Ação da Azul (AZUL4) sobe com expectativa de receber US$ 500 milhões em financiamento em janeiro; aérea também prevê oferta de ações milionária
Empresa concluiu discussões sobre o acordo com credores — em etapa que pode garantir o acesso da companhia a mais de R$ 3 bilhões em financiamento já no mês que vem

Em um pregão positivo para a bolsa brasileira, as ações da Azul (AZUL4) arremetem na B3 após a companhia aérea dar mais um passo na negociação com os credores.
A aérea anunciou na manhã desta segunda-feira (9) que concluiu as discussões sobre o acordo com os detentores de títulos de dívida (bonds) — em uma etapa que pode garantir o acesso da companhia a mais de R$ 3 bilhões em financiamento já no mês que vem.
A expectativa é que a empresa lance já nos próximos dias as ofertas de permuta ligadas a duas captações de novos recursos junto aos credores anunciadas em outubro.
Uma delas é uma linha de crédito superprioritária no valor de US$ 500 milhões (em torno de R$ 3,02 bilhões, no câmbio atual). O outro é um financiamento sênior de curto prazo de US$ 150 milhões (pouco mais de R$ 908 milhões) em notas garantidas (as chamadas Bridge Notes).
De acordo com a empresa, as operações de reestruturação e recapitalização “fortalecem consideravelmente a liquidez e a posição financeira da Azul”.
Por volta das 15h, os papéis AZUL4 subiam 4,58% na bolsa, negociados a R$ 4,57, chegando a figurar entre as maiores altas do Ibovespa.
Leia Também
Apesar do tom positivo desta sessão, a aérea ainda marca forte desvalorização na B3 no acumulado do ano. Desde janeiro, as ações já perderam mais de 70% do valor, com a empresa hoje avaliada em cerca de R$ 1,5 bilhão.
Em que pé ficou a negociação da Azul (AZUL4) com credores
Uma das condições para emitir as notas superprioritárias aos credores é que a Azul (AZUL4) precisa lançar ofertas de permuta e solicitações de consentimento com relação aos papéis de primeiro e segundo grau.
Segundo fato relevante enviado à CVM, a empresa pretende lançar as ofertas no início da próxima semana — e, assim que concluídas as operações, emitir as notas superprioritárias em meados de janeiro de 2025.
Ou seja, se tudo correr dentro do esperado, a Azul conseguiria o acesso total aos US$ 500 milhões em financiamento já no mês que vem.
Além disso, a companhia precisou negociar os termos das transações com o “grupo ad hoc” — isto é, com o propósito específico de lidar com a negociação — de detentores de títulos de dívida antes do lançamento das ofertas.
O “term sheet” (um acordo preliminar com credores) definiu questões como os termos das notas a serem emitidas nas ofertas de permuta e os acordos de governança e planos de incentivo à administração.
- Veja também: A ação que já quadruplicou os dividendos em 2024 não descarta novos pagamentos até o Ano Novo – até onde pode chegar?
Os detalhes do acordo com credores da Azul
Nos termos do novo acordo com credores, aproximadamente 80% das notas superprioritárias serão reservadas para os detentores de “Notas 1L”, que são as notas emitidas pela Azul Secured Finance LLP com vencimento em 2028.
Já os 20% restantes irão para os credores que possuem “Notas 2L”, que incluem notas sêniores 11,500% com vencimento em 2029, emitidas pela Azul Secured Finance LLP, e notas com vencimento em 2030.
A Azul também determinou os termos das notas garantidas (Bridge Notes) a serem emitidas para os credores do financiamento de US$ 150 milhões.
Pagamento de dívida em ações
Parte fundamental da negociação da Azul com os credores foi o sinal verde dos arrendadores (lessores) e fabricantes de equipamentos originais (OEMs) para trocar as dívidas que possuem com a aérea por uma participação equivalente em ações AZUL4.
A Azul confirmou que quase metade (47,5%) das dívidas com detentores de notas com vencimento em 2029 e em 2030 serão convertidas em ações preferenciais. Isso corresponde à emissão de até 100 milhões de novos papéis AZUL4.
A aérea prevê levantar pelo menos US$ 200 milhões de recursos líquidos com a nova oferta de ações específica para os credores.
De acordo com a empresa, a conversão será realizada em três fases, com um desconto de 15% em relação ao preço médio ponderado de 30 dias em ações ou ADRs.
Na primeira fase, em torno de 10% do montante principal da dívida serão trocados por ações AZUL4 até 30 de abril de 2025. O prazo considera que a companhia já tenha recebido US$ 400 milhões do total de US$ 500 milhões que estão previstos no novo financiamento.
Na segunda etapa, outros 25% serão convertidos se a aérea receber o “saque posterior” de US$ 100 milhões, condicionado ao cumprimento de condições estabelecidas em contrato.
Já a terceira fase contemplará a conversão dos 12,5% restantes, depois que a Azul realizar uma oferta primária de ações de até US$ 200 milhões (ou mais) em papéis preferenciais AZUL4.
- Leia também: Prejuízo menor já é ‘lucro’? Azul (AZUL4) reduz perdas no 3T24 e mostra recuperação de enchentes no RS
Atenção, acionistas da Azul (AZUL4)
Na negociação sobre a reestruturação de dívidas, a Azul (AZUL4) também estabeleceu acordos de governança que deverão ser votados na próxima assembleia geral ordinária de acionistas, em 2025.
A aérea determinou os direitos de indicação ao conselho de administração, além de um compromisso de migração para uma única classe de ações dentro de um período de tempo especificado.
Uma das condições de governança é a alteração no estatuto social da Azul para incluir uma nova disposição. O documento deverá determinar que, se até 30 de abril de 2026, a Azul não tiver concluído uma fusão ou o capital social da aérea não tiver sido unificado em uma única classe de ações, os papéis serão automaticamente convertidos para uma única classe de ações com direito a voto.
Além disso, os credores detentores das debêntures conversíveis e das Notas 2L também terão o direito de nomear um conselheiro independente adicional e um observador independente — o que elevaria o número de cadeiras no conselho para 13 membros.
Petrobras (PETR4) e Ibama testam capacidade de resposta a incidentes na Margem Equatorial; entenda por que isso importa
Apesar de ser vista como a nova fronteira de exploração de petróleo, a proximidade de ecossistemas sensíveis na Margem Equatorial gera preocupações
JBS (JBSS3) aprova distribuição de R$ 820 milhões em dividendos intercalares para a JBS NV
Os recursos serão direcionados para a holding que abriu capital nos Estados Unidos recentemente, segundo informa a própria companhia
Fundo imobiliário que integra o TRX Real Estate (TRXF11) vende mais um imóvel alugado pelo Assaí; entenda os impactos para os cotistas
No fim de maio, o fundo já havia anunciado a alienação de um outro ativo, que estava sendo alugado pela varejista, por R$ 69 milhões
BB Seguridade (BBSE3), Itaúsa (ITSA4) e mais: 8 empresas pagam dividendos e JCP nesta semana; confira
Oito companhias listadas no Ibovespa (IBOV) entregam dividendos e juros sobre capital próprio (JCP) aos acionistas nesta última semana de agosto
Mudanças à vista no alto escalão do GPA (PCAR3): família Coelho Diniz eleva participação e pede eleição de novo conselho
O objetivo da família é tornar a representatividade no conselho proporcional à atual participação societária, segundo comunicado ao mercado
Com nova fábrica, marca de chocolates Dengo escala apoio a produtores de cacau da BA e caminha para o lucro
A empresa está investindo R$ 100 milhões na segunda unidade de produção em Itapecerica da Serra (SP) e vai quintuplicar a capacidade de abrir lojas a partir de 2026
BB denuncia vídeo de Eduardo Bolsonaro por fake news e pede ação da AGU contra corrida bancária
Segundo ofício encaminhado pelo banco, os ataques nas redes sociais começaram na última terça-feira (19)
Petrobras e Ibama testam capacidade de resposta a incidentes na Foz do Amazonas
Atividade é a última antes de concessão de licença ambiental para exploração de petróleo
Que fim levou o Kichute, a mistura de tênis e chuteira que marcou época nos pés dos brasileiros?
Símbolo da infância de gerações, o tênis da Alpargatas chegou a vender milhões de pares nos anos 1970, mas acabou perdendo espaço com a chegada das marcas internacionais
Banco do Brasil (BBAS3) quer ser o maior player no mercado de carbono no país, do projeto à certificação
Para o VP de Sustentabilidade do BB, José Ricardo Sasseron, a forte relação com o agronegócio, a capilaridade do banco e seus mais de 200 anos de história podem ajudar nessa empreitada
Intel tem semana para ninguém botar defeito: depois do Softbank, governo dos EUA confirma participação na companhia
O cenário de mercado, no entanto, tem sido desafiador para a gigante dos microprocessadores. Em 2024, as ações da Intel desabaram 60%
Na guerra com Mercado Livre, Shopee anuncia redução no prazo de entrega para BH, Rio e mais de 75 cidades
Na Grande São Paulo, uma em cada quatro encomendas foi entregue até o dia seguinte, enquanto 40% chegaram em até dois dias
Chegou chegando: H&M abre primeira loja no Brasil neste sábado (23); saiba mais sobre a marca e qual a média dos preços
Varejista de moda sueca deve trazer mais concorrência para nomes como C&A, Renner e Riachuelo
Mais uma notícia negativa no front da Braskem (BRKM5), e desta vez veio da agência de rating S&P
Em comunicado divulgado ao mercado, a empresa reforçou “o seu compromisso com a sua higidez financeira”
iPhone 16 é o celular mais vendido no Brasil em 2025 — e talvez fique para trás em breve
O celular mais vendido do país combina desempenho e durabilidade, mas custa caro
Banco do Brasil (BBAS3) critica campanha de difamação nas redes sociais e diz que tomará providências legais
Banco citou “publicações inverídicas e maliciosas” para gerar pânico e prejudicar o banco
Dividendos bilionários mantêm otimismo do UBS BB com a Petrobras (PETR4); confira qual é a cifra esperada pelo banco
Segundo o banco suíço, a produção da estatal deve crescer cerca de 20% entre 2024 e 2028, bem acima dos seus pares europeus e latino-americanos
Vorcaro fora do jogo: BRB confirma que dono do Banco Master não fará parte da gestão do possível conglomerado
O potencial acordo de acionistas dos bancos estabelece a formação de um novo grupo de controle, sem a participação dos atuais controladores
Conheça a Nuro, startup de veículos autônomos avaliada em US$ 6 bi e que atraiu Nvidia e Uber como sócios
Empresa de robôs de entrega passou a licenciar sua tecnologia de inteligência artificial para uso em robotáxis, frotas comerciais e veículos pessoais
Nelson Tanure perde exclusividade na Braskem (BRKM5), mas continua negociando compra do controle — com uma condição crítica
Uma fonte no Fundo Petroquímica Verde, de Tanure, revelou ao Seu Dinheiro que a transação com a petroquímica só irá para frente se um problema for resolvido