Varejo em apuros? Por que as ações do setor reagiram mal à nova regra de crédito fiscal do governo
Medida Provisória publicada hoje traz maior rigor para incentivos fiscais e quer evitar possíveis distorções em dados fornecidos pelas empresas
A vida das varejistas no Brasil não tem sido fácil. Depois de sofrerem com a aceleração da inflação, com a alta da taxa de juros e com o colapso da Americanas (AMER3), agora, mudanças na legislação sobre créditos fiscais trazem riscos para os lucros de companhias do setor.
Isso porque o governo publicou nesta quinta-feira (31), no Diário Oficial da União (DOU), uma Medida Provisória (MP) que regulamenta a isenção tributária para créditos fiscais vindos de subvenção para investimentos.
Mas o que isso quer dizer? Quer dizer que o governo deixou mais claro quais são as regras para as empresas obterem isenções fiscais e evitar distorções, segundo explicou o Ministério da Fazenda.
Acontece que entre as empresas que mais se beneficiaram de créditos fiscais recentemente estão as que atuam no varejo e atacarejo, como o Grupo Mateus (GMAT3), Assaí (ASAI3), Natura (NTCO3), Carrefour (CRFB3), Alpargatas (ALPA4), entre outras.
Logo, há analistas que preveem que elas devem ser as mais prejudicadas com a mudança, podendo ter seus lucros afetados como consequência da possível isenção fiscal menor.
Ações de varejo e consumo fecharam entre as maiores quedas do dia
O receio de que as mudanças trazidas pela MP atinjam as empresas que atuam no varejo ajudou ações do setor a fecharem em baixa nesta quinta-feira (31). Esse foi o caso do Pão de Açúcar (PCAR4), cujos papéis tiveram queda de 6,44% — a segunda maior desvalorização do Ibovespa.
Leia Também
Já Alpargatas teve baixa de 6,56%, com a terceira maior perda. Em seguida, vieram as ações da Dexco (DXCO3) e do Grupo Soma (SOMA3), com quedas de 6,35% e 5,43%, respectivamente.
Além do efeito da MP, o setor sentiu o clima de cautela com o cenário fiscal no Brasil, que afetou toda a bolsa de valores e os contratos de juros futuros. Na expectativa de juros mais altos, o consumo é prejudicado.
- As 10 ações mais promissoras para o 2º semestre, segundo Rodolfo Amstalden, analista-chefe da série Microcap Alert (que já entregou 62% de valorização este ano); acesse aqui
Entenda como é feita a isenção e a mudança trazida pela MP
Uma decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) já havia definido que créditos fiscais devem ser incluídos na base de cálculo do Imposto de Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ) e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL).
A exceção são os créditos obtidos a partir de subvenções públicas para estímulo à implantação ou expansão de empreendimentos econômicos.
Em outras palavras, se uma empresa recebeu um incentivo fiscal do governo para investir em um empreendimento, por exemplo, ela não precisa colocá-lo no cálculo na hora de pagar o IR e a CSLL.
Dessa forma, todo mundo se beneficia: a economia, com novos investimentos, e as empresas, que ficam livres de pagar imposto sobre o valor do incentivo recebido.
Porém, agora, todas as empresas, incluindo no varejo, terão que comprovar que fizeram o uso adequado da subvenção e do crédito dados pelo governo, para aí sim, receber o benefício da isenção tributária.
MP deve aumentar arrecadação do governo
De acordo com a MP, as empresas interessadas em manter o benefício deverão se habilitar junto à Receita Federal, apresentando o ato de concessão do incentivo, que deve ser anterior ao investimento contemplado e que estabeleça as condições a serem observadas.
A habilitação pode ser cancelada se a empresa deixar de atender aos requisitos que justificam a subvenção.
A medida passa a valer imediatamente, mas, por ser uma MP, pode perder os efeitos se não for votada pelo Congresso e transformada em lei em até quatro meses.
Ela precisa passar pela análise de uma comissão mista de deputados federais e senadores e, depois, precisa ser aprovada pelos plenários da Câmara e do Senado.
Com a regulamentação, o Ministério da Fazenda prevê que a arrecadação de impostos cresça mais de R$ 35 bilhões já no próximo ano.
SEU DINHEIRO EXPLICA — Dá para pagar uma faculdade de medicina com o Tesouro Educa+? Fizemos as contas para você!
Caixa preta de renúncias fiscais: subvenções e JCP na mira do governo
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, já vinha afirmando que o governo pretendia atacar o que chamou de “caixa preta” de renúncias fiscais no Brasil, evitando distorções que permitiriam uma maior arrecadação e a melhora da situação fiscal do país.
"Subvenção ao custeio não é praticada em nenhum país desenvolvido", alegou em entrevista em abril. Na visão do ministro, os incentivos fiscais estariam sendo usados não para investimentos, como o previsto em lei, mas para custeio das empresas, ou seja, custos de atividades relacionadas à produção.
Outra medida publicada hoje pelo governo foi o projeto de lei que prevê o fim dos juros sobre capital próprio (JCP), que deve valer a partir de 2024 caso aprovado pelo Congresso.
O JCP, assim como os dividendos, são uma forma de as empresas distribuírem parte dos lucros aos acionistas. Porém, diferentemente dos dividendos, eles permitem que as empresas façam uma dedução fiscal e se beneficiem.
