Santander (SANB11) vê rentabilidade despencar no 4T22 e lucro fica muito aquém do esperado com “efeito Americanas”
Sem citar, diretamente, o caso Americanas, o Santander menciona nas demonstrações financeiras um “evento subsequente” no crédito de atacado que afetou as provisões
O último trimestre de 2022 foi um dos piores da história recente do Santander Brasil (SANB11). Além de ter visto o lucro despencar em relação ao 4T21, a rentabilidade medida pelo retorno sobre o patrimônio líquido (ROE, na sigla em inglês) ficou abaixo de 10% no período.
O lucro líquido gerencial somou R$ 1,689 bilhão no quarto trimestre de 2022, um resultado 44% abaixo do consenso estimado pela Bloomberg. O número ainda representa uma queda de 56% na comparação com o mesmo período de 2021 e um tombo de 46% do terceiro para o quarto trimestre de 2022.
No total do ano passado, o lucro líquido gerencial foi de R$ 12,900 bilhões, queda de 21% se comparado com o ano anterior.
O ROE, que já havia registrado queda significativa do segundo para o terceiro trimestre, teve novo tombo e foi a 8,35% no 4T22, uma queda de 7,3 pontos percentuais entre trimestres. No ano como um todo, o índice ficou em 16,3%, o que representa uma queda de 4,9 pontos percentuais em relação a 2021.
De acordo com o Santander, o resultado foi "um reflexo da estratégia de antecipação de ciclos de crédito implementada ainda no 4T21". O banco afirma que foi mais seletivo na concessão de crédito, o que resultou em pressão nas receitas e deterioração do custo de crédito.
Sem citar, diretamente, o caso Americanas, o Santander menciona nas demonstrações financeiras um "evento subsequente" no crédito de atacado que afetou as provisões. O banco não revelou quanto do crédito para esse "evento subsequente" foi provisionado no balanço.
Leia Também
O Santander tem R$ 3,6 bilhões a receber da Americanas, de acordo com a lista de credores que a varejista encaminhou à Justiça no processo de recuperação judicial.
Leia mais:
- Santander (SANB11) tem ação rebaixada para venda pelo Credit Suisse e cai na bolsa
- Americanas (AMER3): Um tubarão do mercado decidiu comprar ações da varejista em meio à terra arrasada e atingiu mais de 5% do capital
Inadimplência praticamente estável
O índice de inadimplência, por sua vez, se manteve praticamente estável na passagem do terceiro para o quarto trimestre, passando de 3,0% para 3,1%. A deterioração do crédito ficou concentrada no segmento de pequenas e médias empresas, que subiu de 1,3% para 1,4%. Já a inadimplência das pessoas físicas se manteve em 4,3%.
Na comparação com o final de 2021, a inadimplência total registrada pelo Santander subiu 0,4 ponto percentual, enquanto a da pessoa física se deteriorou em 0,7 ponto percentual. Já as dívidas vencidas há mais de 90 dias das empresas aumentaram apenas 0,1 ponto percentual em relação a dezembro de 2021.
Santander com margens pressionadas
Apesar da margem com clientes ter crescido 22,4% no ano passado em relação a 2021, para R$ 56,067 bilhões, devido ao aumento da taxa de juros no Brasil, houve queda de 2,6% entre o terceiro e o quarto trimestres. De acordo com o Santander, a margem com clientes foi influenciada pela maior seletividade na concessão de crédito, além de mudança no mix.
E, se, por um lado, os juros altos ajudam na margem com clientes, eles costumam atrapalhar na margem com mercado. No ano passado, ela ficou negativa em R$ 4,239 bilhões, sendo que em 2021 estava no azul, em R$ 9,825 bilhões. A perspectiva do Santander é que essa linha continue pressionada ao longo de 2023.
Carteira de crédito PF cresce
A carteira de crédito total do Santander, que inclui pessoas físicas e jurídicas, cresceu 5,8% no quarto trimestre de 2022 em relação ao mesmo período de 2021, atingindo R$ 489,7 bilhões. Em relação ao terceiro trimestre, houve expansão de 1,1%.
O crédito à pessoa física chegou a R$ 226,3 bilhões em dezembro de 2022, crescimento de 8,4% na comparação com 2021, com destaque para o aumento do crédito consignado (11,9%), crédito pessoal/outros (11,6%) e crédito rural (7,3%). Entre trimestres, a carteira de pessoa física expandiu 2,7%.
Já a carteira de crédito de pessoa jurídica alcançou R$ 195,4 bilhões em dezembro de 2022, crescimento de 4,4% em relação a 2021. Em três meses, no entanto, houve queda de 0,3% na carteira.
