Embraer engata rota ascendente após crise da covid e rejeição pela Boeing
A retomada global da aviação comercial beneficiou não só a aviação comercial da Embraer, que hoje é responsável por um terço das receitas, mas também a divisão de serviços da empresa
A tormenta vivida pela Embraer em 2020 foi violenta. Poucas empresas sofreram tanto quanto a fabricante de aviões, que assistiu à demanda do setor despencar enquanto seus clientes estacionavam suas frotas em todo o mundo conforme países adotavam medidas de distanciamento social para conter a covid. Dois meses após o início dessa crise, a companhia sofreu outro golpe, com a Boeing desistindo de comprar sua divisão de aviação comercial. O resultado foi uma queda de 55% nas ações da Embraer e um prejuízo de R$ 1,5 bilhão no ano.
Mas, tão rápido quanto afundou, a Embraer parece estar se recuperando. No ano passado, ainda em meio à pandemia, a empresa registrou um lucro trimestral (entre abril e junho) - o que não acontecia desde o mesmo período de 2018. Ainda teve a maior alta da B3. Enquanto o Ibovespa caiu 12% em 2021, a Embraer subiu 180%.
Apesar de, no início de 2022, o desempenho da companhia na Bolsa ser negativo, com queda acumulada de 23,5%, o clima entre os analistas da empresa é de otimismo. A XP vê espaço para as ações negociadas no Brasil se valorizarem 44%. Já para os papéis comercializados nos Estados Unidos, o Itaú vê potencial de alta de 47% até o fim do ano; o BTG, de 40% e o Citi, de 22%.
"O que me faz ficar positivo é que não vejo o preço atual da ação refletindo, ao mesmo tempo, a retomada da aviação comercial e a inovação com o 'carro voador'. Talvez um desses fatores esteja no preço, mas não os dois", diz o analista Lucas Laghi, da XP.
Aviação comercial
A recuperação da aviação comercial no mundo foi liderada pelo mercado regional, de aviões com até 150 lugares e no qual a Embraer é líder. Com capacidade para 88 assentos, o modelo E175 praticamente não tem concorrente hoje. Em 2020, pior ano da crise da pandemia, 73% dos aviões comerciais entregues pela empresa eram desse modelo. Nos nove primeiros meses de 2021, essa fatia caiu para 47%.
"A Embraer tem grande exposição ao mercado regional e ela mantém liderança com o E175 nos EUA, que é um dos maiores mercados de aviação doméstica", diz a analista Thais Cascello, do Itaú BBA.
Leia Também
R$ 90 bilhões em dividendos, JCP e mais: quase 60 empresas fazem chover proventos às vésperas da taxação
A retomada global da aviação comercial beneficiou não só esse segmento da Embraer, que hoje é responsável por um terço das receitas, mas também a divisão de serviços da empresa, já que a necessidade de companhias aéreas fazerem a manutenção de seus aviões aumentou. A área de serviço e suporte da Embraer é a que tem a maior margem de lucro e sua participação na geração de receita passou de 22,5%, em 2019, para 28,5%, nos nove primeiros meses de 2021.
No segmento de defesa, o bilionário projeto C-390 Millenium (um cargueiro militar, a maior aeronave já desenvolvida pela empresa) foi concluído e parou de gerar gastos. Agora, a expectativa é de que traga receitas. O mercado, porém, prevê que essa divisão tenha uma participação cada vez menor na companhia - de janeiro a setembro de 2021, foi em 16,5%.
Já a área de aviação executiva tem tido um crescimento consolidado, sobretudo porque a Embraer acertou no portfólio de produtos. "A margem tem melhorado cada vez mais", diz Thais, do Itaú. No último trimestre de 2021, a receita do segmento subiu 17%.
Custos
Além do vento favorável em todas as suas divisões, a Embraer ainda se tornou mais eficiente, enxugando custos. Neste ano, anunciou a venda de duas fábricas em Portugal, que, segundo o presidente da empresa, Francisco Gomes Neto, eram ineficientes. Antes, já havia renegociado contratos e demitido 2,5 mil funcionários (15,6% do quadro brasileiro).
Para coroar o cenário, o eVTOL (sigla em inglês para veículo elétrico de pouso e decolagem vertical, como é chamado oficialmente o "carro voador") se tornou a grande aposta para o futuro da aviação, e a Embraer, umas das promessas na área. Em junho passado, quando foi confirmada a notícia de que a Eve (empresa da Embraer que desenvolve o projeto) faria uma fusão com a americana Zanite para abrir seu capital na Bolsa de Nova York, as ações da Embraer saltaram 15,6% em um único dia.
"Como os negócios mais tradicionais estão indo melhor ou não estão causando tanta dor de cabeça para o investidor, o mercado se sentiu mais confortável para precificar o eVTOL. Talvez, se o negócio tradicional não tivesse indo tão bem, a turma não ficaria tão propensa a comprar um negócio novo que ainda precisa se provar", acrescenta a analista do Itaú.
