Bem passada? Ações da Vale caem e arrastam outras gigantes do setor — saiba se é a hora de excluir VALE3 do menu de investimentos
A companhia apresentou o relatório de produção e vendas do quarto trimestre no dia anterior e os bancões avaliam a performance da empresa
A Vale apresentou os resultados operacionais do quarto trimestre dentro de um caldeirão e a expectativa de bancões como o Goldman Sachs era de que as ações VALE3 tivessem uma reação neutra à performance da empresa. Só que nesta nesta terça-feira (30), os papéis operam em baixa na B3 — será que a mineradora passou do ponto?
Para o titã de Wall Street, a produção de minério de ferro da Vale em 89,4 milhões de toneladas ficou 7% acima do esperado, e a produção de ferrosos foi uma surpresa positiva — mas a média de 62,1% em conteúdo ferroso foi pior do que o esperado e o prêmio em finos ficou negativo em US$ 1,1 por tonelada.
O BTG Pactual também avaliou o desempenho da Vale como em linha com as expectativas. Segundo o banco de investimentos, o relatório de produção revelou melhorias em diversas frentes.
“Notavelmente, a empresa superou sua orientação de produção de minério de ferro para 2023 com um total de 321Mt (vs. 315Mt), proporcionando um resultado positivo para os investidores”, disse o BTG em relatório.
O banco destacou ainda que a principal preocupação dos investidores — a produção de minério de ferro de Carajás — registrou uma melhoria de 8% ano a ano.
Já o Bank of America (BofA) afirma que a Vale reportou números fortes de produção de minério de ferro no quarto trimestre de 2023, embora as vendas tenham ficado abaixo da previsão do banco em 1,6%.
Leia Também
Em relação aos preços, o BofA observa que a realização dos valores de minério de ferro finos e pelotas ficou cerca de 2% acima de sua previsão, compensando as realizações mais fracas de níquel e cobre.
A XP também considera que a Vale reportou um desempenho operacional positivo no quarto trimestre de 2023, destacando que a produção mensal de minério de ferro em dezembro de 2023 alcançou os níveis mais altos desde 2018.
Além disso, a corretora projeta um desempenho melhor para o segmento de metais básicos, refletindo volumes e preços acima do esperado, embora o níquel deva permanecer como destaque negativo.
O caldeirão da Vale
Acontece que a Vale foi colocada em um verdadeiro caldeirão pelo governo.
Até a última sexta-feira (26), a administração Lula trabalhava nos bastidores para emplacar o ex-ministro da Fazenda, Guido Mantega, no cargo de presidente da Vale.
A pressão chegou ao ápice com o ministro Alexandre Silveira, de Minas e Energia, telefonando para conselheiros a fim de defender o nome de Mantega, segundo fontes próximas do assunto.
O governo, no entanto, acabou recuando e desistindo de tentar emplacar o ex-ministro no cargo de CEO da mineradora.
Só que no mesmo dia, o Ministério dos Transportes notificou a Vale de uma cobrança de R$ 25,7 bilhões em concessões renovadas antecipadamente no fim do governo Jair Bolsonaro.
PODCAST TOUROS E URSOS - O ano das guerras, Trump rumo à Casa Branca e China mais fraca: o impacto nos mercados
É isso que faz as ações da Vale caírem hoje?
Não há como negar que toda essa pressão do governo em torno da Vale, chegou às ações da mineradora.
No início da tarde desta terça-feira (30), os papéis da mineradora operam em queda de 0,55%, cotadas a R$ 68,79, mas já chegaram a cair quase 2% ao longo do pregão, batendo a mínima intradiária de R$ 68,23. Acompanhe a cobertura ao vivo dos mercados.
Mas não é só a pressão do governo que faz as ações da Vale operarem em queda hoje. Um combo de eventos pressionam os papéis da companhia na Bolsa.
O desempenho da mineradora no quarto trimestre ajuda na queda dos papéis, mas a baixa do preço do minério de ferro também pesa nesse desempenho e arrasta as ações de outras gigantes do setor.
- Gerdau (GGBR4): -0,42%
- Metalúrgica Gerdau (GOAU4): -0,20%
- CSN (CSNA3): -0,77%
- Usiminas (USIM5): -1,40%
- CSN Mineração (CMIN3): -0,15%
É hora de tirar as ações VALE3 do menu?
Diante das altas temperaturas nas quais a Vale se encontra, a pergunta que os investidores se fazem neste momento é se chegou a hora de tirar a Vale da carteira de ações — e a resposta é não.
O Goldman Sachs reiterou a recomendação de compra da Vale por cinco motivos:
- Expectativa de um mercado equilibrado para o minério de ferro em 2024;
- Impulso operacional positivo;
- Exposição relativamente baixa dos investidores;
- Valuation atrativo ante pares;
- Expectativa de apoio político da China.
O BofA também reafirmou a recomendação de compra para as ações da Vale, destacando que o valuation de 3,5% na relação entre valor da empresa e Ebitda (EV/Ebitda) para 2024 é razoável.
Com base no relatório divulgado ontem pela companhia, o BofA calcula que a mineradora deve apresentar um Ebitda de cerca de US$ 6,5 bilhões no balanço do quarto trimestre, previsto para ser divulgado no dia 22 de fevereiro.
O BTG também faz coro com os outros bancões e reiterou a recomendação de compra para a Vale, prevendo uma melhora no ambiente operacional para a mineradora em 2024 — com os mercados de minério de ferro caminhando para mais um ano de déficits e contínuas rodadas de revisões para cima de lucros.
