Nubank superestimou rentabilidade da operação brasileira, diz Santander
Nos cálculos do Santander, o ROE da operação brasileira do Nubank no 4T22 seria de 11%, e não 40%, como informado

Quando o Nubank (NUBR33) reportou um índice de retorno sobre o patrimônio líquido (ROE) de 40% da operação brasileira na divulgação de resultados do quarto trimestre de 2022, causou furor entre os analistas que cobrem a empresa.
Mas, enquanto alguns se empolgaram, outros ficaram com uma pulga atrás da orelha. Um deles foi o Santander, que se debruçou sobre os números e decidiu recalcular os dados utilizando suas próprias premissas para estimar qual seria o resultado normalizado da operação do Nubank.
O resultado foi publicado num relatório assinado pelos analistas Henrique Navarro, Arnos Shirazi e Anahy Rios e conclui que o Nubank inflou o resultado. Nos cálculos do Santander, o ROE normalizado do Nubank seria de apenas 5% no nível da holding e de 11% na operação brasileira.
A explicação do Santander para o cálculo é que não faria sentido o Nubank alocar apenas um terço do seu patrimônio líquido na operação brasileira, que é responsável por mais de 90% das receitas da fintech.
Considerando que o cálculo do ROE é feito pela divisão do lucro líquido pelo patrimônio líquido, isso deixaria o denominador baixo demais - e o resultado, superestimado.
“Nós acreditamos que seria justo que a operação brasileira representasse, pelo menos, 80% do capital alocado”, afirma o Santander.
Leia Também
O Seu Dinheiro tentou contato com a assessoria de imprensa do Nubank, mas ainda não recebeu resposta.
Rentabilidade pode sofrer ainda mais com limite do rotativo
Além disso, o banco fez um exercício considerando a possibilidade de o governo Lula seguir adiante com a limitação dos juros que os bancos podem cobrar no rotativo do cartão de crédito. A modalidade é a linha de crédito mais cara do sistema financeiro do Brasil e, segundo a nota mais recente do Banco Central, ficou em 417,35% ao ano.
O governo criou um grupo de trabalho com o Banco Central para entender os motivos que levam o produto a cobrar juros tão altos. Antes da criação desse grupo, a intenção da Fazenda era limitar o percentual a 8% ao mês, o que daria uma taxa anualizada de 151,82%. A média cobrada pelo Nubank hoje é de 12,5% ao mês, ou 310,99% ao ano
Analisando o impacto desse possível limite nas operações do Nubank, o Santander estima um efeito de 17% na receita da fintech. Adicionando esse risco na análise, o ROE ajustado do Nubank no Brasil passaria de 40% para só 1%.
Inadimplência subindo rápido
O banco também aponta que a inadimplência no Nubank continua se deteriorando significativamente, mesmo considerando a metodologia alternativa que a fintech utiliza para calcular seus índices desde o segundo trimestre de 2022.
Na nova metodologia, o banco digital passou a antecipar a baixa de empréstimos pessoais inadimplentes há mais de 360 dias para 120 dias, enquanto a baixa dos cartões de crédito permaneceu em +360 dias.
Nos dois produtos, o Nubank aplica uma baixa parcial e somente o que se refere a “recuperação esperada” do empréstimo baixado é mantido no balanço. O efeito disso é redução nos índices de inadimplência acima de 90 dias e aumento da inadimplência de 15-90 dias para empréstimos pessoais.
No quarto trimestre de 2022, as operações de crédito vencidas há mais de 90 dias passaram para 5,2%. Um ano antes, esse indicador era de 3,5%.
Mesmo com o avanço da inadimplência, as provisões para devedores duvidosos (PDD) do Nubank encerraram em 12%, o que o Santander considera uma métrica agressiva, dado que a carteira de crédito do Nubank consiste em, basicamente, produtos sem garantia (cartões de crédito e empréstimos pessoais).
“Para o quarto trimestre de 2022 ‘normalizado’ aumentaríamos a relação entre PDD e crédito total para 13%, em um passo em direção a uma relação de entre 15-20%”, destacou o Santander.
Nem tudo são más notícias
Mesmo apontando que o Nubank pode ter superestimado sua rentabilidade, o Santander destaca alguns pontos positivos da operação do roxinho.
O fim do rendimento automático da conta desde o primeiro dia, por exemplo, melhorou o custo de captação do Nubank, além do lançamento das ‘Caixinhas’, anunciado junto com a mudança no rendimento da NuConta. No quarto trimestre de 2022, o custo de captação médio do Nubank foi de 78% do CDI, uma retração em relação aos 95% registrados no período imediatamente anterior.
“Acreditamos que o Nubank não atingiu toda a eficiência de custo de captação durante o 4T22, pois começou a lançar o produto no meio do trimestre, então o efeito completo ainda não foi visto”, afirmou o Santander.
A recomendação do Santander para a ação do Nubank é de Venda (underweight), com preço-alvo de US$ 3. A ação fechou a sessão de terça-feira (18) cotada em US$ 4,86.
Prio (PRIO3): banco reitera recomendação de compra e eleva preço-alvo; ações chegam a subir 6% na bolsa
Citi atualizou preço-alvo com base nos resultados projetados para o primeiro trimestre; BTG também vê ação com bons olhos
Santander (SANB11), Weg (WEGE3), Kepler Weber (KEPL3) e mais 6 empresas divulgam resultados do 1T25 nesta semana – veja o que esperar, segundo o BTG Pactual
De olho na temporada de balanços do 1º trimestre, o BTG Pactual preparou um guia com suas expectativas para mais de 125 empresas listadas na bolsa; confira
Tupy (TUPY3): Com 95% dos votos a distância, minoritários devem emplacar Mauro Cunha no conselho
Acionistas se movimentam para indicar Cunha ao conselho da Tupy após polêmica troca do CEO da metalúrgica
Planos pré-feriado: Ibovespa se prepara para semana mais curta, mas cheia de indicadores e balanços
Dados sobre o mercado de trabalho no Brasil e nos EUA, balanços e 100 dias de Trump são os destaques da semana
Agenda econômica: Balanços, PIB, inflação e emprego estão no radar em semana cheia no Brasil e no exterior
Semana traz IGP-M, payroll, PIB norte-americano e Zona do Euro, além dos últimos balanços antes das decisões de juros no Brasil e nos Estados Unidos de maio
Nova temporada de balanços vem aí; saiba o que esperar do resultado dos bancos
Quem abre as divulgações é o Santander Brasil (SANB11), nesta quarta-feira (30); analistas esperam desaceleração nos resultados ante o quarto trimestre de 2024, com impactos de um trimestre sazonalmente mais fraco e de uma nova regulamentação contábil do Banco Central
Agenda intensa: semana tem balanços de gigantes, indicadores quentes e feriado
Agenda da semana tem Gerdau, Santander e outras gigantes abrindo temporada de balanços e dados do IGP-M no Brasil e do PIB nos EUA
OPA do Carrefour (CRFB3): de ‘virada’, acionistas aprovam saída da empresa da bolsa brasileira
Parecia que ia dar ruim para o Carrefour (CRFB3), mas o jogo virou. Os acionistas presentes na assembleia desta sexta-feira (25) aprovaram a conversão da empresa brasileira em subsidiária integral da matriz francesa, com a consequente saída da B3
Consórcio formado por grandes empresas investe R$ 55 milhões em projeto de restauração ecológica
A Biomas, empresa que tem como acionistas Itaú, Marfrig, Rabobank, Santander, Suzano e Vale, planeja restaurar 1,2 mil hectares de Mata Atlântica no sul da Bahia e gerar créditos de carbono
JBS (JBSS3) avança rumo à dupla listagem, na B3 e em NY; isso é bom para as ações? Saiba o que significa para a empresa e os acionistas
Próximo passo é votação da dupla listagem em assembleia marcada para 23 de maio; segundo especialistas, dividendos podem ser afetados
Deixa a bolsa me levar: Ibovespa volta a flertar com máxima histórica em dia de IPCA-15 e repercussão de balanço da Vale
Apesar das incertezas da guerra comercial de Donald Trump, Ibovespa está a cerca de 2% de seu recorde nominal
Hypera (HYPE3): quando a incerteza joga a favor e rende um lucro de mais de 200% — e esse não é o único caso
A parte boa de trabalhar com opções é que não precisamos esperar maior clareza dos resultados para investir. Na verdade, quanto mais incerteza melhor, porque é justamente nesses casos em que podemos ter surpresas agradáveis.
Nubank (ROXO34) recebe autorização para iniciar operações bancárias no México
O banco digital iniciou sua estratégia de expansão no mercado mexicano em 2019 e já conta com mais de 10 milhões de clientes por lá
Dona do Google vai pagar mais dividendos e recomprar US$ 70 bilhões em ações após superar projeção de receita e lucro no trimestre
A reação dos investidores aos números da Alphabet foi imediata: as ações chegaram a subir mais de 4% no after market em Nova York nesta quinta-feira (24)
Subir é o melhor remédio: ação da Hypera (HYPE3) dispara 12% e lidera o Ibovespa mesmo após prejuízo
Entenda a razão para o desempenho negativo da companhia entre janeiro e março não ter assustado os investidores e saiba se é o momento de colocar os papéis na carteira ou se desfazer deles
O que está derrubando Wall Street não é a fuga de investidores estrangeiros — o JP Morgan identifica os responsáveis
Queda de Wall Street teria sido motivada pela redução da exposição dos fundos de hedge às ações disponíveis no mercado dos EUA
OPA do Carrefour (CRFB3): com saída de Península e GIC do negócio, o que fazer com as ações?
Analistas ouvidos pelo Seu Dinheiro indicam qual a melhor estratégia para os pequenos acionistas — e até uma ação alternativa para comprar com os recursos
‘Momento de garimpar oportunidades na bolsa’: 10 ações baratas e de qualidade para comprar em meio às incertezas do mercado
CIO da Empiricus vê possibilidade do Brasil se beneficiar da guerra comercial entre EUA e China e cenário oportuno para aproveitar oportunidades na bolsa; veja recomendações
Tudo tem um preço: Ibovespa tenta manter o bom momento, mas resposta da China aos EUA pode atrapalhar
China nega que esteja negociando tarifas com os Estados Unidos e mercados internacionais patinam
É investimento no Brasil ou no exterior? Veja como declarar BDR no imposto de renda 2025
A forma de declarar BDR é similar à de declarar ações, mas há diferenças relativas aos dividendos distribuídos por esses ativos