Americanas (AMER3), Marisa (AMAR3), Casas Bahia (BHIA3) e Magalu (MGLU3): como as demissões em massa no varejo podem afetar o caixa das empresas nos próximos anos
Em 2023, principais varejistas listadas na B3 fecharam 320 lojas; reestruturação pode gerar despesas com processos trabalhistas
As demissões derivadas da reestruturação do setor varejista ao longo do ano passado têm potencial para se transformar em processos trabalhistas já em 2025.
As provisões para atender a essas ações na Justiça podem impactar o caixa das empresas, mas as redes se dizem mais preparadas para lidar com o problema.
Geralmente, ciclos corporativos de desligamento podem gerar de 12% a 16% de novas demandas, segundo o advogado, professor e pesquisador da universidade Mackenzie, Denis Sarak. No varejo, ressalta o especialista, esse porcentual tende a ser maior.
"Cada setor tem sua particularidade. E, pela dinâmica do varejo, especificamente as relações dos contratos, esse porcentual é maior, sim", afirma Sarak. "Todo setor tem problemas. No banco, é a hora extra. Na logística, é o desvio e acúmulo de função. E, no varejo, são comissões e prêmios".
Durante 2023, as principais empresas do varejo listadas na B3 fecharam 320 lojas. Os casos mais emblemáticos foram de Americanas (AMER3), que fechou 125 unidades, Marisa (AMAR3), que fechou 91 lojas, Casas Bahia (BHIA3), com 55 lojas, e Magazine Luiza (MGLU), que encerrou 53 lojas.
- VEJA TAMBÉM: usuários do iPhone 16 poderão instalar ferramenta capaz de gerar média de R$ 680 por dia com 3 cliques
Passivo trabalhista pode bater no caixa em até seis anos
O passivo trabalhista pode bater no caixa das empresas em até seis anos, em média, dado que os processos podem ter início em até dois anos após as demissões. A partir daí, ficam sujeitos ao tempo de julgamento pela Justiça do Trabalho.
Leia Também
O sócio do escritório Pimentel Aniceto Advogados, Fabio Pimentel, explica que os ciclos de desligamentos em grandes redes normalmente vêm precedidos de estudos de impacto.
"São decisões tomadas a partir de avaliações relativas não só ao fluxo de vendas, que é o que normalmente leva ao fechamento de lojas, mas também ao impacto trabalhista", afirma.
Casas Bahia (BHIA3) já gastou R$ 1,2 bilhão com processos
A Casas Bahia, que acumulou histórico ruim nesse quesito, alega estar prevenida. "A casa está mais arrumada e o ex-empregado hoje que entra em um processo vai pegar teses de defesa totalmente reestruturadas, relatórios de comissão todos transparentes", conta uma fonte do setor.
No segundo semestre de 2021, a companhia anunciou que teve de separar R$ 1,2 bilhão de uma vez e de forma inesperada para possíveis perdas em processos trabalhistas, além do mesmo montante que já estava provisionado.
O anúncio surpreendeu negativamente o mercado e abalou a confiança de investidores à época, com as ações da empresa chegando a recuar 18%.
Segundo fontes, a rede tinha um problema crônico no pagamento de comissões e a conduta de conciliação na Justiça estimulava a entrada de novos processos.
Ao divulgar os números consolidados de 2023, porém, o CFO da empresa, Elcio Ito, disse que os processos legados, que datam até 2019, são em média, seis vezes mais caros do que os chamados processos recorrentes.
"Observamos redução anual e, à medida que finalizamos esses processos, a despesa e o desembolso de caixa das ações trabalhistas como um todo tendem a cair. As demandas somaram R$ 1,2 bilhão em 2023, mesmo nível do ano anterior. Desse montante, aproximadamente 70% atribuíram-se a processos legados."
"No desligamento já fizemos provisões. Pegamos a estatística, quantos costumam entrar com processos e o valor médio. Fizemos tudo já no terceiro e quarto trimestre", afirmou o CEO da companhia, Renato Franklin, ao Broadcast.
O balanço do segundo trimestre de 2024 mostra que a empresa provisionou R$ 463 milhões, líquidos de reversões. Um ano antes, foram R$ 551 milhões.
Já na Marisa, o montante passou de R$ 35,968 milhões no fim de 2023 para R$ 38,365 milhões no segundo trimestre de 2024, um nível considerado controlado pela gestão da empresa.
Historicamente, a companhia não tem problemas mais sérios ligados a processos trabalhistas na Justiça, já que seus vendedores não têm um modelo de comissão como em varejistas de bens duráveis. Além disso, a empresa reaproveitou parte dos funcionários das lojas fechadas.
Realocação no varejo
No Magazine Luiza, os fechamentos de lojas resultaram em menos demissões do que o normal. A lógica da rede foi eliminar sobreposições e direcionar o público.
Assim, a loja que permanecia aberta, teria maior frequência de clientes e, logo, precisaria de mais funcionários.
Segundo a empresa, em vez de demitir todos os colaboradores das unidades fechadas, a companhia fez a transferência para outras.
"Nos fechamentos de lojas no fim do ano passado e início de 2024, a empresa teve uma taxa de retenção de pessoal de cerca de 70%", informou a empresa ao Broadcast por meio de nota.
No caso da Americanas, as demissões podem ser inseridas nos débitos da Recuperação Judicial, caso os passivos trabalhistas surjam enquanto a empresa tem proteção contra seus credores.
A companhia afirmou, em nota, que o fechamento e abertura de lojas realizados no período informado seguiram a dinâmica de sazonalidade do varejo e o plano de reestruturação da companhia, com foco em rentabilidade. A força de trabalho é realocada em outras unidades da operação.
