Clientes sacam quase R$ 2 bilhões de fundos do Credit Suisse no país em meio à crise do banco
Banco suíço conta com pouco mais de R$ 100 bilhões sob gestão em fundos de investimento no país, a grande maioria de clientes milionários
Os clientes brasileiros do Credit Suisse resgataram quase R$ 2 bilhões dos fundos de maior liquidez sob gestão do banco suíço desde o início do mês. Esse movimento acontece em meio à grave crise pela qual atravessa a instituição.
As preocupações com o Credit Suisse aumentaram no fim do mês passado, quando o CDS (Credit Default Swap) do banco, que funciona como um seguro contra o risco de calote, atingiu o maior nível desde a crise financeira global. Ou seja, o mercado passou a temer que o banco não tenha condições de honrar com os compromissos.
Em resposta, o Credit Suisse pretende anunciar um plano de reestruturação ainda neste mês, o que deve incluir a separação de áreas de negócios e uma possível capitalização.
Credit Suisse: resgates nos fundos
No Brasil, parte dos investidores aparentemente não pretende esperar para ver a nova cara do banco. Os dois principais fundos de liquidez sob gestão do Credit Suisse no país acumulam resgates líquidos de R$ 1,952 bilhão nos primeiros quatro dias de outubro, de acordo com dados da Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
O levantamento tem como base os fundos CSHG DI Master e CSHG Soberano Master, que recebem recursos de outros fundos distribuídos pelo banco. A escolha pelos fundos master foi feita para evitar a dupla contagem.
O primeiro fundo do Credit Suisse apresenta resgates líquidos — ou seja, a diferença entre o dinheiro que entrou e saiu — de R$ 3,6 bilhões entre segunda e quinta-feira da semana passada — último dado disponível.
Leia Também
Os resgates no CSHG DI Master foram compensados em parte pela captação no outro fundo. O CSHG Soberano Master apresentou uma entrada líquida de R$ 1,648 bilhão nos primeiros quatro dias úteis de outubro.
O movimento específico no CSHG Soberano chama a atenção diante do momento do Credit Suisse. Mas a indicação é de que houve uma alocação interna dos recursos entre os produtos da casa.
Seja como for, a onda de resgates até o momento não afetou as cotas. Os fundos mantiveram a rentabilidade histórica próxima a 100% do CDI nos primeiros dias deste mês.
O Credit Suisse contava com pouco mais de R$ 100 bilhões sob gestão em fundos de investimento em agosto, de acordo com dados da Anbima. A grande maioria desses recursos vem do segmento private — de clientes milionários. Procurado, o banco mandou o posicionamento abaixo:
“O Credit Suisse informa que parte relevante dos recursos resgatados do CSHG DI Master foram destinados a outras estratégias e ativos financeiros geridos pelo Credit Suisse, o que pode ser verificado no aumento da captação de alguns fundos.”
Mais resgates podem acontecer?
Vale destacar que os dados da CVM provavelmente ainda não refletem todos os pedidos de resgate dos clientes do Credit Suisse. Isso porque boa parte do patrimônio dos investidores se encontra em fundos com carência de pelo menos 30 dias.
Em outras palavras, os pedidos de saque feitos no início do mês só devem aparecer nos dados dos fundos a partir de novembro. A estrutura dos fundos também impede que os clientes do Credit Suisse peçam a portabilidade de custódia para outra instituição. Ou seja, para retirar o dinheiro do banco é preciso pedir o resgate.
Por fim, vale lembrar que o investidor de fundos em tese é protegido no caso de uma eventual quebra da instituição, já que cada fundo possui um patrimônio separado, inclusive com CNPJ próprio.
A crise no Credit Suisse
Faz algum tempo que circula no mercado um rumor de que algo não vai bem no banco suíço. Mas, ao longo da semana passada, esse rumor se tornou mais palpável com a disparada do seguro contra calote.
Em meio a esse cenário, o CEO do Credit Suisse, Ulrich Koerner, tentou acalmar os ânimos dos funcionários e do mercado, mas isso não deu muito certo. A expectativa é que o banco apresente um novo plano estratégico no dia 27 de outubro.
Aqui no Brasil, o Credit Suisse desligou 21 funcionários da área de gestão de fortunas (wealth management) em setembro.
