A bossa nova voltou: Entenda por que a bolsa brasileira subiu mais de 30% neste ano e saiba quais as melhores ações para investir
Para a Larissa Quaresma, assim que o aperto monetário aqui passar, vai se formar um cenário fértil para expansão: e as small caps são uma boa oportunidade para lucrar em 2022

Simbolizando o fim de um longo período sem grandes eventos presenciais, o último final de semana marcou a volta de ícones do entretenimento contemporâneo.
Aqui no Brasil, o Lollapalooza atraiu cerca de 300 mil pessoas ao Autódromo de Interlagos, em São Paulo, após uma espera de três anos.
No Dolby Theatre, as estrelas de Hollywood desfilaram na festa do Oscar 2022, sem restrições sanitárias pela primeira vez desde 2019.
O curioso é que a Bolsa brasileira parece estar passando por um momento parecido, fazendo a sua volta triunfante: no ano, o Ibovespa acumula uma alta de 32% em dólar, apesar de todas as nossas dificuldades macroeconômicas.
Por que a bolsa brasileira passa ilesa por 2022?
Pode ser cedo para dizer que o entretenimento presencial está liberado definitivamente, assim como para afirmar que o principal índice acionário brasileiro terminará o ano no campo positivo.
O fato é que, até agora, tanto os eventos quanto a Bolsa passam ilesos por 2022. E precisamos entender o porquê.
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Como já disse Howard Marks, “podemos nunca saber aonde vamos, mas é melhor ter uma boa ideia de onde estamos”.
Ibovespa e Anitta de mãos dadas no #1
A performance do Ibovespa encabeça o ranking das Bolsas emergentes no ano.
Enquanto o Ibov sobe 32% em dólar, o principal índice acionário russo cai 49%, e o indiano cai 4%.
O índice da Bolsa chinesa cai 12%; e o índice sul-africano sobe 9% — isso somente para citar os BRICS.
Inclusive em relação ao S&P 500, que cai 4% em dólar, nós também estamos na frente.
O Ibovespa está como a Anitta, que agora lidera o ranking das músicas mais ouvidas do Spotify globalmente: todos duvidaram, mas não é que ela chegou lá?!
Bolsa brasileira como preferida nos BRICs
Nossa preferência em relação aos demais integrantes dos BRICS vem mais de exclusão do que por mérito nosso, é verdade.
A Rússia não é investível neste momento, por motivos óbvios.
A Índia tem suas diferenças em relação aos nossos costumes ocidentalizados, em meio a um movimento global de aversão a ativos orientais pela simples proximidade a Putin.
A ditadura chinesa não sabe de que lado está (ou não quer mostrar?) na guerra geopolítica envolvendo a Ucrânia, sem mencionar a lista crescente de intervenções estatais nas maiores empresas do país.
Na dúvida, melhor assistir de fora. Finalmente, a África do Sul causou desgosto ao se abster na votação da Assembleia Geral da ONU que condenava a invasão russa à Ucrânia.
Sobra o Brasil na clássica cesta de economias emergentes, mesmo com todos os nossos problemas.
Real barato e exportações
O nosso câmbio desvalorizado também exerce sua influência. Mesmo com a apreciação recente do real brasileiro, ainda é possível obter 4,80 deles usando apenas um dólar. É inegavelmente uma moeda barata.
Ainda pesa a favor a nossa economia baseada na exportação de produtos básicos, como alimentos e matérias-primas.
Em um momento de valorização desses produtos, intensificada pelo choque de oferta causada pela quase exclusão da Rússia do suprimento global, nós levamos a melhor.
O trio de estrelas da B3: Vale, Itaú e Petrobras
Não é surpresa que os maiores doadores de performance para o Ibovespa, até o momento, tenham sido Vale, Itaú e Petrobras — todas elas presentes na Carteira Empiricus há algum tempo, inclusive.
Aliás, ontem à noite, veio a cereja do bolo para nossa maior petroleira: o governo indicou um novo CEO, Adriano Pires, veterano do setor de energia brasileiro com passagem pelos setores privado e público.
Pires tem uma boa interlocução tanto no Congresso quanto entre o empresariado, assim como junto aos meios de comunicação.
Fluxo estrangeiro na bolsa brasileira e valuation
Um valuation historicamente descontado é a tacada final para nos tornarmos a bola (ou a Bolsa) da vez.
No agregado, o índice brasileiro pode ser comprado por 8 vezes os lucros estimados para 2022, versus uma média histórica de 12 vezes.
E isso mesmo depois da valorização dos bancos e commodities, que representam 62% do índice.
O resultado disso tudo é um fluxo estrangeiro para a B3 que soma aproximadamente R$ 90 bilhões no ano. Isso é 88% de todo o volume do ano passado, que já tinha sido um recorde histórico.
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Small caps são boas pedidas?
As small caps, contudo, permaneceram largadas durante todo esse processo. A notícia boa, não obstante, é que essa classe tem dado sinais de vida.
A semana passada viu uma inversão de performance, com as cíclicas domésticas, muitas small caps inclusas, performando melhor que as exportadoras.
O motivo foi o discurso dovish do presidente do Banco Central, que afirmou estar perto do fim o nosso ciclo de aperto monetário.
Roberto Campos indicou que os aumentos de juros devem cessar em meados deste ano, bem antes, portanto, dos EUA, que estão apenas começando a subir as suas taxas.
Puxados pelas small caps, com efeito, formamos uma sequência de oito pregões positivos na semana passada, um ocorrido inédito desde junho de 2021.
A bossa nova voltou
Quando o aperto monetário aqui passar, forma-se um cenário fértil para expansão das cíclicas domésticas e das small caps.
Quando essa inversão acontece, ela é muito rápida: é um punhado de pregões, e quando você se dá conta, já ficou para trás.
Portanto, é interessante ter alguma exposição a essa categoria, assumindo que você tem estômago para tolerar a inevitável volatilidade que vem com essa classe.
A mensagem dos festivais, da Anitta e do fluxo gringo é irrefutável: a bossa voltou.
Mas não é qualquer bossa: é bossa nova.
Um abraço,
Larissa
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