🔴 ESTA FERRAMENTA PODE MULTIPLICAR SEU INVESTIMENTO EM ATÉ 285% – SAIBA MAIS

Jasmine Olga
Jasmine Olga
É repórter do Seu Dinheiro. Formada em jornalismo pela Universidade de São Paulo (ECA-USP), já passou pelo Centro de Cidadania Fiscal (CCiF) e o setor de comunicação da Secretaria da Educação do Estado de São Paulo
FECHAMENTO DO DIA

Guerra na Ucrânia afunda mercados globais, mas Biden muda o jogo; Ibovespa tem queda limitada e dólar fecha longe das máximas

O Ibovespa, assim como as bolsas globais, pegou carona nas sanções anunciadas por Joe Biden e reverteu o cenário de catástrofe

Jasmine Olga
Jasmine Olga
24 de fevereiro de 2022
19:40 - atualizado às 14:42
Ilustração representando passos de dança
Passos de dança - Imagem: Shutterstock

Antes mesmo de a cortina abrir, já dava para perceber que o coreógrafo do espetáculo havia pensado em cada detalhe. Todos os movimentos foram muito bem ensaiados durante meses, ou até mesmo anos. 

Primeiro, uma transmissão em rede nacional com uma declaração de guerra ao país vizinho e uma ameaça aos países que tentassem interferir. Depois, explosões, transmitidas ao vivo pelas câmeras de centenas de emissoras internacionais que estavam posicionadas para assistir de camarote.

Ainda nas primeiras horas da madrugada, o mercado financeiro global seguiu a música do ballet de Vladimir Putin por um caminho conhecido e familiar, com referências claras aos tempos mais gloriosos da União Soviética. Enquanto as tropas russas iniciavam sua ofensiva em território ucraniano, os índices futuros em Wall Street e as bolsas asiáticas amargavam uma queda brusca. 

O petróleo disparou para além dos US$ 100, e o ouro, a mais tradicional reserva de valor para tempos de crise, atingiu a sua máxima em mais de um ano. O banho de sangue nos mercados globais parecia inevitável e indicava a proximidade do clímax do primeiro ato, mas, de forma inesperada e quase surpreendente, a música mudou, e o ballet segue um novo chefe – Joe Biden.

O Ibovespa chegou a perder mais de três mil pontos, mas encerrou a tarde com uma queda de “apenas” 0,37%, aos 111.591 pontos. O dólar à vista disparou em direção aos R$ 5,16, mas reduziu os ganhos para encerrar a sessão em alta de 2,02%, a R$ 5,1052. 

As bolsas americanas foram além e fecharam o dia com avanços expressivos – o Nasdaq subiu 3,34%, o S&P 500 avançou 1,50%, e o Dow Jones teve alta de 0,28%.

Ainda que estejamos nos primeiros momentos dessa nova dança, é possível prever onde o novo coreógrafo quer chegar: o estrangulamento completo do sistema financeiro russo, impedindo que a guerra se espalhe para outros países e a Rússia e sua elite se tornem capazes de seguir financiando ações militares. 

A resposta rápida da mudança de direção dos mercados não agradou a todos os analistas na plateia – ainda é cedo para dizer se essa reviravolta também não foi exaustivamente ensaiada pelos bailarinos russos e se, no final, todos apenas acompanham o imaginado por Putin. 

Enquanto você dormia…

No início da manhã de quinta-feira no leste europeu (horário local), o presidente russo Vladimir Putin fez um pronunciamento que marcou o início do conflito armado em solo ucraniano, com o aviso claro de que qualquer interferência internacional resultaria em consequências graves. 

O governo russo anunciou uma operação especial em Donbass, mas minutos após a declaração oficial de guerra, correspondentes de agências internacionais reportaram explosões em diversas cidades do país. 

Antes do posicionamento oficial de Biden no meio da tarde, Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, já havia se pronunciado afirmando que as novas sanções terão como objetivo suprimir o crescimento econômico da Rússia, com aumento aos custos de empréstimo, inflação, saída de capital e corrosão da base industrial.

