Natura (NTCO3) desaba 15% com suposto ‘vazamento’ do balanço — e os números mostram um quadro nada animador
Preocupações quanto ao balanço da Natura (NTCO3) no primeiro trimestre derrubaram as ações da empresa nesta quarta. Entenda o caso
As ações da Natura (NTCO3) enfrentaram forte volatilidade na reta final do pregão desta quarta-feira (20): elas já operavam em queda, mas mergulharam com tudo no campo negativo a partir do meio da tarde, fechando em baixa de 15,30%, a R$ 21,42, e liderando as perdas do Ibovespa. Mas, afinal, o que houve?
A onda vendedora nos papéis NTCO3 começou a partir de um boato: o balanço trimestral da companhia teria 'vazado', e os números teriam desagradado os agentes financeiros que tiveram acesso ao documento. Mas, segundo apuração do Seu Dinheiro, a história não é bem assim.
"O RI [departamento de relações com investidores] da empresa está falando com os analistas de sell-side para 'alinhar' as expectativas do resultado", disse um gestor de ações de uma asset paulista, sob condição de anonimato — sell-side, no caso, é o termo usado no mercado para identificar os bancos e casas de análise que soltam relatórios com recomendações de investimento.

Natura (NTCO3): Avon na berlinda
E quais seriam essas informações que foram repassadas? No caso, a grande preocupação vem da Avon Brasil — a Natura teria sinalizado que essa divisão apresentará uma retração da ordem de 20% na receita líquida; as atividades da Avon no restante do mundo também devem apresentar taxas negativas, embora menos ruins.
No que diz respeito à marca Natura em si, o quadro não parece ser trágico: segundo a apuração do Seu Dinheiro, foi sinalizado ao mercado que a divisão Natura Brasil deve "crescer levemente", enquanto a Natura Latam terá uma expansão de 5% a 10%.
Quanto à projeção de receita líquida consolidada, a Natura sinalizou uma cifra de pouco mais de R$ 8 bilhões, com margem Ebitda próxima a 6% — aqui, há um impacto da desalavancagem operacional na The Body Shop e a margem fraca da Avon.
Leia Também
Ou seja: a Natura estaria tentando 'calibrar' as expectativas do sell-side, de modo a evitar que projeções muito distantes da realidade fossem passadas ao mercado, criando expectativas que seriam frustradas na divulgação do balanço — os números oficiais devem ser publicados em 5 de maio.
"Eles querem evitar a catástrofe que foi no resultado passado...", disse o gestor, fazendo menção à forte queda das ações NTCO3 após o balanço decepcionante da Natura no quarto trimestre de 2021 — na ocasião, os papéis fecharam em queda de 9,3%. "Mas estão apenas antecipando a catástrofe".
Procurada, a Natura não respondeu às solicitações de esclarecimento por parte do Seu Dinheiro. Caso a empresa se pronuncie, iremos atualizar esse texto de imediato.
Os sinais são tão ruins assim?
Indo direto ao ponto: sim, os números que supostamente foram sinalizados pela Natura (NTCO3) estão bem abaixo do que o mercado projetava. Veja o caso do BTG, por exemplo — até o momento, o banco estimava uma receita líquida de R$ 9,7 bilhões entre janeiro e março, com margem Ebitda de 8,9%.
No quarto trimestre de 2021, a Natura reportou receita líquida de R$ 11,6 bilhões, com Margem Ebitda ajustada de 13,3%. É verdade que os últimos meses do ano são sazonalmente mais fortes para a companhia, que tem um impulso nas vendas por causa do Natal; ainda assim, a desaceleração sequencial chama a atenção.
Mesmo na comparação com o primeiro trimestre de 2021, os números supostamente fornecidos pela Natura mostram uma desvantagem bastante intensa: na ocasião, a receita líquida chegou a R$ 9,5 bilhões, com margem Ebitda de 8,7%.
Nubank (ROXO34) pode estar ajudando a ‘drenar’ os clientes de Tim (TIMS3) e Vivo (VIVT3); entenda
Segundo a XP, o avanço da Nucel pode estar acelerando a migração de clientes para a Claro e pressionando rivais como Tim e Vivo, o que sinaliza uma mudança mais rápida na dinâmica competitiva do setor
Bradespar (BRAP4) distribui quase R$ 600 milhões em dividendos e JCP; pagamento será feito em duas etapas
Do total anunciado, R$ 330 milhões correspondem aos dividendos e R$ 257 milhões aos juros sobre capital próprio (JCP); Localiza também detalha distribuição de proventos
Falta de luz em SP: Prejuízo a bares, hotéis e restaurantes pode chegar a R$ 100 milhões
Estimativa da Fhoresp é que 5 mil estabelecimentos foram atingidos pelo apagão
Isa Energia (ISAE4) recebe upgrade duplo do JP Morgan depois de comer poeira na bolsa em 2025
Após ficar atrás dos pares em 2025, a elétrica recebeu um upgrade duplo de recomendação. Por que o banco vê potencial de valorização e quais os catalisadores?