O presidente da Embraer avalia que, entre todos os fatores que impulsionaram a companhia, os projetos para torná-la mais eficiente e o do "carro voador" são os mais importantes. Gomes Neto diz que, para as ações da empresa subirem como o esperado pelo mercado, será preciso consistência no trabalho. "Precisamos entregar o que prometemos, como fizemos até o terceiro trimestre de 2021." E a promessa não é pequena. Até 2026, o executivo quer quase dobrar o faturamento da Embraer, na comparação com 2020.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Tupy (TUPY3) convoca assembleia para discutir eleição de membros do Conselho em meio a críticas à indicação de ministro de Lula
Assembleia Geral Extraordinária debaterá mudanças no Estatuto Social da Tupy e eleição de membros dos conselhos de administração e fiscal
Fundadora da Rede Mulher Empreendedora, Ana Fontes já impactou mais de 15 milhões de pessoas — e agora quer conceder crédito
Rede Mulher Empreendedora (RME) completou 15 anos de atuação em 2025
Localiza (RENT3) e outras empresas anunciam aumento de capital e bonificação em ações, mas locadora lança mão de ações PN temporárias
Medidas antecipam retorno aos acionistas antes de entrada em vigor da tributação sobre dividendos; Localiza opta por caminho semelhante ao da Axia Energia, ex-Eletrobras
CVM inicia julgamento de ex-diretor do IRB (IRBR3) por rumor sobre investimento da Berkshire Hathaway
Processo surgiu a partir da divulgação da falsa informação de que empresa de Warren Buffett deteria participação na resseguradora após revelação de fraude no balanço
Caso Banco Master: Banco Central responde ao TCU sobre questionamento que aponta ‘precipitação’ em liquidar instituição
Tribunal havia dado 72 horas para a autarquia se manifestar por ter optado por intervenção em vez de soluções de mercado para o banco de Daniel Vorcaro
Com carne cara e maior produção, 2026 será o ano do frango, diz Santander; veja o que isso significa para as ações da JBS (JBSS32) e MBRF (MBRF3)
A oferta de frango está prestes a crescer, e o preço elevado da carne bovina impulsiona as vendas da ave
Smart Fit (SMFT3) lucrou 40% em 2025, e pode ir além em 2026; entenda a recomendação de compra do Itaú BBA
Itaú BBA vê geração de caixa elevada, controle de custos e potencial de crescimento em 2026; preço-alvo para SMFT3 é de R$ 33
CSN (CSNA3) terá modernização de usina em Volta Redonda ‘reembolsada’ pelo BNDES com linha de crédito de R$ 1,13 bilhão
Banco de fomento anunciou a aprovação de um empréstimo para a siderúrgica, que pagará por adequações feitas em fábrica da cidade fluminense
De dividendos a ações resgatáveis: as estratégias das empresas para driblar a tributação são seguras e legais?
Formatos criativos de remuneração ao acionista ganham força para 2026, mas podem entrar na mira tributária do governo
Grupo Toky (TOKY3) mexe no coração da dívida e busca virar o jogo em acordo com a SPX — mas o preço é a diluição
Acordo prevê conversão de debêntures em ações, travas para venda em bolsa e corte de até R$ 227 milhões em dívidas
O ano do Itaú (ITUB4), Bradesco (BBDC4), Banco do Brasil (BBAS3) e Santander (SANB11): como cada banco terminou 2025
Os balanços até setembro revelam trajetórias muito diferentes entre os gigantes do setor financeiro; saiba quem conseguiu navegar bem pelo cenário adverso — e quem ficou à deriva
A derrocada da Ambipar (AMBP3) em 2025: a história por trás da crise que derrubou uma das ações mais quentes da bolsa
Uma disparada histórica, compras controversas de ações, questionamentos da CVM e uma crise de liquidez que levou à recuperação judicial: veja a retrospectiva do ano da Ambipar
Embraer (EMBR3) ainda pode ir além: a aposta ‘silenciosa’ da fabricante de aviões em um mercado de 1,5 bilhão de pessoas
O BTG Pactual avalia que a Índia pode adicionar bilhões ao backlog — e ainda está fora do radar de muitos investidores
O dia em que o caso do Banco Master será confrontado no STF: o que esperar da acareação que coloca as decisões do Banco Central na mira
A audiência discutirá supervisão bancária, segurança jurídica e a decisão que levou à liquidação do Banco Master. Entenda o que está em jogo
Bresco Logística (BRCO11) é negociado pelo mesmo valor do patrimônio, segundo a XP; saiba se ainda vale a pena comprar
De acordo com a corretora, o BRCO11 está sendo negociado praticamente pelo mesmo valor de seu patrimônio — múltiplo P/VP de 1,01 vez
Um final de ano desastroso para a Oracle: ações caminham para o pior trimestre desde a bolha da internet
Faltando quatro dias úteis para o fim do trimestre, os papéis da companhia devem registrar a maior queda desde 2001
Negócio desfeito: por que o BRB desistiu de vender 49% de sua financeira a um grupo investidor
A venda da fatia da Financeira BRB havia sido anunciada em 2024 por R$ 320 milhões
Fechadas com o BC: o que diz a carta que defende o Banco Central dias antes da acareação do caso Master
Quatro associações do setor financeiro defendem a atuação do BC e pedem a preservação da autoridade técnica da autarquia para evitar “cenário gravoso de instabilidade”
CSN Mineração (CMIN3) paga quase meio bilhão de reais entre dividendos e JCP; 135 empresas antecipam proventos no final do ano
Companhia distribui mais de R$ 423 milhões em dividendos e JCP; veja como 135 empresas anteciparam proventos no fim de 2025
STF redefine calendário dos dividendos: empresas terão até janeiro de 2026 para deliberar lucros sem imposto
O ministro Kassio Nunes Marques prorrogou até 31 de janeiro do ano que vem o prazo para deliberação de dividendos de 2025; decisão ainda precisa ser confirmada pelo plenário