Take Blip aposta em aquisições e crescimento fora do país após receber aporte de US$ 70 milhões em meio à crise das startups
É o segundo aporte da Warburg Pincus na empresa de soluções de software; a Take Blip caminha para a expansão internacional e formação de ecossistema de parceiros

A maré não está nada favorável para as startups, mas a Take Blip conseguiu surfar uma rara onda boa e fechou uma captação de US$ 70 milhões (R$ 342,3 milhões). Trata-se da segunda rodada de aporte (série B) da empresa que oferece soluções de comunicação para empresas nos últimos dois anos.
Os recursos vieram da Warburg Pincus, gestora americana de private equity que já havia aportado outros US$ 100 milhões na companhia, em outubro de 2020. A empresa não revelou por quanto foi avaliada nesta nova rodada de captação.
A Take Blip tem cara de startup, mas já possui mais de 23 anos de atuação. A empresa conta com uma base de aproximadamente 3 mil clientes. Entre os principais clientes estão Itaú Unibanco, Coca-Cola, Nestlé, Hermes Pardini, Empiricus, Dell, General Motors e Mercado Pago.
A plataforma da empresa facilita a comunicação entre clientes e empresas por meio de inteligência artificial. Com certeza, você já se deparou com um ícone no final de algum site, o chatbox, que responde instantaneamente dúvidas apenas com palavras-chave.
Isso também pode ser disponibilizado dentro do próprio aplicativo de mensagens — como o WhatsApp e o Facebook Messenger — em que a interação inicial é feita por robôs que, inclusive, podem responder e encaminhar para um atendimento com algum colaborador.
Esse intermédio no atendimento é, em uma explicação mais simples, o trabalho da Take Blip.
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Resultados positivos
A busca por um segundo aporte começou no final do ano passado, quando a taxa de juros ainda estava abaixo dos dois dígitos, afirmou Roberto Oliveira, CEO da Take Blip, em entrevista ao Seu Dinheiro.
O dinheiro novo vai ajudar a manter o ritmo de crescimento da companhia, que dobra de tamanho a cada ano, segundo Oliveira.
A empresa já ultrapassou a marca de US$ 100 milhões em Receita Anual Recorrente (ARR) — que é calculada com a receita do mês e multiplicada por 12 (meses) — neste ano. A meta é passar dos US$ 125 milhões ainda em 2022, ainda de acordo com o CEO da Take Blip.
Ao contrário da onda de demissões que vêm acontecendo nas startups, a expectativa da Take Blip vai contra a maré. A empresa tem realizado entre sete e dez contratações por mês para o aprimoramento da plataforma, que já tem um time formado por 400 pessoas.
Take Blip com as malas prontas
Com o dinheiro novo do aporte, a Take Blip pretende colocar em prática o plano de internacionalização — que começou em janeiro deste ano, com a contratação de Hugo Barra, ex-Facebook e Xiaomi, para entrar no mercado americano.
A Take Blip tem um desafio de adaptar a plataforma ao público nos EUA, já que o carro-chefe da empresa é a comunicação empresarial por meio do WhatsApp, que não é um canal dominante por lá.
Mas a internacionalização não deve ficar só na terra do Tio Sam. A companhia deve expandir as operações na América Latina, sobretudo no México e na Colômbia — países em que o WhatsApp é um player dominante. “É uma oportunidade gigantesca, então estamos fazendo isso com muito cuidado”, disse Oliveira.
De olho em aquisições
A Take Blip também está de olho em oportunidades de aquisições, tanto para aprimorar o escopo das atividades quanto sob a perspectiva geográfica. Segundo o CEO, a empresa pretende anunciar mais uma ou duas aquisições até o final do ano.
No início deste ano, a Take Blip fechou a compra da Stilingue, empresa de monitoramento de redes sociais.
“Essa aquisição foi um caso bem interessante, porque ampliou o nosso escopo, trouxe uma carteira de clientes e tinha uma receita super relevante que, inclusive, está ajudando no crescimento e na receita que a gente espera ter neste ano.”
Além disso, a empresa quer investir na formação de um ecossistema de parceiros. “Essa é uma das grandes prioridades, que é diferente do que pensamos em 2020 e 2021. No primeiro round, a gente não estava apostando nisso”, afirma Roberto Oliveira.
Esse ecossistema, de forma prática, é a parceria com agências digitais e empresas de prestação de serviços no desenvolvimento de software. "O principal objetivo é construir empresas que prestam serviços para os nossos clientes através da plataforma."
Vem IPO?
Apesar do crescimento acelerado, a Take Blip não projeta a abertura no mercado antes da consolidação internacional. Mas a expectativa não é virar um unicórnio, ou seja, ser avaliada em mais de US$ 1 bilhão, já no próximo ano e sim "uma empresa de dezenas de milhões de dólares".
“Para este ano, queremos iniciar as nossas negociações internacionais e no ano que vem, eu diria, a meta é dobrar a nossa receita e [alcançar um valuation] de US$ 1 bilhão, uma boa ambição para 2023.”
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