*Com informações da Agência Senado
Azul (AZUL4) dá sinal verde para aporte de American e United, enquanto balanço do 3T25 mostra prejuízo mais de 1100% maior
Em meio ao que equivale a uma recuperação judicial nos EUA, a Azul dá sinal verde para acordo com as norte-americanas, enquanto balanço do terceiro trimestre mostra prejuízo ajustado de R$ 1,5 bilhão
BHP é considerada culpada por desastre em Mariana (MG); entenda por que a Vale (VALE3) precisará pagar parte dessa conta
A mineradora brasileira estima uma provisão adicional de aproximadamente US$ 500 milhões em suas demonstrações financeiras deste ano
11.11: Mercado Livre, Shopee, Amazon e KaBuM! reportam salto nas vendas
Plataformas tem pico de vendas e mostram que o 11.11 já faz parte do calendário promocional brasileiro
Na maratona dos bancos, só o Itaú chegou inteiro ao fim da temporada do 3T25 — veja quem ficou pelo caminho
A temporada de balanços mostrou uma disputa desigual entre os grandes bancos — com um campeão absoluto, dois competidores intermediários e um corredor em apuros
Log (LOGG3) avalia freio nos dividendos e pode reduzir percentual distribuído de 50% para 25%; ajuste estratégico ou erro de cálculo?
Desenvolvedora de galpões logísticos aderiu à “moda” de elevar payout de proventos, mas teve que voltar atrás apenas um ano depois; em entrevista ao SD, o CFO, Rafael Saliba, explica o porquê
Natura (NATU3) só deve se recuperar em 2026, e ainda assim com preço-alvo menor, diz BB-BI
A combinação de crédito caro, consumo enfraquecido e sinergias atrasadas mantém a empresa de cosméticos em compasso de espera na bolsa
Hapvida (HAPV3) atinge o menor valor de mercado da história e amplia programa de recompra de ações
O desempenho da companhia no terceiro trimestre decepcionou o mercado e levou a uma onda de reclassificação os papéis pelos grandes bancos
Nubank (ROXO34) tem lucro líquido quase 40% maior no 3T25, enquanto rentabilidade atinge recorde de 31%
O Nubank (ROXO34) encerrou o terceiro trimestre de 2025 com um lucro líquido de US$ 782,7 milhões; veja os destaques
Quem tem medo da IA? Sete em cada 10 pequenos e médios empreendedores desconfiam da tecnologia e não a usam no negócio
Pesquisa do PayPal revela que 99% das PMEs já estão digitalizadas, mas medo de errar e experiências ruins com sistemas travam avanço tecnológico
Com ‘caixa cheio’ e trimestre robusto, Direcional (DIRR3) vai antecipar dividendos para fugir da taxação? Saiba o que diz o CEO
A Direcional divulgou mais um trimestre de resultados sólidos e novos recordes em algumas linhas. O Seu Dinheiro conversou com o CEO Ricardo Gontijo para entender o que impulsionou os resultados, o que esperar e principalmente: vem dividendo aí?
Banco do Brasil (BBAS3) não saiu do “olho do furacão” do agronegócio: provisões ainda podem aumentar no 4T25, diz diretor
Após tombo do lucro e rentabilidade, o BB ainda enfrenta ventos contrários do agronegócio; executivos admitem que novas pressões podem aparecer no balanço do 4º trimestre
Allos (ALOS3) entrega balanço morno, mas promete triplicar dividendos e ações sobem forte. Dá tempo de surfar essa onda?
Até então, a empresa vinha distribuindo proventos de R$ 50 milhões, ou R$ 0,10 por ação. Com a publicação dos resultados, a companhia anunciou pagamentos mensais de R$ 0,28 a R$ 0,30
Na contramão da Black Friday, Apple lança ‘bolsinha’ a preço de celular novo; veja alternativas bem mais em conta que o iPhone Pocket
Apple lança bolsinha para iPhone em parceria com a Issey Miyake com preços acima de R$ 1,2 mil
Todo mundo odeia o presencial? Nubank enfrenta dores de cabeça após anunciar fim do home office, e 14 pessoas são demitidas
Em um comunicado interno, o CTO do banco digital afirmou que foram tomadas ações rápidas para evitar que a trama fosse concluída
Família Diniz vende fatia no Carrefour da França após parceria de 10 anos; veja quem são os magnatas que viraram os principais acionistas da rede
No lugar da família Diniz no Carrefour, entrou a família Saadé, que passa a ser a nova acionista principal da companhia. Família franco-libanesa é dona de líder global de logística marítima
Itaú vs. Mercado Pago: quem entrega mais vantagens na Black Friday 2025?
Com descontos de até 60%, cashback e parcelamento ampliado, Itaú e Mercado Pago intensificam a disputa pelo consumidor na Black Friday 2025
Casas Bahia (BHIA3) amplia prejuízo para R$ 496 milhões no terceiro trimestre, mas vendas sobem 8,5%
O e-commerce cresceu 12,7% entre julho e setembro deste ano, consolidando o quarto trimestre consecutivo de alta
O pior ainda não passou para a Americanas (AMER3)? Lucro cai 96,4% e vendas digitais desabam 75% no 3T25
A administração da varejista destacou que o terceiro trimestre marca o início de uma nova fase, com o processo de reestruturação ficando para trás
Acionistas do Banco do Brasil (BBAS3) não passarão fome de proventos: banco vai pagar JCP mesmo com lucro 60% menor no 3T25
Apesar do lucro menor no trimestre, o BB anunciou mais uma distribuição de proventos; veja o valor que cairá na conta dos acionistas
Lucro do Banco do Brasil (BBAS3) tomba 60% e rentabilidade chega a 8% no 3T25; veja os destaques
O BB registrou um lucro líquido recorrente de R$ 3,78 bilhões entre julho e setembro; veja os destaques do balanço