Copom segue escalando a montanha dos juros e eleva Selic em 1 ponto, a 12,75% ao ano — e continuará subindo rumo ao pico
É a décima alta consecutiva na Selic, que chega no maior patamar desde o começo de 2017; a decisão de juros do Copom foi unânime
Roberto Campos Neto, o presidente do Banco Central (BC), olha para cima e calcula o próximo movimento — num paredão perigoso como o da alta de juros, basta um passo em falso para despencar no abismo da retração econômica. E, na condição de líder da expedição rumo ao topo da montanha, optou pelo trajeto mais seguro: o Copom acaba de elevar a Selic em 1 ponto percentual, ao nível de 12,75% ao ano.
A decisão, publicada há pouco, foi unânime e marca a décima alta consecutiva na taxa básica de juros da economia; no começo do ano passado, a Selic estava em 2%. O BC não ia a patamares tão altos desde janeiro de 2017 — na ocasião, a bandeira estava fincada nos 13%.
Esse novo passo para cima não surpreendeu o mercado; na reunião passada, feita em março, o Copom já tinha deixado claro que pretendia elevar a Selic em 1 ponto percentual. A grande dúvida era quanto aos movimentos daqui em diante: o BC armaria acampamento nos 12,75%, interrompendo a escalada, ou continuaria a subida?
Pois o comunicado da decisão do Copom deixa claro que o plano é seguir em frente, buscando um topo que parece próximo. A autoridade monetária deixou a porta aberta para novas altas na Selic, embora em intensidade menor que a promovida hoje.
Não há, no entanto, uma sinalização firme de quanto será essa nova alta — boa parte do mercado aposta num aumento de 0,5 ponto, o que levaria a Selic a 13,25% ao ano. O BC também não deixou claro se teremos apenas mais um degrau a ser subido, ou se o topo da montanha está ainda mais para cima.
Essa escalada implacável ocorre em meio ao avanço igualmente firme da inflação: em março, o IPCA acumulado em 12 meses chegou a 11,3%, sem dar grandes sinais de arrefecimento em meio aos juros cada vez mais altos. Guerra na Ucrânia, valorização do petróleo e dos combustíveis, encarecimento dos alimentos — o ambiente inflacionário não é dos mais favoráveis para o BC.
Leia Também
Copom: riscos, muitos riscos
Escalar uma cordilheira envolve diversos riscos: falta de oxigênio, ventos cortantes, temperaturas extremas — e a expedição do Copom está enfrentando uma série deles rumo ao pico da Selic.
Há a deterioração do ambiente externo: pressões inflacionárias se acumulam lá fora, tirando o ar das economias globais; aqui dentro, a elevação nos preços também deixa a atividade doméstica num ambiente hostil e obriga Campos Neto e o BC a continuarem subindo a Selic.
Ainda no âmbito local, há a questão da dinâmica fiscal do país — caso as contas públicas entrem numa espiral de descontrole, é esperado que a inflação brasileira continue surpreendendo positivamente. Ou seja: há um risco de as questões domésticas influenciarem a alta dos juros. E, é claro, vale lembrar que, num ano eleitoral, o risco fiscal fica ainda maior.
"O Comitê entende que essa decisão reflete a incerteza ao redor de seus cenários e um balanço de riscos com variância ainda maior do que a usual para a inflação prospectiva", diz o comunicado do Copom, afirmando ainda que a alta de 1 ponto na Selic "é compatível com a convergência da inflação para as metas ao longo do horizonte relevante"
Selic e o topo da montanha
Há uma mudança bastante relevante no comunicado do BC: pela primeira vez, a autoridade monetária reconhece que há um risco de desancoragem das expectativas de inflação nos prazos mais longos; em outras palavras, o Copom dá a entender que não quer deixar que a dinâmica dos preços saia do controle no médio prazo.
Pois esse temor de desancoragem é o que motiva a autoridade monetária a continuar escalando a montanha da Selic: a alta nos juros é a ferramenta clássica que os bancos centrais possuem para frear a inflação e impedir a deterioração do poder de compra da população. Veja esse trecho do comunicado:
O Copom considera que, diante de suas projeções e do risco de desancoragem das expectativas para prazos mais longos, é apropriado que o ciclo de aperto monetário continue avançando significativamente em território ainda mais contracionista
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADECONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADEComunicado do Copom sobre a alta de 1 ponto na Selic promovida em 4 de maio de 2022, ao patamar de 12,75% ao ano
Destaque para o uso do termo "significativamente" para classificar o avanço em território contracionista. Isso quer dizer que, para conter o avanço da inflação, o Banco Central pretende escalar a montanha dos juros até uma altura em que a economia fica com dificuldade de respirar — entrando, assim, numa área de retração da atividade.
O que se sabe, por ora, é que o próximo passo na montanha será menor que o atual — de 0,75 ponto ou menos. Mas, dada a altitude elevada, é preciso tomar cuidado daqui para frente.
"O Comitê nota que a elevada incerteza da atual conjuntura, além do estágio avançado do ciclo de ajuste e seus impactos ainda por serem observados, demandam cautela adicional em sua atuação", diz o documento, dizendo vagamente que os próximos passos dependem da evolução das variáveis econômicas.
O balanço de riscos do BC
Quais fatores estão sendo levados em conta pelo Banco Central para calcular os próximos movimentos na montanha dos juros? Bem, é divulgado em todas as decisões o chamado "balanço de riscos" — uma espécie de resumo do que pode direcionar a trajetória da Selic daqui em diante. Veja abaixo os destaques:
- Para cima: pressões inflacionárias mais persistentes no exterior;
- Para cima: incerteza quanto à trajetória fiscal do país;
- Para baixo: eventual reversão dos preços de commodities, o que aliviaria a pressão sobre os combustíveis;
- Para baixo: desaceleração mais acentuada da economia.
