🔴 DIVIDENDOS DE ATÉ 13% COM ESTE FUNDO IMOBILIÁRIO – VEJA QUAL

Jasmine Olga
Jasmine Olga
É repórter do Seu Dinheiro. Formada em jornalismo pela Universidade de São Paulo (ECA-USP), já passou pelo Centro de Cidadania Fiscal (CCiF) e o setor de comunicação da Secretaria da Educação do Estado de São Paulo
Victor Aguiar
Victor Aguiar
Jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e com MBA em Informações Econômico-Financeiras e Mercado de Capitais pelo Instituto Educacional BM&FBovespa. Trabalhou nas principais redações de economia do país, como Bloomberg, Agência Estado/Broadcast e Valor Econômico. Em 2020, foi eleito pela Jornalistas & Cia como um dos 10 profissionais de imprensa mais admirados no segmento de economia, negócios e finanças.
O EFEITO LULA

Mercado não acredita em um Lula radical — mas bolsa, dólar e juros devem sofrer enquanto não houver equipe econômica definida

Com Lula eleito presidente, o mercado agora espera a definição da equipe econômica; no curto prazo, a reação dos ativos tende a ser negativa

Jasmine OlgaVictor Aguiar
Jasmine Olga, Victor Aguiar
31 de outubro de 2022
0:19 - atualizado às 9:50
Lula veste terno azul, camisa listrada clara e faz sinal de positivo com as duas mãos. Ao fundo, um gráfico do mercado financeiro.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva - Imagem: Getty Images/Montagem: Julia Shikota

Ao contrário do que se esperava no começo de 2022, as eleições presidenciais — basicamente, a disputa entre Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL) — não foram a maior preocupação dos investidores ao longo do primeiro semestre. Uma série de acontecimentos externos tiveram um peso muito maior. 

Na largada do ano, foi a entrada intensa de capital estrangeiro que sustentou o bom humor da bolsa brasileira. Na sequência, diversos eventos internacionais tiveram o seu lugar ao sol. 

Primeiro, a invasão da Ucrânia por parte da Rússia trouxe grande instabilidade geopolítica e ao mercado de commodities, ainda que o Ibovespa tenha mais uma vez se favorecido do fluxo de capital estrangeiro: as opções de investimento ficaram mais limitadas entre os países em desenvolvimento. 

Depois, os sinais de que a economia dos Estados Unidos e da União Europeia caminhavam para uma recessão — e que será preciso ajustar a taxa de juros bem acima do inicialmente projetado — pesaram sobre o mercado global. 

As preocupações de força maior foram tantas que foi apenas na reta final do primeiro turno, a partir de setembro, que foi possível notar a força dos ruídos políticos no sobe e desce dos ativos brasileiros. 

Faltando pouco menos de duas semanas para o primeiro turno, o ex-ministro da Fazenda e ex-presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, revelou o seu apoio a Luiz Inácio Lula da Silva e alimentou esperanças de que voltasse a ocupar a chefia da economia brasileira.

A forte reação vista na bolsa na ocasião não foi por acaso. A saúde fiscal do país e a forma como um terceiro governo Lula iria lidar com as contas públicas sempre foi um dos principais focos de incerteza do mercado. 

A chegada de Meirelles ao time de apoiadores do petista não se traduziu, até agora, num convite para ocupar um ministério — e talvez seja por isso que a reação inicial dos investidores locais à vitória do ex-presidente seja de cautela. 

Apesar das críticas feitas nos últimos anos ao ritmo de avanço da agenda reformista-liberal, uma eventual nova gestão de Jair Bolsonaro indicava continuidade do trabalho de Paulo Guedes — a quem todos conhecem e muitos admiram. 

No caso de Lula, nada se sabe ainda sobre a equipe econômica — e os pontos já conhecidos não agradam completamente. 

Para um economista que conversou com o Seu Dinheiro após o resultado do pleito, a carta recentemente divulgada com 13 compromissos é mais uma sinalização para o próprio PT do que para o mercado. “Não tem PIB para acomodar tudo o que está lá”. 

