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Felipe Saturnino
Felipe Saturnino
Graduado em Jornalismo pela USP, passou pelas redações de Bloomberg e Estadão.
lá vem ele, de novo

Trump volta a chacoalhar mercados e derruba Ibovespa; dólar se aproxima de R$ 5,60

Recusa de pacote de estímulos dos democratas acende preocupação sobre retomada da economia dos Estados Unidos e alimenta aversão ao risco

Felipe Saturnino
Felipe Saturnino
6 de outubro de 2020
18:16 - atualizado às 18:17
Donald Trump e mercados
Imagem: Shutterstock

Não é de hoje que Donald Trump mexe com os mercados.

A eleição bombástica do bilionário à presidência dos Estados Unidos, em 2016, foi um fator de extrema volatilidade na ocasião e, quando se concretizou, azedou as bolsas ao redor do mundo como uma primeira reação.

Nos últimos anos, ficamos habituados a ver o presidente da maior economia do mundo encabeçar uma guerra comercial e engrossar uma retórica contra a China — a segunda maior —, o que também trouxe incertezas aos negócios. Semana passada, a sua contaminação pela covid-19 também afligiu os investidores.

Nesta terça-feira (6), podemos adicionar mais um capítulo à coleção de movimentos extremos no mercado causados pelo republicano. Trump anunciou a recusa à proposta de estímulo fiscal formulada pelos democratas, paralisando as negociações em torno de um pacote até o desfecho das eleições presidenciais de novembro.

O ato levantou receios nos agentes financeiros acerca do vigor da retomada da economia americana. De quebra, derrubou as bolsas americanas e o Ibovespa, que reagiram instantaneamente à afirmação do republicano. O dólar também sentiu o baque e, com a aversão ao risco, avançou.

Trump publicou em sua conta oficial no Twitter a negativa ao pacote de estímulos fiscais dos democratas, que tinha o valor de R$ 2,4 trilhões.

"Fizemos uma oferta muito generosa de US$ 1,6 trilhão e, como sempre, ela não está negociando de boa fé", disse Trump, referindo-se à presidente da Câmara dos Deputados americana, a democrata Nancy Pelosi. "Estou rejeitando o seu pedido", completou

Como resultado, o principal índice acionário da B3 encerrou o pregão em queda de 0,49%, aos 95.615,03 pontos.

As bolsas americanas, que exibiam comportamento positivo imediatamente antes da fala de Trump, fecharam no vermelho. O S&P 500 terminou o dia amargando queda de 1,4%, o Dow Jones, de 1,3%, e a Nasdaq, de 1,8%.

"O mercado virou depois disso", diz Igor Cavaca, analista da Warren. "A declaração de Trump elimina as esperanças de outra rodada de estímulo fiscal para uma economia em recuperação mais lenta que o esperado."

E as consequências da negativa de Trump podem reverberar diretamente na economia real do Brasil.

"A economia americana dita grande volume de negócios para o resto do mundo e, por isso, economias emergentes tendem a ter impactos negativos nos fluxos comerciais e financeiros", diz Paloma Brum, analista da Toro Investimentos. "A recuperação da economia brasileira pode acabar sendo mais lenta também."

Top 5

A Azul e a Gol estiveram entre as maiores altas percentuais da bolsa hoje em razão de dados operacionais. Confira as principais altas do índice:

CÓDIGOEMPRESAVALORVARIAÇÃO
CVCB3 CVC ON R$ 15,819,34%
GOLL4Gol PNR$ 18,957,30%
AZUL4Azul PNR$ 25,866,50%
BRKM5Braskem PNR$ 22,004,51%
ABEV3Ambev ONR$ 13,344,14%

O IRB marcou a maior queda percentual do Ibovespa, após sofrer rebaixamento do UBS. Veja também as principais quedas de hoje:

CÓDIGOEMPRESAVALORVARIAÇÃO
IRBR3IRB ONR$ 7,17-17,11%
MRFG3Marfrig ONR$ 14,50-3,65%
B3SA3B3 ONR$ 53,76-3,57%
BEEF3Minerva ONR$ 10,95-3,52%
NTCO3Natura ONR$ 47,65-2,66%

Início do pregão anima, mas alta é limitada

O dia começou positivo para o Ibovespa, que alcançou a máxima intradiária de 1,37%, aos 97.404,54 pontos, pouco após as 11h30. Naquele momento, os investidores surfavam a onda da reconciliação entre o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, e o ministro da Economia, Paulo Guedes.