A reação do mercado e da bolsa

O envio das tropas russas não se limitou às regiões separatistas recentemente reconhecidas pelo país, jogando os mercados internacionais e o Ibovespa em uma forte onda de aversão ao risco durante boa parte do dia.

No exterior, as bolsas de Nova York abriram o dia em queda de 2%, mas a resposta de Joe Biden ao ataque russo parece ter aliviado os investidores. 

As fortes sanções econômicas visam a desestabilizar o sistema financeiro do Kremlin e miram cerca de 80% dos ativos bancários russos. Ainda que as medidas anunciadas não tenham convencido completamente a imprensa presente na coletiva e organizações internacionais, o alívio visto em Nova York também atinge o Ibovespa. 

Para Enzo Pacheco, analista de investimentos da Empiricus, a recuperação das bolsas durante a tarde foi um movimento "desconfortável". "Apesar de serem importantes, não acho que as sanções farão Putin recuar". 

Na visão do analista, o mercado está precificando que a redução da tensão geopolítica obrigaria o Federal Reserve a atuar de forma mais cautelosa no aperto monetário e na consequente elevação de juros. 

A tensão na Ucrânia também ameaça turbinar a inflação com a valorização das commodities energéticas. Para contornar esse quadro, Biden anunciou que pode liberar as reservas americanas de petróleo para garantir que o impacto no preço dos combustíveis seja menor. 

Para Ariane Benedito, economista da CM Capital, caso o conflito de fato caminhe para uma guerra por um tempo mais prolongado, essa medida está longe de ser suficiente para reduzir a pressão nos preços dos combustíveis.

Baseando-se no atual nível dos reservatórios americanos, o mais provável é que a operação apenas segure por algum tempo a elevação do petróleo. 

Rússia x Ucrânia: o início

As relações no leste europeu não foram criadas da noite para o dia e envolvem diversas especificidades locais que passam por um histórico extenso de conflitos entre os territórios que hoje compõem a Rússia e a Ucrânia.

O conflito atual, no entanto, tem uma razão bem clara e fácil de entender – o convite para que a Ucrânia ingresse na Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), uma aliança político-militar que atuou fortemente para conter o avanço da União Soviética durante a Guerra Fria. 

Desde o início, a Rússia mostrou desconforto em ter um aliado do Ocidente localizado na fronteira e, com isso, a tensão entre os países vem se ampliando nos últimos meses, até culminar na ação militar inaugurada por Putin na noite de ontem. 

Sobe e desce do Ibovespa

Durante a maior parte do dia, a forte alta do petróleo impulsionou as petroleiras, mas a moderação no ritmo de valorização deu espaço para que o noticiário corporativo brilhasse. 

A principal movimentação ficou com a aquisição da SulAmérica pela Rede D’Or. Na noite de ontem, a rede de hospitais anunciou a fusão entre as companhias, surpreendendo o mercado. A operação foi fechada por um valor 49% maior do que o fechamento das units da companhia de seguros na última sexta-feira. Confira as maiores altas do dia:

CÓDIGONOMEVALORVARIAÇÃO
SULA11SulAmérica unitsR$ 35,6415,19%
BEEF3Minerva ONR$ 10,807,04%
LWSA3Locaweb ONR$ 10,735,61%
RADL3Raia Drogasil ONR$ 23,193,90%
UGPA3Ultrapar ONR$ 15,463,62%

Enquanto SULA11 disparava, a Rede D’Or e a Qualicorp derreteram. A rede de hospitais possui participação relevante no capital da operadora de saúde, e o mercado teme um desmonte de posição após a nova aquisição. Confira também as maiores quedas do Ibovespa:

CÓDIGONOMEVALORVARIAÇÃO
QUAL3Qualicorp ONR$ 13,85-14,77%
RDOR3Rede D'Or ONR$ 51,25-7,66%
BRFS3BRF ONR$ 17,34-6,07%
AZUL4Azul PNR$ 26,06-5,85%
POSI3Positivo Tecnologia ONR$ 8,00-3,73%

Compartilhe

BRIGA PELO TRONO GRELHADO

Acionistas da Zamp (BKBR3) recusam-se a ceder a coroa do Burger King ao Mubadala; veja quem rejeitou a nova oferta

21 de setembro de 2022 - 8:01

Detentores de 22,5% do capital da Zamp (BKBR3) já rechaçaram a nova investida do Mubadala, fundo soberano dos Emirados Árabes Unidos

FECHAMENTO DO DIA

Inflação americana segue sendo o elefante na sala e Ibovespa cai abaixo dos 110 mil pontos; dólar vai a R$ 5,23

15 de setembro de 2022 - 19:12

O Ibovespa acompanhou o mau humor das bolsas internacionais e segue no aguardo dos próximos passos do Fed

De olho na bolsa

Esquenta dos mercados: Cautela prevalece e bolsas internacionais acompanham bateria de dados dos EUA hoje; Ibovespa aguarda prévia do PIB

15 de setembro de 2022 - 7:42

As bolsas no exterior tentam emplacar alta, mas os ganhos são limitados pela cautela internacional

FECHAMENTO DO DIA

Wall Street se recupera, mas Ibovespa cai com varejo fraco; dólar vai a R$ 5,17

14 de setembro de 2022 - 18:34

O Ibovespa não conseguiu acompanhar a recuperação das bolsas americanas. Isso porque dados do varejo e um desempenho negativo do setor de mineração e siderurgia pesaram sobre o índice.

De olho na bolsa

Esquenta dos mercados: Depois de dia ‘sangrento’, bolsas internacionais ampliam quedas e NY busca reverter prejuízo; Ibovespa acompanha dados do varejo

14 de setembro de 2022 - 7:44

Os futuros de Nova York são os únicos que tentam emplacar o tom positivo após registrarem quedas de até 5% no pregão de ontem

FECHAMENTO DO DIA

Inflação americana derruba Wall Street e Ibovespa cai mais de 2%; dólar vai a R$ 5,18 com pressão sobre o Fed

13 de setembro de 2022 - 19:01

Com o Nasdaq em queda de 5% e demais índices em Wall Street repercutindo negativamente dados de inflação, o Ibovespa não conseguiu sustentar o apetite por risco

De olho na bolsa

Esquenta dos mercados: Bolsas internacionais sobem em dia de inflação dos EUA; Ibovespa deve acompanhar cenário internacional e eleições

13 de setembro de 2022 - 7:37

Com o CPI dos EUA como o grande driver do dia, a direção das bolsas após a divulgação dos dados deve se manter até o encerramento do pregão

DANÇA DAS CADEIRAS

CCR (CCRO3) já tem novos conselheiros e Roberto Setubal está entre eles — conheça a nova configuração da empresa

12 de setembro de 2022 - 19:45

Além do novo conselho de administração, a Andrade Gutierrez informou a conclusão da venda da fatia de 14,86% do capital da CCR para a Itaúsa e a Votorantim

FECHAMENTO DO DIA

Expectativa por inflação mais branda nos Estados Unidos leva Ibovespa aos 113.406 pontos; dólar cai a R$ 5,09

12 de setembro de 2022 - 18:04

O Ibovespa acompanhou a tendência internacional, mas depois de sustentar alta de mais de 1% ao longo de toda a sessão, o índice encerrou a sessão em alta

novo rei?

O Mubadala quer mesmo ser o novo rei do Burger King; fundo surpreende mercado e aumenta oferta pela Zamp (BKBR3)

12 de setembro de 2022 - 11:12

Valor oferecido pelo fundo aumentou de R$ 7,55 para R$ 8,31 por ação da Zamp (BKBR3) — mercado não acreditava em oferta maior

Fechar
Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Continuar e fechar