Terceira via na UTI: projeto de uma candidatura alternativa única está morrendo aos poucos
Terceira via encontra dificuldades para definir um nome e põe em risco a possibilidade de uma chapa única
A poucos meses do início das convenções partidárias, a chamada terceira via — grupo que busca se colocar como alternativa entre Jair Bolsonaro (PL) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT) — ainda não conseguiu chegar a um consenso sobre quem encabeçará a candidatura nas eleições presidenciais de outubro.
Assim, na quinta-feira (28), líderes do MDB, do PSDB e do Cidadania se reuniram em São Paulo para discutir a formação de uma chapa única. Embora a intenção da terceira via seja unir forças contra a polarização entre Lula e Bolsonaro, na prática, a desunião do grupo é o que mais chama atenção.
O evento não contou com nenhum representante do pré-candidato à presidência João Dória (PSDB). Por sua vez, o presidente do PSDB, Bruno Araújo, que está em viagem ao exterior, foi representado pelo ex-ministro Pimenta da Veiga, desafeto de Dória no partido. Além disso, na quarta-feira (27), o partido União Brasil já havia sinalizado a intenção de abandonar a terceira via e lançar uma candidatura própria.
Disputa interna
Interesses pessoais e regionais de caciques partidários, disputas internas e a pressão do Palácio do Planalto minam a possibilidade de uma candidatura unificada no centro político. A ideia de formar um palanque único foi reduzida agora a um possível acordo, ainda remoto, entre duas legendas que no passado já foram uma só — MDB e PSDB.
O impasse no grupo alternativo se dá pouco mais de um ano depois do lançamento de um manifesto assinado por seis pré-candidatos, em 31 de março de 2021. Na ocasião, assinaram o "Manifesto pela Consciência Democrática" Ciro Gomes (PDT); Eduardo Leite (PSDB); João Amoêdo (Novo); João Doria (PSDB); Luiz Henrique Mandetta (DEM); e Luciano Huck (sem partido).
Assim, a coalizão que era vista como embrião de uma possível aliança ampla, minguou. Portanto, estão no páreo agora apenas Simone Tebet (MDB) e João Doria, apesar da resistência de tucanos ao governador licenciado de São Paulo. De acordo com o calendário inicial, as legendas devem lançar no dia 18 de maio um pré-candidato único como alternativa à polarização.
Leia Também
Simone Tebet quer diminuir benefícios tributários de empresas — e recorreu ao mercado financeiro em busca de aliados contra o Congresso
Revisão da vida toda: Como o STF desarmou uma bomba orçamentária deixada no colo do governo
Ao Broadcast Político, Veiga disse que, pessoalmente, não acredita que Doria seja o nome mais forte para disputar a presidência. Já a pré-candidata do MDB, Simone Tebet, tem maior apoio dentro grupo, contudo, ainda enfrenta resistência entre caciques do Nordeste que preferem Lula.
Leia também:
- Bolsonaro tem boas chances de vencer no primeiro turno com lentidão da terceira via;
- Saiba mais sobre o acordo que pode colocar Moro, Doria e Tebet juntos na terceira via contra Lula e Bolsonaro;
- A terceira via nas eleições está morta?
União Brasil abandona o barco da terceira via
Durante a semana o União Brasil deu sinais de que não faria parte da terceira via. Em princípio, a justificativa do partido era de que, o grupo estava demorando muito para definir um nome. Contudo, um novo motivo veio à tona: a legenda está sob ameaça de perder cargos no governo federal.
O Palácio do Planalto entrou em campo para forçar o deputado Luciano Bivar (PE), presidente do União Brasil, a retirar o partido do grupo. A ala governista da legenda tem recebido sinais de que perderá cargos, caso seja oficializada a aliança. O recado partiu da Casa Civil, comandada pelo ministro Ciro Nogueira.
Quais as consequências da lentidão da terceira via?
Sem uma decisão da terceira via, a polaridade entre Bolsonaro e Lula tende a crescer ainda mais. De acordo com pesquisas eleitorais recentes, acima de 30% dos eleitores ainda não têm o voto consolidado. Ou seja, podem migrar de nome até a eleição.
Tanto o ex-presidente Lula quanto o presidente Bolsonaro amargam altos índices de rejeição. Mais da metade dos eleitores diz não votar de jeito nenhum em Bolsonaro, enquanto cerca de 40% descartam o petista.
Os efeitos dessa demora na escolha de um candidato terá impactos não só na disputa política, mas também na economia. No podcast “Touros e Ursos”, os repórteres Julia Wiltgen e Victor Aguiar fazem uma análise de qual seria o cenário mais interessante para os mercados.
Confira o vídeo na íntegra e entenda por quê.
*Com informações do Estadão Conteúdo.
