Casas Bahia (BHIA3): CEO prevê antecipar “transformação” da varejista com recuperação extrajudicial; ações disparam mais de 30% na B3
Questionados durante a teleconferência, os diretores da varejista deram poucos detalhes sobre potencial diluição de acionistas após conversão da dívida dos credores em ações
Menos de 24 horas após anunciar uma recuperação extrajudicial multibilionária, a Casas Bahia (BHIA3) convocou uma teleconferência com investidores para mais detalhes sobre o acordo com credores, protagonizada pelo CEO Renato Franklin.
A principal mensagem da conferência foi a “tranquilidade” que a varejista ganhou com o acordo. Afinal, a recuperação extrajudicial trouxe o alongamento do prazo de vencimento de dívidas que somam R$ 4,1 bilhões.
A cifra diz respeito aos débitos relacionados às 6ª, 7ª, 8ª e 9ª séries de debêntures da varejista, além das CCBs que ela tem com o Bradesco e o Banco do Brasil. Com a renegociação, o prazo passa de 22 meses para 72 meses.
Segundo o CEO, a recuperação extrajudicial trata-se de um “importante acordo que é uma solução definitiva e estrutural” para a crise financeira da varejista.
Para o executivo, o acordo dá mais fôlego para a companhia aproveitar as oportunidades de negócios e ainda antecipar alavancas do plano de transformação operacional, anunciado em agosto de 2023 — que deve ser concluído no fim deste ano.
“Temos um plano consistente que dá base para pensar no longo prazo, em vez de acordos pontuais que solucionem apenas problemas de curto prazo”, afirmou o CEO da Casas Bahia, em conferência com analistas.
Leia Também
Cyrela (CYRE3) propõe aumento e capital e distribuição bilionária de dividendos, mas ações caem na bolsa: o que aconteceu?
“Dívidas com vencimento a curto prazo demandam bastante trabalho de tesouraria, mas, agora, a empresa vai poder trabalhar bastante focada na operação, com redução de custos, diversificação de mix e alavancas operacionais”, disse Franklin.
A Casas Bahia (BHIA3) operou em forte alta na B3 nesta segunda-feira (29). As ações encerraram a sessão em disparada de 34,19%, negociadas a R$ 7,30. No ano, os papéis da varejista ainda acumulam queda de 36% na bolsa brasileira.
A grande dúvida sobre a recuperação extrajudicial
Mas apesar do tom positivo da teleconferência, os diretores da Casas Bahia (BHIA3) deixaram de lado uma das principais dúvidas dos investidores e analistas: a diluição de acionistas após conversão da dívida em ações.
Isso porque o plano de renegociação de dívidas da varejista determina a emissão de debêntures em três séries. A primeira inclui 37% do crédito de todos os credores, equivalente a R$ 1,5 bilhão.
Já os 63% restantes (R$ 2,6 bilhões) serão divididos em duas séries, de credores parceiros e não parceiros.
Segundo o acordo, os credores parceiros — isto é, os bancos credores que mantenham as atuais condições de eventuais linhas não sujeitas à recuperação extrajudicial e/ou disponibilizem novos recursos à companhia — poderão converter os valores que lhe são devidos em ações da Casas Bahia.
A conversão em equity pode ser realizada entre 18 e 26 meses, com deságio de 20% em relação ao preço médio dos últimos 90 dias
Questionado sobre uma diluição potencial e direito de preferência dos acionistas, o diretor financeiro (CFO) da Casas Bahia (BHIA3), Elcio Mitsuhiro Ito, deixou de fora a resposta de qual será o possível impacto de diluição dos atuais investidores após a conversão da dívida em ações.
“As novas debêntures de série 2 conferem direito de prioridade aos atuais acionistas. O plano prevê que, caso haja exercício da prioridade, os recursos desse pagamento serão pagos pela companhia aos credores parceiros que terão uma parcela reduzida das debêntures”, disse Ito.
Na avaliação da XP Investimentos, existe o risco de uma diluição potencial de até 83%, assumindo os preços atuais e nenhum comprometimento dos atuais acionistas.
- “Preferimos estar concentrados em empresas de alta qualidade de execução”, diz a analista Larissa Quaresma; veja as 10 ações que compõem seu portfólio atual
Casas Bahia (BHIA3): oportunidades e riscos no radar
Outros pontos abordados pelo CEO Renato Franklin na conferência foram os desafios e oportunidades no radar da Casas Bahia (BHIA3).
“O acordo é um passo muito importante que permite ter mais foco e acelerar alguns milestones do plano transformacional da companhia. Estamos cientes dos desafios que temos na mesa em um mercado desafiador do jeito que está atualmente”, afirmou Franklin.
De acordo com o presidente da Casas Bahia, a estratégia da varejista não será impactada pelo reperfilamento de dívidas: o foco continuará sendo a rentabilidade da operação, com corte de custos e melhora da margem bruta.
“De 2025 em diante, ainda tem melhorias a serem feitas, mas a Casas Bahia já começa a focar em captura de valor através de CRM, precificação, inauguração de lojas no modelo de store in store e evolução nas soluções financeiras. Talvez com um pouco mais de fôlego de caixa a gente consiga antecipar alavancas e melhorar o resultado.”
Vale destacar que a renegociação de dívidas ainda deve passar por análise do Juízo sem eventuais objeções até a homologação do plano. A expectativa é que a recuperação extrajudicial seja aprovada em até 40 dias, segundo o CEO.
