Itaú (ITUB4): o que fazer com as ações após mais um balanço surpreendente? Veja a recomendação dos analistas
Reação favorável ao resultado do 3T24 do maior banco privado brasileiro é praticamente unânime; confira a visão e as indicações dos analistas para o Itaú
Nem sempre um bom barco navega em todos os ambientes com a mesma eficiência. Seja uma jangada ou um transatlântico, cada um tem seus pontos fortes e fracos, a depender da situação. Mas o Itaú (ITUB4) parece ser imune a todas as situações adversas que aparecem pelo caminho.
E quem diz isso não é este que vos fala, mas os analistas que cobrem o banco. Em seus respectivos relatórios, as instituições destacam o bom desempenho do Itaú no terceiro trimestre deste ano.
Mesmo antes da publicação dos resultados, o JP Morgan afirmou que o banco é um “bom ativo para todos os climas” e as expectativas de crescimento eram bastante altas.
A média das projeções coletadas pelo Seu Dinheiro apontava para um lucro líquido recorrente de R$ 10,424 bilhões no terceiro trimestre, com um ROE de 21,4%.
Na publicação dos resultados de ontem (4), o Itaú reportou um lucro líquido recorrente de R$ 10,675 bilhões, um aumento de 18,1% em relação ao mesmo período do ano passado, e um ROE de 22,7% no terceiro trimestre.
“Acreditamos que o trimestre reafirma a capacidade do Itaú de atender às expectativas com lucratividade bem acima das pares do setor privado. Mantemos a recomendação de compra”, dizem os analistas do Goldman Sachs.
Leia Também
A XP foi além nos elogios ao classificar o balanço como notável. “Um resultado para a história”, escreveram os analistas.
Por volta das 14h, as ações do Itaú (ITUB4) subiam 2,10%, negociadas a R$ 36,04. No ano, os papéis do maior banco privado brasileiro acumulam alta de 10,72%, segundo o Tradingview.
- Bancos tradicionais ou digitais: quem leva a melhor na temporada de balanços? Cadastre-se sem custos para conferir a divulgação de resultados em primeira mão
Itaú (ITUB4): uma lupa nos negócios
Antes do balanço, havia alguma preocupação em relação à margem financeira (NII, na sigla em inglês) dos clientes.
Entretanto, a linha que contabiliza o ganho do banco com a concessão de crédito menos os custos de captação avançou 8,5% na comparação com o mesmo período do ano passado, com uma melhora dos volumes, spreads e margem de passivos.
O resultado do Itaú também foi beneficiado pela reversão parcial das provisões que o banco incluiu no balanço após o calote da Americanas.
Assim, o chamado custo do crédito — que inclui as despesas com provisões — registrou uma queda de 11% em 12 meses, para R$ 8,2 bilhões.
O resultado foi impactado pela reversão de cerca de R$ 500 milhões
Vale lembrar que o Itaú tinha uma exposição de R$ 2,7 bilhões à Americanas e havia provisionado 100% do valor. No balanço deste trimestre, o banco reverteu R$ 500 milhões dessas provisões — ou seja, menos do que os 30% do valor dos créditos que recuperou da varejista, de acordo com os analistas do JP Morgan.
Até quando o Itaú vai manter o pé no acelerador?
O banco vem surpreendendo o mercado com resultados acima do esperado já há algum tempo. No entanto, ainda que os negócios sigam a todo vapor, as perspectivas para o futuro dificultam um otimismo exacerbado em razão da questão macroeconômica.
Começando pela eleição nos Estados Unidos, a chance de Donald Trump assumir a presidência do país aumentou nas últimas semanas. Com o republicano à frente da Casa Branca, a tendência é de um dólar cada vez mais forte contra o real.
A desvalorização da moeda brasileira deve corroborar com a perspectiva de um cenário de juros mais elevados.
- GRATUITO: Leitor do Seu Dinheiro pode acessar análises exclusivas sobre a temporada de balanços em primeira mão; veja como
Inclusive, a desvalorização do real frente a outras moedas ajudou a expandir “artificialmente” a carteira de crédito total do banco, o que fez o Itaú alterar a projeção (guidance) para essa linha do balanço específica.
