Dólar: hora de comprar ou vai cair mais? A resposta não é simples, mas não é vaga
Com queda de 15% em 2022, moeda americana pode estar em bom ponto de entrada, mas também tem espaço para recuar mais. Entenda.

O povo quer saber: após uma desvalorização de cerca de 15% no ano, o dólar vai cair mais? Ou é melhor aproveitar a queda para comprar um pouco da moeda americana, seja como proteção para a carteira, seja para obrigações futuras em moeda estrangeira (por exemplo, aquela viagem ao exterior que você já vinha planejando desde antes da pandemia)?
Bem, já adianto que é difícil cravar uma resposta a essa pergunta, pelo simples fato de que o câmbio é a variável macroeconômica mais difícil de se prever. No momento, temos no radar uma série de fatores pesando contra e a favor do dólar em comparação ao real.
Do ponto de vista global, por exemplo, o dólar tem tudo para se fortalecer ou, pelo menos, não enfraquecer. Tanto é que seu desempenho ante outras moedas fortes não está sendo ruim, pelo contrário. Em 2022, a moeda americana já se valorizou 4% ante seus pares.
Afinal, temos uma guerra com consequências econômicas de proporções mundiais ocorrendo no leste europeu, o que torna atrativos os ativos com característica de proteção; ao mesmo tempo, o Federal Reserve, banco central americano, sinalizou na última semana que vai ser duro contra a inflação, e o mercado entendeu que o aperto monetário nos Estados Unidos vai ser mais forte do que o inicialmente esperado.
Juros mais altos e um enxugamento de recursos nos EUA significa menos dólar circulando e, consequentemente, uma tendência à valorização da moeda, com a inflação por lá entrando nos eixos.
Só que este cenário de inflação global, puxada pela alta nos preços das commodities, beneficia justamente os países exportadores de matérias-primas, como o Brasil. Temos a capacidade de vender mais e a preços mais altos, ou seja, mais dólar entrando no país. O benefício econômico que isso traz também atrai os recursos estrangeiros para a bolsa brasileira.
Leia Também
Um mês da ‘libertação’: guerra comercial de Trump abalou mercados em abril; o que esperar desta sexta
Rodolfo Amstalden: Falta pouco agora
Com essa maior oferta de dólar no mercado doméstico, o real consegue recuperar um pouco do terreno perdido nos últimos anos. Além disso, agora que voltamos a ter juros reais elevados, o diferencial entre os juros brasileiros e os dos países ricos atrai o capital estrangeiro mais especulativo, contribuindo para fortalecer nossa moeda ainda mais.
Só que o dólar, que chegou à casa dos R$ 4,60 nas mínimas mais recentes, já voltou a subir após o discurso mais duro do Fed nesta semana.
O BTG Pactual, por exemplo, até reduziu, de R$ 5,40 para R$ 4,80, a sua previsão para o câmbio no fim do ano. Ao mesmo tempo, porém, alertou que esse período de dólar mais fraco ante o real pode ter prazo curto, justamente pelo aperto monetário nos EUA e pelos debates sobre política fiscal durante a corrida eleitoral.
A Persevera, por sua vez, acredita que o dólar chegar a R$ 3,50 nos próximos anos “não seria impensável”. A gestora, conhecida por suas posições fora do consenso, crê na capacidade do Brasil de se beneficiar da força dos preços das commodities.
Para Matheus Spiess, colunista do Seu Dinheiro, o dólar na faixa de R$ 4,60 - cotação do início da última semana - abre uma boa oportunidade de compra. Ele recomenda algo como 15% a 30% da carteira em ativos dolarizados como alocação estrutural. Então para quem ainda não tem tal posição, o momento de dólar mais fraco seria bom para se posicionar.
O Matheus lembra, porém, que ainda há sim espaço para a cotação cair mais (ainda mais agora que ela voltou a subir um pouco). Então uma alternativa, tanto para quem quer/precisa comprar moeda americana quanto para quem quer rebalancear sua carteira de investimentos, é lançar mão da velha estratégia de “comprar aos poucos”. Você pode não pegar somente o melhor preço, mas também não pega só o pior.
- MUDANÇAS NO IR 2022: baixe o guia gratuito sobre o Imposto de Renda deste ano e evite problemas com a Receita Federal; basta clicar aqui.
Veja a seguir as principais matérias publicadas no Seu Dinheiro na última semana:
VEM SURPRESA POR AÍ?
Dividendos: Petrobras (PETR4) pode pagar até US$ 10 bi em proventos adicionais no primeiro trimestre, diz Goldman Sachs. O endividamento mais baixo da estatal, somado ao fluxo de caixa turbinado pelo petróleo caro, são as chaves para um pagamento polpudo de dividendos.
E POR FALAR EM PETROBRAS…
Agora vai? Governo confirma novos indicados para a chefia da Petrobras (PETR4); veja quem são os escolhidos. Vale relembrar que os dois candidatos ainda precisam passar pelo crivo da Assembleia Geral Ordinária, marcada para 13 de abril.
RANKING DA FORBES
Luciano Hang entra para lista de 10 brasileiros mais ricos de 2022; saiba quem são os outros bilionários ao lado do “veio da Havan”. O patrimônio do fundador da Havan cresceu cerca de 77,8% no último ano, para US$ 4,8 bilhões (pouco mais de R$ 22 bilhões).
A NATA DA B3
Vale (VALE3) na preferência e a volta de Magazine Luiza (MGLU3). Confira as ações mais recomendadas por 13 corretoras para abril. Quem seguiu a recomendação das corretoras e incluiu a Vale na carteira desde dezembro já garantiu uma valorização de mais de 36%.
