Os bilionários piraram? Elon Musk e Mark Zuckerberg ameaçam brigar no ringue, mas tomam nocaute em suas redes sociais
Os dois marcaram uma briga física, mas a batalha real é outra
“Essa é provavelmente uma das brigas mais maricas que já vi em toda minha vida”, diz o narrador ao ver dois endinheirados em um ringue tentando lutar enquanto a plateia assiste chocada a pouca (ou nenhuma) técnica de ambos.
É pisão no pé, soco nas partes íntimas e todo tipo de baixaria. Tudo ao som de TNT, do AC/DC. Até que os dois se cansam (em pouquíssimo tempo), param de lutar antes do sino tocar e ainda vomitam.
Fim da luta: empate, é claro!
A cena é uma delícia de se ver.
Mas, infelizmente, trata-se apenas de uma ficção protagonizada pelos personagens de Dan Soder (Mafee) e Kelly AuCoin (Dollar Bill) na série Billions. O que não significa que não possa virar realidade em breve pelas mãos de Elon Musk e Mark Zuckerberg.
É o grande clichê de “a vida imita a arte”.
Os dois empresários têm se estranhado após o dono da Meta (antigo Facebook) anunciar a criação do Threads (o Twitter Killer). Musk chegou a falar que estava preparado para brigar em uma jaula, caso o oponente estivesse. Zuckerberg, que é faixa azul de jiu-jítsu, pediu para enviar a data e localização.
Desde então, muitas pessoas começaram a apostar em quem ganharia a luta, mas ao que parece os dois “arregaram” — pelo menos por enquanto. Mas, se eles se recusam a prestar-se a esse nível de ridículo no ringue, não significa que façam muita questão de se poupar no cotidiano.
Afinal, os dois vêm protagonizando uma série de decisões polêmicas, para dizer o mínimo, que têm feito meros mortais como nós duvidarem se os bilhões na conta realmente são sinônimo de genialidade. O burburinho nas redes sociais é grande!
Por isso, resolvemos criar uma nova batalha entre os dois bilionários: qual deles tomou as piores decisões envolvendo redes sociais nos últimos tempos? Já adianto que não vou me acovardar aqui. No final deste texto teremos um veredicto!
Cabe lembrar que estamos falando das decisões sobre as respectivas plataformas de mídia de ambos — ou seja, X (falecido Twitter, que descanse em paz) e Meta (R.I.P, Facebook).
Elon Musk: como posso destruir ainda mais essa plataforma hoje?
“Mojo Dojo Casa House”. Essa é a definição que alguns usuários do Twitter — perdoem-me o saudosismo, mas “X” realmente não me pegou — têm feito para explicar o que Elon Musk está fazendo com a rede social.
A expressão nasceu no filme Barbie, quando Ken se revolta com o mundo perfeito e cor-de-rosa da boneca e instaura uma ditadura cheia de masculinidade tóxica — e figuras de cavalos. Basicamente, foi uma tentativa de impor a versão de mundo dos “muy machos”.
Não que a plataforma fosse sequer parecida com o mundo perfeito da Barbie, mas era nosso lar.
Memes à parte, vamos aos números: de acordo com informações da Bloomberg, o Twitter pode ter perdido cerca de US$ 20 bilhões (R$ 97 bilhões, no câmbio atual) em valor de marca ao mudar o nome para X.
Até porque estamos falando de um caso raro de uma empresa que se tornou tão popular a ponto de ter dois verbos próprios para si: tuitar e retuitar. Não existem sinônimos para estas palavras e que as outras grandes redes globais, como TikTok e Instagram, não têm nada parecido com isso.
“Levou mais de 15 anos para ganhar tanto patrimônio no mundo. Então, perder a marca Twitter é um significativo golpe financeiro”, disse Steve Susi, diretor de comunicação e branding da Siegel & Gale em entrevista para a Bloomberg.
O bilionário também tem feito de tudo para irritar seus usuários, gerando reclamações na plataforma:
- Ele tentou limitar a quantidade de tweets vistos por dia pelos usuários (que tipo de rede social não quer pessoas viciadas?);
- Mudou o sistema de verificação para que as pessoas pudessem pagar pelo selo (o que poderia dar errado, não é mesmo?). Os usuários começaram a fazer bagunça, então Musk teve que lançar um terceiro selo, o verificado do verificado;
- Em fevereiro, a rede social caiu porque um funcionário deletou alguns dados sem querer e não tinha ninguém para arrumar, já que Elon Musk demitiu mais da metade do pessoal (por e-mail) — e depois quis de volta alguns deles.
- Não dá para esquecer que o bilionário também fez uma bagunça na chegada ao Twitter, o que fez alguns dos grandes executivos da empresa pedirem demissão. O primeiro foi Yoel Roth, que liderava a iniciativa de combate ao discurso de ódio e desinformação na plataforma (quem precisa disso no Twitter? Confiem, pô!)
Considero os acontecimentos acima como erros porque pareceram atitudes mal pensadas, das quais a equipe teve que voltar atrás depois, numa forma de jogar ideias para o alto na tentativa de ver o que pega.
Mas cabe lembrar que o bilionário diz ter planos maiores para a plataforma e que o rebranding que matou o pássaro azul parece fazer parte disso.
Elon Musk quer transformar a rede em uma espécie de super app que seja ao mesmo tempo uma rede social, ambiente de compartilhamento de arquivos e uma plataforma de transações financeiras.
A inspiração veio da China, com o WeChat, aplicativo da big tech Tencent (TCEHY), que funciona de forma bem parecida com a que o Musk quer implantar.
Ainda é importante destacar que não seria a primeira vez que o grande público duvida de Elon Musk. Há alguns anos muitos cravaram que a Tesla iria quebrar, mas a montadora de carros elétricos hoje é simplesmente a maior do mundo em valor de mercado, à frente de gigantes como Ford e GM. Ou seja, ele até merece o benefício da dúvida por enquanto.
Mark Zuckerberg: qual é a próxima aposta de bilhões?
Enquanto Elon Musk cria uma bagunça no Twitter, Zuckerberg também anda fazendo umas apostas arrojadas lá na Meta.
Aliás, quando o bilionário mudou o nome do Facebook, em 2021, os olhos do mundo inteiro se voltaram para a realidade virtual do chamado metaverso. Até porque, quem teria a audácia de duvidar do faro de Mark Zuckerberg?
Na época, o bilionário decidiu investir cerca de US$ 10 bilhões na divisão Reality Labs, responsável pelos serviços de realidade virtual e pela criação do Metaverso.
Mas logo depois os problemas começaram a aparecer. Os primeiros burburinhos negativos apareceram quando a empresa mostrou uma ‘selfie’ de seu dono no metaverso — e é claro que a internet não perdoou.
O que chocou foi que a Meta enterrou bilhões de dólares no projeto para entregar uma realidade com gráficos antigos que se assemelham ao design de jogos dos anos 2000.
“Após a selfie de Zuckerberg, muitas pessoas fizeram perguntas como ‘Por que o metaverso de US$ 10 bilhões da Meta parece um jogo da Nintendo de 2002?’”, disse o CoinMarketCap.
Depois disso, começaram a surgir comentários sobre uma suposta ‘bateção de cabeça’ nos bastidores. Os funcionários da Meta pareciam acreditar que o metaverso era mais uma vontade de Zuckerberg do que uma aposta de mercado. Neste sentido, o foco do CEO acabou gerando um mal estar interno.
Fato é que até agora as coisas não têm dado muito certo. No segundo trimestre, a reality labs, somou míseros US$ 276 milhões em receitas, uma queda de 61% na comparação anual e um prejuízo operacional de US$ 3,7 bilhões.
O próprio Zuckerberg admitiu que a situação não está nada boa. Em uma conferência com os acionistas, o bilionário reforçou que essa é uma aposta de longo prazo, mas reconheceu que pode, sim, estar errado.
Seja como for, Zuck parece ter espaço para errar. Afinal, a controladora do Facebook apresentou uma receita de US$ 32 bilhões (R$ 151,04 bilhões) no trimestre encerrado em junho, marcando um aumento de 11% em relação ao mesmo período do ano passado e superando as expectativas de Wall Street.
No embate corporativo direto com Elon Musk, o criador do Facebook começou bem. Logo de cara, a rede social Threads atraiu milhões de usuários descontentes com as mudanças no Twitter.
Mas a empolgação não durou muito e o Threads já perdeu mais de 80% dos usuários ativos, de acordo com dados da Similarweb. Cabe descobrir se essa aposta também entrará para a (até agora) pequena lista de fracassos de Zuck.
Quem venceu a batalha?
O critério aqui é quantidade e, nesse quesito, Elon Musk está vencendo a “briga dos erros” por ter protagonizado mais confusões nos últimos tempos. Então, deixamos aqui o título. Agora cabe descobrir qual dos protagonistas do Billions da vida real venceria uma luta de verdade no ringue. Qual o seu palpite?
Enquanto isso…
Enquanto os dois bilionários protagonizam polêmicas em suas respectivas empresas, deixamos o convite para você nos seguir nas redes sociais, em especial no YouTube.
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