O presidente da República, Jair Bolsonaro, afirmou neste sábado, 11, que convidou o ex-presidente norte-americano Donald Trump para um encontro antes das eleições brasileiras.
Ao mesmo tempo, negou ter convidado o atual presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, para uma visita ao Brasil ou tê-lo presenteado com uma camiseta da seleção brasileira. "Não está esse clima todo, vai devagar. É um namoro, um noivado", afirmou, após se dizer "maravilhado" com Biden.
Bolsonaro foi aos Estados Unidos participar da Cúpula das Américas e, em Los Angeles, teve sua primeira reunião bilateral com Biden, com quem já trocou críticas no passado.
O chefe do Executivo apoiou publicamente a campanha à reeleição de Trump, derrotado pelo atual líder da Casa Branca.
"Conversei com ele Trump esta semana. Convidei, como sempre para ir ao Brasil. Ele quer, dois meses antes da eleição, se encontrar comigo, aqui ou lá", afirmou o presidente brasileiro em Orlando.
Questionado por jornalistas na porta de seu hotel se convidou Biden para ir ao Brasil, Bolsonaro negou. "Não convidei, mas ele sabe que seria motivo de prestígio para nós", declarou.
O chefe do Executivo ainda disse que poderia conversar, ao longo de sua passagem por Orlando, com o blogueiro Allan dos Santos. "Se ele estiver presente, falo com ele.
É um cidadão brasileiro. Se expressou, se foi bem ou mal, mas sua pena jamais poderia ser uma ameaça de prisão", avaliou sobre o bolsonarista.
Allan dos Santos teve a prisão preventiva decretada no ano passado pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), no âmbito do inquérito das milícias digitais. Ele também é investigado por suposto envolvimento em financiamento de atos antidemocráticos.
Biden e Bolsonaro mais próximos?
Ao participar de uma motociata com apoiadores em Orlando, nos Estados Unidos, neste sábado, 11, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que sua viagem ao país levou a uma aproximação com o presidente norte-americano, Joe Biden.
"Nossa passagem pelos Estados Unidos foi marcante, com aproximação com o atual presidente. Tenho certeza, bons frutos colheremos para todos nós", declarou o chefe do Executivo antes de sair com sua moto - desta vez utilizando capacete, o que por vezes deixa de fazer em motociatas no Brasil.
Bolsonaro ainda voltou a dizer que tem "profundo respeito" pelos Estados Unidos. "Cada vez mais, queremos nos integrar para o melhor dos nossos povos", afirmou.
A viagem de Bolsonaro aos Estados Unidos para a Cúpula das Américas marcou o primeiro encontro bilateral com Biden desde a posse do presidente norte-americano, em janeiro de 2021.
Os dois tinham uma relação tensa e marcada por críticas mútuas, sobretudo a respeito da preservação da Amazônia.
O brasileiro chegou a apoiar publicamente a reeleição de Donald Trump, ex-presidente norte-americano derrotado por Biden.
Mais cedo, antes da motociata, Bolsonaro participou de encontro com evangélicos em Orlando, nos Estados Unidos.
Ele chegou a dizer que a economia do Brasil vai "muito bem", na mesma semana em que dados divulgados pelo 2º Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia de Covid-19 mostraram que a fome passou a atingir 33 milhões de pessoas no País.
O índice subiu a níveis registrados nos anos 1990. "O mundo passa fome sem o Brasil, que é uma potência na energia de transição", voltou a dizer o presidente, sem citar os dados nacionais.
A uma plateia que gritava "mito, mito", Bolsonaro, pré-candidato à reeleição, fez um discurso em linha com as bandeiras que carregará na campanha: criticou o aborto e a "ideologia de gênero"; defendeu o armamento da população e a propriedade privada.
Bolsonaro voltou a falar que deseja eleições "limpas, confiáveis e transparentes" no Brasil, lançando dúvidas sobre a lisura do sistema eleitoral brasileiro, sem nunca ter apresentado qualquer prova do que diz.
Opositores o acusam de preparar o discurso de suposta fraude, caso seja derrotado nas urnas pelo ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT), hoje líder nas pesquisas de intenção de voto.