O gesto estendeu a calmaria vista ontem, quando o Ibovespa avançou mais de 2% após o governo se comprometer que a proposta do Renda Cidadã respeitará o teto de gastos.

No entanto, no início da tarde Jerome Powell, o presidente do Federal Reserve, fez o alerta de que a retomada dos EUA será mais veloz se houver a combinação de política fiscal com monetária. Os juros estabelecidos pelo Fed, o banco central americano, atualmente se encontram na faixa de 0% a 0,25%.

“Neste estágio inicial, eu diria que os riscos da intervenção política ainda são assimétricos”, disse Powell. “Muito pouco apoio levaria a uma recuperação fraca, criando dificuldades desnecessárias.”

Segundo Powell, mesmo que as ações de estímulo acabem se revelando maiores do que o necessário, "elas não serão um desperdício".

Cavaca, da Warren, avaliou o discurso do presidente do banco central americano como "cauteloso". "Ele ressaltou que a recuperação ainda não atingiu o esperado, e que o espaço de realização de política monetária está pequeno."

Ari Santos, operador de renda variável da Commcor, observou que, após ganhos expressivos do índice, os investidores também optam por realizar alguns lucros.

Dólar perto dos R$ 5,60

O dólar, que operou em queda a partir da abertura e até meados da tarde, respondeu à declaração de Trump com uma alta.

Antes do republicano definitivamente elevar a aversão ao risco nos mercados financeiros globais e incentivar a busca por dólar, a moeda americana já operava em queda mais tímida frente ao real, uma vez que os investidores sopesavam as falas de Powell e o cenário político local.

A divisa encerrou o dia em alta de 0,50%, cotada a R$ 5,59. As variações na sessão dão uma ideia da volatilidade dos mercados: na máxima, o dólar chegou a subir 0,89%, para R$ 5,61, e, na mínima, caiu até 1,49%, para R$ 5,49.

Cleber Alessie, operador de câmbio da Commcor, disse que a performance do mercado de câmbio logo cedo repercutia o jantar entre Guedes e Maia de ontem, mas que a cautela com o risco fiscal permanece.

"Foi uma injeção de otimismo", diz Alessie. "O mercado pode ter devolvido algumas posições de hedge, mas o pano de fundo com o fiscal é o mesmo. Precisamos ver avanços concretos."

"As questões do Brasil, como a fiscal, continuam aí", afirma ele. "Houve um certo relaxamento, pela reconciliação, mas o mercado logo volta a enxergar os problemas latentes", disse Sidnei Nehme, diretor-executivo da corretora NGO Associados.

Juros sobem com aversão ao risco e fiscal

Os juros futuros dos depósitos interbancários fecharam em alta na sessão de hoje, intensificando o movimento após a negativa de Trump.

As taxas já estavam avançando como um reflexo das incertezas acerca do cenário fiscal, apesar da reconciliação entre Guedes e Maia.

"Bolsonaro ainda precisa dar prova de que é fiscalmente responsável", disse Patricia Pereira, gestora de renda fixa da Mongeral Aegon Investimentos.

Ela destacou a notícia do blog do Valdo Cruz, no G1, segundo a qual o presidente Jair Bolsonaro decidiu avaliar a proposta do Renda Cidadã só depois das eleições municipais.

O objetivo, diz a matéria, é evitar notícias negativas para os candidatos aliados do presidente, deixando em aberto a definição acerca de onde virá o financiamento do programa social.

"Temos um presidente que publicamente desautoriza a equipe econômica a achar soluções, mas que, ao mesmo tempo, não abre mão do Renda Brasil", disse a gestora.

  • Janeiro/2021: de 2,014% para 2,011%;
  • Janeiro/2022: de 3,23% para 3,35%;
  • Janeiro/2023: de 4,675% para 4,82%;
  • Janeiro/2025: de 6,51% para 6,66%.

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