🔴 É HOJE! ATÉ R$ 300 DE RENDA EXTRA POR DIA DESCUBRA COMO

Aperte os cintos: o Fed praticamente acabou com as teses de crescimento, e o fim do bear market rally está aí

Saída da atual crise inflacionária passa por algum sacrifício. Afinal, estamos diante de um ciclo econômico clássico e será preciso esfriar o mercado de trabalho

30 de agosto de 2022
6:22 - atualizado às 14:41
Cinto mercado Ibovespa dólar turbulência
Imagem: Shutterstock

Como temos conversado ao longo de nossas últimas colunas, os mercados internacionais, em especial o norte-americano, pareciam viver entre julho e agosto o que se chama de bear market rally, ou rali de mercado de baixa — para ilustrar, entre meados de junho e meados de agosto, o índice Nasdaq subiu mais de 20%.

O gatilho teria sido um entendimento, sempre mencionado neste espaço como afobado demais, de que o Federal Reserve, o Banco Central dos EUA, poderia reduzir o ritmo de aperto monetário por conta do pico de inflação já ter passado.

Em linhas gerais, se a inflação passasse a arrefecer gradualmente e outros indicadores de atividade também apresentassem contração, não haveria motivo para que houvesse agora contracionismo em demasia. Como sempre falei, contudo, essa sempre me pareceu uma visão um pouco complicada, propagada por investidores ansiosos.

Deu no que deu.

Na última sexta-feira (26), na fala mais importante do Simpósio de Jackson Hole, o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, lembrando aquele discurso de Ben Bernanke sobre o “taper tantrum”, apresentou um tom mais duro do que os mercados esperavam — havia algumas esperanças de que o Fed indicaria um "pivô" (mudança em direção a uma queda de juro em 2023) em sua política de aperto.

Foi o seu momento “whatever it takes” (fazer o que for necessário, em alusão à expressão de Mario Draghi). Assim, a ideia do “Fed pivot” ficou mais longe. O choque e a volatilidade são sempre duros. O resultado não foi bom.

Será o fim das teses de crescimento?

Na segunda-feira, as ações voltaram a cair diante de yields (rendimentos) dos títulos do tesouro norte-americano mais altos. Parece que Powell pode ter matado o investimento em teses de crescimento, que estava funcionando tão bem nas últimas semanas.

Leia Também

Ou seja, o movimento positivo parece ter acabado agora, o que mostra que os investidores estão apenas se acostumando com a ideia de que as taxas de juros podem subir mais e mais rápido, permanecendo elevadas por mais tempo.

Basicamente, restaurar a estabilidade de preços levará algum tempo e provavelmente exigirá um período sustentado de crescimento abaixo da tendência e condições mais brandas do mercado de trabalho.

Foi uma mensagem clara de que o banco central está disposto a renunciar a quaisquer ganhos econômicos obtidos durante a pandemia, e, possivelmente, a um "soft landing" (pouso suave), para garantir que a inflação não saia do controle.

Dessa forma, o sentimento deverá permanecer abalado para o mercado de ações.

Fed está de olho no indicadores econômicos

A decisão na reunião de setembro (20 e 21 do mês que vem) dependerá da totalidade dos dados econômicos apresentados e da evolução das expectativas de inflação.

Em algum momento, à medida que a postura da política monetária apertar ainda mais, provavelmente será apropriado diminuir o ritmo dos aumentos. Por enquanto, porém, devemos voltar a ver mais um aumento de 75 pontos-base da taxa básica de juros.

O mercado precifica como quase 70% de chance de mais um aumento desta mesma magnitude, colocando os juros entre 3,00% e 3,25% ao ano.

Fonte: CME Group

O motivo?

Bem, em seu discurso, o presidente do Fed fez referência ao famoso "matador da inflação" da década de 1980, dizendo que parte da equação para ancorar a estabilidade de preços era também quebrar o controle das expectativas inflacionárias.

À época, quando quem chefiava a instituição era Paul Volcker, um longo período de política monetária muito restritiva foi necessário para conter a alta inflação, após várias tentativas fracassadas nos 15 anos anteriores.

