Salvação para o varejo brasileiro? Taxação das “blusinhas” da Shein, Shopee e AliExpress pode impulsionar comércio local; ações da Lojas Renner (LREN3) e C&A (CEAB3) sobem na B3
Se de um lado, o cinto aperta para os sites asiáticos, de outro, as varejistas brasileiras podem ser beneficiadas com o imposto de importação
As “blusinhas” que estavam no carrinho da Shein ou da Shopee vão ficar mais caras, mas não é porque os preços das peças aumentaram. Depois de muito vai e vem do governo, a proposta de taxar as compras internacionais de até US$ 50 (cerca de R$ 255) foi aprovada na Câmara dos Deputados na noite da última terça-feira (28).
Em resumo, quem quiser comprar até US$ 50 no e-commerce estrangeiro terá que pagar um imposto cuja alíquota é de 20% sobre o valor do(s) produto(s). Para compras de até US$ 3 mil, o imposto será de 60%, com desconto de US$ 20 do tributo a pagar.
Se de um lado, o cinto aperta para os sites asiáticos como Shein e AliExpress, de outro, as varejistas brasileiras podem ser beneficiadas com a medida.
Pelo menos, essa é a avaliação dos analistas de mercado, já que a taxação pode reduzir a competitividade dessas plataformas.
Em particular para Lojas Renner (LREN3), C&A (CEAB3) e Guararapes (GUAR3) — dona da Riachuelo —, dada a relevância da Shein no segmento de vestuário e do AliExpress, em segundo lugar.
Além disso, o Santander considera que a taxação pode conter a agressividade de novos participantes — como a Temu — frente aos operadores locais de comércio eletrônico Mercado Livre (MELI34) e Magazine Luiza (MGLU3).
Leia Também
Em reação, as ações da Lojas Renner (LREN3) terminaram o pregão entre as maiores altas do Ibovespa com alta de 1,21%, a R$ 13,36. Os papéis de C&A (CEAB3) avançaram 5,25%, a R$ 9,82. Siga os mercados.
Confira a cotação das principais empresas beneficiadas pela medida:
| CÓDIGO | NOME | ULT | VAR |
| CEAB3 | CEA ON | R$ 9,82 | 5,25% |
| MELI34 | Mercado Libre BDR | R$ 73,97 | 1,12% |
| LREN3 | Lojas Renner ON | R$ 13,36 | 1,21% |
| MGLU3 | Magazine Luiza ON | R$ 12,08 | -1,71% |
| GUAR3 | Guararapes ON | R$ 7,54 | -2,46% |
Vale mencionar que, no caso da Shopee, o impacto da decisão tende a ser menor já que 90% das vendas na plataforma são de vendedores nacionais.
Por fim, a proposta segue para apreciação do Senado Federal e, se passar pelo crivo dos senadores, vai para sanção presidencial. Caso não tenha vetos, a medida tem efeito imediato.
Salvação para o varejo?
Ainda que a taxação das compras internacionais seja positiva para as companhias brasileiras, a medida não deve ser um grande catalisador para uma recuperação nas vendas no varejo.
“Embora esperemos que esse fluxo positivo de notícias leve a uma reação positiva nas ações do varejo no Brasil, destacamos que os dados mais recentes do RCP e os dados de importações de pequeno valor do Banco Central têm sugerido acomodação nas compras internacionais por alguns meses”, escrevem os analistas Ruben Couto, Eric Huang e Vitor Fuziharo, que assinam o relatório do Santander.
A XP Investimentos também considera que o novo imposto ainda não é suficiente para fechar a lacuna em relação aos players locais, já que o IDV (Instituto de Desenvolvimento do Varejo) defendeu um imposto de importação de 60% — e as empresas brasileiras estão sujeitas a uma carga tributária entre 70% e 110%.
Além disso, a Temu deve ser lançada no Brasil em breve, e o seu poder de investimento pode ser um fator competitivo adicional, na visão dos analistas da XP.
- [Carteira recomendada] 10 ações brasileiras para investir agora e buscar lucros – baixe o relatório gratuito
Shein, Shopee e AliExpress: posicionamento das varejistas asiáticas
Após a aprovação da taxação para as compras internacionais, as plataformas se pronunciaram.
A Shopee reforçou o posicionamento a favor do imposto de importação, já que 90% das vendas da plataforma no país são de vendedores nacionais. “Nosso foco é local”, diz em nota.
"Queremos desenvolver cada vez mais o empreendedorismo brasileiro e o ecossistema de e-commerce no país e acreditamos que a iniciativa trará muitos benefícios para o marketplace. Não haverá impacto para o consumidor que comprar de um dos nossos mais de 3 milhões de vendedores nacionais que representam 9 em cada 10 compras na Shopee no país.”
Contudo, a plataforma disse que a decisão de taxar remessas internacionais não é a resposta adequada por impactar diretamente a população brasileira.
O AliExpress também afirmou que a medida impactará principalmente a população brasileira de classes mais baixas, “que deixarão de ter acesso a uma ampla variedade de produtos internacionais, que em sua maioria não são encontrados no país, a preços acessíveis”.
A plataforma também disse que a decisão desestimula o investimento internacional no país e deixa o Brasil como um dos países com a maior alíquota para compras de itens internacionais do mundo.
“A mudança, por outro lado, não altera a isenção para viagens internacionais, que permite que quem viaje para fora do país compre uma variedade de produtos isentos de qualquer imposto no valor total de R$ 5 mil a cada 30 dias”, diz o AliExpress em nota à imprensa.
A Shein vê como um retrocesso fim do De Minimis — regime tributário que há mais de 40 anos garantia a isenção de imposto de importação para compras internacionais até US$ 50.
"Mesmo diante da decisão, a SHEIN reafirma o seu compromisso com o consumidor e reforça que seguirá dialogando e trabalhando junto ao governo e demais stakeholders para encontrar caminhos que possam viabilizar o acesso da população, principalmente das classes C, D e E – cerca de 88% de nossos consumidores, segundo pesquisa do Ipsos – para que continuem tendo acesso ao mercado global", diz a Shein em nota à imprensa.
- Um e-mail pode mudar sua vida financeira: todas as manhãs, mais de 850 mil brasileiros recebem a newsletter mais lida do mercado financeiro para poder investir melhor. Você pode ser um deles. Basta clicar aqui para receber de forma 100% gratuita.
A fome do TRXF11 ataca novamente: FII abocanha dois shoppings em BH por mais de R$ 257 milhões; confira os detalhes da operação
Segundo a gestora TRX, os imóveis estão localizados em polos consolidados da capital mineira, além de reunirem características fundamentais para o portfólio do FII
Veja para onde vai a mordida do Leão, qual a perspectiva da Kinea para 2026 e o que mais move o mercado hoje
Profissionais liberais e empresários de pequenas e médias empresas que ganham dividendos podem pagar mais IR a partir do ano que vem; confira análise completa do mercado hoje
O “ano de Troia” dos mercados: por que 2026 pode redefinir investimentos no Brasil e nos EUA
De cortes de juros a risco fiscal, passando pela eleição brasileira: Kinea Investimentos revela os fatores que podem transformar o mercado no ano que vem
Ibovespa dispara 6% em novembro e se encaminha para fechar o ano com retorno 10% maior do que a melhor renda fixa
Novos recordes de preço foram registrados no mês, com as ações brasileiras na mira dos investidores estrangeiros
Ibovespa dispara para novo recorde e tem o melhor desempenho desde agosto de 2024; dólar cai a R$ 5,3348
Petrobras, Itaú, Vale e a política monetária ditaram o ritmo dos negócios por aqui; lá fora, as bolsas subiram na volta do feriado nos EUA
Ações de Raízen (RAIZ4), Vibra (VBBR3) e Ultrapar (UGPA3) saltam no Ibovespa com megaoperação contra fraudes em combustíveis
Analistas avaliam que distribuidoras de combustíveis podem se beneficiar com o fim da informalidade no setor
Brasil dispara na frente: Morgan Stanley vê só dois emergentes com fôlego em 2026 — saiba qual outro país conquistou os analistas
Entenda por que esses dois emergentes se destacam na corrida global e onde estão as maiores oportunidades de investimentos globais em 2026
FII Pátria Log (HGLG11) abocanha cinco galpões, com inquilinos como O Boticário e Track & Field, e engorda receita mensal
Segundo o fundo, os ativos adquiridos contam com características que podem favorecer a valorização futura
Bolsa nas alturas: Ibovespa fecha acima dos 158 mil pontos em novo recorde; dólar cai a R$ 5,3346
As bolsas nos Estados Unidos, na Europa e na Ásia também encerraram a sessão desta quarta-feira (26) com ganhos; confira o que mexeu com os mercados
Hora de voltar para o Ibovespa? Estas ações estão ‘baratas’ e merecem sua atenção
No Touros e Ursos desta semana, a gestora da Fator Administração de Recursos, Isabel Lemos, apontou o caminho das pedras para quem quer dar uma chance para as empresas brasileiras listadas em bolsa
Vale (VALE3) patrocina alta do Ibovespa junto com expectativa de corte na Selic; dólar cai a R$ 5,3767
Os índices de Wall Street estenderam os ganhos da véspera, com os investidores atentos às declarações de dirigentes do Fed, em busca de pistas sobre a trajetória dos juros
Ibovespa avança e Nasdaq tem o melhor desempenho diário desde maio; saiba o que mexeu com a bolsa hoje
Entre as companhias listadas no Ibovespa, as ações cíclicas puxaram o tom positivo, em meio a forte queda da curva de juros brasileira
Maiores altas e maiores quedas do Ibovespa: mesmo com tombo de mais de 7% na sexta, CVC (CVCB3) teve um dos maiores ganhos da semana
Cogna liderou as maiores altas do índice, enquanto MBRF liderou as maiores quedas; veja o ranking completo e o balanço da bolsa na semana
JBS (JBSS3), Carrefour (CRFB3), dona do BK (ZAMP3): As empresas que já deixaram a bolsa de valores brasileira neste ano, e quais podem seguir o mesmo caminho
Além das compras feitas por empresas fechadas, recompras de ações e idas para o exterior também tiraram papéis da B3 nos últimos anos
A nova empresa de US$ 1 trilhão não tem nada a ver com IA: o segredo é um “Ozempic turbinado”
Com vendas explosivas de Mounjaro e Zepbound, Eli Lilly se torna a primeira empresa de saúde a valer US$ 1 trilhão
Maior queda do Ibovespa: por que as ações da CVC (CVCB3) caem mais de 7% na B3 — e como um dado dos EUA desencadeou isso
A combinação de dólar forte, dúvida sobre o corte de juros nos EUA e avanço dos juros futuros intensifica a pressão sobre companhia no pregão
Nem retirada das tarifas salva: Ibovespa recua e volta aos 154 mil pontos nesta sexta (21), com temor sobre juros nos EUA
Índice se ajusta à baixa dos índices de ações dos EUA durante o feriado e responde também à queda do petróleo no mercado internacional; entenda o que afeta a bolsa brasileira hoje
O erro de R$ 1,1 bilhão do Grupo Mateus (GMAT3) que custou o dobro para a varejista na bolsa de valores
A correção de mais de R$ 1,1 bilhão nos estoques expôs fragilidades antigas nos controles do Grupo Mateus, derrubou o valor de mercado da companhia e reacendeu dúvidas sobre a qualidade das informações contábeis da varejista
Debandada da B3: quando a onda de saída de empresas da bolsa de valores brasileira vai acabar?
Com OPAs e programas de recompras de ações, o número de empresas e papéis disponíveis na B3 diminuiu muito no último ano. Veja o que leva as empresas a saírem da bolsa, quando esse movimento deve acabar e quais os riscos para o investidor
Medo se espalha por Wall Street depois do relatório de emprego dos EUA e nem a “toda-poderosa” Nvidia conseguiu impedir
A criação de postos de trabalho nos EUA veio bem acima do esperado pelo mercado, o que reduz chances de corte de juros pelo Federal Reserve (Fed) em dezembro; bolsas saem de alta generalizada para queda em uníssono