Não colou: por que a Justiça barrou a tentativa do Assaí (ASAI3) de se blindar de dívidas antigas do Pão de Açúcar
O GPA informou, nesta segunda (15), que o pedido do Assaí por blindagem contra passivos tributários anteriores à cisão das duas empresas foi negado pela Justiça
Braskem (BRKM5) com novo controlador: IG4 fecha acordo com bancos e tira Novonor do comando
Gestora fecha acordo com bancos credores, avança sobre ações da Novonor e pode assumir o controle da petroquímica
São Paulo às escuras: quando a Enel assumiu o fornecimento de energia no estado? Veja o histórico da empresa
Somente no estado, a concessionária atende 24 municípios da região metropolitana, sendo responsável por cerca de 70% da energia distribuída
Concessão da Enel em risco: MP pede suspensão da renovação, e empresa promete normalizar fornecimento até o fim do dia
O MPTCU defende a divisão da concessão da Enel em partes menores, o que também foi recomendado pelo governador de São Paulo
Cemig (CMIG4) promete investir cifra bilionária nos próximos anos, mas não anima analistas
Os analistas do Safra cortaram o preço-alvo das ações da empresa de R$ 13,20 para R$ 12,50, indicando um potencial de alta de 13% no próximo ano
Casas Bahia (BHIA3) avança em mudança de estrutura de capital e anuncia emissão de R$ 3,9 bilhões em debêntures
Segundo o documento, os recursos obtidos também serão destinados para reperfilamento do passivo de outras emissões de debêntures ou para reforço de caixa
Azul (AZUL4) avança no Chapter 11 com sinal verde da Justiça dos EUA, e CEO se pronuncia: ‘dívida está baixando 60%’
Com o plano aprovado, grande parte da dívida pré-existente será revertida em ações, permitindo que a empresa levante recursos
Bancos oferecem uma mãozinha para socorrer os Correios, mas proposta depende do sinal verde do Tesouro Nacional
As negociações ganharam fôlego após a entrada da Caixa Econômica Federal no rol de instituições dispostas a emprestar os recursos
Mais de R$ 9 bilhões em dividendos e JCP: Rede D’Or (RDOR3) e Engie (EGIE3) preparam distribuição de proventos turbinada
Os pagamentos estão programados para dezembro de 2025 e 2026, beneficiando quem tiver posição acionária até as datas de corte
BRK Ambiental: quem é a empresa que pode quebrar jejum de IPO após 4 anos sem ofertas de ações na bolsa brasileira
A BRK Ambiental entrou um pedido na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) para realizar um IPO; o que esperar agora?
Os bastidores da nova fase da Riachuelo (GUAR3), segundo o CEO. Vale comprar as ações agora?
Em entrevista ao Money Times, André Farber apresenta os novos projetos de expansão da varejista, que inaugura loja-conceito em São Paulo
O rombo de R$ 4,3 bilhões que quase derrubou o império de Silvio Santos; entenda o caso
Do SBT à Tele Sena, o empresário construiu um dos maiores conglomerados do país, mas quase perdeu tudo no escândalo do Banco Panamericano
Citi corta recomendação para Auren (AURE3) e projeta alta nos preços de energia
Banco projeta maior volatilidade no setor elétrico e destaca dividendos como diferencial competitivo
De sucos naturais a patrocínio ao campeão da Fórmula 1: quem colocou R$ 10 mil na ação desta empresa hoje é milionário
A história da Monster Beverage, a empresa que começou vendendo sucos e se tornou uma potência mundial de energéticos, multiplicando fortunas pelo caminho
Oi (OIBR3) ganha mais fôlego para pagamentos, mas continua sob controle da Justiça, diz nova decisão
Esse é mais um capítulo envolvendo a Justiça, os grandes bancos credores e a empresa, que já está em sua segunda recuperação judicial
Larry Ellison, cofundador da Oracle, perdeu R$ 167 bilhões em um só dia: veja o que isso significa para as ações de empresas ligadas à IA
A perda vem da queda do valor da empresa de tecnologia que oferece softwares e infraestrutura de nuvem e da qual Ellison é o maior acionista
