CEO da Arezzo (ARZZ3) fala em “big bang” da moda brasileira com fusão com Soma (SOMA3) e aposta em internacionalização
O CEO da Arezzo, Alexandre Birman, ficará responsável pelo comando da nova empresa, enquanto o atual presidente executivo do Soma, Roberto Jatahy, comandará a unidade de vestuário feminino
O setor de varejo foi estremecido pelo anúncio do “negócio do ano” no universo de moda na manhã desta segunda-feira (05): a fusão entre a Arezzo (ARZZ3) e o Grupo Soma (SOMA3).
A operação será responsável por formar o maior grupo de moda da América Latina, com 34 marcas sob o novo guarda-chuva — incluindo nomes como Arezzo, Alexandre Birman, Animale, Schutz, Hering e Farm.
Alexandre Birman, herdeiro do conglomerado Arezzo, ficará responsável pelo comando da nova gigante de moda e atuará como CEO. Já o atual presidente executivo do Soma, Roberto Jatahy, ficará à frente da unidade de vestuário feminino.
“Vocês estão celebrando o maior big bang da moda brasileira, que é o início de uma nova era”, afirmou Birman, durante encontro com investidores e jornalistas.
O chefão da Soma, Jatahy, ainda destaca a necessidade de reanimar o mercado de moda brasileiro enquanto mira em uma expansão internacional.
“Estamos criando o maior grupo de moda da América Latina. O sonho grande é uma coisa global, internacional. Já pensamos muito na América Latima, mas queremos aumentar ainda mais o nosso mercado endereçável.”
Leia Também
As ações de ambas as companhias reagem em queda à confirmação do negócio hoje na B3. Mas vale lembrar que os papéis dispararam na semana passada, quando saíram as primeiras notícias sobre a fusão.
O resultado da fusão entre Arezzo (ARZZ3) e Soma (SOMA3)
Depois da conclusão do negócio, a estrutura da “SomArezzo” deve ser dividida em quatro unidades de negócio independentes — calçados e bolsas; vestuário feminino; vestuário masculino; e “vestuário democrático” —, cada qual com seu respectivo CEO.
Rony Meisler permanecerá como CEO da unidade AR&Co e Thiago Hering seguirá à frente da unidade que leva seu sobrenome.
As verticais de negócio serão suportadas por quatro cargos de chefia (o famoso “C-level”) nas áreas de finanças, tecnologia, operações e recursos humanos.
Os executivos abordaram também uma das principais preocupações dos analistas: as diferentes culturas corporativas das empresas envolvidas.
“Essas quatro empresas terão independência total nas suas operações, mas, com a criação dessa nova companhia e com esses ‘c-levels’, haverá uma nova cultura, mas respeitando a forma blindada e peculiaridades de cada unidade”, disse o CEO Alexandre Birman.
Já de acordo com Jutahy, “existe uma divisão muito clara de onde está a autonomia desse CEO de negócios de compromisso com geração de caixa, da forma que ele acredita fazer melhor”.
“Cada um tem seu estilo e entende melhor como gerar valor. Muitas vezes, temos culturas diferentes entre as empresas, mas o que não pode é ter princípios e valores diferentes.”
Benchimol no conselho
Pela primeira vez na história, Guilherme Benchimol, co-fundador da XP, fará parte de um conselho de administração externo e se tornará conselheiro da nova empresa formada pela Arezzo e Soma.
A XP, aliás, foi uma das assessoras financeiras da fusão entre os grupos de moda.
O restante do conselho deverá ser formado majoritariamente por mulheres e por executivos com experiência nos cargos de conselheiros administrativos.
Em entrevista coletiva, Roberto Jatahy, do Soma, afirmou que as negociações da operação entre o Soma e a Arezzo tiveram início há quase três anos, quando os dois conglomerados disputaram pelo controle da Hering.
De lá para cá, foram 15 encontros entre as duas empresas e inúmeras ligações recorrentes até traçarem o acordo que veio a público, contou Jatahy.
- VEJA TAMBÉM EM A DINHEIRISTA - Posso parar de pagar pensão alimentícia para filha que não vejo há quatro anos?
Os números da nova gigante do varejo de moda
Com a fusão entre Arezzo e Soma, a nova empresa contará com um total combinado de 559 lojas e 1.520 franquias. Já em relação a funcionários, a força de trabalho da companhia chegará a 21,8 mil pessoas.
