Gol (GOLL4) reduz prejuízo no 3T24, mas dívida aumenta e foco segue no desfecho da recuperação judicial — analista recomenda venda das ações
Sob turbulência financeira, a aérea registrou prejuízo de R$ 830,2 milhões e queda no Ebitda; veja os destaques do balanço
Em recuperação judicial nos Estados Unidos desde o começo do ano, a Gol (GOLL4) segue voando sob turbulência financeira. A aérea registrou um prejuízo líquido de R$ 830,2 milhões no terceiro trimestre de 2024.
O valor ainda é elevado, mas representa uma melhora de 36,2% em relação às perdas de R$ 1,3 bilhão do mesmo período do ano passado.
Enquanto isso, o Ebitda (indicador usado para mensurar o potencial de geração de caixa de um negócio) recuou 60,7% em relação ao mesmo intervalo de 2023, a R$ 491 milhões.
O indicador foi pressionado pelo desembolso de R$ 700 milhões em gastos não recorrentes, principalmente relacionados ao processo de reestruturação de dívidas da aérea nos EUA.
Se desconsiderados esses efeitos, o Ebitda recorrente teria encolhido apenas 4,6% na base anual, totalizando R$ 1,19 bilhão nos últimos três meses, de acordo com a companhia.
A primeira reação do mercado aos números é positiva. As ações GOLL4 iniciaram o pregão desta quarta-feira (13) em alta. Por volta das 10h28, os papéis subiam 1,87%, negociados a R$ 1,09.
Leia Também
No acumulado do ano, porém, a companhia ainda amarga desvalorização de 87% na bolsa brasileira.
Outras linhas do balanço da Gol (GOLL4) no 2T24
Mas se a linha de lucratividade continuou no vermelho, o faturamento da Gol (GOLL4) já deu sinais de melhora entre julho e setembro.
A receita líquida da avançou 6,3% no terceiro trimestre em comparação com o mesmo período de 2023, para R$ 4,96 bilhões.
De acordo com a empresa, o desempenho foi ajudado pelas divisões de voos de carga GOLLOG e do programa de fidelidade Smiles, que contribuíram para o desempenho financeiro com um aumento de 19,5% nas receitas.
Por outro lado, a dívida da companhia segue pesada, como você pode conferir a seguir:
- Endividamento líquido: R$ 27,58 bilhões (+43,4% a/a);
- Dívida bruta total: R$ 29,5 bilhões (+46% a/a);
- Alavancagem (dívida líquida ajustada sobre Ebitda dos últimos 12 meses): 5,5 vezes;
- Caixa total: R$ 1,9 bilhão (+91,1% a/a, mas redução de 26,7% em relação à posição de caixa no início do trimestre).
Os custos e despesas operacionais da Gol subiram 10,8% em relação ao terceiro trimestre de 2023, a R$ 4,25 bilhões.
Os empréstimos e financiamentos contabilizados chegaram a R$ 19,3 bilhões no fim do trimestre. Desse total, cerca de R$ 5,5 bilhões são relativos ao financiamento na modalidade “debtor in possession” (DiP loan), mecanismo que permitiu que a empresa continuasse operando enquanto reestruturava as dívidas durante a RJ.
No terceiro trimestre, a Gol gerou R$ 697 milhões de caixa nas operações, mas o fluxo de caixa financeiro consumiu R$ 903 milhões no trimestre, devido às amortizações de dívidas financeiras, pagamentos de juros e de arrendamento.
- GRÁTIS: Reportagens, análises e tudo o que você precisa saber sobre esta temporada de balanços para investir melhor; cadastre-se gratuitamente para acessar
Após balanço fraco, todos os olhos ficam na reestruturação financeira
Segundo os analistas do BTG Pactual, os resultados fracos já eram esperados, especialmente pelos impactos das enchentes no Rio Grande do Sul e pela fraca sazonalidade do terceiro trimestre.
No entanto, o balanço da aérea ficou abaixo das estimativas mais conservadoras do banco, especialmente do lado dos indicadores de lucro.
Para os analistas, depois dos números fracos do 3T24, todos os olhos agora estarão voltados para o avanço da Gol no processo de saída da recuperação judicial.
Após mais de dez meses enfrentando um duro processo de recuperação judicial nos Estados Unidos (Chapter 11), a Gol deu mais um passo em direção ao fim da crise financeira na semana passada, agora com um acordo com o grupo controlador Abra.
A aérea assumiu o compromisso de apresentar um plano de reorganização que permita uma “significativa redução da alavancagem”. Você confere aqui os detalhes do acordo entre a Gol e o Abra.
Basicamente, a empresa se comprometeu a eliminar até US$ 1,7 bilhão (cerca de R$ 10,4 bilhões, no câmbio atual) em dívidas anteriores ao Chapter 11, seja por conversão em ações e/ou por quitação dos débitos de outra forma.
Além disso, a companhia fará uma redução de até US$ 850 milhões em outras obrigações.
“Com este acordo, temos a maior parte dos principais termos do nosso plano de reestruturação definido”, disse o CEO Celso Ferrer, em comunicado.
A companhia ainda pode captar até US$ 1,85 bilhão (R$ 11,3 bilhões) em uma nova injeção de capital, na forma de uma linha de crédito de saída no Chapter 11, para quitar o financiamento DIP.
A Gol espera apresentar seu plano de reorganização no procedimento de Chapter 11 até o final deste ano. A expectativa é sair do processo até o final de abril de 2025, fortalecendo a estrutura de capital e o potencial de crescimento da empresa.
Mesmo com os avanços no processo de renegociação de dívidas, o BTG manteve recomendação de venda para as ações GOLL4, com preço-alvo de R$ 1 para os próximos 12 meses, uma desvalorização potencial de 6,5% em relação ao último fechamento.
Nvidia (NVDC34) tem resultados acima do esperado no 3T25 e surpreende em guidance; ações sobem no after market
Ações sobem quase 4% no after market; bons resultados vêm em meio a uma onda de temor com uma possível sobrevalorização ou até bolha das ações ligadas à IA
Hora de vender MOTV3? Motiva fecha venda de 20 aeroportos por R$ 11,5 bilhões, mas ação não decola
O valor da operação representa quase um terço dos R$ 32 bilhões de valor de mercado da empresa na bolsa. Analistas do BTG e Safra avaliam a transação
Nem o drible de Vini Jr ajudaria: WePink de Virginia fecha acordo de R$ 5 milhões após denúncias e fica proibida de vender sem estoque
Marca da influenciadora terá que mudar modelo de vendas, reforçar atendimento e adotar controles rígidos após TAC com o MP-GO
Patria dá mais um passo em direção à porta: gestora vende novo bloco de ações da Smart Fit (SMFT3), que entram em leilão na B3
Conforme adiantado pelo Seu Dinheiro em reportagem exclusiva, o Patria está se preparando para zerar sua posição na rede de academias
BRB contratará auditoria externa para apurar fatos da operação Compliance da PF, que investiga o Banco Master
Em comunicado, o banco reafirma seu compromisso com as melhores práticas de governança, transparência e prestação de informações ao mercado
O futuro da Petrobras (PETR4): Margem Equatorial, dividendos e um dilema bilionário
Adriano Pires, sócio-fundador do CBIE e um dos maiores especialistas em energia do país, foi o convidado desta semana do Touros e Ursos para falar de Petrobras
ChatGPT vs. Gemini vs. Llama: qual IA vale mais a pena no seu dia a dia?
A atualização recoloca o Google na disputa com o ChatGPT e o Llama, da Meta; veja o que muda e qual é a melhor IA para cada tipo de tarefa
Magazine Luiza (MGLU3) e Americanas (AMER3) fecham parceria para o e-commerce; veja
Aliança cria uma nova frente no e-commerce e intensifica a competição com Mercado Livre e Casas Bahia
Governador do DF indica Celso Eloi para comandar o BRB; escolha ainda depende da Câmara Legislativa
A nomeação acontece após o afastamento judicial de Paulo Henrique Costa, em meio à operação da PF que mira irregularidades envolvendo o Banco Master
Ele foi o segundo maior banco privado do Brasil e seu jingle resistiu ao tempo, mas não acabou numa boa
Do auge ao colapso: o caso Bamerindus marcou o FGC por décadas como um dos maiores resgates do FGC da história — até o Banco Master
Cedae informa suspensão do pagamento do resgate de CDBs do Banco Master presentes na sua carteira de aplicações
Companhia de saneamento do Rio de Janeiro não informou montante aplicado nos papéis, mas tinha R$ 248 milhões em CDBs do Master ao final do primeiro semestre
A história do banco que patrocinou o boné azul de Ayrton Senna e protagonizou uma das maiores fraudes do mercado financeiro
Banco Nacional: a ascensão, a fraude contábil e a liquidação do banco que virou sinônimo de solidez nos anos 80 e que acabou exposto como protagonista de uma das maiores fraudes da história bancária do país
Oncoclínicas (ONCO3) confirma vencimento antecipado de R$ 433 milhões em CDBs do Banco Master
Ações caem forte no pregão desta terça após liquidação extrajudicial do banco, ao qual o caixa da empresa está exposto
Por que Vorcaro foi preso: PF investiga fraude de R$ 12 bilhões do Banco Master para tentar driblar o BC e emplacar venda ao BRB
De acordo com informações da Polícia Federal, o fundador do Master vendeu mais de R$ 12 bilhões em carteiras de crédito inexistentes ao BRB e entregou documentos falsos ao Banco Central para tentar justificar o negócio com o banco estatal de Brasília
Banco Central nomeia liquidante do Banco Master e bloqueia bens de executivos, inclusive do dono, Daniel Vorcaro
O BC também determinou a liquidação extrajudicial de outras empresas do grupo, como a corretora, o Letsbank e o Banco Master de Investimento
Cloudflare cai e arrasta X, ChatGPT e outros serviços nesta terça-feira (18)
Falha em um dos principais provedores de infraestrutura digital deixou diversos sites instáveis e fora do ar
Liquidado: de crescimento acelerado à crise e prisão do dono, relembre como o Banco Master chegou até aqui
A Polícia Federal prendeu o dono da empresa, Daniel Vorcaro, em operação para apurar suspeitas de crimes envolvendo a venda do banco para o BRB, Banco de Brasília.
BTG Pactual (BPAC11) quer transformar o Banco Pan (BPAN4) em sua subsidiária; confira proposta
Segundo fato relevante publicado, cada acionista do Pan receberá 0,2128 unit do BTG para cada ação, exceto o Banco Sistema, que já integra a estrutura de controle. A troca representa um prêmio de 30% sobre o preço das ações preferenciais do Pan no fechamento de 13 de outubro de 2025
Polícia Federal prende Daniel Vorcaro, dono do Banco Master; BC decreta liquidação extrajudicial da instituição
O Banco Central (BC) decretou a liquidação extrajudicial do Master, que vinha enfrentando dificuldades nos últimos meses
Azzas 2154 (AZZA3) e Marcopolo (POMO4) anunciam mais de R$ 300 milhões em dividendos e juros sobre capital próprio (JCP)
Dona da Arezzo pagará R$ 180 milhões, e fabricante de ônibus, R$ 169 milhões, fora os JCP; veja quem tem direito aos proventos
