S&P eleva nota de crédito do Brasil, que fica a dois degraus de voltar a ser “grau de investimento”
S&P destaca aprovação da reforma tributária ao elevar o rating soberano do país de “BB-” para “BB”, com perspectiva estável
A aprovação da reforma tributária rendeu o primeiro fruto concreto para o país nesta terça-feira após a decisão da agência de risco S&P Global elevar a nota de crédito do Brasil.
O chamado rating soberano do país passou de "BB-" para "BB". Desta forma, fica apenas dois níveis abaixo do mínimo para ser considerado novamente grau de investimento.
A mudança nos impostos foi justamente o gatilho para a decisão da S&P. "A reforma tributária recentemente aprovada no Brasil amplia o histórico do país de implementação pragmática de políticas nos últimos sete anos", escreveu a agência.
Após a elevação, a S&P colocou a perspectiva da nota de crédito brasileira como estável. Mas a agência de risco destacou que a possibilidade de novas elevações nos próximos dois anos a partir de dois critérios.
O primeiro é fator para a melhora do rating brasileiro é a melhora da trajetória de crescimento de longo prazo a partir das reformas.
"Um progresso mais rápido do que o esperado na resolução dos desequilíbrios fiscais que estabilize os níveis da dívida também poderá nos levar a elevar as classificações", ainda de acordo com a S&P.
A visão da agência, contudo, é que os avanços na agenda fiscal e no crescimento da economia aconteçam de forma lenta.
Bolsa ganha fôlego após decisão da S&P
A reação na bolsa à notícia da elevação do rating do Brasil pela S&P foi imediata. O Ibovespa, que ameaçava perder o fôlego, voltou a subir mais forte e operava em alta de 0,51% por volta das 16h, a 131.755 pontos.
Em linhas gerais, a nota de crédito avalia a capacidade de um emissor de dívida honrar os compromissos, em uma escala de letras que vai de "AAA" a "D". A avaliação "BBB-" é a mínima para um emissor ter a avaliação de grau de investimento.
O Brasil chegou a conquistar o selo de bom pagador em 2008, durante o segundo mandato do presidente Lula. Mas acabou perdendo a avaliação em 2015, no auge da crise econômica na gestão de Dilma Rousseff.
Por fim, cabe destacar que, das três principais agências de risco, a Fitch já havia elevado o rating soberano do Brasil para "BB" em julho.
*Conteúdo em atualização
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