Esquenta dos mercados: Bolsas no exterior operam sem direção definida de olho na inflação dos EUA e Ibovespa mira em coletiva de Paulo Guedes hoje
Depois de recuperar força e encerrar aos 112 mil pontos ontem (27), a bolsa brasileira deve acompanhar a divulgação do resultado primário do governo e a coletiva do ministro da Economia

Depois de um dia de montanha-russa nos mercados causar uma séria dor de barriga para quem estava acompanhando de perto os movimentos, o último pregão da semana deve apresentar um tom mais positivo para o mercado local.
Na sessão de quinta-feira (27), os investidores estavam à mercê do sobe e desce do Ibovespa. O principal indicador da B3 subia forte pela manhã, mas foi contaminado pelas sombras do cenário externo durante o dia.
Mesmo assim, o índice conseguiu recuperar a força na escalada e fechar em alta de 1,19%, aos 112.611 pontos.
Enquanto isso, o dólar à vista, que operou no vermelho durante todo o dia e bateu a mínima de R$ 5,35 em seu pior momento, desacelerou as quedas e encerrou em baixa de 0,32% ante o real, a R$ 5,4238, apesar das perspectivas de uma nova alta nos juros nos Estados Unidos.
Para dar ritmo ao desenrolar do cenário doméstico, a notícia de que o presidente Jair Bolsonaro vetou a PEC dos Combustíveis chega com força, acompanhada pela divulgação do resultado primário do governo em dezembro, caso essa confirme a expectativa de um superávit de R$ 9 bilhões na comparação mensal.
Inflação nos EUA
A divulgação da inflação nos Estados Unidos (PCE, na sigla em inglês) deve movimentar os mercados hoje.
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Isso porque, de acordo com o anúncio da inflação de novembro no mês passado, o núcleo da alta nos preços atingiu sua maior leitura desde 1982, aos 4,7%.
Uma inflação maior pode influenciar a decisão do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) de aumentar os juros.
Nesta semana, o Fed já havia sinalizado que manteria as taxas de juros de curto prazo estáveis por enquanto, mas com um possível aumento a partir de março. Essa seria a primeira alta do BC americano nos juros em mais três anos.
PEC dos combustíveis
Na tarde da última quinta-feira (27), o governo federal desistiu de criar um fundo de estabilização do preço dos combustíveis.
Com isso, a proposta de emenda à constituição (PEC) dos combustíveis deve contar apenas com o mecanismo de renúncia fiscal para manter o preço do óleo diesel e gás de cozinha estáveis. A gasolina não entrou nas contas do governo.
O que diz a PEC
A PEC propõe que o governo federal retire o PIS/Cofins dos combustíveis, energia elétrica e gás de cozinha.
Por outro lado, a proposta ainda exige que governadores isentem o ICMS dos combustíveis, uma das principais fontes de renda dos estados.
Como resposta ao governo federal, na tarde da última quarta-feira (26), chefes dos poderes executivos estaduais decidiram congelar o imposto por mais 60 dias.
Na ponta do lápis
A medida pode gerar um déficit de até R$ 57 bilhões nas contas públicas — mas um relatório da XP dá conta de uma perda de até R$ 240 bilhões, se os estados entrarem na conta.
O impacto no preço dos combustíveis seria limitado: entre R$ 0,18 e R$ 0,20. De acordo com os cálculos da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), a média de preços cairia de R$ 6,71 para R$ 6,51 por litro de combustível.
Por outro lado, a projeção para inflação sente um impacto maior: nos cálculos da XP, os preços sentiriam uma desaceleração de 5,2% para 1%, queda de 4,2 pontos.
De olho em outubro
A PEC desrespeita a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), que exige uma compensação para cada renúncia de impostos aprovada. O texto vem na esteira das medidas de caráter eleitoreiro do presidente Bolsonaro, de olho nas eleições de outubro.
O presidente vive um momento de baixa popularidade, de acordo com as últimas pesquisas eleitorais. Seu principal opositor, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, segue à frente nas intenções de voto.
Agenda local
O Tesouro Nacional deve divulgar o resultado primário do governo central no início da tarde de hoje, mas o foco vai para a coletiva de imprensa logo em seguida, que conta com a participação do ministro da Economia, Paulo Guedes.
Mais cedo, o IGP-M e o Caged também devem permanecer no radar do investidor.
Bolsas pelo mundo
A sessão extremamente volátil em Wall Street ontem, com a divulgação do PIB (Produto Interno Bruto) dos EUA acima do esperado e especulações sobre os juros no país, determinou o comportamento na Ásia. Em preparação para o feriado de ano novo chinês, as bolsas asiáticas encerraram o pregão desta sexta-feira sem direção definida.
Na Europa, o dia é negativo para os mercados, que operam em queda após fecharem três sessões consecutivas em alta, impactados por dados econômicos e balanços corporativos, tanto europeus quanto norte-americanos.
Em Nova York, os índices futuros seguem o rumo europeu. Depois de ensaiarem uma recuperação após o forte resultado trimestral da Apple, as bolsas mostraram uma certa piora na última hora e passaram a operar sem rumo definido, com o indicador de tecnologia Nasdaq no campo positivo, acompanhado pelo S&P 500, que se manteve estável.
Agenda do dia
- FGV: IGP-M de janeiro (8h)
- IBGE: PNAD Contínua (9h)
- Banco Central: Concessões no Crédito Livre, estoque total, juro médio e inadimplência (9h30)
- Estados Unidos: PCE e Núcleo do PCE (10h30)
- Tesouro Nacional: Resultado Primário do governo (14h30)
Ministério da Economia: Coletiva do Tesouro sobre o resultado do governo com o secretário Paulo Valle e o ministro da economia Paulo Guedes (15h)
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