Adeus, dólar! (parte 4): Fim da hegemonia da moeda dos EUA não é questão de se, mas de quando — e América Latina será centro da ‘revolução’
Uma queda na demanda pela moeda americana poderia gerar um cenário de hiperinflação nos EUA e contagiar as demais economias emergentes
O dólar deixará de ser a moeda mais utilizada para transações internacionais. Ao menos é isso que prevê Frank Giustra, co-presidente do International Crisis Group (ICG), em um novo documento publicado pelo grupo nesta quarta-feira (03).
Esta é a quarta parte de uma sequência de matérias sobre a hegemonia do dólar norte-americano como principal moeda para transações do planeta. Aqui você pode ler as partes três, dois e um.
Para embasar o argumento, o ICG volta à época do tratado de Bretton Woods, pós Segunda Guerra Mundial, que definia que o dólar teria o lastro em ouro e outros países teriam reservas em moeda norte-americana — consolidando, assim, o poder dos EUA como potência global.
Essa hegemonia durou praticamente até o ano de 1971, quando o então presidente Richard Nixon determinou que a emissão de dólar não estaria mais ligada à quantidade de ouro no Tesouro americano.
Desde então, as trocas de mercadorias, commodities e produtos seriam em dólar. Essa “majestade” durou até a suspensão da Rússia do Swift, o sistema de pagamentos internacional — e aí tudo começou a ir pelo ralo.
- Já sabe como declarar seus investimentos no Imposto de Renda 2023? O Seu Dinheiro elaborou um guia exclusivo onde você confere as particularidades de cada ativo para não errar em nada na hora de se acertar com a Receita. Clique aqui para baixar o material gratuito.
Dólar abriu uma oportunidade para a China
A impossibilidade de realizar transações com outros países aproximou a Rússia da China, que se tornou o principal parceiro comercial do país em guerra com a Ucrânia.
Leia Também
Esse é considerado o “marco zero” do fim da hegemonia do dólar. Isso porque outros países em desenvolvimento e membros dos BRICS — grupo composto por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul (o S vem de South Africa) — dependem de commodities vindas da Rússia, como petróleo, fertilizantes e outros, destaca o documento do ICG.
Somado a isso, havia um ressentimento global desses países da “periferia do capitalismo” contra o dólar. A experiência de trocas usando a moeda chinesa, o renminbi — ou yuan, como é popularmente conhecida — foi vista com bons olhos.
Problemas em tirar o dólar da jogada
Na visão de Giustra, a “desdolarização” não é mais uma questão de “se” irá acontecer — mas de “quando”.
Entretanto, a retirada da “coroa” do dólar não virá sem consequências.
“Qualquer queda repentina na demanda pela moeda americana pode ter consequências desastrosas para os EUA. Isso poderia desencadear uma crise do dólar americano, levando a uma inflação muito alta — ou mesmo hiperinflação — e iniciar um ciclo de dívida e impressão de dinheiro que poderia destruir o tecido social da sociedade”, diz o relatório.
A hiperinflação dos EUA poderia contagiar a economia de outros países. Por outro lado, a dívida soberana de emergentes poderia voltar a patamares mais aceitáveis, já que o dólar mais caro dificulta o pagamento dos credores.
Alternativas à moeda norte-americana
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi uma das vozes mais ativas contra a hegemonia do dólar recentemente. Em visita à China, ele reforçou a necessidade de uma moeda comum para trocas comerciais dos BRICS.
A Argentina é um dos países que vem buscando alternativas para escassez de dólares. Já em abril, as importações argentinas em yuan devem subir para US$ 1,04 bilhão após uma série de acordos bilaterais.
No próximo mês, as trocas com a moeda chinesa devem permanecer na faixa entre US$ 790 milhões e US$ 1 bilhão.
Roubado por nazistas e quase destruído em um incêndio: a incrível história por trás do quadro de mais de R$ 1 bilhão
Tela de pintor austríaco Gustav Klimt se consagra como a segunda obra de arte mais cara já vendida em leilão; conheça a história por trás da tela
Montanhas e ruínas incas: o palco de Palmeiras x Flamengo na final da Copa Libertadores 2025
Entre montanhas e ruínas incas, o Monumental U recebe Palmeiras x Flamengo na Final da Copa Libertadores 2025, em um dos cenários mais impressionantes da América do Sul
Israel diz ter matado líder militar do Hezbollah em ataque a Beirute, no Líbano
Este foi o primeiro ataque israelense ao território do Líbano desde junho; Hezbollah fala em “escalada de ataques”
Final da Copa Sul-Americana 2025: veja horário e onde assistir a Atlético-MG x Lanús
Atlético-MG x Lanús decidem a Sul-Americana 2025 neste sábado, em Assunção; veja como chegam os finalistas e onde assistir
Ata do Fed revela que muitos dirigentes queriam manter juros inalterados até o fim do ano e alerta para risco nas ações de tecnologia
Dirigentes divergiram na última reunião sobre a necessidade de novos cortes nas taxas de juros, citando inflação elevada
O novo menor país da história a disputar uma Copa tem o tamanho de Curitiba e não tem nenhum jogador nascido em seu território
Com apenas 158 mil habitantes e 444 km², Curaçao se torna o menor país a disputar uma Copa — e o primeiro a chegar ao Mundial sem nenhum jogador nativo
O carro que definiu uma geração está de volta — e você não vai reconhecê-lo
O carro que dominou o país na passagem dos anos 1980 para os 1990 volta repaginado e pronto para disputar um novo mercado
Brasil x Tunísia: veja onde assistir ao amistoso e saiba o horário da partida
Confira onde e quando assistir ao amistoso entre Brasil x Tunísia, que faz parte da preparação da Seleção Brasileira para a Copa do Mundo de 2026
Antes de Atlético-MG x Lanús, estádio da final da Copa Sul-Americana 2025 virou palco de uma guerra por um território que também é do Brasil
Antes de receber Atlético-MG x Lanús na final da Copa Sul-Americana 2025, o Defensores del Chaco foi cenário de guerra, confronto territorial e reconstrução histórica
Casa Branca vê baixo risco de derrota sobre tarifas na Suprema Corte, diz Bessent
A decisão, aguardada para as próximas semanas, pode afetar cerca de US$ 200 bilhões em receitas alfandegárias já cobradas
EUA quer concluir acordo sobre terras raras com a China até o Dia de Ação de Graças, diz secretário do Tesouro
No mês passado, os EUA concordaram em não impor tarifas de 100% sobre as importações chinesas até fechar um novo acordo
Menos Apple (AAPL34), mais Google (GOGL34): Berkshire Hathaway vira a mão em sua aposta nas big techs
Essa foi a última apresentação do portfólio antes do fim da gestão de 60 anos de Warren Buffett como diretor executivo
EUA recuam em tarifas: Trump assina isenção para café, carne e frutas tropicais
A medida visa conter a pressão dos preços dos alimentos nos EUA e deve ser positiva para as exportações brasileiras
Ao som de música tema de Rocky, badalado robô humanoide russo vai a ‘nocaute’ logo na estreia; assista ao tombo
A queda do robô AIDOL, da Rússia, durante uma apresentação em uma feira de tecnologia gerou repercussão. A empresa responsável explicou o incidente e compartilhou a recuperação do humanoide
Sinais? Nave? Mistério? O que realmente sabemos sobre o cometa 3I/Atlas
Enquanto estudos confirmam que o 3i/Atlas apresenta processos naturais, rumores sobre “sinais” e origem alienígena proliferam nas redes sociais
A maior paralisação da história dos EUA acabou, mas quem vai pagar essa conta bilionária?
O PIB norte-americano deve sofrer uma perda de pelo menos um ponto percentual no quarto trimestre de 2025, mas os efeitos do shutdown também batem nos juros e nos mercados
Revolução ou bolha? A verdade sobre a febre da inteligência artificial
Paula Zogbi, estrategista-chefe da Nomad, e Enzo Pacheco, analista da Empiricus, falam no podcast Touros e Ursos sobre o risco de bolha e a avaliação das empresas ligadas à IA
SoftBank embolsa US$ 5,8 bilhões com venda das ações da Nvidia — bolha nas ações de IA ou realização de lucros?
O conglomerado japonês aposta forte na tecnologia e já tem plano para o dinheiro que entrou em caixa
‘Fim do mundo’ por IA já assusta os donos de big techs? Mark Zuckerberg, Elon Musk e Jeff Bezos se dividem entre bunkers e planos interplanetários
Preparação para o “apocalipse” inclui bunkers luxuosos, ilhas privadas e mudança para Marte – e a “vilã” pode ser a própria criação dos donos das big techs
O adeus do oráculo: Warren Buffett revela em carta de despedida o destino final de sua fortuna bilionária
Essa, no entanto, não é a última carta do megainvestidor de 95 anos — ele continuará se comunicando com o mercado por meio de uma mensagem anual de Ação de Graças