Um gestor de investimentos de uma asset paulista mostrou incômodo com a falta de definições no discurso do presidente eleito. “Não deu detalhe de nada, com ideias e propostas de 30 anos atrás. Foi na linha da carta publicada: ideais maravilhosos, que não define como atingir”. 

Eleições: página virada, riscos para trás?

Uma das máximas mais repetidas pelos investidores de todo o mundo é que o mercado odeia incertezas — e é por isso que os próximos dias devem ser de pressão para o câmbio e o mercado de juros. Mas o consenso é o de que esse movimento não deve ser muito agressivo. 

Isso porque, apesar das incertezas, o mercado já conhece a forma Lula de se governar e acredita que ele pode ser capaz de indicar uma equipe econômica que contemple um time de perfis diferentes, capaz de agradar o mercado. Além disso, a formação de centro-direita do novo Congresso deve impedir medidas mais radicais.

Para Camila Abdelmalack, economista-chefe da Veedha Investimentos, o maior desafio é aliar a promessa de manutenção de gastos sociais com o arcabouço fiscal atual — uma conta que, a priori, não fecha. 

Mas, apesar da forte apreensão do mercado local com a vitória do petista, o investidor internacional pode ajudar a equilibrar os pratos. 

José Baltieri, gestor do fundo ASA Small Mid Cap, explica que o estrangeiro tende a ter uma visão mais positiva de Lula, herdada do tempo de vacas gordas do primeiro mandato do presidente. 

“Isso é importante para continuar atraindo fluxo para a bolsa brasileira, que está barata. Isso ajuda a dar sustentação e fazer o preço dos ativos subirem”. 

Primeiro ativo brasileiro a ser negociado no exterior após a confirmação do resultado, o ETF (fundo de índice, na sigla em inglês) do Ibovespa negociado no Japão chegou a exibir alta de mais de 4% durante a noite — um comportamento que fica em linha com a tese do gestor. 

Lula: os vetores positivos para a bolsa

A relação entre Lula e o mercado, no entanto, não é feita apenas de desconfiança: as fontes ouvidas pelo Seu Dinheiro destacam que há, sim, potenciais desdobramentos positivos da vitória do petista para determinadas ações da bolsa.

A primeira e mais óbvia diz respeito ao setor de construção e incorporação, especialmente o voltado para os segmentos de baixa renda: em seu discurso de vitória, Lula citou planos para retomar o programa habitacional Minha Casa Minha Vida, além de outras iniciativas de inclusão social.

“Construtoras mais voltadas a esse segmento econômico devem ter um bom momento pela frente”, diz Baltieri, gestor da ASA, destacando também que as empresas do setor de educação tendem a ter um impulso semelhante, dada a expectativa de reedição do Fies e do ProUni em alguma escala.

Esse combo entre construtoras de baixa renda e empresas de educação — que inclui companhias como MRV (MRVE3), Tenda (TEND3), Direcional (DIRR3), YDUQS (YDUQ3) e Cogna (COGN3), entre outras — é chamado de ‘kit Lula’ por Abdelmalack, da Veedha.

E, assim como Baltieri, ela também projeta uma reação positiva desses setores no curto prazo, incluindo ainda o varejo popular nesse grupo.

“Mas, em geral, teremos uma abertura negativa, porque o fato é que não há equipe econômica”, diz Abdelmalack.

Veja também - Lula derrota Bolsonaro:

Mas… e se não acabar por aí?

A saúde fiscal pode até ser a maior preocupação na mente dos investidores, mas não é a única. A desconfiança ao sistema eleitoral brasileiro, plantada nos últimos quatro anos pelo presidente Jair Bolsonaro, e a radicalização da base bolsonarista pairam como uma ameaça. 

Na semana passada, esse risco de contestação e não aceitação do resultado ganhou força — principalmente após o episódio violento envolvendo o ex-deputado e apoiador de Bolsonaro, Roberto Jefferson. 

Mas, apesar de o atual presidente não ter reconhecido a derrota até o fim da noite de domingo, especialistas enxergam poucas chances de um tumulto causado pelo resultado. 

Isso porque Alexandre de Moraes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral, assim como diversos líderes globais, foram rápidos em reconhecer a decisão das urnas. 