“Valores conservadores são o tema das eleições. Não é economia. Não são valores liberais. Conservadores tomaram tudo”, diz Paulo Guedes
Ex-ministro da Economia acredita que o mundo vive um novo momento de desordem em que os conservadores estão à frente das mudanças
Lula confirma que irá disputar as eleições em 2026: “vou completar 80 anos, mas tenho a mesma energia de quando tinha 30”
Em visita à Indonésia, Lula confirmou que pretende disputar um quarto mandato; pesquisas mostram o petista na liderança das intenções de voto
Brasileiros não apoiam exploração de petróleo na Foz do Amazonas, diz pesquisa — e afirmam que Lula deve proibir perfuração
Levantamento feito pelo Datafolha pressiona governo por definição clara antes da COP30, enquanto Petrobras aguarda liberação do Ibama
Barroso anuncia aposentadoria e vai deixar cargo de ministro do STF
Com a decisão, Barroso encerrará um ciclo de 12 anos no STF
Eleições 2026: Lula mantém liderança em todos os cenários de 2º turno, e 76% querem que Bolsonaro apoie outro candidato, diz pesquisa
Levantamento Genial/Quaest indica resistência à nova candidatura do presidente, enquanto eleitorado bolsonarista se divide sobre o futuro político do ex-presidente
Derrota para o governo: Câmara arquiva MP 1.303 e livra investimentos de aumento de imposto de renda — bets também saem ilesas
Deputados retiraram a votação do texto da pauta e, com isso, a medida provisória perde a validade nesta quarta-feira (8)
Pesquisa Genial/Quaest mostra popularidade de Lula no maior patamar do ano após crise com EUA
Aprovação sobe a 48%, impulsionada por percepção positiva da postura do governo diante de tarifas impostas por Trump
Imposto de renda sobre CDB, Tesouro Direto, JCP e fundos ficará em 18% após avaliação por comissão do Congresso Nacional
Medida provisória 1.303/25 é aprovada por comissão mista do Congresso e agora segue para ser votada nos plenários da Câmara e do Senado
Lula e Trump finalmente se falam: troca de afagos, pedidos e a promessa de um encontro; entenda o que está em jogo
Telefonema de 30 minutos nesta segunda-feira (6) é o primeiro contato direto entre os líderes depois do tarifaço e aumenta expectativa sobre negociações
Lula e Trump: a “química excelente” que pode mudar a relação entre o Brasil e os EUA
Alexandre Pires, professor de relações internacionais e economia do Ibmec, analisa os efeitos políticos e econômicos de um possível encontro entre os dois presidentes
Com Tarcísio de Freitas cotado para a corrida presidencial, uma outra figura surge na disputa pelo governo de SP
Cenário nacional dificulta a nomeação de candidatos para as eleições de 2026, com impasse de Bolsonaro ainda no radar
Comissão do Senado se antecipa e aprova projeto de isenção de IR até R$ 5 mil; texto agora depende dos deputados
Proposta de isenção de IR aprovada não é a do governo Lula, mas também cria imposto mínimo para altas rendas, programa de renegociação de dívidas e prevê compensação a estados e municípios
Senado vota regulamentação dos novos impostos sobre consumo, IBS e CBS, nesta quarta-feira (24)
Proposta define regras para o novo comitê gestor do IBS e da CBS, tributos que vão substituir impostos atuais a partir de 2027
O que Lula vai dizer na ONU? Soberania e um recado sutil a Trump estão no radar
A expectativa é que o discurso seja calibrado para o público global, evitando foco excessivo em disputas políticas internas
Câncer de Bolsonaro: o que é o carcinoma de pele encontrado em duas lesões removidas
Ex-presidente recebeu alta após internação por queda de pressão, vômitos e tontura; quadro exige acompanhamento médico periódico
LCI e LCA correm o risco de terem rendimentos tributados, mas debêntures incentivadas sairão ilesas após negociações no Congresso
Relator da MP que muda a tributação dos investimentos diz que ainda está em fase de negociação com líderes partidários
“Careca do INSS”: quem é o empresário preso pela PF por esquema que desviou bilhões
Empresário é apontado como “epicentro” de fraudes que desviaram bilhões de aposentadorias
STF condena Bolsonaro a mais de 27 anos de prisão; saiba quais opções restam ao ex-presidente
Placar final foi 4 a 1 para condenar o ex-presidente Jair Bolsonaro a 27 anos e três meses de prisão em regime fechado
Aprovação de Lula sobe para 33% e chega ao maior nível desde dezembro de 2024, diz Datafolha
O índice de reprovação do petista ainda é um dos maiores entre presidentes desde a redemocratização a esta altura do mandato, mas, na comparação direta, Bolsonaro sai perdendo
Debêntures incentivadas devem continuar isentas de IR, mas LCI e LCA seguem na mira da MP que muda a tributação dos investimentos, diz jornal
Texto deve manter mudanças na alíquota única de IR para ativos tributáveis e na compensação de créditos tributários, pontos que despertam preocupação no mercado