“Predominam, neste momento, para 2025, sinalizações de uma certa exaustão de ímpeto de crescimento, dado um nível de juros mais elevado, cujo ciclo já se iniciou”, afirmam os analistas do BB Investimentos.
Ainda assim, o Itaú deve ser a instituição que melhor consegue navegar nesse contexto, segundo os analistas, que têm recomendação de compra para os papéis do banco..
Os principais riscos que permanecem para os próximos balanços são de retornos (ROEs) persistentemente baixos na Colômbia e no Chile, crescimento de receita mais fraco que o esperado e aumento da competição por clientes de alta renda — onde o Itaú é líder de mercado.
Melhora do capital — e dividendos do Itaú
O lucro multibilionário permitiu ao Itaú ampliar o índice de capital principal em 0,60 ponto percentual, para 13,7%. Esse indicador serve como um indicador da capacidade de um banco de absorver perdas.
Com bem mais capital do que o necessário para operar, a expectativa de que o Itaú distribua o excedente aos acionistas em forma de dividendos — o que foi confirmado mais cedo pelo CEO do banco, Milton Maluhy Filho, na manhã desta terça-feira (5).
“Vemos o banco mantendo uma forte posição de capital e liquidez”, dizem os analistas da XP, que destacam que, em 2023 os indicadores de capital eram ligeiramente inferiores aos atuais e o payout (percentual do lucro distribuído aos acionistas) do banco atingiu mais de 60%.
“Assim, estimamos que o Itaú poderia pagar mais de 70% este ano”, conclui o relatório da XP, que recomenda a compra das ações do banco.
Para o BTG, é difícil não ter o Itaú em sua carteira, especialmente em um cenário em que "você precisa" ter alguma exposição ao Brasil. “O Itaú continua sendo nossa principal escolha entre os bancos brasileiros”, escrevem.
Larissa Quaresma, analista da Empiricus, destaca que, em um cenário econômico mais adverso, onde a inadimplência tende a aumentar, “o conservadorismo do banco vem a calhar”. “Negociando a 1,8x seu valor patrimonial, um elevado prêmio sobre Bradesco (1,0x) e Santander (1,2x), mantemos a recomendação de compra para Itaú”, diz.
Petrobras (PETR4): com novo ciclo de investimentos, dividendos devem viver montanha-russa, segundo Itaú BBA e XP
O novo ciclo de investimentos da Petrobras (PETR4) tende a reduzir a distribuição de proventos no curto prazo, mas cria as bases para dividendos mais robustos no médio prazo, disseram analistas. A principal variável de risco segue sendo o preço do petróleo, além de eventuais pressões de custos e riscos operacionais. Na visão do Itaú […]
Depois de despencarem quase 12% nesta terça, ações da Azul (AZUL4) buscam recuperação com otimismo do CEO
John Rodgerson garante fluxo de caixa positivo em 2026 e 2027, enquanto reestruturação reduz dívidas em US$ 2,6 bilhões
Ozempic genérico vem aí? STJ veta prorrogação de patente e caneta emagrecedora mais em conta deve chegar às farmácias em 2026
Decisão do STJ mantém vencimento da patente da semaglutida em março de 2026 e abre espaço para a chegada de versões genéricas mais baratas do Ozempic no Brasil
Por que tantas empresas estão pagando dividendos agora — e por que isso pode gerar uma conta alta para o investidor no futuro
A antecipação de dividendos tomou a B3 após o avanço da tributação a partir de 2026, mas essa festa de proventos pode esconder riscos para o investidor
Cosan (CSAN3) vende fatia da Rumo (RAIL3) e reforça caixa após prejuízo bilionário; ações caem forte na B3
A holding reduziu participação na Rumo para reforçar liquidez, mas segue acompanhando desempenho da companhia via derivativos
Raízen (RAIZ4) recebe mais uma baixa: S&P reduz nota de crédito para ‘BBB-‘, de olho na alavancagem
Os analistas da agência avaliam que a companhia enfrenta dificuldades para reduzir a alavancagem, em um cenário de dívida nominal considerável e queima de caixa