Com isso, reconhecemos que a saída da atual crise inflacionária passa, necessariamente, por algum sacrifício. Afinal, estamos diante de um ciclo econômico clássico e, para combater a inflação, teremos de esfriar o mercado de trabalho.

Gerar desemprego para conter o avanço da demanda agregada vai conter os preços e permitir redução de juros lá na frente. Quanto antes o mercado encarar de frente essa realidade, melhor, uma vez que o registro histórico adverte fortemente contra o afrouxamento prematuro da política monetária. É o custo infeliz de reduzir a inflação.

Portanto, ainda guardo um certo pessimismo para as ações norte-americanas, que podem usar as próximas semanas para renovar as mínimas à medida que os investidores globais absorvem a severa mensagem de Powell de taxas mais altas.

Para piorar, o mês de setembro costuma ser de maior volatilidade e de queda, em média, para os índices do EUA. Ou seja, o curto prazo volta a ser nebuloso, com mais catalisadores para a volatilidade à frente.

A cautela é alta e devemos estar preparados para novos desafios à frente.

GOSTOU DESTE CONTEÚDO? Tenha acesso a ideias de investimento para sair do lugar comum, multiplicar e proteger o patrimônio.

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
POR QUE PAROU

Trump derrubou a bolsa de Moscou? Por que a negociação das ações russas foi suspensa hoje

13 de fevereiro de 2025 - 19:03

As operações ainda não têm data para voltar ao normal, de acordo com a operadora da Bolsa de Valores de Moscou

COMPRAR OU VENDER

Totvs (TOTS3) impressiona com salto de 42% do lucro no 4T24 — mas a joia da coroa é outra; ação sobe forte após o balanço

13 de fevereiro de 2025 - 17:36

Os resultados robustos colocaram os holofotes na Totvs nesta quinta-feira (13): os papéis da companhia figuram entre as maiores altas do dia, mas quem roubou a cena foi um segmento da companhia

O ALÍVIO DE HOJE NÃO GARANTE O AMANHÃ

O jogo virou na bolsa? Por que Wall Street acelerou a alta e o Dow Jones subiu 350 pontos após as tarifas recíprocas de Trump

13 de fevereiro de 2025 - 17:07

A política tarifária do republicano pode facilmente sair pela culatra se acelerar a inflação e reduzir o crescimento, mas o mercado viu as medidas desta quinta-feira (13) com outros olhos

ATOLOU DE VEZ

Honda e Nissan confirmam o fim das negociações para a fusão dos negócios — e uma dessas montadoras enfrenta futuro incerto

13 de fevereiro de 2025 - 11:43

As negociações para a fusão da Honda e da Nissan foram anunciadas no fim do ano passado e, caso fossem concluídas, criariam a terceira maior montadora do mundo

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Da ficção científica às IAs: Ibovespa busca recuperação depois de tropeçar na inflação ao consumidor norte-americano

13 de fevereiro de 2025 - 8:01

Investidores monitoram ‘tarifas recíprocas’ de Trump, vendas no varejo brasileiro e inflação do produtor dos EUA

À PROVA DE JUROS ALTOS

BofA mantém recomendação de comprar Brasil com 19 ações da B3 na carteira — ação de elétrica ‘queridinha’ da bolsa é novidade

12 de fevereiro de 2025 - 17:45

Em um relatório de estratégia para a América Latina, o Bank of America (BofA) decidiu manter o Brasil em overweight (exposição acima da média) na comparação com o índice de referência para a região, o MSCI LatAm. A preferência do banco americano se dá por empresas que demonstram resiliência em vista dos juros elevados. Nesse […]

TOUROS E URSOS #211

‘É a hora de fazer a reserva em dólar’: sócio-fundador da Armor Capital explica a queda recente da moeda, mas faz alerta para os próximos meses

12 de fevereiro de 2025 - 15:31

Em episódio do Touros e Ursos, Alfredo Menezes fala sobre as perspectivas para a moeda americana e revela as principais posições dos fundos da Armor

NO VERMELHO

Bolsa ladeira abaixo, dólar morro acima: o estrago que o dado de inflação dos EUA provocou nos mercados

12 de fevereiro de 2025 - 13:01

Os investidores ainda encararam o segundo dia de depoimentos do presidente do Fed, Jerome Powell, ao Congresso e uma declaração polêmica de Trump sobre os preços

