Gol (GOLL4) admite ter pago milhões em propina nos EUA e no Brasil — e fecha acordo milionário para acabar com as investigações
O acordo fechado com a CGU, o Departamento de Justiça dos EUA e a SEC determina o pagamento de US$ 41,5 milhões para “quitar” as acusações
Após ser investigada por ter pago milhões em propina nos Estados Unidos e no Brasil, a Gol (GOLL4) fechou um acordo milionário com as autoridades locais e norte-americanas para colocar um fim às investigações.
As acusações referem-se a uma série de pagamentos, somando cerca de US$ 3,8 milhões, feitos pela Gol entre 2012 e 2013, a pessoas politicamente expostas — incluindo oficiais do governo brasileiro e dos EUA.
O acordo fechado com a Controladoria Geral da União (CGU), o Departamento de Justiça dos EUA e a SEC (a CVM norte-americana) determina o pagamento de US$ 41,5 milhões em multas para “quitar” as acusações.
As ações da Gol operam em queda nesta sexta-feira (16). Por vota das 11h50, os papéis GOLL4 recuavam 2,45% na bolsa brasileira, a R$ 9,95.
A propina da Gol (GOLL4)
O procurador-geral da divisão criminal do Departamento de Justiça norte-americano, Kenneth Polite, afirmou que a Gol (GOLL4) "pagou milhões de dólares em propinas a funcionários estrangeiros no Brasil em troca da aprovação de uma legislação benéfica para ela".
“A Gol celebrou contratos fraudulentos com fornecedores terceirizados para ocultar os fundos necessários para manter essa conduta criminosa e, em seguida, listou os pagamentos falsos em seus próprios registros como despesas legítimas", disse a autoridade.
A própria aérea declarou que, em 2017, concluiu uma investigação externa e independente que comprovou o pagamento de propina na época.
O suborno teria resultado na redução de impostos sobre a folha de pagamento e de taxas sobre combustíveis na época, o que teria beneficiado a Gol e outras companhias aéreas.
O acordo entre a Gol e as autoridades
A aérea fechou um acordo com a Controladoria Geral da União (CGU), o Departamento de Justiça dos Estados Unidos (DoJ) e a SEC (a xerife do mercado de capitais norte-americano).
A determinação estabelece que a Gol (GOLL4) terá que desembolsar US$ 41,5 milhões em multas para “extinguir” as acusações.
A Gol (GOLL4) terá que pagar US$ 24,5 milhões à SEC, outros US$ 17 milhões ao DoJ e cerca de US$ 3,4 milhões às autoridades do Brasil.
Vale destacar que a multa paga às autoridades brasileiras poderá ser deduzida dos pagamentos à SEC e ao DoJ.
Em relação à quantia devida às autoridades norte-americanas, o pagamento de US$ 12,6 milhões deverá ser feito já neste mês. O valor restante será pago periodicamente durante dois anos.
Com o acordo, as denúncias serão arquivadas pelo Departamento de Justiça dos EUA. Porém, a Gol terá que reportar à autoridade norte-americana a implementação de remédios e medidas de cumprimento de políticas anticorrupção pelos próximos três anos.
Um desconto no preço do “pecado”
Apesar de o montante ser equivalente a quase 11 vezes o valor do suborno, o “pecado” ainda saiu “barato” para a Gol — mais especificamente, com um desconto de 25% do valor inicialmente proposto.
A princípio, a aérea deveria pagar US$ 70 milhões para fechar um acordo do tipo com as autoridades.
Porém, a SEC e o Departamento de Justiça norte-americano decidiram renunciar à maior parcela da cobrança por conta da “incapacidade da Gol de pagar as multas integralmente”.
A autoridade ainda afirma que a Gol recebeu “todo o crédito por sua cooperação com a investigação do departamento”.
Segundo documento oficial, o auxílio da empresa incluiu o fornecimento dos dados descobertos pela investigação da companhia, como a análise de documentos, testemunhos, verificação de antecedentes e verificação de mais de duas mil transações.
A Vale (VALE3) vai surpreender de novo? O que esperar do balanço da mineradora no 1T24 após produção e vendas que agradaram o mercado
A companhia divulga nesta quarta-feira (24), após o fechamento do mercado, os primeiros resultados financeiros referentes a 2024; o Seu Dinheiro antecipa o que deve vir por aí
Sabesp (SBSP3): Câmara de São Paulo retoma debate da privatização, mas vereador contrário à proposta defende plebiscito
O projeto de lei que possibilita a privatização foi aprovado em primeira votação no dia 17 deste mês, mas não há data prevista para a segunda votação, que será definitiva
Acionistas da Cielo (CIEL3) rejeitam novo laudo de avaliação em oferta de Bradesco e Banco do Brasil para fechar o capital da empresa
A rejeição ocorre após um acordo entre parte dos minoritários e os bancos que elevou para R$ 5,60 o preço por ação na OPA, uma alta 4,67% ante a oferta original
Elon Musk é um encantador de investidores? Por que a Tesla tem o menor resultado em três anos e as ações TSLA sobem forte em Nova York
A fabricante de carros elétricos anunciou lucro e receita piores do que o esperado no primeiro trimestre de 2024 e viu seus papéis avançaram quase 10% no after market; entenda o que animou os investidores
Weg (WEGE3) recebe sinal verde dos investidores para aumentar o capital em R$ 1 bilhão
A operação será feita por meio da incorporação de parte do saldo de reserva e retenção de lucros para investimentos da empresa
Novo imposto do aço: Governo aumenta taxa para importação em meio a apelo das siderúrgicas. Vem impacto na inflação?
A alíquota subirá para 25% quando as cotas estabelecidas pelo governo forem ultrapassadas; veja os produtos que podem ser sobretaxados
Novo Ozempic? “Cópia” da caneta emagrecedora será distribuída no Brasil por small cap que já disparou 225% — Ambev sofrerá?
As ações desta small cap brasileira chegaram a disparar mais de 70% com a notícia: um medicamento similar ao Ozempic será distribuído no Brasil. Em seis meses, a alta já ultrapassa os 225% na bolsa. “O remédio é um dos maiores temas do mercado de uns tempos para cá — ao lado da inteligência artificial”, […]
Mais um trimestre para esquecer? Usiminas cai forte na B3 após balanço do 1T24. Saiba o que o CEO da siderúrgica disse sobre os resultados
“2024 começou com forte importação e competição desleal”, afirmou o CEO da Usiminas, Marcelo Chara, em teleconferência com analistas
Vai um Assaí aí? Por que esse bancão resolveu mudar a recomendação das ações ASAI3 — papéis reagem e sobem na B3
O JP Morgan elevou a recomendação para as ações do Assaí, com preço-alvo de R$ 17,50 para dezembro de 2024 — os papéis chegaram a ocupar o terceiro lugar no pódio de altas do Ibovespa; saiba por que chegou a hora de comprar
3R Petroleum (RRRP3) e Enauta (ENAT3): esse bancão diz o que esperar da fusão entre as petroleiras juniores da B3 — e qual ação comprar agora
Na projeção do banco, o casamento entre as junior oils pode ser concluído até o fim do 3T24 — e já conta o que os investidores devem esperar pela frente
Leia Também
-
Ação na Justiça brasileira contra Elon Musk pede indenização bilionária após 'cabo de guerra' com ministro Alexandre de Moraes
-
Na velocidade da luz: Enel terá um minuto para responder os consumidores, decide Justiça de São Paulo
-
Como a escalada das tensões no Oriente Médio derruba as ações da Azul (AZUL4) e da Gol (GOLL4) na B3