Iguatemi (IGTI11) faz bom negócio com shopping JK Iguatemi, mas ação pesa com oferta para financiar aquisição
Como os papéis ainda estão em patamares descontados, o follow-on pode levar a uma diluição da participação dos acionistas
“Um mal necessário”: é assim que os analistas avaliam a notícia que a Iguatemi (IGTI11) fará um follow-on de até R$ 825 milhões para que a companhia seja a única dona do shopping JK Iguatemi.
Sobre o negócio em si, há poucos questionamentos. A empresa concordou em pagar R$ 667 milhões por uma fatia adicional de 36% do shopping. Após a conclusão da transação, a Iguatemi passará a deter 100% do ativo.
A oferta subsequente de ações, anunciada no mesmo dia, financiará parte da compra com a emissão de, no mínimo, 24,7 milhões de units. Outra parte da soma será paga com recursos advindos de um aumento de capital de R$ 98,2 milhões e uma troca de ações com a JK Iguatemi Empreendimentos Imobiliários.
De volta ao follow-on, a operação pode movimentar cerca de R$ 400 milhões, segundo o preço de fechamento do pregão anterior ao anúncio.
Mas o montante pode chegar a R$ 825 milhões caso o lote adicional de 16 milhões de units entre em cena. O preço por ação da operação será definido na próxima semana, em 20 de setembro.
- EXCLUSIVO "BOLSONARO X LULA": com 7 de setembro e ânimos à flor da pele para eleições, saiba como as eleições podem mexer com o Ibovespa daqui para frente e o que aconteceu com a Bolsa nas últimas 6 eleições, de 1998 a 2018. Basta liberar o material gratuito neste link
Por que o follow-on da Iguatemi é um mal?
Por falar na precificação da oferta da Iguatemi (IGTI11), este é o ponto que preocupa os analistas no follow-on da empresa. Como as ações ainda estão em patamares descontados, a XP explica que a oferta pode levar a uma diluição de cerca de 13,5% dos acionistas.
Leia Também
E o desconto cresceu nesta segunda-feira (12), com os papéis reagindo negativamente à operação. As units IGTI11 recuaram 1,80% hoje, cotadas em R$ 19,64.
O efeito do valuation na precificação não será sentido somente sobre os sócios minoritários. O grupo Jereissati, que reúne a família fundadora da empresa, também será marginalmente diluído.
Os controladores se comprometeram a injetar R$ 70 milhões na capitalização, valor que representa cerca de 14% da oferta base contra uma participação de 29% na Iguatemi.
Considerando esse cenário, a Genial Investimentos declara que a adesão à oferta “é quase uma necessidade para os atuais acionistas”. “Do ponto de vista do novo capital, está se pagando muito barato por um ativo muito bom e, também, por ação”, afirmam os analistas.
Os acionistas terão até 16 de setembro para participar da oferta. Veja abaixo quantas ações cada investidor terá direito de subscrever para cada papel ordinário e preferencial em sua carteira.
| Titulares de ações ON* | Titulares de ações PN* | |
| Ação ON (IGTI3) - lote base | 0,032478 | - |
| Ação PN (IGTI4) - lote base | 0,033530 | 0,066008 |
| Ação ON (IGTI3) - lote adicional | 0,053588 | - |
| Ação PN (IGTI4) - lote adicional | 0,055324 | 0,108912 |
Por que Iguatemi vai emitir novas ações?
Se a ação ainda está barata demais para que a precificação seja favorável à Iguatemi, por que esse foi o caminho escolhido para financiar a aquisição da participação remanescente no shopping JK Iguatemi?
A resposta está nos níveis atuais de endividamento da empresa. A relação entre a dívida líquida e o Ebitda (Lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) da companhia está em 2,71x. A Genial estima que, caso a aquisição fosse realizada 100% via endividamento, o indicador subiria para 3,4x.
Vale destacar que boa parte mercado não vê com bons olhos alavancagens superiores a três vezes para um modelo de negócio como o da Iguatemi. Além disso, o avanço da taxa Selic encarece a emissão de novas dívidas.
Ainda assim, a Genial considera que uma dívida menor complementada pela venda da participação da empresa na Infracommerce “teria sido um caminho mais suave” do que a oferta.
Já XP enxerga pontos positivos no follow-on e destacou o fortalecimento da estrutura de capital da companhia e abertura de espaço para futuras aquisições, além do auxílio à liquidez das ações.
O JK Iguatemi vale a pena?
Apesar da visão negativa do follow-on, os analistas da Genial consideram que a Iguatemi fez um bom negócio na compra do JK Iguatemi. “Estimamos o cap rate de aquisição em 8,0%, muito acima do que esperaríamos para um shopping como o JK.”
O indicador calcula a média de retorno de capital investido em um imóvel. Para efeitos de comparação, a Genial cita que a Brookfield pedia uma taxa de retorno de 5,8% para o Shopping Higienópolis, outro ativo que estava na mira da Iguatemi.
Além do retorno atrativo, o ativo também fortalece a característica premium do portfólio da companhia. Inaugurado em 2012 e voltado para o segmento de luxo, o JK Iguatemi é um dos principais shoppings centers do Brasil.
O empreendimento é dono do quarto maior aluguel mensal por metro quadrado do Brasil e o segundo dentro do portfólio da empresa, conforme destaca o Citi. Os valores cobrados dos lojistas cresceram 65% no segundo trimestre, na comparação com o mesmo período de 2019.
Esse é, segundo a Iguatemi, o maior avanço entre os cinco shoppings com maiores aluguéis por m² do país. Por isso, o Citi avalia bem a aquisição: “Apesar do cap de 8% estar abaixo do que a IGTI negocia atualmente, em 9,5%, vemos a compra como positiva”.