Negociações na COP30 entre avanços e impasses: um balanço da cúpula do clima até agora
Em Belém, negociadores tentam conciliar a exigência de reduzir as emissões de gases de efeito estufa, com o impasse no financiamento climático e o risco de adiar as metas de adaptação para 2027
Brasil x Senegal: veja onde assistir ao amistoso e saiba o horário da partida
Confira onde e quando assistir ao amistoso entre Brasil x Senegal, que faz parte da preparação da Seleção Brasileira para a Copa do Mundo de 2026
Essa praia brasileira vai ser uma das mais visitadas do país em 2026
Juquehy se destaca como um destino turístico em ascensão, combinando mar calmo, ondas para surfistas e uma infraestrutura em constante crescimento, atraindo turistas para 2026
Mega-Sena 2940 faz um multimilionário em Porto Alegre – quanto rende o prêmio de R$ 99 milhões na renda fixa?
Vencedor de Porto Alegre embolsou R$ 99 milhões e agora pode viver de renda
Explosão de fogos no Tatuapé: quem paga a conta? Entenda a responsabilidade de locatário, proprietário e vizinhos
Com danos a casas, comércios e patrimônio público, advogados apontam quem responde civilmente pela explosão no bairro da zona leste
RIP, penny: Por que Donald Trump acabou com a moeda de um centavo de dólar nos EUA?
Mais de 250 bilhões de moedas de um centavo continuam em circulação, mas governo decidiu extinguir a fabricação do penny
Lotofácil 3538 tem 8 ganhadores, mas apenas 2 ficam milionários; Mega-Sena adiada corre hoje valendo R$ 100 milhões
Basta acumular por um sorteio para que a Lotofácil se transforme em uma “máquina de milionários”; Mega-Sena promete o maior prêmio da noite
Do passado glorioso ao futuro incerto: a reforma milionária que promete transformar estádio de tradicional clube brasileiro
Reforma do Caindé prevê R$ 700 milhões para modernizar o estádio da Portuguesa em São Paulo, mas impasse com a Prefeitura ameaça o projeto
Onde já é possível tirar a habilitação gratuitamente? Confira quais Estados já aderiram à CNH Social
Com a CNH Social em expansão, estados avançam em editais e inscrições para oferecer a habilitação gratuita a candidatos de baixa renda
Bolão paulistano fatura Quina e 16 pessoas ficam a meio caminho do primeiro milhão; Mega-Sena pode pagar R$ 100 milhões hoje
Prêmio principal da Quina acaba de sair pela terceira vez em novembro; Lotofácil acumulou apenas pela segunda vez este mês.
A família cresceu? Veja os carros com melhor custo-benefício do mercado no segmento familiar
Conheça os melhores carros para família em 2025, com modelos que atendem desde quem busca mais espaço até aqueles que preferem luxo e alta performance
Batata frita surge como ‘vilã’ da inflação de outubro; entenda como o preço mais salgado do petisco impediu o IPCA de desacelerar ainda mais
Mesmo com o grupo de alimentos em estabilidade, o petisco que sempre está entre as favoritas dos brasileiros ficou mais cara no mês de outubro
“O Banco Central não está dando sinais sobre o futuro”, diz Galípolo diante do ânimo do mercado sobre o corte de juros
Em participação no fórum de investimentos da Bradesco Asset, o presidente do BC reafirmou que a autarquia ainda depende de dados e persegue a meta de inflação
Governo Lula repete os passos da era Dilma, diz ex-BC Alexandre Schwartsman: “gestão atual não tem condição de fazer reformas estruturais”
Para “arrumar a casa” e reduzir a taxa de juros, Schwartsman indica que o governo precisa promover reformas estruturais que ataquem a raiz do problema fiscal
Bradesco (BBDC4) realiza leilão de imóveis onde funcionavam antigas agências
Cinco propriedades para uso imediato estão disponíveis para arremate 100% online até 1º de dezembro; lance mínimo é de R$ 420 mil
Maioria dos fundos sustentáveis rendeu mais que o CDI, bolsa bate novos recordes, e mercado está de olho em falas do presidente do Banco Central
Levantamento feito a pedido do Seu Dinheiro mostra que 77% dos Fundos IS superou o CDI no ano; entenda por que essa categoria de investimento, ainda pequena em relação ao total da indústria, está crescendo no gosto de investidores e empresas
Lotofácil 3536 faz o único milionário da noite; Mega-Sena encalha e prêmio acumulado chega a R$ 100 milhões
Lotofácil continua brilhando sozinha. A loteria “menos difícil” da Caixa foi a única a pagar um prêmio milionário na noite de terça-feira (11).
ESG não é caridade: é possível investir em sustentabilidade sem abrir mão da rentabilidade
Fundos IS e que integram questões ESG superaram o CDI no acumulado do ano e ganham cada vez mais espaço na indústria — e entre investidores que buscam retorno financeiro
O carro mais econômico do mercado brasileiro é híbrido e faz 17,5 km/l na cidade
Estudo do Inmetro mostra que o Toyota Corolla híbrido lidera o ranking de eficiência no Brasil, com consumo de 17,5 km/l na cidade
Mesmo com recordes, bolsa brasileira ainda está barata, diz head da Itaú Corretora — saiba onde está o ouro na B3
O Ibovespa segue fazendo história e renovando máximas, mas, ainda assim, a bolsa se mantém abaixo da média histórica na relação entre o preço das ações das empresas e o lucro esperado, segundo Márcio Kimura