“Estamos agora mais confiantes de que o baixo nível operacional da empresa ficou para trás e que a produção/embarques e o desempenho dos custos deverão continuar a melhorar no futuro”, diz o BTG em relatório.
O banco indicou ainda que a Vale continua sendo um dos nomes preferidos para exposição à reaceleração da economia chinesa.
As 8 ações brasileiras para ficar de olho em 2026, segundo o JP Morgan — e 3 que ficaram para escanteio
O banco entende como positivo o corte na taxa de juros por aqui já no primeiro trimestre de 2026, o que historicamente tende a impulsionar as ações brasileiras
Falta de luz causa prejuízo de R$ 1,54 bilhão às empresas de comércio e serviços em São Paulo; veja o que fazer caso tenha sido lesado
O cálculo da FecomercioSP leva em conta a queda do faturamento na quarta (10) e quinta (11)
Nubank busca licença bancária, mas sem “virar banco” — e ainda pode seguir com imposto menor; entenda o que está em jogo
A corrida do Nubank por uma licença bancária expõe a disputa regulatória e tributária que divide fintechs e bancões
Petrobras (PETR4) detalha pagamento de R$ 12,16 bilhões em dividendos e JCP e empolga acionistas
De acordo com a estatal, a distribuição será feita em fevereiro e março do ano que vem, com correção pela Selic
Quem é o brasileiro que será CEO global da Coca-Cola a partir de 2026
Henrique Braun ocupou cargos supervisionando a cadeia de suprimentos da Coca-Cola, desenvolvimento de novos negócios, marketing, inovação, gestão geral e operações de engarrafamento
Suzano (SUZB3) vai depositar mais de R$ 1 bilhão em dividendos, anuncia injeção de capital bilionária e projeções para 2027
Além dos proventos, a Suzano aprovou aumento de capital e revisou estimativas para os próximos anos. Confira
Quase R$ 3 bilhões em dividendos: Copel (CPLE5), Direcional (DIRR3), Minerva (BEEF3) e mais; confira quem paga e os prazos
A maior fatia dessa distribuição é da elétrica, que vai pagar R$ 1,35 bilhão em proventos aos acionistas
Cade aprova fusão entre Petz (PETZ3) e Cobasi com exigência de venda de lojas em SP
A união das operações cria a maior rede pet do Brasil. Entenda os impactos, os “remédios” exigidos e a reação da concorrente Petlove
Crise nos Correios: Governo Lula publica decreto que abre espaço para recuperação financeira da estatal
Novo decreto permite que estatais como os Correios apresentem planos de ajuste e recebam apoio pontual do Tesouro
Cyrela (CYRE3) propõe aumento e capital e distribuição bilionária de dividendos, mas ações caem na bolsa: o que aconteceu?
A ideia é distribuir esses dividendos sem comprometer o caixa da empresa, assim como fizeram a Axia Energia (AXIA3), ex-Eletrobras, e a Localiza, locadora de carros (RENT3)
Telefônica Brasil (VIVT3) aprova devolução de R$ 4 bilhões aos acionistas e anuncia compra estratégica em cibersegurança
A Telefônica, dona da Vivo, vai devolver R$ 4 bilhões aos acionistas e ainda reforça sua presença em cibersegurança com a compra da CyberCo Brasil
Brasil registra recorde em 2025 com abertura de 4,6 milhões de pequenos negócios; veja quais setores lideram o crescimento
No ano passado, pouco mais de 4,1 milhões de empreendimentos foram criados
Raízen (RAIZ4) vira penny stock e recebe ultimato da B3. Vem grupamento de ações pela frente?
Com RAIZ4 cotada a centavos, a B3 exige plano para subir o preço mínimo. Veja o prazo que a bolsa estipulou para a regularização
Banco Pan (BPAN4) tem incorporação pelo BTG Pactual (BPAC11) aprovada; veja detalhes da operação e vantagens para os bancos
O Banco Sistema vai incorporar todas as ações do Pan e, em seguida, será incorporado pelo BTG Pactual
Dividendos e JCP: Ambev (ABEV3) anuncia distribuição farta aos acionistas; Banrisul (BRSR6) também paga proventos
Confira quem tem direito a receber os dividendos e JCP anunciados pela empresa de bebidas e pelo banco, e veja também os prazos de pagamento
Correios não devem receber R$ 6 bilhões do Tesouro, diz Haddad; ajuda depende de plano de reestruturação
O governo avalia alternativas para reforçar o caixa dos Correios, incluindo a possibilidade de combinar um aporte com um empréstimo, que pode ser liberado ainda este ano
Rede de supermercados Dia, em recuperação judicial, tem R$ 143,3 milhões a receber do Letsbank, do Banco Master
Com liquidação do Master, há dúvidas sobre os pagamentos, comprometendo o equilíbrio da rede de supermercados, que opera queimando caixa e é controlada por um fundo de Nelson Tanure
Nubank avalia aquisição de banco para manter o nome “bank” — e ainda pode destravar vantagens fiscais com isso
A fintech de David Vélez analisa dois caminhos para a licença bancária no Brasil; entenda o que está em discussão
Abra Group, dona da Gol (GOLL54) e Avianca, dá mais um passo em direção ao IPO nos EUA e saída da B3; entenda
Esse é o primeiro passo no processo para abertura de capital, que possibilita sondar o mercado antes de finalizar a proposta
Por que a Axia Energia (AXIA3), ex-Eletrobras, aprovou um aumento de capital de R$ 30 bilhões? A resposta pode ser boa para o bolso dos acionistas
O objetivo do aumento de capital é manter o equilíbrio financeiro da empresa ao distribuir parte da reserva de lucros de quase R$ 40 bilhões