A fortuna de Silvio Santos: perícia revela um patrimônio muito maior do que se imaginava
Inventário do apresentador expõe o tamanho real do império construído ao longo de seis décadas
UBS BB rebaixa Raízen (RAIZ4) para venda e São Martinho (SMTO3) para neutro — o que está acontecendo no setor de commodities?
O cenário para açúcar e etanol na safra de 2026/27 é bastante apertado, o que levou o banco a rever as recomendações e preços-alvos de cobertura
Vale (VALE3): as principais projeções da mineradora para os próximos anos — e o que fazer com a ação agora
A companhia deve investir entre US$ 5,4 bilhões e US$ 5,7 bilhões em 2026 e cerca de US$ 6 bilhões em 2027. Até o fim deste ano, os aportes devem chegar a US$ 5,5 bilhões; confira os detalhes.
Mesmo em crise e com um rombo bilionário, Correios mantêm campanha de Natal com cartinhas para o Papai Noel
Enquanto a estatal discute um empréstimo de R$ 20 bilhões que pode não resolver seus problemas estruturais, o Papai Noel dos Correios resiste
Com foco em expansão no DF, Smart Fit compra 60% da rede de academias Evolve por R$ 100 milhões
A empresa atua principalmente no Distrito Federal e, segundo a Smart Fit, agrega pontos comerciais estratégicos ao seu portfólio
Por que 6 mil aviões da Airbus precisam de reparos: os detalhes do recall do A320
Depois de uma falha de software expor vulnerabilidades à radiação solar e um defeito em painéis metálicos, a Airbus tenta conter um dos maiores recalls da sua história
Os bastidores da crise na Ambipar (AMBP3): companhia confirma demissão de 35 diretores após detectar “falhas graves”
Reestruturação da Ambipar inclui cortes na diretoria e revisão dos controles internos. Veja o que muda até 2026
As ligações (e os ruídos) entre o Banco Master e as empresas brasileiras: o que é fato, o que é boato e quem realmente corre risco
A liquidação do Banco Master levantou dúvidas sobre possíveis impactos no mercado corporativo. Veja o que é confirmado, o que é especulação e qual o risco real para cada companhia
Ultrapar (UGPA3) e Smart Fit (SMFT3) pagam juntas mais de R$ 1,5 bilhão em dividendos; confira as condições
A maior fatia desse bolo fica com a Ultrapar; a Smartfit, por sua vez, também anunciou a aprovação de aumento de capital
RD Saúde (RADL3) anuncia R$ 275 milhões em proventos, mas ações caem na bolsa
A empresa ainda informou que submeterá uma proposta de aumento de capital de R$ 750 milhões
Muito além do Itaú (ITUB4): qual o plano da Itaúsa (ITSA4) para aumentar o pagamento de dividendos no futuro, segundo a CFO?
Uma das maiores pagadoras de dividendos da B3 sinaliza que um novo motor de remuneração está surgindo
Petrobras (PETR4) amplia participação na Jazida Compartilhada de Tupi, que detém com Shell e a portuguesa Petrogal
Os valores a serem recebidos pela estatal serão contabilizados nas demonstrações financeiras do quarto trimestre de 2025
Americanas (AMER3) anuncia troca de diretor financeiro (CFO) quase três anos após crise e traz ex-Carrefour e Dia; veja quem assume
Sebastien Durchon, novo diretor financeiro e de Relações com Investidores da Americanas, passou pelo Carrefour, onde conduziu o IPO da varejista no Brasil e liderou a integração do Grupo Big, e pelo Dia, onde realizou um plano de reestruturação
Essa empresa aérea quer que você pague mais de R$ 100 para usar o banheiro do avião
Latam cria regras para uso do banheiro dianteiro – a princípio, apenas passageiros das 3 primeiras fileiras terão acesso ao toalete
Ambipar (AMBP3): STJ suspende exigência de depósito milionário do Deutsche Bank
Corte superior aceitou substituir a transferência dos R$ 168 milhões por uma carta de fiança e congelou a ordem do TJ-RJ até a conclusão da arbitragem
Sinal verde: Conselho dos Correios dá aval a empréstimo de R$ 20 bilhões para reestruturar a estatal
Com aprovação, a companhia avança para fechar o financiamento bilionário com cinco bancos privados, em operação que ainda depende do Tesouro e promete aliviar o caixa e destravar a reestruturação da empresa
Oi (OIBR3) consegue desbloqueio de R$ 517 milhões após decisão judicial
Medida permite à operadora acessar recursos bloqueados em conta vinculada à Anatel, enquanto ações voltam a oscilar na bolsa após suspensão da falência
WEG (WEGE3) pagará R$ 1,9 bilhão em dividendos e JCP aos acionistas; veja datas e quem recebe
Proventos refletem o desempenho resiliente da companhia, que registrou lucro em alta mesmo em cenário global incerto
O recado da Petrobras (PETR4) para os acionistas: “Provavelmente não teremos dividendos extraordinários entre 2026 e 2030”
Segundo o diretor financeiro da companhia, Fernando Melgarejo, é preciso cumprir o pré-requisito de fluxo de caixa operacional robusto, capaz de deixar a dívida neutra, para a distribuição de proventos adicionais
A ação do Assaí virou um risco? ASAI3 cai mais de 6% com a chegada dos irmãos Muffato; saiba o que fazer com o papel agora
Na quinta-feira (27), companhia informou que fundos controlados pelos irmãos Muffato adquiriram uma posição acionária de 10,3%