Azul (AZUL54) chega a cair mais de 40% e Embraer (EMBJ3) entra na rota de impacto; entenda a crise nos ares
Azul reduz encomenda de aeronaves com a Embraer, enquanto ações despencam com a diluição acionária prevista no plano de recuperação
Corrida por proventos ganha força: 135 empresas antecipam remuneração; dividendos e JCP são os instrumentos mais populares
Recompras ganham espaço e bonificação de ações resgatáveis desponta como aposta para 2026, revela estudo exclusivo do MZ Group
IG4 avança na disputa pela Braskem (BRKM5) e leva operação bilionária ao Cade; ações lideram altas na B3
A petroquímica já havia anunciado, em meados deste mês, que a gestora fechou um acordo para assumir a participação da Novonor, equivalente a 50,1% das ações com direito a voto
Nvidia fecha acordo de US$ 20 bilhões por ativos da Groq, a maior aquisição de sua história
Transação em dinheiro envolve licenciamento de tecnologia e incorporação de executivos, mas não a compra da startup
Banco Mercantil (BMEB4) fecha acordo tributário histórico, anuncia aumento de capital e dividendos; ações tombam na B3
O banco fechou acordo com a União após mais de 20 anos de disputas tributárias; entenda o que isso significa para os acionistas
Kepler Weber (KEPL3) e GPT: minoritários questionam termos da fusão e negócio se complica; entenda o que está em jogo
Transações paralelas envolvendo grandes sócios incomodou os investidores e coloca em dúvida a transparência das negociações
Itaúsa (ITSA4) eleva aposta em Alpargatas (ALPA4) em meio à polêmica com a dona da Havaianas
Nos últimos dias, a Itaúsa elevou sua fatia e passou a deter cerca de 15,94% dos papéis ALPA4; entenda a movimentação
Presente de Natal? Tim Cook compra ações da Nike e sinaliza apoio à recuperação da empresa
CEO da Apple investe cerca US$ 3 milhões em papéis da fabricante de artigos esportivos, em meio ao plano de reestruturação comandado por Elliott Hill
Ampla Energia aprova aumento de capital de R$ 1,6 bilhão
Operação envolve capitalização de créditos da Enel Brasileiro e eleva capital social da empresa para R$ 8,55 bilhões
Alimentação saudável com fast-food? Ela criou uma rede de franquias que deve faturar R$ 240 milhões
Camila Miglhorini transformou uma necessidade pessoal em rede de franquias que conta com 890 unidades
Dinheiro na conta: Banco pagará R$ 1,82 por ação em dividendos; veja como aproveitar
O Banco Mercantil aprovou o pagamento de R$ 180 milhões em dividendos
Azul (AZUL54) perde 58% de valor no primeiro pregão com novo ticker — mas a aérea tem um plano para se recuperar
A Azul fará uma oferta bilionária que troca dívidas por ações, na tentativa de limpar o balanço e sair do Chapter 11 nos EUA
O alinhamento dos astros para a Copasa (CSMG3): revisão tarifária, plano de investimento bilionário e privatização dão gás às ações
Empresa passa por virada estratégica importante, que anima o mercado para a privatização, prevista para 2026
B3 (B3SA3) e Mills (MILS3) pagam mais de R$ 2 bilhões em dividendos e JCP; confira prazos e condições
Dona da bolsa brasileira anunciou R$ 415 milhões em JCP e R$ 1,5 bilhão em dividendos complementares, enquanto a Mills aprovou dividendos extraordinários de R$ 150 milhões
2026 será o ano do Banco do Brasil (BBAS3)? Safra diz o que esperar e o que fazer com as ações
O Safra estabeleceu preço-alvo de R$ 25 para as ações, o que representa um potencial de valorização de 17%
Hasta la vista! Itaú (ITUB4) vende ativos na Colômbia e no Panamá; entenda o plano por trás da decisão
Itaú transfere trilhões em ativos ao Banco de Bogotá e reforça foco em clientes corporativos; confira os detalhes da operação
Virada de jogo para a Cosan (CSAN3)? BTG vê espaço para ação dobrar de valor; entenda os motivos
Depois de um ano complicado, a holding entra em 2026 com portfólio diversificado e estrutura de capital equilibrada. Analistas do BTG Pactual apostam em alta de 93% para CSAN3
Atraso na entrega: empreendedores relatam impacto da greve dos Correios às vésperas do Natal
Comunicação clara com clientes e diversificação de meios de entregas são estratégias usadas pelos negócios
AUAU3: planos da Petz (PETZ3) para depois da fusão com a Cobasi incluem novo ticker; confira os detalhes
Operação será concluída em janeiro, com Paulo Nassar no comando e Sergio Zimerman na presidência do conselho
IPO no horizonte: Aegea protocola pedido para alterar registro na CVM; entenda a mudança
A gigante do saneamento solicitou a migração para a categoria A da CVM, passo que abre caminho para uma possível oferta pública inicial
