Ação da dona da Louis Vuitton cai mais de 4% após resultados desanimadores do 2T24 — e a China é uma das culpadas
A empresa de luxo LVMH, dona de marcas como Louis Vuitton e Dior, apresentou queda de 14% no lucro líquido da empresa no primeiro semestre de 2024
O setor de marcas de luxo é visto como “à prova de crises”, mas os investidores estão mostrando que a história não é bem assim.
A temporada de balanços do segundo trimestre de 2024 ganha tração nos Estados Unidos e na Europa, e os resultados das grandes empresas de luxo vêm desanimando o mercado.
Nesta quarta-feira (24), foi a vez dos participantes do mercado reagirem à divulgação do balanço da gigante da moda LVMH.
Maior empresa europeia no mercado de luxo e dona de marcas como Louis Vuitton e Dior, a LVMH apresentou lucro líquido de 7,26 bilhões de euros (US$ 7,87 bilhões) no primeiro semestre de 2024.
O valor representa uma queda de 14% em comparação com o mesmo período do ano anterior.
- “Preferimos estar concentrados em empresas de alta qualidade de execução”, diz a analista Larissa Quaresma; veja as 10 ações que compõem seu portfólio atual
A LVMH também reportou receita de 41,7 bilhões de euros (US$ 45,2 bilhões) no primeiro semestre de 2024.
Leia Também
O montante indica uma redução em 1% em relação ao mesmo período anterior. Além disso, o resultado ficou abaixo das expectativas de analistas, que projetavam receita de 42,3 bilhões de euros (US$ 45,9 bilhões) para a primeira metade do ano.
Após a publicação de números abaixo do esperado, os papéis da empresa passaram a cair em torno de 4% em Paris. Às 12h45, as ações operavam em queda de 4,45%.
O peso da China sobre a dona da Louis Vuitton
Apesar de resistirem por mais tempo, os consumidores de artigos de luxo também são afetados pelas crises econômicas, e esse efeito já está aparecendo na China.
A segunda maior economia do mundo lida com as repercussões da pandemia do coronavírus, o que vem impactando a demanda no setor de bens de luxo há alguns trimestres.
Para a LVMH, a China representa um dos principais mercados da companhia e, de acordo com o relatório do 2T24, o comércio chinês tem sido “desfavorável”.
- Onde investir neste mês? Veja GRATUITAMENTE as recomendações em ações, dividendos, fundos imobiliários, BDRs e criptomoedas
Apenas no segundo trimestre de 2024, a empresa apresentou queda de 14% nas vendas na Ásia, excluindo o Japão.
Porém, a dona da Louis Vuitton já vinha apresentando declínio do consumo chinês. No primeiro trimestre deste ano, as vendas reduziram em 6% no continente, com exceção do Japão. Já no acumulado do semestre, houve uma queda de 10% na comparação com o mesmo período do ano anterior.
Na contramão da Ásia, mercado de luxo no Japão está aquecido
Se o mercado na Ásia dificultou o desempenho da LVMH, o Japão foi na direção oposta. As vendas da gigante do setor de luxo na região aumentaram em 57% no segundo trimestre de 2024, na comparação com o mesmo período do ano passado.
Já no acumulado do semestre, a dona da Louis Vuitton apresentou alta de 44% nas vendas no mercado japonês.
De acordo com a empresa, o “crescimento excepcional” no Japão durante o primeiro semestre do ano foi impulsionado “em particular pelas compras feitas por viajantes chineses”.
O aumento de turistas no país é impulsionado pela desvalorização do iene japonês. Os viajantes aproveitam os preços mais baixos na região e optam por comprar os artigos de luxo no Japão em vez de fazer as aquisições em seus países de origem.
Durante teleconferência de resultados, Jean-Jacques Guiony, o CFO da LVMH afirmou que “no Japão, o tráfego está nas alturas”.
A empresa ainda acrescentou em relatório que o país estava entre as regiões mais fortes para as divisões de moda e artigos de couro, perfumes e cosméticos e relógios e joias durante o período.
Dona da Louis Vuitton não está sozinha
Não é apenas a LVMH que lida com resultados desanimadores no primeiro semestre de 2024. Empresas como Burberry, Hugo Boss, Swatch Group e Richemont também apresentaram resultados abaixo do esperado nesta temporada de balanços.
Na semana passada, a Burberry, gigante britânica do luxo, informou que se a recente desaceleração comercial continuar, espera reportar um prejuízo operacional no primeiro semestre deste ano e um lucro operacional para o ano inteiro abaixo do consenso atual.
Segundo resultados preliminares, a empresa britânica apresentou queda de 23% nas vendas na Ásia e nas Américas. Já o balanço preliminar da marca alemã Hugo Boss registrou um declínio de 3% no consumo nas regiões.
- Onde investir neste mês? Veja GRATUITAMENTE as recomendações em ações, dividendos, fundos imobiliários, BDRs e criptomoedas
Apesar de um cenário delicado, a dona da Louis Vuitton apresentou aumento de 1% na receita orgânica no segundo trimestre, enquanto o faturamento orgânico apresentou alta de 2%.
“Os resultados do primeiro semestre do ano refletem a notável resiliência da LVMH, apoiada pela força de suas marcas e pela capacidade de resposta de suas equipes em um clima de incerteza econômica e geopolítica”, afirmou o CEO da LVMH, Bernard Arnault, em relatório.
*Com informações da CNBC, Bloomberg, Business Insider e Forbes
A lição deixada pelo ataque cibernético que parou a linha de montagem da Jaguar Land Rover
Maior fabricante automotiva do Reino Unido não produziu nenhum veículo em setembro devido a ataque cibernético
“É provável que teremos dividendos extraordinários em breve”, diz executivo da Vale — aqui está o que precisa acontecer para o dinheiro cair na conta dos acionistas
Após desempenho operacional e financeiro considerados robustos no terceiro trimestre, o CFO Marcelo Bacci e o CEO Gustavo Pimenta dizem se a compra bilionária de debêntures e se a tributação de dividendos pode afetar a distribuição dos proventos da mineradora daqui para frente
Cade dá o sinal verde para que BTG e Perfin injetem R$ 10 bilhões na Cosan (CSNA3) por meio da subscrição de ações
Com aval do Cade, Cosan se aproxima do aporte bilionário de BTG e Perfin e busca aliviar a pressão financeira
Raízen (RAIZ4) na corda bamba: Moody’s coloca nota de crédito sob revisão; veja motivos
A agência afirma que a análise da revisão da Raízen se concentrará em iniciativas que possam potencialmente contribuir para uma melhoria na estrutura de capital da empresa
Ata da Ambipar (AMBP3) contradiz versão oficial e expõe aval do conselho a operações com Deutsche Bank antes da crise
Documento não divulgado à CVM mostra que o conselho da Ambipar aprovou os contratos de swap com o Deutsche Bank; entenda
Gerdau (GGBR4) vai pagar mais de meio bilhão de reais em dividendos mesmo com queda de 24% do lucro
Metalúrgica Gerdau também anunciou a distribuição de proventos aos acionistas, equivalentes a R$ 0,19 por ação, totalizando R$ 188,8 milhões; confira os prazos
Netflix mais barata na bolsa: gigante do streaming desdobrará ações proporção de 10 para 1 em operação questionada por Warren Buffett
O megainvestidor é famoso por se recusar a desdobrar as ações da Berkshire Hathaway e criou uma classe de ações “B” com preços mais modestos
Rebatizado: Banco Central autoriza BlueBank a readotar o nome Letsbank após mudança feita em março, quando passou à gestão de Maurício Quadrado
A autorização vem na esteira da decisão do BC que rejeitou a transferência de controle do BlueBank para Quadrado e vetou a venda do grupo Master ao BRB
Vale (VALE3) bate projeção com lucro de US$ 2,7 bilhões no terceiro trimestre; confira os números da mineradora
A estimativa da Bloomberg indicava para queda do lucro líquido entre julho e setembro e um crescimento mais tímido da receita no período; ADRs sobem no after hours em Nova York
Apple sobe 4% após balanço, mas é a Amazon que dispara 14%; confira o que agradou o mercado lá fora
Ainda assim, o desempenho das ações da gigante do varejo eletrônico está bem abaixo da Microsoft e do Alphabet, com alta de apenas 2,4% no acumulado do ano, contra 24% da Microsoft e 49% da dona do Google
Derrota para os credores da Ambipar (AMBP3): recuperação judicial tramitará no Rio de Janeiro; ações disparam 18%
O deferimento marca o início do período de 180 dias de suspensão de execuções e cobranças
Ambev (ABEV3) diz que consumo de cerveja em bares e restaurantes caiu com inverno rigoroso e orçamento apertado
A fabricante de cervejas está otimista com a Copa do Mundo e mais feriados em 2026; analistas enxergam sinais mistos no balanço
Esta construtora já foi a mais valiosa do mercado, mas hoje tem a ação valendo 1 centavo: a história bizantina da PDG (PDGR3)
Antes apontada como uma “queridinha” dos investidores na bolsa, a PDG Realty (PDGR3) atravessa um conturbado processo de recuperação judicial
“ROE a gente não promete, a gente entrega”, diz CEO do Bradesco (BBDC4). Marcelo Noronha prevê virada da rentabilidade “batendo à porta”
Ainda que a rentabilidade esteja no centro da estratégia traçada por Marcelo Noronha, o CEO não quer cortar investimentos — e revelou de onde virá o ganho de ROE no futuro
A Vale (VALE3) voltou às graças do BTG: por que o banco retomou a recomendação de compra?
De acordo com o banco, a empresa vem demonstrando melhoras operacionais. Além disso, o cenário para o minério de ferro mudou
STJ volta atrás e suspende liberação das atividades da Refit, alvo da Operação Carbono Oculto; Haddad comenta decisão
A PF investiga a Refit por indícios de que o combustível da refinaria abastece redes de postos de gasolina controlados pelo PCC
A Vale (VALE3) está fazendo a lição de casa, mas o resultado do 3T25 será suficiente? Saiba o que esperar do balanço
O relatório operacional divulgado na semana passada mostrou um aumento na produção de minério, mas uma baixa em pelotas; confira como esse desempenho pode se refletir nos números da companhia entre julho e setembro
Sem ‘mãozinha’ da Argentina, Mercado Livre (MELI34) tem lucro abaixo do esperado no 3T25, mas frete grátis faz efeito no Brasil
O Mercado Livre (MELI34) registrou lucro líquido de US$ 421 milhões no 3T25, avanço de 6% em relação ao ano anterior, mas abaixo das expectativas do mercado, que projetava US$ 488,65 milhões.
O que a dona do Google tem que as outras não têm? Alphabet sobe forte no after em Nova York após balanço; Meta e Microsoft apanham
Enquanto as ações da Alphabet chegaram a subir 6% na negociação estendida, os papéis da Meta recuaram 9% e os da Microsoft baixaram 2%; entenda os motivos que fizeram os investidores celebrarem uma e punirem as outras
“Só o básico” no Bradesco (BBDC4)? Lucro sobe quase 20% e vai a R$ 6,2 bilhões no 3T25, sem grandes surpresas
Em termos de rentabilidade, o banco também não surpreendeu, com um retorno sobre o patrimônio líquido médio (ROAE) de 14,7% no trimestre; veja os destaques do balanço