🔴 [EVENTO GRATUITO] MACRO SUMMIT 2024 – FAÇA A SUA INSCRIÇÃO

Cotações por TradingView

Pouso suave ou aterrissagem forçada? Saiba o que esperar do petróleo diante da desaceleração da economia global

Apesar de a história mostrar que o petróleo caiu em 5 das últimas 6 recessões, há espaço para que o declínio dos preços das ações de petróleo seja menor que o da commodity desta vez

19 de julho de 2022
6:24 - atualizado às 8:05
Barril de petróleo e mapa-múndi.
Petróleo tem histórico de queda em períodos recessivos. - Imagem: Shutterstock

As últimas semanas foram complicadas para o petróleo. Se o tema do primeiro semestre foi a inflação e o consequente aperto monetário dos países, em especial das economias centrais, como os Estados Unidos, o início de julho foi marcado pela sedimentação de outro temor: a recessão.

O mundo desacelera ("soft landing", ou pouso suave) ou apresenta queda de PIB rumo a uma recessão ("hard landing", ou aterrisagem dura/forçada) por conta da atividade econômica. Se houver destruição de demanda, o que antes era crescimento se tornará uma crise.

A alta dos juros que vem sendo realizada pelas autoridades monetárias globais deveria levar a uma perda de demanda — como podemos ver abaixo, mais de 30 bancos centrais subiram a taxa de juros em mais de 100 pontos-base.

Um processo sem paralelo recente

Aliás, o processo vigente não encontra paralelo nas últimas décadas, se tornando, portanto, a contração de liquidez mais agressiva dos últimos tempos, a qual deveria proporcionar uma recessão econômica, como em qualquer ciclo — abaixo, o número de aumentos de taxa entre 55 bancos centrais (mudança mês a mês na taxa de juros atual de 50 e 100 pontos).

Automaticamente, tal movimento acaba afetando diretamente as commodities, que vinham muito bem em 2022. Para ilustrar, nos últimos 30 dias, quando passamos a precificar uma recessão global, o petróleo caiu mais de 5% (chegou a cair cerca de 15%).

Fonte: TradingView

O lado da oferta de petróleo nos holofotes

Se de um lado as perspectivas de demanda ficaram mais turvas, pelo fato de o mercado passar a precificar uma recessão destruidora de demanda em breve, a dinâmica de oferta também esteve sob os holofotes dos investidores globais.

Na semana passada, o presidente Joe Biden se encontrou cara a cara com o príncipe herdeiro saudita Mohammed bin Salman. A expectativa agora é a de que os sauditas deem apoio aos EUA na iniciativa de ofertar mais petróleo, tirando a pressão de preços de mercado.

Assim, a chance de mais oferta no curto prazo também ajudou a arrefecer a alta da commodity mais arbitrada do mundo. Não custa lembrar que as últimas semanas não descrevem bem o desempenho do preço do barril em 2022 — mesmo com a queda recente, o petróleo ainda sobe mais de 50% nos últimos 12 meses e cerca de 30% no ano.

Fonte: TradingView

Perspectiva para o petróleo já era otimista antes da invasão da Ucrânia pela Rússia

O grande gatilho foi a guerra na Ucrânia, mas mesmo antes do evento geopolítico, já trabalhávamos com uma perspectiva otimista para o barril de petróleo, como você pode conferir neste vídeo. Ou seja, o conflito entre russos e ucranianos apenas acelerou uma alta já amplamente esperada por nós e outros agentes de mercado.

Neste sentido, apesar da volatilidade de curto prazo, em que o aperto monetário e o temor de recessão têm um efeito negativo sobre o preço do óleo, sigo com perspectivas otimistas para o mercado. O motivo? As condições estruturais de demanda e oferta continuam apertadas.

Por exemplo, a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e Aliados (Opep+) está prevendo um salto na demanda por petróleo em 2023. Nem mesmo o cartel do petróleo será capaz de atender a essa demanda, mesmo com uma suposta maior disponibilidade por parte da Arábia Saudita e dos Emirados Árabes Unidos no curto prazo.

Além disso, pelo lado da oferta a situação não é muito melhor, uma vez que não há estoque estrutural suficiente para os próximos anos e as empresas não estão respondendo à alta atual de preço com mais investimentos.

Em outras palavras, apesar de a história mostrar que o petróleo caiu em cinco das últimas seis recessões, há espaço para que o declínio nas ações de petróleo seja menor do que o recuo no preço do petróleo desta vez — fluxo de caixa na commodity deve ser o campeão.

