🔴 AÇÕES PARA INVESTIR EM JULHO: CONFIRA CARTEIRA COM 10 RECOMENDAÇÕES – ACESSE GRATUITAMENTE

Camille Lima

Camille Lima

Repórter de bancos e empresas no Seu Dinheiro. Bacharel em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS). Já passou pela redação do TradeMap.

ENTREVISTA EXCLUSIVA

Lucro da Taurus (TASA4) desaba com “efeito Lula” — mas CEO revela como empresa quer se “blindar” dos ventos contrários em 2024

Salesio Nuhs contou para o Seu Dinheiro as principais apostas da fabricante de armas para este ano — e deu um “spoiler” sobre o que esperar dos dividendos em 2024

Camille Lima
Camille Lima
28 de março de 2024
14:36
Salesio Nuhs, CEO da Taurus (TASA4)
Salesio Nuhs, CEO da Taurus (TASA4) - Imagem: Divulgação

O ano passado não foi fácil para a Taurus (TASA4). Em meio à uma política desarmamentista do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o lucro líquido da fabricante brasileira de armas despencou 64,9% no quarto trimestre em base anual, para R$ 42,5 milhões. 

No acumulado de 2023 — primeiro ano do governo Lula 3 —, os ganhos encolheram 70,6%, saindo de algo próximo de meio bilhão de reais em 2022 para os atuais R$ 152,8 milhões.

O desempenho negativo da empresa é, em boa parte, resultado da indefinição jurídica com relação ao setor no Brasil, afirmou o CEO global da Taurus, Salesio Nuhs, em entrevista exclusiva ao Seu Dinheiro.

“O mercado interno da companhia, que é relevante para os resultados, simplesmente não existiu. Tivemos um ano sem vendas para o mercado civil”, disse Nuhs.

Questionado sobre o “efeito Lula” sobre o resultado financeiro de 2023, o presidente da Taurus destacou que o governo é “ideologicamente contra o segmento”, mas que o Estado não deveria administrar o país apenas de forma ideológica.

“Nosso segmento é importante para o país: gera um faturamento de aproximadamente R$ 20 bilhões e emprega diretamente 70 mil famílias. Ou seja, o nosso setor não pode ser tratado de forma ideológica; deve ser tratado de forma econômica”, disse o executivo.

Leia Também

“A Taurus é uma empresa estratégica de defesa, então é assim que o governo tem que olhar para tal. Nós não podemos politizar esse segmento”, acrescentou. 

O decreto de Lula e a demora na regulamentação

Vale lembrar que, logo no início de 2023, foi publicado o Decreto 11.366, que reduziu o acesso a armas no Brasil e deveria ser regulamentado no prazo de três meses — o que não ocorreu até dezembro do ano passado. 

No fim de 2023, a regulamentação definiu os aspectos até então pendentes, como as autorizações de novas aquisições de armas pelos CACs (colecionadores, atiradores desportivos e caçadores) e a possibilidade de novos registros

Entretanto, o processo de compras de armas de fogo — incluindo calibres restritos por parte de Polícias Militares, Corpos de Bombeiros Militares e do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República — ainda está sob revisão.

“Ainda que a regulamentação hoje em vigor não seja a mais positiva para o setor, quase todos os aspectos estão definidos, o que permite que o mercado doméstico possa finalmente ser retomado”, escreveu a administração da Taurus, no relatório financeiro. 

Na visão do CEO, houve momentos em 2023 que mais pareciam “plena campanha eleitoral”. “Passando o efeito da política e dos palanques eleitorais, eu acho que nós temos que entregar resultado em 2024. O país precisa entregar resultado”, disse. 

Outros números da Taurus (TASA4) no 4T23

A situação não foi diferente do lado da receita operacional líquida, que recuou 29,9% nos três últimos meses de 2023 em comparação com igual intervalo do ano anterior, para R$ 419,1 milhões. No ano, o indicador caiu 29,8%, a R$ 1,78 bilhão.

Como citado pelo CEO, o principal detrator do resultado da Taurus foi o mercado interno, onde a receita desabou 70,5% no último trimestre frente a 2022, a R$ 67,4 milhões. No mesmo período, no mercado externo, a empresa registrou uma leve queda de 4,7% na receita, a R$ 351,7 milhões.

O resultado doméstico foi pressionado pelo mercado civil, que quase não registrou vendas em 2023. No ano passado, inclusive, a Polícia Federal contabilizou o menor número de novos registros de armas de fogo para defesa pessoal desde 2004, com 20.822 novos cadastros.

O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado caiu 76,5% no trimestre contra o mesmo período de 2022, a R$ 39 milhões. No ano, o indicador recuou 67,7%, a R$ 256,9 milhões.

Por sua vez, a margem Ebitda ajustada recuou 18,5 pontos percentuais no trimestre na comparação anual, a 9,3%. No ano, a margem diminuiu 16,9 p.p, a 14,4%.

A empresa destaca ainda a margem bruta, que chegou a 35,4% no fim de 2023 — acima do percentual anualizado de empresas internacionais do setor, como a Ruger (24,6%) e a Smith & Wesson (27,5%).

Enquanto isso, a dívida líquida da Taurus cresceu 48,6% em 2023 ante 2022, chegando a R$ 324,6 milhões no fim de dezembro.

  • Análises aprofundadas, relatórios e recomendações de investimentos, entrevistas com grandes players do mercado: tenha tudo isso na palma da sua mão, entrando em nossa comunidade gratuita no WhatsApp. Basta clicar aqui. 

Como a Taurus quer se “blindar” para 2024?

O ano de 2023 foi “um período de desafios” para o setor de armas, segundo o CEO da Taurus (TASA4), especialmente no mercado brasileiro. 

No cenário local, as vendas no Brasil foram interrompidas durante o ano em função da falta de regulamentação. Já do lado internacional, a valorização do real frente ao dólar também impactou a receita, já que a Taurus é uma empresa fortemente exportadora. 

Com relação às exportações para o resto do mundo, onde a Taurus atende majoritariamente forças militares e de defesa, várias licitações internacionais tiveram processos interrompidos em 2023, principalmente após o início do conflito da Ucrânia e Israel. 

Já para este ano, a expectativa da Taurus é positiva tanto no mercado local quanto estrangeiro. Mas de qualquer forma, o CEO Salesio Nuhs revelou para o Seu Dinheiro os planos da fabricante de armas para se “blindar” dos riscos.

Para o mercado brasileiro, a empresa vê uma retomada do varejo após a regulamentação do setor por aqui, com recuperação de condições e segurança jurídica para os consumidores voltarem a comprar. 

Mas caso a venda para civis continue pressionada em 2024, a Taurus já está reforçando os lançamentos para o segmento de “Law Enforcement” — isto é, equipamentos para o segmento militar — para diminuir a dependência do mercado civil brasileiro.

Enquanto isso, no exterior, o executivo da Taurus prevê outro impulsionador para 2024: as eleições presidenciais nos Estados Unidos, marcadas para novembro.

Na visão do CEO, a corrida à Casa Branca pode aumentar a demanda por armas, já que normalmente a incerteza sobre uma potencial mudança mais restritiva nas legislações para o setor resulta em um aquecimento das vendas.

Por isso, a estratégia da Taurus para os mercados globais será focada no lançamento de produtos para civis para reforçar o portfólio com maior participação de revólveres.

Investimentos no exterior e dividendos

Outra estratégia tática da Taurus (TASA4) para mitigar os riscos da operação é o aumento de investimentos no exterior, com duas potenciais joint ventures a serem lançadas na Índia e na Arábia Saudita.

No caso da Índia, a companhia brasileira realizou um investimento em tecnologia para criar uma unidade industrial em parceria com uma empresa local indiana.

A joint venture iniciou a produção no país neste mês e a expectativa é que passe por um “ramp-up” (aceleração, em tradução livre) ao longo de 2024.

Por sua vez, na Arábia Saudita, a Taurus deu mais um passo nas negociações para a criação da joint venture em dezembro, ao assinar um term sheet (acordo preliminar) não vinculante com a empresa árabe de defesa Scopa Military Industries.

Se for confirmada, a nova companhia terá como objetivo a fabricação de armas Taurus na Arábia Saudita e a comercialização em toda a região do Conselho de Cooperação do Golfo.

De acordo com o CEO, a previsão é que o plano de negócios seja apresentado para avaliação da Taurus entre o segundo e o terceiro trimestre de 2024.

“A operação está caminhando muito mais rápido do que na Índia. A Arábia Saudita tem uma característica: as decisões são muito rápidas e, por isso, devemos ter um pouco mais de precaução, até porque estamos construindo uma parceria para o futuro”, disse o CEO.

Dividendos

Para além dos investimentos na gringa, o CEO Salesio Nuhs também tocou em um dos pontos de maior atenção dos investidores: os dividendos.

Segundo Nuhs, a Taurus pretende manter a política atual de dividendos, de distribuição de 35% do lucro líquido do ano aos acionistas.

Porém, de acordo com o CEO, há possibilidade de um pagamento extraordinário de proventos, uma vez que a companhia possui cerca de R$ 300 milhões em reserva de lucros. “É uma reserva estatutária que pode ser destinada 100% a dividendos, de acordo com o caixa.”

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
FIM DO CASAMENTO?

Kraft Heinz estuda separação, pondo fim ao ‘sonho grande’ de Warren Buffett e da 3G Capital, de Lemann

12 de julho de 2025 - 10:53

Com fusão orquestrada pela gestora brasileira e o Oráculo de Omaha, marcas americanas consideram cisão, diz jornal

COMPRE 1 E LEVE 10

Conselho de administração da Ambipar (AMBP3) aprova desdobramento de ações, e proposta segue para votação dos acionistas

11 de julho de 2025 - 19:03

Se aprovado, os papéis resultantes da operação terão os mesmos direitos das atuais, inclusive em relação ao pagamento de proventos

VALE A PENA?

Acionistas da Gol (GOLL54) têm até segunda (14) para tomar decisão importante sobre participação na empresa

11 de julho de 2025 - 17:28

A próxima segunda-feira (14) é o último dia para os acionistas exercerem direito de subscrição. Será que vale a pena?

NOVO CAPÍTULO JUDICIAL

Braskem (BRKM5) volta ao centro da crise em Maceió com ação que cobra R$ 4 bilhões por desvalorização de 22 mil imóveis

11 de julho de 2025 - 17:26

Pedido judicial coletivo alega perdas imobiliárias provocadas pela instabilidade geológica em cinco bairros da capital alagoana, diz site

DE OLHO NO FUTURO

É hora de adicionar SLC Agrícola (SLCE3) na carteira e três analistas dizem o que chama atenção nas ações

11 de julho de 2025 - 17:24

As recomendações de compra das instituições vêm na esteira do Farm Day, evento anual realizado pela companhia

VENDA DE ATIVOS

MRV (MRVE3) resolve estancar sangria na Resia, mesmo deixando US$ 144 milhões “na mesa”; ações lideram altas na bolsa

11 de julho de 2025 - 15:25

Construtora anunciou a venda de parte relevante ativos da Resia, mesmo com prejuízo contábil de US$ 144 milhões

BUSINESS AS USUAL

ESG ainda não convence gestores multimercados, mas um segmento é exceção

11 de julho de 2025 - 15:23

Mesmo em alta na mídia, sustentabilidade ainda não convence quem toma decisão de investimento, mas há brechas de oportunidade

VEM AÍ

Méliuz diz que está na fase final para listar ações nos EUA; entenda como vai funcionar

11 de julho de 2025 - 15:03

Objetivo é aumentar a visibilidade das ações e abrir espaço para eventuais operações financeiras nos EUA, segundo a empresa

CARRO SUSTENTÁVEL

Governo zera IPI para carros produzidos no Brasil que atendam a quatro requisitos; saiba quais modelos já se enquadram no novo sistema

11 de julho de 2025 - 12:03

Medida integra programa nacional de descarbonização da frota automotiva do país

CASAMENTO POSTERGADO

CVM adia de novo assembleia sobre fusão entre BRF (BRFS3) e Marfrig (MRFG3); ações caem na B3

11 de julho de 2025 - 10:58

Assembleia da BRF que estava marcada para segunda-feira (14) deve ser adiada por mais 21 dias; transação tem sido alvo de críticas por parte de investidores, que contestam o cálculo apresentado pelas empresas

FUSÕES E AQUISIÇÕES

Telefônica Brasil (VIVT3) compra fatia da Fibrasil por R$ 850 milhões; veja os detalhes do acordo que reforça a rede de fibra da dona da Vivo

10 de julho de 2025 - 20:01

Com a operação, a empresa de telefonia passará a controlar 75,01% da empresa de infraestrutura, que pertencia ao fundo canadense La Caisse

ATENÇÃO ACIONISTAS

Dividendos e JCP: Santander (SANB11) vai distribuir R$ 2 bilhões em proventos; confira os detalhes

10 de julho de 2025 - 19:25

O banco vai distribuir proventos aos acionistas na forma de juros sobre capital próprio, com pagamento programado para agosto

REAÇÃO À PRÉVIA OPERACIONAL

Moura Dubeux (MDNE3) surpreende com vendas recordes no 2T25, e mercado vê fôlego para mais crescimento

10 de julho de 2025 - 19:17

Com crescimento de 25% nas vendas líquidas, construtora impressiona analistas de Itaú BBA, Bradesco BBI, Santander e Safra; veja os destaques da prévia

MAIS UMA DERROTA

Justiça barra recurso da CSN (CSNA3) no caso Usiminas (USIM5) e encerra mais um capítulo da briga, diz jornal; entenda o desfecho

10 de julho de 2025 - 18:04

A disputa judicial envolvendo as duas companhias começou há mais de uma década, quando a empresa de Benjamin Steinbruch tentou uma aquisição hostil da concorrente

NA LINHA DE FRENTE

A Petrobras (PETR4) vai se dar mal por causa de Trump? Entenda o impacto das tarifas para a estatal

10 de julho de 2025 - 13:14

A petroleira adotou no momento uma postura mais cautelosa, mas especialistas dizem o que pode acontecer com a companhia caso a taxa de 50% dos EUA entre em vigor em 1 de agosto

PONDERAÇÃO PARA INVESTIDORES

Nem toda boa notícia é favorável: entenda por que o UBS mudou sua visão sobre Itaú (ITUB4), mesmo com resultados fortes

10 de julho de 2025 - 10:17

Relatório aponta que valorização acelerada da ação e preço atual já incorporam boa parte dos ganhos futuros do banco

LUZ VERDE

Azul (AZUL4) dá mais um passo na recuperação judicial e consegue aprovação de petições nos EUA

9 de julho de 2025 - 19:02

A aérea tem mais duas audiências marcadas para os dias 15 e 24 de julho que vão discutir pontos como o empréstimo DIP, que soma US$ 1,6 bilhão

PRÁTICAS IRREGULARES

A acusação séria que fez as ações da Suzano (SUZB3) fecharem em queda de quase 2% na bolsa

9 de julho de 2025 - 17:54

O Departamento do Comércio dos EUA identificou que a empresa teria exportado mercadorias com preço abaixo do normal por quase um ano

MAIORES DETENTORES DE BITCOIN

Uma brasileira figura entre as 40 maiores empresas com bitcoin (BTC) no caixa; confira a lista

9 de julho de 2025 - 16:45

A empresa brasileira tem investido pesado na criptomoeda mais valiosa do mundo desde março deste ano

PROPORÇÃO 1 PARA 3

Em um bom momento na bolsa, Direcional (DIRR3) propõe desdobramento de ações. Veja como vai funcionar

9 de julho de 2025 - 16:07

A proposta será votada em assembleia no dia 30 de julho, e a intenção é que o desdobramento seja na proporção de 1 para 3

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar