Crescimento da receita da Microsoft é o menor desde 2016, mas ações sobem em Nova York — o que agradou os investidores?
Os papéis da gigante do software reagiram bem no after market em Nova York, chegando a subir mais de 4% depois de encerrarem o dia em queda na negociação regulamentar
Quando o CEO da Microsoft, Satya Nadella, anunciou o corte de 10.000 empregos na semana passada, ele observou que clientes em todos os setores no mundo adotaram uma abordagem mais cautelosa por causa das preocupações com a recessão global.
Diante do alerta, os analistas esperavam que os resultados do segundo trimestre fiscal de 2023 da empresa — encerrado em 31 de dezembro de 2022 — já acenderiam a luz amarela para a Microsoft, mas não foi o que aconteceu nesta terça-feira (24).
A a gigante do software viu seu lucro líquido cair 12,5% entre outubro e dezembro do ano passado, para US$ 16,425 bilhões. O resultado é menor do que os US$ 17,556 bilhões do primeiro trimestre fiscal de 2023 e dos US$ 18,765 bilhões do mesmo período do ano anterior.
A receita somou US$ 52,747 bilhões, o que representa uma alta de 2% em base anual — a expansão mais fraca para a Microsoft em qualquer período desde 2016.
As projeções da Refinitiv para o trimestre de outubro a dezembro de 2022 indicavam:
- Lucro líquido: US$ 2,29 por ação ajustado
- Receita: US$ 52,94 bilhões
E foi justamente o lucro líquido ajustado por ação que agradou os investidores. A expectativa era de US$ 2,29 e o resultado final chegou a US$ 2,32.
Leia Também
Leia também: Netflix supera projeções no 4º trimestre com a ajuda de Wandinha Addams; e ações disparam em NY
As ações da Microsoft
Microsoft e Apple foram as duas ações de tecnologia que inicialmente se mantiveram bem em 2022 e ainda são vistas como relativamente defensivas no setor — isso significa que essas ações são de propriedade ampla, o que pode ser um risco de curto prazo se as perspectivas continuarem se deteriorando.
Hoje, a as ações da Microsoft fecharam em queda no horário regulamentar das negociações em Nova York antecipando a pressão sobre os resultados trimestrais. No chamado after market, no entanto, os papéis chegaram a subir mais de 4%.
Os analistas lembram que a empresa possui muitos atributos atraentes, incluindo uma estratégia de crescimento diversificada, várias vantagens competitivas e excelente liderança. Portanto, qualquer fraqueza de curto prazo pode criar uma oportunidade ainda melhor para investidores de longo prazo.
"O resultado operacional não foi dos melhores. Ainda sim, no pregão noturno, as ações sobem mais de 4%. A Microsoft domina como poucas empresas a arte de prometer menos do que é capaz de entregar", diz Richard Camargo, analista da Empiricus.
Ele ressalta que, apesar de ser uma das melhores empresas do mundo, Microsoft negocia a 25 vezes os lucros estimados para os próximos 12 meses, com algumas pressões contratadas em termos de custo e possivelmente demanda.
"Por esse motivo, estamos aguardando um melhor ponto de entrada para trazer suas ações de volta ao portfólio do Investidor Internacional", diz Camargo.

- [GRATUITO] Já está disponível para download o guia do Seu Dinheiro “Onde investir em 2023”, com indicações feitas por analistas do mercado das melhores ações, FIIs, BDRs e mais. BAIXE AQUI
Microsoft no detalhe
O lucro líquido da Microsoft caiu para US$ 16,43 bilhões. A empresa assumiu um encargo de US$ 1,2 bilhão no trimestre em conexão com sua decisão de cortar 10.000 funcionários e revisar sua linha de hardware.
A receita do segmento de nuvem inteligente da Microsoft totalizou US$ 21,51 bilhões, alta de 18% em base anual, e um pouco acima do consenso de US$ 21,44 bilhões entre os analistas consultados pela StreetAccount.
A unidade inclui Azure, Windows Server, SQL Server, Nuance e Enterprise Services. A receita da Azure e outros serviços de nuvem pública, que a Microsoft não informa em dólares, cresceu 31% ano a ano, um pouco acima da estimativa que analistas consultados pela CNBC e StreetAccount esperavam. No trimestre anterior, a categoria cresceu 35%.
"Com todas as pressões macroeconômicas que conhecemos, os executivos da Microsoft vinham comunicando ao mercado que seus clientes estão buscando otimizar workloads. Em português claro, os clientes estão segurando investimentos, blindando seus orçamentos para um 2023 mais fraco. O que puder esperar, vai esperar", afirma Camargo.
O segmento de Produtividade e Processos de Negócios, contendo Microsoft 365 – anteriormente conhecido como Office 365 – software de produtividade, LinkedIn e Dynamics, gerou US$ 17 bilhões em receita, um aumento de 7% em base anual e mais do que o consenso da StreetAccount de US$ 16,79 bilhões.
Mocinhos e vilões
Para o analista da Empiricus, entre os grandes vilões do desempenho da Microsoft no segundo trimestre fiscal estão as vendas de PCs, que desaceleraram praticamente 40% na comparação anual.
Além da desaceleração no mercado de computadores, as receitas advindas do Xbox e seus serviços encolheram 12% na comparação anual.
"Faz tempo que essa linha de negócios não apresenta crescimento, apesar de todos os investimentos, especialmente as aquisições", afirma Camargo.
Os mocinhos estão na linha "Productivity and Business Processes", que compila as receitas com Office 365, LinkedIn e Dynamics — e cujas receitas totalizaram US$ 17 bilhões, crescimento de 7%.
"O destaque do segmento foi mais uma vez o LinkedIn, crescendo 10% na comparação anual, sobre uma base já forte", diz Camargo. "Interessante notar que, entre as redes sociais listadas, o LinkedIn é a única que ainda apresenta taxas de crescimento de duplo dígito. Definitivamente essa é uma prova do quão agitado está o mercado de trabalho", acrescenta.
Azul (AZUL4) dá sinal verde para aporte de American e United, enquanto balanço do 3T25 mostra prejuízo mais de 1100% maior
Em meio ao que equivale a uma recuperação judicial nos EUA, a Azul dá sinal verde para acordo com as norte-americanas, enquanto balanço do terceiro trimestre mostra prejuízo ajustado de R$ 1,5 bilhão
BHP é considerada culpada por desastre em Mariana (MG); entenda por que a Vale (VALE3) precisará pagar parte dessa conta
A mineradora brasileira estima uma provisão adicional de aproximadamente US$ 500 milhões em suas demonstrações financeiras deste ano
11.11: Mercado Livre, Shopee, Amazon e KaBuM! reportam salto nas vendas
Plataformas tem pico de vendas e mostram que o 11.11 já faz parte do calendário promocional brasileiro
Na maratona dos bancos, só o Itaú chegou inteiro ao fim da temporada do 3T25 — veja quem ficou pelo caminho
A temporada de balanços mostrou uma disputa desigual entre os grandes bancos — com um campeão absoluto, dois competidores intermediários e um corredor em apuros
Log (LOGG3) avalia freio nos dividendos e pode reduzir percentual distribuído de 50% para 25%; ajuste estratégico ou erro de cálculo?
Desenvolvedora de galpões logísticos aderiu à “moda” de elevar payout de proventos, mas teve que voltar atrás apenas um ano depois; em entrevista ao SD, o CFO, Rafael Saliba, explica o porquê
Natura (NATU3) só deve se recuperar em 2026, e ainda assim com preço-alvo menor, diz BB-BI
A combinação de crédito caro, consumo enfraquecido e sinergias atrasadas mantém a empresa de cosméticos em compasso de espera na bolsa
Hapvida (HAPV3) atinge o menor valor de mercado da história e amplia programa de recompra de ações
O desempenho da companhia no terceiro trimestre decepcionou o mercado e levou a uma onda de reclassificação os papéis pelos grandes bancos
Nubank (ROXO34) tem lucro líquido quase 40% maior no 3T25, enquanto rentabilidade atinge recorde de 31%
O Nubank (ROXO34) encerrou o terceiro trimestre de 2025 com um lucro líquido de US$ 782,7 milhões; veja os destaques
Quem tem medo da IA? Sete em cada 10 pequenos e médios empreendedores desconfiam da tecnologia e não a usam no negócio
Pesquisa do PayPal revela que 99% das PMEs já estão digitalizadas, mas medo de errar e experiências ruins com sistemas travam avanço tecnológico
Com ‘caixa cheio’ e trimestre robusto, Direcional (DIRR3) vai antecipar dividendos para fugir da taxação? Saiba o que diz o CEO
A Direcional divulgou mais um trimestre de resultados sólidos e novos recordes em algumas linhas. O Seu Dinheiro conversou com o CEO Ricardo Gontijo para entender o que impulsionou os resultados, o que esperar e principalmente: vem dividendo aí?
Banco do Brasil (BBAS3) não saiu do “olho do furacão” do agronegócio: provisões ainda podem aumentar no 4T25, diz diretor
Após tombo do lucro e rentabilidade, o BB ainda enfrenta ventos contrários do agronegócio; executivos admitem que novas pressões podem aparecer no balanço do 4º trimestre
Allos (ALOS3) entrega balanço morno, mas promete triplicar dividendos e ações sobem forte. Dá tempo de surfar essa onda?
Até então, a empresa vinha distribuindo proventos de R$ 50 milhões, ou R$ 0,10 por ação. Com a publicação dos resultados, a companhia anunciou pagamentos mensais de R$ 0,28 a R$ 0,30
Na contramão da Black Friday, Apple lança ‘bolsinha’ a preço de celular novo; veja alternativas bem mais em conta que o iPhone Pocket
Apple lança bolsinha para iPhone em parceria com a Issey Miyake com preços acima de R$ 1,2 mil
Todo mundo odeia o presencial? Nubank enfrenta dores de cabeça após anunciar fim do home office, e 14 pessoas são demitidas
Em um comunicado interno, o CTO do banco digital afirmou que foram tomadas ações rápidas para evitar que a trama fosse concluída
Família Diniz vende fatia no Carrefour da França após parceria de 10 anos; veja quem são os magnatas que viraram os principais acionistas da rede
No lugar da família Diniz no Carrefour, entrou a família Saadé, que passa a ser a nova acionista principal da companhia. Família franco-libanesa é dona de líder global de logística marítima
Itaú vs. Mercado Pago: quem entrega mais vantagens na Black Friday 2025?
Com descontos de até 60%, cashback e parcelamento ampliado, Itaú e Mercado Pago intensificam a disputa pelo consumidor na Black Friday 2025
Casas Bahia (BHIA3) amplia prejuízo para R$ 496 milhões no terceiro trimestre, mas vendas sobem 8,5%
O e-commerce cresceu 12,7% entre julho e setembro deste ano, consolidando o quarto trimestre consecutivo de alta
O pior ainda não passou para a Americanas (AMER3)? Lucro cai 96,4% e vendas digitais desabam 75% no 3T25
A administração da varejista destacou que o terceiro trimestre marca o início de uma nova fase, com o processo de reestruturação ficando para trás
Acionistas do Banco do Brasil (BBAS3) não passarão fome de proventos: banco vai pagar JCP mesmo com lucro 60% menor no 3T25
Apesar do lucro menor no trimestre, o BB anunciou mais uma distribuição de proventos; veja o valor que cairá na conta dos acionistas
Lucro do Banco do Brasil (BBAS3) tomba 60% e rentabilidade chega a 8% no 3T25; veja os destaques
O BB registrou um lucro líquido recorrente de R$ 3,78 bilhões entre julho e setembro; veja os destaques do balanço