A tão aguardada ata da última reunião do Federal Reserve finalmente foi revelada e mostrou que a inflação é um problema tão preocupante que os dirigentes do Fed citaram a palavra nada mais nada menos que 60 vezes ao longo do documento.
Isso significa que a instituição segue comprometida a continuar elevando os juros em 0,50 ponto percentual até que a inflação volte a patamares considerados baixos, ainda que isso só seja alcançado acima da taxa considerada neutra para a economia.
Apesar de ratificar que os juros devem seguir subindo sem buscar um teto, a possibilidade de que o futuro reserve uma alta de 0,75 ponto percentual não foi citada nenhuma vez. E o mercado comemorou o fato como uma grande vitória.
As bolsas americanas, que aguardavam o documento com um desempenho tímido, ganharam fôlego, com o Nasdaq fechando em alta de mais de 1%.
No Brasil, o Ibovespa até tentou engrenar no campo positivo, mas não conseguiu, repercutindo as tensões locais que ainda circulam na B3. O pior, no entanto, foi evitado. O principal índice da bolsa brasileira fechou estável, aos 110.579 pontos, enquanto o dólar à vista reduziu os ganhos a 0,18%, a R$ 4,8209.
No mercado de juros, o movimento de alta se prendeu aos vencimentos de médio e longo prazo, com a ponta mais curta de olho na discussão sobre o ICMS na Câmara.
CÓDIGO | NOME | ULT | FEC |
DI1F23 | DI jan/23 | 13,43% | 13,42% |
DI1F25 | DI Jan/25 | 12,29% | 12,30% |
DI1F26 | DI Jan/26 | 12,10% | 12,10% |
DI1F27 | DI Jan/27 | 12,09% | 12,06% |
O que disse a ata do Fed
A ata da reunião de 3 e 4 de maio mostrou que os dirigentes do Fed devem continuar aumentando a Selic em 0,50 ponto percentual (pp) também nos próximos encontros.
Os dirigentes do BC americano enxergam a necessidade de aumentar a taxa de juros rapidamente — e possivelmente mais do que os mercados antecipam —, uma forma de tentar brigar com a inflação.
Além disso, a política monetária pode ter que superar a chamada postura neutra, um sinal que já havia sido dado por Jerome Powell em outras ocasiões.
Embora essa seja uma postura dura e que entra em conflito com a preferência do mercado, os dirigentes do Fed não mencionaram nenhuma vez a possibilidade de uma alta de 0,75 ponto percentual, um dos maiores temores dos investidores no momento.
Sobe e desce do Ibovespa
A sinalização mais branda do que o esperado por parte do Federal Reserve fez com que as ações da Via (VIIA3) disparassem na reta final do pregão, favorecida por ser um dos ativos mais descontados dentro do setor de varejo.
A MRV se beneficiou do aumento de capacidade de investimentos de uma de suas subsidiárias, enquanto a Rede D’Or e a SulAmérica seguiram repercutindo o aumento de posição da rede de hospitais na operadora de saúde. Confira as maiores altas do dia:
CÓDIGO | NOME | VALOR | VAR |
VIIA3 | Via ON | R$ 3,22 | 6,27% |
MRVE3 | MRV ON | R$ 9,76 | 3,83% |
SULA11 | SulAmérica units | R$ 25,87 | 3,65% |
RDOR3 | Rede D'Or ON | R$ 34,99 | 3,46% |
RRRP3 | 3R Petroleum ON | R$ 46,60 | 3,10% |
Confira também as maiores quedas:
CÓDIGO | NOME | VALOR | VAR |
BIDI11 | Banco Inter unit | R$ 13,24 | -6,43% |
BPAN4 | Banco Pan PN | R$ 7,71 | -5,28% |
AMER3 | Americanas S.A | R$ 21,89 | -4,33% |
CVCB3 | CVC ON | R$ 10,82 | -4,25% |
AZUL4 | Azul PN | R$ 20,07 | -3,00% |