Em termos financeiros, juntas, Arezzo e Soma faturaram R$ 11,97 bilhões no terceiro trimestre de 2023. Enquanto isso, o lucro líquido combinado chegou a R$ 753 milhões no período.
Na visão de Roberto Jatahy, o objetivo da fusão entre o Soma (SOMA3) e a Arezzo (ARZZ3) é maximizar os retornos da empresa — e o principal meio para atingir os resultados são as sinergias operacionais. “Com a margem bruta que a gente tem, nossas grandes sinergias serão em receita e despesas operacionais.”
Para Birman, este ano será de reestruturação, com capturas de resultados previstas apenas para 2025. “Nós não estamos com pressa. Esse será um ano de muita sinergia, com troca de melhores práticas, equalização de processos e integração de plataformas, com sistemas, projetos e logística”, revela o CEO.
“Queremos deixar um território muito bem plantado para que, em 2025, essas receitas adicionais e otimização nas negociações gerem uma grande alavancagem de receita.”
O nome da nova companhia deve ser revelado apenas em meados de 2024. Já a conclusão do negócio, que depende de aprovações societárias e regulatórias, como o aval do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), está prevista para o próximo ano.
“A opinião dos nossos assessores financeiros é de que a aprovação pelo Cade não será uma questão complexa”, afirma Rafael Sachete, diretor financeiro (CFO) da Arezzo&Co.
- Leia também: Os planos de Alexandre Birman, CEO da Arezzo: crescer no vestuário feminino e consolidar o e-commerce
E como ficam os acionistas de Soma (SOMA3) e Arezzo (ARZZ3)?
Após a incorporação do Grupo Soma pela Arezzo, os investidores que possuírem papéis SOMA3 receberão 0,120446593048 ação ARZZ3.
Nessa relação de troca, os acionistas da Arezzo&Co ficarão com 54% da futura empresa e os do Grupo Soma com os 46% restantes.
Desse modo, na nova estrutura acionária, a família Birman deve passar a deter 21,31% do capital da nova empresa, enquanto os controladores do Grupo Soma ficarão com 16,45%.
As ações dos controladores estarão vinculadas a um acordo de acionistas com “lock-up” de 10 anos — que impede esses acionistas de venderem suas respectivas participações na empresa. Nos primeiros cinco anos, o acordo estará “mais travado”, com uma liberação de 25% dos papéis. Já os 75% restantes entre os anos seguintes.
Já os demais investidores, responsáveis por uma participação de 62,25% da nova empresa, não terão ações vinculadas.
Petrobras (PETR4): com novo ciclo de investimentos, dividendos devem viver montanha-russa, segundo Itaú BBA e XP
O novo ciclo de investimentos da Petrobras (PETR4) tende a reduzir a distribuição de proventos no curto prazo, mas cria as bases para dividendos mais robustos no médio prazo, disseram analistas. A principal variável de risco segue sendo o preço do petróleo, além de eventuais pressões de custos e riscos operacionais. Na visão do Itaú […]
Depois de despencarem quase 12% nesta terça, ações da Azul (AZUL4) buscam recuperação com otimismo do CEO
John Rodgerson garante fluxo de caixa positivo em 2026 e 2027, enquanto reestruturação reduz dívidas em US$ 2,6 bilhões
Ozempic genérico vem aí? STJ veta prorrogação de patente e caneta emagrecedora mais em conta deve chegar às farmácias em 2026
Decisão do STJ mantém vencimento da patente da semaglutida em março de 2026 e abre espaço para a chegada de versões genéricas mais baratas do Ozempic no Brasil
Por que tantas empresas estão pagando dividendos agora — e por que isso pode gerar uma conta alta para o investidor no futuro
A antecipação de dividendos tomou a B3 após o avanço da tributação a partir de 2026, mas essa festa de proventos pode esconder riscos para o investidor
Cosan (CSAN3) vende fatia da Rumo (RAIL3) e reforça caixa após prejuízo bilionário; ações caem forte na B3
A holding reduziu participação na Rumo para reforçar liquidez, mas segue acompanhando desempenho da companhia via derivativos
Raízen (RAIZ4) recebe mais uma baixa: S&P reduz nota de crédito para ‘BBB-‘, de olho na alavancagem
Os analistas da agência avaliam que a companhia enfrenta dificuldades para reduzir a alavancagem, em um cenário de dívida nominal considerável e queima de caixa
Fim da era Novonor na Braskem (BRKM5) abre oportunidade estratégica que a Petrobras (PETR4) tanto esperava
A saída da Novonor da Braskem abre espaço para a Petrobras ampliar poder na petroquímica. Confira o que diz a estatal e como ficam os acionistas minoritários no meio disso tudo
Fusão entre Petz (PETZ3) e Cobasi finalmente vai sair do papel: veja cronograma da operação e o que muda para acionistas
As ações da Petz (PETZ3) deixarão de ser negociadas na B3 ao final do pregão de 2 de janeiro de 2026, e novas ações ordinárias da Cobasi serão creditadas aos investidores
Adeus, telefone fixo: Vivo anuncia fim de operação e deixa para trás uma história de memória afetiva para milhões de brasileiros
Ao encerrar o regime de concessão do telefone fixo, a Vivo sela o fim de um modelo que moldou a comunicação no Brasil por décadas
Vamos (VAMO3), LOG CP (LOGG3), Blau Farmacêutica (BLAU3) anunciam mais de R$ 500 milhões em dividendos; Rede D´Or (RDOR3) aprova recompra de ações
A LOG fica com a maior parte da distribuição aos acionistas, ou R$ 278,5 milhões; Rede D´Or já havia anunciado pagamento de proventos e agora renova a recompra de ações
Itaúsa (ITSA4) vai bonificar investidor com novas ações; saiba quem tem direito a participar
Quem é acionista da holding vai ganhar 2 ações bônus a cada 100; operação acontece depois do aumento de capital
Casas Bahia (BHIA3) busca fôlego financeiro com nova emissão, mas Safra vê risco para acionistas
Emissão bilionária de debêntures promete reduzir dívidas e reforçar caixa, mas analistas dizem que pode haver uma diluição pesada para quem tem ações da varejista
Banco do Brasil (BBAS3) ou Bradesco (BBDC4)? Um desses bancos está na mira dos investidores estrangeiros
Em roadshow com estrangeiros nos EUA, analistas do BTG receberam muitas perguntas sobre as condições do Banco do Brasil e do Bradesco para 2026; confira
Um novo controlador será capaz de resolver (todos) os problemas da Braskem (BRKM5)? Analistas dizem o que pode acontecer agora
O acordo para a saída da Novonor do controle da petroquímica reacendeu entre os investidores a expectativa de uma solução para os desafios da empresa. Mas só isso será suficiente para levantar as ações BRKM5 outra vez?
Nubank (ROXO34) pode estar ajudando a ‘drenar’ os clientes de Tim (TIMS3) e Vivo (VIVT3); entenda
Segundo a XP, o avanço da Nucel pode estar acelerando a migração de clientes para a Claro e pressionando rivais como Tim e Vivo, o que sinaliza uma mudança mais rápida na dinâmica competitiva do setor
Bradespar (BRAP4) distribui quase R$ 600 milhões em dividendos e JCP; pagamento será feito em duas etapas
Do total anunciado, R$ 330 milhões correspondem aos dividendos e R$ 257 milhões aos juros sobre capital próprio (JCP); Localiza também detalha distribuição de proventos
Falta de luz em SP: Prejuízo a bares, hotéis e restaurantes pode chegar a R$ 100 milhões
Estimativa da Fhoresp é que 5 mil estabelecimentos foram atingidos pelo apagão
Isa Energia (ISAE4) recebe upgrade duplo do JP Morgan depois de comer poeira na bolsa em 2025
Após ficar atrás dos pares em 2025, a elétrica recebeu um upgrade duplo de recomendação. Por que o banco vê potencial de valorização e quais os catalisadores?
Não colou: por que a Justiça barrou a tentativa do Assaí (ASAI3) de se blindar de dívidas antigas do Pão de Açúcar
O GPA informou, nesta segunda (15), que o pedido do Assaí por blindagem contra passivos tributários anteriores à cisão das duas empresas foi negado pela Justiça
Braskem (BRKM5) com novo controlador: IG4 fecha acordo com bancos e tira Novonor do comando
Gestora fecha acordo com bancos credores, avança sobre ações da Novonor e pode assumir o controle da petroquímica