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Mais uma chance na vida: Ibovespa tenta manter bom momento em dia de inflação nos EUA e falas de Lula, Galípolo e Powell

12 de fevereiro de 2025 - 8:14

Investidores também monitoram reação a tarifas de Trump sobre o aço e o alumínio; governo brasileiro mantém tom cauteloso

DESTAQUES DA BOLSA

Dança das cadeiras da Vivara: saída de diretor piora o sentimento de instabilidade na gestão e VIVA3 tomba na B3

11 de fevereiro de 2025 - 16:05

A saída vem depois de, em novembro de 2024, a varejista de joias destituir o CEO Otavio Lyra com apenas 9 meses no cargo – Santander chama atenção para humor dos investidores

BALDE DE ÁGUA FRIA

Juros nos EUA: o que Powell disse que fez o mercado adiar a aposta no corte das taxas neste ano

11 de fevereiro de 2025 - 12:37

Presidente do Federal Reserve concede depoimento ao Senado nesta terça-feira (11) e reforçou uma mensagem que vem sendo repetida pelas autoridades de política monetária nas últimas semanas

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

A um passo do El Dorado: Ibovespa reage a IPCA, tarifas de Trump, Powell no Congresso dos EUA e agenda de Haddad

11 de fevereiro de 2025 - 8:17

Investidores esperam desaceleração da inflação enquanto digerem confirmação das tarifas de Trump sobre o aço e o alumínio

INSIGHTS ASSIMÉTRICOS

A nova corrida do ouro? Cotação dispara em meio a busca por proteção e passa de US$ 2.900, mas pode subir mais

11 de fevereiro de 2025 - 6:04

Fortalecimento da cotação do ouro é acentuado por incertezas sobre a política tarifária de Trump e pela persistente tensão geopolítica

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Um rolezinho no shopping: Ibovespa reage a tarifas de Trump em semana de testemunhos de Powell e IPCA

10 de fevereiro de 2025 - 8:06

Enquanto isso, banco BTG Pactual dá andamento à temporada de balanços com lucro recorde em 2024

CÂMBIO

O dólar vai cair mais? O compromisso de Haddad para colocar o câmbio em ‘patamar adequado’

7 de fevereiro de 2025 - 16:20

Segundo o ministro da Fazenda, a política que o governo está adotando para trazer o dólar a um patamar mais adequado também vai ter reflexo nos preços nas próximas semanas

BOLSAS

Dow Jones cai 400 pontos, Nasdaq recua mais de 1% e Treasury acima de 5%: como Trump abalou Wall Street hoje

7 de fevereiro de 2025 - 15:43

O Ibovespa também acelerou as perdas, chegando a perder os 126 mil pontos observados durante a manhã desta sexta-feira (7)

MERCADOS HOJE

Dólar nas mínimas do dia: o dado de emprego dos EUA que derrubou a moeda norte-americana aqui e lá fora

7 de fevereiro de 2025 - 12:13

As bolsas tanto aqui como lá fora reagiram pouco ao payroll, que trouxe dados mistos sobre a saúde do mercado de trabalho norte-americano em janeiro; saibam como ficam os juros na maior economia do mundo após esses relatórios

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Tabuada na bolsa: Ibovespa reage ao balanço do Bradesco enquanto investidores aguardam payroll nos EUA

7 de fevereiro de 2025 - 8:17

Participantes do mercado olham para o payroll em busca de sinais em relação aos próximos passos do Fed

SEXTOU COM O RUY

A queda da Nvidia: por que empresas fantásticas nem sempre são os melhores investimentos

7 de fevereiro de 2025 - 6:08

Por mais maravilhosa que seja uma empresa — é o caso da Nvidia —, e por mais que você acredite no potencial de longo prazo dela, pagar caro demais reduz drasticamente as chances de você ter um bom retorno

O CÉU ABRIU

Ação da Azul (AZUL4) arremete e surge entre as maiores altas do Ibovespa; governo dá prazo para fusão com a Gol (GOLL4)

6 de fevereiro de 2025 - 18:51

Mais cedo, o ministro de Porto e Aeroporto, Silvio Costa Filho, falou sobre os próximos passos do acordo entre as companhias aéreas

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar