Os fãs do roxinho já podem comemorar: com mais um trimestre no azul, o Nubank registrou um lucro líquido ajustado de US$ 113,8 milhões no quarto trimestre de 2022. Isso representa uma alta de 3.456% na comparação com o mesmo período de 2021, quando esse número era de US$ 3,2 milhões.
No trimestre anterior, o lucro líquido ajustado havia sido de US$ 63 milhões.
Esse é o segundo resultado positivo do banco, que surpreendeu e registrou seu primeiro lucro no terceiro trimestre.
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Nubank: dois lucros e um prejuízo trimestral
O lucro ajustado de US$ 113,8 milhões tira da conta o fim de um acordo que previa o pagamento de um bônus bilionário a David Vélez, o fundador do banco, caso metas agressivas de valorização das ações do banco fossem alcançadas.
O impacto do fim do acordo foi de US$ 356 milhões no período.
O Nubank ainda apresentou um segundo lucro, de US$ 58 milhões entre outubro e dezembro do ano passado. Mas esse número também não considera o fim do acordo com Vélez, que não tem efeito no caixa do banco digital, vale lembrar.
Ainda assim, do ponto de vista contábil, o Nubank registrou prejuízo de US$ 297,6 milhões no quarto trimestre. Mas pelos números apresentados hoje, esse tem tudo para ser o último resultado no vermelho do banco.
Já a rentabilidade sobre o patrimônio líquido médio anualizado (ROE) foi de 35% no Brasil no último trimestre do ano.
“Embora o ano de 2022 tenha sido muito crítico pelo lado macroeconômico, não poderíamos estar mais orgulhosos do nosso resultado, onde provamos que é possível manter a taxa de crescimento acelerada enquanto mantemos a inadimplência de crédito sob controle e com forte rentabilidade”, afirmou o CEO do Nubank, David Vélez, durante teleconferência realizada na noite desta terça-feira (14).
Outros números sobre o 2022 do Nubank
Ainda no balanço financeiro referente ao quarto trimestre, o Nubank informa ter terminado o ano de 2022 com 74,6 milhões de clientes, sendo 70,9 milhões somente no Brasil — a empresa também opera no México e na Colômbia.
O índice de inadimplência, como esperado, foi ruim. As operações de crédito vencidas há mais de 90 dias passaram de 4,7% no terceiro trimestre de 2022 para 5,2% nos três meses seguintes. Um ano antes, esse indicador era de 3,5%.
O endividamento das famílias e a alta dos juros são alguns dos fatores que ajudam a explicar esses números, especialmente porque o Nubank possui uma atuação forte no segmento de crédito para pessoa física.
Os investidores estão de olho no nível de inadimplência do Nubank. A preocupação é justificada, tendo em vista que os dados do Banco Central mostram que o perfil predominante do endividamento no Brasil é composto por pessoas das faixas de renda mais baixa e produtos como cartão de crédito e empréstimo pessoal — justamente as características que definem o mix do Nubank.
Só que é importante ter em mente que no segundo trimestre de 2022 o Nubank decidiu mudar a maneira como divulga o cálculo da inadimplência.
Na nova metodologia, o banco digital passou a antecipar a baixa de empréstimos pessoais inadimplentes há mais de 360 dias para 120 dias, enquanto a baixa dos cartões de crédito permaneceu em +360 dias.
Nos dois produtos, o Nubank aplica uma baixa parcial e somente o que se refere a “recuperação esperada” do empréstimo baixado é mantido no balanço. O efeito disso é redução nos índices de inadimplência acima de 90 dias e aumento da inadimplência de 15-90 dias para empréstimos pessoais.
Ainda durante a teleconferência, o diretor financeiro do Nubank, Guilherme Lago, aproveitou para ressaltar que o custo de funding do banco caiu de 91% do CDI (Certificado de Depósito Bancário) para 78%, chegando a sua mínima histórica. Esse nível é sustentável para 2023, disse o executivo.
Isso só foi possível graças às mudanças polêmicas feitas na NuConta há alguns meses. Agora, o retorno de 100% do CDI só acontece após o dinheiro ficar por mais de 30 dias no banco.
A reação das ações
Por volta das 19h, durante o pós-mercado dos Estados Unidos, as ações do Nubank negociadas na Nyse operavam em alta de 5,40%.