PAPO CRIPTO #16
O metaverso e o que aprendemos com ele até agora. O metaverso ainda te confunde? Você sabe os riscos de colocar dinheiro nesse segmento de criptomoedas sem entender nada antes? Valter Rebelo, analista de criptomoedas da Empiricus e convidado do episódio de hoje do Papo Cripto, fala sobre esse universo digital — e as oportunidades para aproveitar essa onda com segurança. Basta dar o play no tocador abaixo!
Quando o plano é não ter plano: Ibovespa parte dos 135 mil pontos pela primeira vez em 2025 em dia de novos dados sobre mercado de trabalho dos EUA
Investidores também se preparam para o relatório de produção e vendas da Petrobras e monitoram entrevista coletiva de Galípolo
Tony Volpon: EUA, novo mercado emergente
Não tenham dúvidas: chegamos todos na beira do abismo neste mês de abril. Por pouco não caímos.
Planos pré-feriado: Ibovespa se prepara para semana mais curta, mas cheia de indicadores e balanços
Dados sobre o mercado de trabalho no Brasil e nos EUA, balanços e 100 dias de Trump são os destaques da semana
Se errei, não erro mais: Google volta com o conversor de real para outras moedas e adiciona recursos de segurança para ter mais precisão nas cotações
A ferramenta do Google ficou quatro meses fora do ar, depois de episódios nos quais o conversor mostrou a cotação do real bastante superior à realidade
OPA do Carrefour (CRFB3): de ‘virada’, acionistas aprovam saída da empresa da bolsa brasileira
Parecia que ia dar ruim para o Carrefour (CRFB3), mas o jogo virou. Os acionistas presentes na assembleia desta sexta-feira (25) aprovaram a conversão da empresa brasileira em subsidiária integral da matriz francesa, com a consequente saída da B3
JBS (JBSS3) avança rumo à dupla listagem, na B3 e em NY; isso é bom para as ações? Saiba o que significa para a empresa e os acionistas
Próximo passo é votação da dupla listagem em assembleia marcada para 23 de maio; segundo especialistas, dividendos podem ser afetados
Deixa a bolsa me levar: Ibovespa volta a flertar com máxima histórica em dia de IPCA-15 e repercussão de balanço da Vale
Apesar das incertezas da guerra comercial de Donald Trump, Ibovespa está a cerca de 2% de seu recorde nominal
Por que o ouro se tornou o porto seguro preferido dos investidores ante a liquidação dos títulos do Tesouro americano e do dólar?
Perda de credibilidade dos ativos americanos e proteção contra a inflação levam o ouro a se destacar neste início de ano
Fim da linha para o dólar? Moeda ainda tem muito a cair, diz economista-chefe do Goldman Sachs
Desvalorização pode vir da relutância dos investidores em se exporem a investimentos dos EUA diante da guerra comercial com a China e das incertezas tarifárias, segundo Jan Hatzius
Tudo tem um preço: Ibovespa tenta manter o bom momento, mas resposta da China aos EUA pode atrapalhar
China nega que esteja negociando tarifas com os Estados Unidos e mercados internacionais patinam
Agora 2025 começou: Ibovespa se prepara para seguir nos embalos da festa do estica e puxa de Trump — enquanto ele não muda de ideia
Bolsas internacionais amanheceram em alta nesta quarta-feira diante dos recuos de Trump em relação à guerra comercial e ao destino de Powell
Ibovespa pega carona nos fortes ganhos da bolsa de Nova York e sobe 0,63%; dólar cai a R$ 5,7284
Sinalização do governo Trump de que a guerra tarifária entre EUA e China pode estar perto de uma trégua ajudou na retomada do apetite por ativos mais arriscados
Banco Central acionou juros para defender o real — Galípolo detalha estratégia monetária brasileira em meio à guerra comercial global
Em audiência na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, Gabriel Galípolo detalhou a estratégia monetária do Banco Central e sua visão sobre os rumos da guerra comercial
Bitcoin engata alta e volta a superar os US$ 90 mil — enfraquecimento do dólar reforça tese de reserva de valor
Analistas veem sinais de desacoplamento entre bitcoin e o mercado de ações, com possível aproximação do comportamento do ouro
Orgulho e preconceito na bolsa: Ibovespa volta do feriado após sangria em Wall Street com pressão de Trump sobre Powell
Investidores temem que ações de Trump resultem e interferência no trabalho do Fed, o banco central norte-americano
A última ameaça: dólar vai ao menor nível desde 2022 e a culpa é de Donald Trump
Na contramão, várias das moedas fortes sobem. O euro, por exemplo, se valoriza 1,3% em relação ao dólar na manhã desta segunda-feira (21)
A coisa está feia: poucas vezes nas últimas décadas os gestores estiveram com tanto medo pelo futuro da economia, segundo o BofA
Segundo um relatório do Bank of America (BofA), 42% dos gestores globais enxergam a possibilidade de uma recessão global
Powell na mira de Trump: ameaça de demissão preocupa analistas, mas saída do presidente do Fed pode ser mais difícil do que o republicano imagina
As ameaças de Donald Trump contra Jerome Powell adicionam pressão ao mercado, mas a demissão do presidente do Fed pode levar a uma longa batalha judicial
Sobrevivendo a Trump: gestores estão mais otimistas com a Brasil e enxergam Ibovespa em 140 mil pontos no fim do ano
Em pesquisa realizada pelo BTG, gestores aparecem mais animados com o país, mesmo em cenário “perde-perde” com guerra comercial
Dólar volta a recuar com guerra comercial entre Estados Unidos e China, mas ainda é possível buscar lucros com a moeda americana; veja como
Uma oportunidade ‘garimpada’ pela EQI Investimentos pode ser caminho para diversificar o patrimônio em meio ao cenário desafiador e buscar lucros de até dólar +10% ao ano