“Não existe uma narrativa sobre o processo eleitoral para ser criada. Caos político apocalíptico, com cenário de guerra civil na rua está muito afastada. Vemos diversos aliados do Bolsonaro, como Zema e Tarcísio, reconhecendo a vitória de Lula”, aponta um economista. 

Apesar disso, as incertezas continuam existindo e não se pode descartar que setores econômicos tradicionalmente alinhados ao bolsonarismo, como os caminhoneiros, possam fazer alguma movimentação política com impacto econômico.

“Acho que [contestação] é um risco de cauda. Não é nosso cenário-base, mas é importante monitorar se vai acontecer. Pode trazer muito ruído ao mercado, levando os preços a reagirem de forma bastante negativa”, aponta Baltieri, da ASA.

Compartilhe

'Crise na democracia'

Deputados dos EUA reorganizam audiência para discutir suposta ‘crise’ no Brasil por decisões da Justiça no combate às fake news nas redes sociais

1 de maio de 2024 - 14:45

Audiência pública convocada por republicanos tem apoio de políticos bolsonaristas e convidou ativista que chamou o ministro Alexandre de Moraes de “ditador”

PREFEITURA DE SP

Começou hoje: paulistanos já podem aderir ao parcelamento de dívidas com descontos de 95%; veja como renegociar seus débitos

29 de abril de 2024 - 17:46

Inicialmente, os contribuintes poderão aderir ao programa em três faixas de descontos diferentes, de acordo com o número de parcelas mensais selecionadas

PRESIDENTE DA CÂMARA

Arthur Lira quer defende proposta para limitar ações no Supremo, mas ações precisam de maioria no parlamento

28 de abril de 2024 - 12:02

As falas de Lira são de discurso feito, na manhã do último sábado (27), na abertura da 89ª ExpoZebu em Uberaba (MG)

ATENÇÃO ELEITOR

Eleições 2024: Ainda dá tempo? Veja até quando — e como — regularizar situação eleitoral e participar do pleito para prefeituras e Câmaras

27 de abril de 2024 - 12:48

Até a data-limite é possível tirar o título de eleitor, solicitar a transferência de domicílio e atualizar dados cadastrais

MEDIDAS CAUTELARES CONTINUAM

Aliviou para Bolsonaro? Alexandre de Moraes não vê elementos concretos de tentativa de asilo em embaixada

24 de abril de 2024 - 19:25

Bolsonaro chegou ao local no dia 12 de fevereiro, após postar um vídeo convocando apoiadores para o ato na Avenida Paulista, que ocorreu no dia 25

PEC DO QUINQUÊNIO E MAIS

O que é a ‘pauta-bomba’ no Congresso que preocupa Tebet e pode dificultar ainda mais a situação fiscal brasileira

23 de abril de 2024 - 16:33

A expressão é usada para denominar projetos que geram gastos públicos e que estão na contramão do ajuste fiscal

COBROU OS MINISTROS

A bronca de Lula surtiu efeito? Haddad diz que texto da reforma tributária pode ser entregue ao Congresso nesta semana

22 de abril de 2024 - 18:30

De acordo com o ministro da Fazenda, falta apenas discutir “dois pontos” com o presidente para fechar o projeto e levá-lo aos parlamentares

EM BUSCA DE APOIO

‘Minuta do golpe’, Musk e Moraes: o que esperar dos discursos no ato pró-Bolsonaro no Rio

21 de abril de 2024 - 9:06

Com avanço da investigações da Política Federal, o ex-presidente convoca uma nova manifestação neste feriado de Tiradentes

CETICISMO

Nem o FMI acredita mais que Lula vai entregar meta fiscal e diz que dívida brasileira pode chegar a nível de países em guerra

17 de abril de 2024 - 11:38

Pelos cálculos da instituição, o País atingiria déficit zero apenas em 2026, último ano da gestão de Lula

INTERNACIONAL

Haddad nos Estados Unidos: ministro da Fazenda tem agenda com FMI e instituição chefiada por brasileiro Ilan Goldfajn; veja

14 de abril de 2024 - 16:44

De segunda (15) a sexta-feira (19), o ministro participa, em Washington, da reunião de primavera do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial

Fechar
Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Continuar e fechar