Fim da era Novonor na Braskem (BRKM5) abre oportunidade estratégica que a Petrobras (PETR4) tanto esperava
A saída da Novonor da Braskem abre espaço para a Petrobras ampliar poder na petroquímica. Confira o que diz a estatal e como ficam os acionistas minoritários no meio disso tudo
Fusão entre Petz (PETZ3) e Cobasi finalmente vai sair do papel: veja cronograma da operação e o que muda para acionistas
As ações da Petz (PETZ3) deixarão de ser negociadas na B3 ao final do pregão de 2 de janeiro de 2026, e novas ações ordinárias da Cobasi serão creditadas aos investidores
Adeus, telefone fixo: Vivo anuncia fim de operação e deixa para trás uma história de memória afetiva para milhões de brasileiros
Ao encerrar o regime de concessão do telefone fixo, a Vivo sela o fim de um modelo que moldou a comunicação no Brasil por décadas
Vamos (VAMO3), LOG CP (LOGG3), Blau Farmacêutica (BLAU3) anunciam mais de R$ 500 milhões em dividendos; Rede D´Or (RDOR3) aprova recompra de ações
A LOG fica com a maior parte da distribuição aos acionistas, ou R$ 278,5 milhões; Rede D´Or já havia anunciado pagamento de proventos e agora renova a recompra de ações
Itaúsa (ITSA4) vai bonificar investidor com novas ações; saiba quem tem direito a participar
Quem é acionista da holding vai ganhar 2 ações bônus a cada 100; operação acontece depois do aumento de capital
Casas Bahia (BHIA3) busca fôlego financeiro com nova emissão, mas Safra vê risco para acionistas
Emissão bilionária de debêntures promete reduzir dívidas e reforçar caixa, mas analistas dizem que pode haver uma diluição pesada para quem tem ações da varejista
Banco do Brasil (BBAS3) ou Bradesco (BBDC4)? Um desses bancos está na mira dos investidores estrangeiros
Em roadshow com estrangeiros nos EUA, analistas do BTG receberam muitas perguntas sobre as condições do Banco do Brasil e do Bradesco para 2026; confira
Um novo controlador será capaz de resolver (todos) os problemas da Braskem (BRKM5)? Analistas dizem o que pode acontecer agora
O acordo para a saída da Novonor do controle da petroquímica reacendeu entre os investidores a expectativa de uma solução para os desafios da empresa. Mas só isso será suficiente para levantar as ações BRKM5 outra vez?
Nubank (ROXO34) pode estar ajudando a ‘drenar’ os clientes de Tim (TIMS3) e Vivo (VIVT3); entenda
Segundo a XP, o avanço da Nucel pode estar acelerando a migração de clientes para a Claro e pressionando rivais como Tim e Vivo, o que sinaliza uma mudança mais rápida na dinâmica competitiva do setor
Bradespar (BRAP4) distribui quase R$ 600 milhões em dividendos e JCP; pagamento será feito em duas etapas
Do total anunciado, R$ 330 milhões correspondem aos dividendos e R$ 257 milhões aos juros sobre capital próprio (JCP); Localiza também detalha distribuição de proventos
Falta de luz em SP: Prejuízo a bares, hotéis e restaurantes pode chegar a R$ 100 milhões
Estimativa da Fhoresp é que 5 mil estabelecimentos foram atingidos pelo apagão
Isa Energia (ISAE4) recebe upgrade duplo do JP Morgan depois de comer poeira na bolsa em 2025
Após ficar atrás dos pares em 2025, a elétrica recebeu um upgrade duplo de recomendação. Por que o banco vê potencial de valorização e quais os catalisadores?
Não colou: por que a Justiça barrou a tentativa do Assaí (ASAI3) de se blindar de dívidas antigas do Pão de Açúcar
O GPA informou, nesta segunda (15), que o pedido do Assaí por blindagem contra passivos tributários anteriores à cisão das duas empresas foi negado pela Justiça
Braskem (BRKM5) com novo controlador: IG4 fecha acordo com bancos e tira Novonor do comando
Gestora fecha acordo com bancos credores, avança sobre ações da Novonor e pode assumir o controle da petroquímica