*Com informações do Estadão Conteúdo
Limpando o nome: Bombril (BOBR4) tem plano de recuperação judicial aprovado pela Justiça de SP
Além da famosa lã de aço, ela também é dona das marcas Mon Bijou, Limpol, Sapólio, Pinho Bril, Kalipto e outras
Vale (VALE3) fecha acima de R$ 70 pela primeira vez em mais de 2 anos e ganha R$ 10 bilhões a mais em valor de mercado
Os papéis VALE3 subiram 3,23% nesta quarta-feira (3), cotados a R$ 70,69. No ano, os ativos acumulam ganho de 38,64% — saiba o que fazer com eles agora
O que faz a empresa que tornou brasileira em bilionária mais jovem do mundo
A ascensão de Luana Lopes Lara revela como a Kalshi criou um novo modelo de mercado e impulsionou a brasileira ao posto de bilionária mais jovem do mundo
Área técnica da CVM acusa Ambipar (AMBP3) de violar regras de recompra e pede revisão de voto polêmico de diretor
O termo de acusação foi assinado pelos técnicos cerca de uma semana depois da polêmica decisão do atual presidente interino da autarquia que dispensou o controlador de fazer uma OPA pela totalidade da companhia
Nubank (ROXO34) agora busca licença bancária para não mudar de nome, depois de regra do Banco Central
Fintech busca licença bancária para manter o nome após norma que restringe uso do termo “banco” por instituições sem autorização
Vapza, Wittel: as companhias que podem abrir capital na BEE4, a bolsa das PMEs, em 2026
A BEE4, que se denomina “a bolsa das PMEs”, tem um pipeline de, pelo menos, 10 empresas que irão abrir capital em 2026
Ambipar (AMBP3) perde avaliação de crédito da S&P após calote e pedidos de proteção judicial
A medida foi tomada após a empresa dar calote e pedir proteção contra credores no Brasil e nos Estados Unidos, alegando que foram descobertas “irregularidades” em operações financeiras
A fortuna de Silvio Santos: perícia revela um patrimônio muito maior do que se imaginava
Inventário do apresentador expõe o tamanho real do império construído ao longo de seis décadas
UBS BB rebaixa Raízen (RAIZ4) para venda e São Martinho (SMTO3) para neutro — o que está acontecendo no setor de commodities?
O cenário para açúcar e etanol na safra de 2026/27 é bastante apertado, o que levou o banco a rever as recomendações e preços-alvos de cobertura
Vale (VALE3): as principais projeções da mineradora para os próximos anos — e o que fazer com a ação agora
A companhia deve investir entre US$ 5,4 bilhões e US$ 5,7 bilhões em 2026 e cerca de US$ 6 bilhões em 2027. Até o fim deste ano, os aportes devem chegar a US$ 5,5 bilhões; confira os detalhes.
Mesmo em crise e com um rombo bilionário, Correios mantêm campanha de Natal com cartinhas para o Papai Noel
Enquanto a estatal discute um empréstimo de R$ 20 bilhões que pode não resolver seus problemas estruturais, o Papai Noel dos Correios resiste
Com foco em expansão no DF, Smart Fit compra 60% da rede de academias Evolve por R$ 100 milhões
A empresa atua principalmente no Distrito Federal e, segundo a Smart Fit, agrega pontos comerciais estratégicos ao seu portfólio
Por que 6 mil aviões da Airbus precisam de reparos: os detalhes do recall do A320
Depois de uma falha de software expor vulnerabilidades à radiação solar e um defeito em painéis metálicos, a Airbus tenta conter um dos maiores recalls da sua história
Os bastidores da crise na Ambipar (AMBP3): companhia confirma demissão de 35 diretores após detectar “falhas graves”
Reestruturação da Ambipar inclui cortes na diretoria e revisão dos controles internos. Veja o que muda até 2026
As ligações (e os ruídos) entre o Banco Master e as empresas brasileiras: o que é fato, o que é boato e quem realmente corre risco
A liquidação do Banco Master levantou dúvidas sobre possíveis impactos no mercado corporativo. Veja o que é confirmado, o que é especulação e qual o risco real para cada companhia
Ultrapar (UGPA3) e Smart Fit (SMFT3) pagam juntas mais de R$ 1,5 bilhão em dividendos; confira as condições
A maior fatia desse bolo fica com a Ultrapar; a Smartfit, por sua vez, também anunciou a aprovação de aumento de capital
RD Saúde (RADL3) anuncia R$ 275 milhões em proventos, mas ações caem na bolsa
A empresa ainda informou que submeterá uma proposta de aumento de capital de R$ 750 milhões
Muito além do Itaú (ITUB4): qual o plano da Itaúsa (ITSA4) para aumentar o pagamento de dividendos no futuro, segundo a CFO?
Uma das maiores pagadoras de dividendos da B3 sinaliza que um novo motor de remuneração está surgindo
Petrobras (PETR4) amplia participação na Jazida Compartilhada de Tupi, que detém com Shell e a portuguesa Petrogal
Os valores a serem recebidos pela estatal serão contabilizados nas demonstrações financeiras do quarto trimestre de 2025
Americanas (AMER3) anuncia troca de diretor financeiro (CFO) quase três anos após crise e traz ex-Carrefour e Dia; veja quem assume
Sebastien Durchon, novo diretor financeiro e de Relações com Investidores da Americanas, passou pelo Carrefour, onde conduziu o IPO da varejista no Brasil e liderou a integração do Grupo Big, e pelo Dia, onde realizou um plano de reestruturação