O mês do cachorro louco mudou? Depois das máximas históricas de agosto, Ibovespa luta para sair do vermelho em setembro
Temores referentes à desaceleração da economia dos EUA e perda de entusiasmo com inteligência artificial penalizam as bolsas

Reza a tradição que agosto é o mês do cachorro louco. Em 2024, porém, setembro desafia essa máxima — ao menos nos mercados financeiros.
Enquanto o Ibovespa renovou picos históricos e fechou agosto como o melhor investimento para o público brasileiro, a bolsa só faz cair neste início de setembro.
Houve apenas duas sessões no mês, é verdade, mas o principal índice de ações da B3 já acumula queda de 1,21%.
Terão as mudanças climáticas deslocado o mês do cachorro louco no calendário? Não sei dizer.
O fato é que, no que depender do humor dos investidores estrangeiros nesta manhã, os ativos de risco seguirão no vermelho hoje.
Wall Street estende as fortes perdas da véspera no pré-mercado desta quarta-feira e a Europa acompanha. Na madrugada, a bolsa de Tóquio caiu mais de 4%.
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Os investidores voltaram a repercutir temores referentes à desaceleração da economia dos Estados Unidos depois de novos dados de atividade na terça-feira.
As atenções se voltam agora para os indicadores de emprego que sairão entre hoje e o fim da semana nos EUA, com destaque para o payroll, previsto para a sexta-feira.
Além disso, analistas citam uma perda de entusiasmo em relação ao desenvolvimento da inteligência artificial, o que penaliza as ações da Nvidia e de outras empresas do setor.
Hoje, o Livro Bege do Fed trará informações atualizadas sobre as condições econômicas regionais nos EUA.
Na agenda local, os investidores aguardam a produção industrial de julho (9h) e uma entrevista do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, à GloboNews (8h30).
Apesar desse aparente deslocamento do mês do cachorro louco de agosto para setembro, os analistas seguem otimistas em relação ao mercado de ações.
O que você precisa saber hoje
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ALONGAMENTO DE PERFIL
Vem bonds por aí: Petrobras (PETR4) vai lançar títulos no exterior no valor de US$ 1 bilhão; confira os detalhes da emissão. De acordo com o comunicado da petroleira, o rendimento ao investidor será de 6,25% ao ano e os recursos serão usados para recomprar até US$ 1 bilhão de outros títulos.
"EFEITO RASHOMON"
Existe espaço para o real se fortalecer mesmo que o Banco Central não suba a Selic — e aqui estão os motivos, segundo a Kinea Investimentos. Apesar do “efeito Rashomon” nos mercados, a gestora se mantém comprada na moeda brasileira e no dólar norte-americano.
O FUTURO DOS JUROS
Galípolo indicou que não vai subir a Selic? O senador diz que sim e pede sabatina de apontado de Lula à presidência do BC ainda neste mês. Otto Alencar, que é líder do PSD na Casa, afirmou ainda que Galípolo disse a ele ver um cenário econômico melhor do que estava previsto por especialistas.
RELUZ COMO NUNCA
Aumento das tensões internacionais faz Goldman Sachs recomendar ouro, mesmo com o metal perto das máximas históricas. Há, contudo, um novo elemento que coloca ainda mais lenha na fogueira do rali do ouro, e ele vem da demanda — ou, melhor dizendo, a falta dela — da China.
MENOR SINISTRALIDADE
O plano de saúde ficou mais caro — e as empresas curtiram isso: Lucro do setor de saúde quase triplica no 1º semestre e tem melhor resultado desde 2021. A indústria de saúde teve um lucro líquido de R$ 5,6 bilhões no primeiro semestre de 2024, de acordo com a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).
DENTRO DE CASA
Mahle Metal Leve (LEVE3) fecha negócio de R$ 668 milhões para compra de duas empresas do controlador da companhia. A operação ainda precisa ser aprovada pelos demais acionistas da companhia, além de passar pela avaliação do Cade.
NA MODA
Ações da Lojas Renner (LREN3) sobem quatro vezes mais que o Ibovespa desde o balanço do 2T24 — e este banco vê espaço para mais. JP Morgan reiterou a recomendação equivalente a compra para Lojas Renner e elevou o preço-alvo para R$ 21,00, o que representa um potencial de alta de 24%.
AÇÃO ESTÁ BARATA?
Yduqs (YDUQ3) lança programa recompra de ações de até R$ 300 milhões após perder metade do valor na B3 em um ano. Com prazo de 18 meses, recompra como objetivo “promover geração de valor para os acionistas”, segundo a companhia.
FIM DE UMA ERA
‘Auf wiedersehen’: Volkswagen deve fechar fábricas na Alemanha pela primeira vez na história. Movimento se dá em meio à crise automobilística na Europa; continente não tem acompanhado competidores como BYD e Tesla na transição para carros elétricos.
O FIM DO TWITTER
Starlink recua e diz que cumprirá ordem do STF para bloquear o acesso ao X no Brasil. Provedora de internet do bilionário Elon Musk teve bens financeiros congelados no país como garantia para o pagamento de multas.
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