Negócio desfeito: por que o BRB desistiu de vender 49% de sua financeira a um grupo investidor
A venda da fatia da Financeira BRB havia sido anunciada em 2024 por R$ 320 milhões
Fechadas com o BC: o que diz a carta que defende o Banco Central dias antes da acareação do caso Master
Quatro associações do setor financeiro defendem a atuação do BC e pedem a preservação da autoridade técnica da autarquia para evitar “cenário gravoso de instabilidade”
CSN Mineração (CMIN3) paga quase meio bilhão de reais entre dividendos e JCP; 135 empresas antecipam proventos no final do ano
Companhia distribui mais de R$ 423 milhões em dividendos e JCP; veja como 135 empresas anteciparam proventos no fim de 2025
STF redefine calendário dos dividendos: empresas terão até janeiro de 2026 para deliberar lucros sem imposto
O ministro Kassio Nunes Marques prorrogou até 31 de janeiro do ano que vem o prazo para deliberação de dividendos de 2025; decisão ainda precisa ser confirmada pelo plenário
BNDES lidera oferta de R$ 170 milhões em fundo de infraestrutura do Patria com foco no Nordeste; confira os detalhes
Oferta pública fortalece projetos de logística, saneamento e energia, com impacto direto na região
FII BRCO11 fecha contrato de locação com o Nubank (ROXO34) e reduz vacância a quase zero; XP recomenda compra
Para a corretora, o fundo apresenta um retorno acumulado muito superior aos principais índices de referência
OPA da Ambipar (AMBP3): CVM rejeita pedido de reconsideração e mantém decisão contra a oferta
Diretoria da autarquia rejeitou pedido da área técnica para reabrir o caso e mantém decisão favorável ao controlador; entenda a história
Azul (AZUL54) chega a cair mais de 40% e Embraer (EMBJ3) entra na rota de impacto; entenda a crise nos ares
Azul reduz encomenda de aeronaves com a Embraer, enquanto ações despencam com a diluição acionária prevista no plano de recuperação
Corrida por proventos ganha força: 135 empresas antecipam remuneração; dividendos e JCP são os instrumentos mais populares
Recompras ganham espaço e bonificação de ações resgatáveis desponta como aposta para 2026, revela estudo exclusivo do MZ Group
IG4 avança na disputa pela Braskem (BRKM5) e leva operação bilionária ao Cade; ações lideram altas na B3
A petroquímica já havia anunciado, em meados deste mês, que a gestora fechou um acordo para assumir a participação da Novonor, equivalente a 50,1% das ações com direito a voto
Nvidia fecha acordo de US$ 20 bilhões por ativos da Groq, a maior aquisição de sua história
Transação em dinheiro envolve licenciamento de tecnologia e incorporação de executivos, mas não a compra da startup
Banco Mercantil (BMEB4) fecha acordo tributário histórico, anuncia aumento de capital e dividendos; ações tombam na B3
O banco fechou acordo com a União após mais de 20 anos de disputas tributárias; entenda o que isso significa para os acionistas
Kepler Weber (KEPL3) e GPT: minoritários questionam termos da fusão e negócio se complica; entenda o que está em jogo
Transações paralelas envolvendo grandes sócios incomodou os investidores e coloca em dúvida a transparência das negociações
Itaúsa (ITSA4) eleva aposta em Alpargatas (ALPA4) em meio à polêmica com a dona da Havaianas
Nos últimos dias, a Itaúsa elevou sua fatia e passou a deter cerca de 15,94% dos papéis ALPA4; entenda a movimentação
Presente de Natal? Tim Cook compra ações da Nike e sinaliza apoio à recuperação da empresa
CEO da Apple investe cerca US$ 3 milhões em papéis da fabricante de artigos esportivos, em meio ao plano de reestruturação comandado por Elliott Hill
Ampla Energia aprova aumento de capital de R$ 1,6 bilhão
Operação envolve capitalização de créditos da Enel Brasileiro e eleva capital social da empresa para R$ 8,55 bilhões
Alimentação saudável com fast-food? Ela criou uma rede de franquias que deve faturar R$ 240 milhões
Camila Miglhorini transformou uma necessidade pessoal em rede de franquias que conta com 890 unidades
Dinheiro na conta: Banco pagará R$ 1,82 por ação em dividendos; veja como aproveitar
O Banco Mercantil aprovou o pagamento de R$ 180 milhões em dividendos
Azul (AZUL54) perde 58% de valor no primeiro pregão com novo ticker — mas a aérea tem um plano para se recuperar
A Azul fará uma oferta bilionária que troca dívidas por ações, na tentativa de limpar o balanço e sair do Chapter 11 nos EUA
O alinhamento dos astros para a Copasa (CSMG3): revisão tarifária, plano de investimento bilionário e privatização dão gás às ações
Empresa passa por virada estratégica importante, que anima o mercado para a privatização, prevista para 2026