Tudo isso, claro, feito sob o devido dimensionamento das posições, conforme seu perfil de risco, e a devida diversificação de carteira, com as respectivas proteções associadas.

Estima-se que mesmo se os preços do petróleo caírem 50% para algo entre US$ 50 e US$ 60, a desvantagem nas ações pode ser limitada a 10-20% (são muito eficientes e baratas para caírem demais; além disso, as empresas parecem precificar um nível de petróleo da ordem de US$ 75, já bem abaixo do patamar atual).

Fonte: Sanford Bernstein

Assim, a visão de longo prazo, pela ótica da oferta, é de que o mercado de petróleo continue apertado. Se o crescimento do PIB global cair para 2%, o preço implícito do petróleo será de US$ 80, ainda acima do preço implícito das ações (entre US$ 70 e US$ 75).

Claro, o curto prazo será responsivo às eventuais correções de preço, em especial por conta da alta dos juros e do temor de recessão. Contudo, a história de médio e longo prazo continua sendo positiva para as posições em empresas do setor de óleo e gás.

Compartilhe

MERCADO EM 5 MINUTOS

Mercado em 5 Minutos: Os investidores se preparam para a Super Quarta

19 de setembro de 2022 - 11:46

Dados recentes mostram a inflação nos EUA cada vez mais enraizada na máxima de quatro décadas, e o mercado está bastante pessimista sobre as perspectivas para a economia global

Mercado em 5 Minutos

Mercado em 5 Minutos: Um respiro para a atividade global

16 de setembro de 2022 - 9:52

Investidores assistem à divulgação do sentimento do consumidor de Michigan nos EUA e digerem dados de inflação na Europa. Por aqui, o contexto internacional conturbado dificulta qualquer ânimo para esta sexta-feira

MERCADO EM 5 MINUTOS

Mercado em 5 Minutos: Para onde vamos com o otimismo atual?

13 de setembro de 2022 - 10:30

Qualquer surpresa negativa hoje, como a inflação mais elevada do que se espera, pode fazer com que a trajetória recente se inverta, como fez depois do Simpósio de Jackson Hole

INSIGHTS ASSIMÉTRICOS

Os rumos das moedas: quais devem ser os próximos passos do dólar, do euro e do real

13 de setembro de 2022 - 6:10

Normalmente são os mercados emergentes que arcam com o peso de um dólar forte, mas não é o que ocorre dessa vez

MERCADO EM 5 MINUTOS

Mercado em 5 Minutos: Há quem diga que a ignorância é uma benção… Veja tudo o que influencia as bolsas hoje

12 de setembro de 2022 - 9:58

A semana é relevante para o contexto internacional, com dados de inflação nos EUA — e eventuais surpresas negativas sobre os preços podem fazer com que os investidores saiam da ignorância

MERCADO EM 5 MINUTOS

Mercado em 5 Minutos: O que a queda de um símbolo nos mostra sobre o momento atual?

9 de setembro de 2022 - 11:21

A morte da Rainha Elizabeth II marca não só o fim do 2º período elisabetano para os britânicos, mas também a queda de um dos mais icônicos símbolos de estabilidade das últimas décadas

MERCADO EM 5 MINUTOS

Mercado em 5 Minutos: Uma nova frente de estímulos ao redor do mundo vem ganhando força

6 de setembro de 2022 - 10:14

É possível sentir uma cautela no ar antes da reunião do Banco Central Europeu (BCE), nesta semana, enquanto acompanhamos as consequências do corte de gás da Rússia

INSIGHTS ASSIMÉTRICOS

O pior ainda está por vir: Europa corre o risco de apagões e recessão se Putin seguir cortando o gás

6 de setembro de 2022 - 7:11

Existem duas frentes de preocupação da crise energética que o mercado deve permanecer de olho: o gás natural e o pétroleo

MERCADO EM 5 MINUTOS

Mercado em 5 Minutos: Quem está ansioso para o dia da independência?

5 de setembro de 2022 - 10:10

Começamos com o Dia do Trabalhos nos EUA, nesta segunda-feira (5), que fecha o mercado americano. Os mercados asiáticos iniciaram a semana em queda, acompanhados pelas bolsas europeias.

INSIGHTS ASSIMÉTRICOS

Aperte os cintos: o Fed praticamente acabou com as teses de crescimento, e o fim do bear market rally está aí

30 de agosto de 2022 - 6:22

Saída da atual crise inflacionária passa por algum sacrifício. Afinal, estamos diante de um ciclo econômico clássico e será preciso esfriar o mercado de trabalho

Fechar
Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies