresa hoje é milionário
A história da Monster Beverage, a empresa que começou vendendo sucos e se tornou uma potência mundial de energéticos, multiplicando fortunas pelo caminho
Oi (OIBR3) ganha mais fôlego para pagamentos, mas continua sob controle da Justiça, diz nova decisão
Esse é mais um capítulo envolvendo a Justiça, os grandes bancos credores e a empresa, que já está em sua segunda recuperação judicial
Larry Ellison, cofundador da Oracle, perdeu R$ 167 bilhões em um só dia: veja o que isso significa para as ações de empresas ligadas à IA
A perda vem da queda do valor da empresa de tecnologia que oferece softwares e infraestrutura de nuvem e da qual Ellison é o maior acionista