Dividendos e JCP: Ambev (ABEV3) anuncia distribuição farta aos acionistas; Banrisul (BRSR6) também paga proventos
Confira quem tem direito a receber os dividendos e JCP anunciados pela empresa de bebidas e pelo banco, e veja também os prazos de pagamento
Correios não devem receber R$ 6 bilhões do Tesouro, diz Haddad; ajuda depende de plano de reestruturação
O governo avalia alternativas para reforçar o caixa dos Correios, incluindo a possibilidade de combinar um aporte com um empréstimo, que pode ser liberado ainda este ano
Rede de supermercados Dia, em recuperação judicial, tem R$ 143,3 milhões a receber do Letsbank, do Banco Master
Com liquidação do Master, há dúvidas sobre os pagamentos, comprometendo o equilíbrio da rede de supermercados, que opera queimando caixa e é controlada por um fundo de Nelson Tanure
Nubank avalia aquisição de banco para manter o nome “bank” — e ainda pode destravar vantagens fiscais com isso
A fintech de David Vélez analisa dois caminhos para a licença bancária no Brasil; entenda o que está em discussão
Abra Group, dona da Gol (GOLL54) e Avianca, dá mais um passo em direção ao IPO nos EUA e saída da B3; entenda
Esse é o primeiro passo no processo para abertura de capital, que possibilita sondar o mercado antes de finalizar a proposta
Por que a Axia Energia (AXIA3), ex-Eletrobras, aprovou um aumento de capital de R$ 30 bilhões? A resposta pode ser boa para o bolso dos acionistas
O objetivo do aumento de capital é manter o equilíbrio financeiro da empresa ao distribuir parte da reserva de lucros de quase R$ 40 bilhões
Magazine Luiza (MGLU3) aposta em megaloja multimarcas no lugar da Livraria Cultura para turbinar faturamento
Com cinco marcas sob o mesmo teto, a megaloja Galeria Magalu resgata a memória da Livraria Cultura, cria palco para conteúdo e promete ser a unidade mais lucrativa da varejista
Dividendos e bonificação em ações: o anúncio de mais de R$ 1 bilhão da Klabin (KLBN11)
A bonificação será de 1%, terá como data-base 17 de dezembro e não dará direito aos dividendos anunciados
Dividendos e recompra de ações: a saída bilionária da Lojas Renner (LREN3) para dar mais retorno aos acionistas
A varejista apresentou um plano de proventos até 2030, mas nesta segunda-feira (8) divulgou uma distribuição para os acionistas; confira os prazos
Vale (VALE3) é a ação preferida dos investidores de commodities. Por que a mineradora não é mais a principal escolha do UBS BB?
Enquanto o banco suíço prefere outro papel no setor de mineração, Itaú BBA e BB-BI reafirmam a recomendação de compra para a Vale; entenda os motivos de cada um
Cemig (CMIG4) ganha sinal verde da Justiça de Minas para a venda de usinas
A decisão de primeira instância havia travado inclusive o contrato decorrente do leilão realizado em 5 de dezembro de 2024
Nubank (NU/ROXO34) pode subir cerca de 20% em 2026, diz BB Investimentos: veja por que banco está mais otimista com a ação
“Em nossa visão o Nubank combina crescimento acelerado com rentabilidade robusta, algo raro no setor, com diversificação de receitas, expansão geográfica promissora e a capacidade de escalar com custos mínimos sustentando nossa visão positiva”, escreve o BB Investimentos.
“Selic em 15% não tem cabimento”, diz Luiza Trajano. Presidente e CEO do Magazine Luiza (MGLU3) criticam travas ao varejo com juros nas alturas
Em evento com jornalistas nesta segunda-feira (8), a empresária Luiza Trajano voltou a pressionar pela queda da Selic, enquanto o CEO Frederico Trajano revelou as perspectivas para os juros e para a economia em 2026
IRB (IRBR3) dispara na bolsa após JP Morgan indicar as ações como favoritas; confira
Os analistas da instituição também revisaram o preço-alvo para 2026, de R$ 54 para R$ 64 por ação, sugerindo potencial de alta de cerca de 33%
SpaceX, de Elon Musk, pode retomar posto de startup mais valiosa do mundo, avaliada em US$ 800 bilhões em nova rodada de investimentos, diz WSJ
A nova negociação, se concretizada, dobraria o valuation da empresa de Musk em poucos meses
Localiza (RENT3) propõe emitir ações preferenciais e aumento de capital
A Localiza, que tem uma frota de 600.000 carros, disse que as novas ações também seriam conversíveis em ações ordinárias
Fitch elevou rating da Equatorial Transmissão e de suas debêntures; veja o que baseou essa decisão
Sem grandes projetos à vista, a expectativa é de forte distribuição de dividendos, equivalente a 75% do lucro líquido regulatório a partir de 2026, afirma a Fitch.
Correios vetam vale-natal de R$ 2,5 mil a funcionários, enquanto aguardam decisão da Fazenda
A estatal negocia uma dívida de R$ 20 bilhões com bancos e irá fazer um programa de desligamento voluntário
Por que o Itaú BBA acredita que há surpresas negativas na compra da Warner pela Netflix (NTFLX34)
Aquisição bilionária amplia catálogo e fortalece marca, mas traz riscos com alavancagem, sinergias e aprovação regulatória, diz relatório
3tentos (TTEN3): veja por que Bank of America, XP e BBA compartilham otimismo com a ação, que já avança 30% em 2025
Vemos a 3tentos como uma história de crescimento sólida no setor agrícola, com um forte histórico, como demonstrado pela sua expansão no MT nos últimos 4 anos, diz Bank of America
