Esquenta dos mercados: Bolsas no exterior têm mais um dia de perdas com inflação e desaceleração econômica no radar; Ibovespa acompanha Eletrobras (ELET3) após aval do TCU
Ainda hoje, a ata da última reunião do BCE e as projeções do governo para indicadores econômicos locais devem movimentar o dia
As bolsas internacionais começam a sentir velhos temores se aproximando, entre eles, a volta da inflação alta e da estagnação econômica — momento conhecido como “estagflação”. Esse cenário acontece em meio a revisão da projeção do PIB de países como China, Estados Unidos e da Zona do Euro, o que pode penalizar os índices nesta quinta-feira (19).
Enquanto a atividade econômica cai, a inflação segue sua trajetória ascendente, registrando novos recordes na Europa continental e Reino Unido, de acordo com as leituras divulgadas na última quarta-feira (18).
O remédio para alta dos preços — a elevação dos juros, que reflete no encarecimento do crédito — reduz ainda mais o PIB e os países penam para sair desta espiral. Com essa perspectiva em mente, os investidores também penalizam os papéis das empresas nas bolsas.
Começando pelo fechamento na Ásia e no Pacífico, os índices encerraram o pregão de hoje majoritariamente em queda, refletindo as perdas da sessão em Wall Street. Por lá, as bolsas caíram mais de 4,5%, encerrando o pior dia em dois anos para as praças de Nova York.
Na abertura da Europa, a cautela é a mesma: a pressão exercida por Nova York pesa e os índices recuam mais de 2% nas primeiras horas da manhã. Os investidores locais do velho continente agora aguardam a ata da última reunião do Banco Central Europeu, que deve trazer novidades sobre a alta de juros na região.
Por fim, os futuros de Nova York abrem o dia com sinal negativo mais uma vez, estendendo as perdas da sessão anterior.
Leia Também
No fechamento de ontem, o Ibovespa seguiu a tendência de queda internacional e recuou 2,34%, aos 106.267 pontos. O dólar à vista voltou a se aproximar da casa dos R$ 5 e subiu 0,80%, a R$ 4,9826.
Prepare-se para o dia aqui e veja o que movimenta as bolsas, o dólar e o Ibovespa nesta quinta-feira:
Lockdowns na China assustam as bolsas — de novo
Após a volta da circulação em Xangai, maior centro financeiro da China, os investidores acreditavam que os temores da covid-19 no país haviam sido atenuados. Entretanto, o governo de Pequim anunciou que outras regiões, mais afastadas do centro, devem ser fechadas devido ao avanço da doença.
Esse contexto de lockdowns, inserido em um cenário de estagflação, levanta temores sobre aumento de problemas na cadeia de distribuição de produtos, que já sofrem com gargalos estruturais.
Em outras palavras, os lockdowns na China podem piorar a situação inflacionária do mundo.
Varejo na bolsa dos EUA sofre
O resultado do Walmart é reflexo desse cenário conturbado. A gigante varejista norte-americana teve lucro menor do que o esperado para o primeiro trimestre, com resultado 24,8% menor do que o mesmo período do ano passado.
A responsável por esse fraco desempenho é ninguém menos que a inflação crescente no país, que já se aproxima dos 10% ao ano e está nas máximas de mais de quatro décadas.
Bolsa local de olho na Eletrobras
O Ibovespa deve acompanhar as ações da Eletrobras (ELET3 e ELET6) no pregão de hoje, após o Tribunal de Contas da União (TCU) dar sinal verde para a privatização da estatal.
Os papéis da empresa no exterior (ADR, em inglês) já refletem o otimismo dos investidores. No pós-mercado da bolsa de Nova York, os ADRs da Eletrobras avançaram 4%, enquanto as ações na bolsa brasileira subiram 1,31% no pregão convencional.
Agora, o governo corre contra o relógio para concluir a parte burocrática e levar a operação de liquidação das ações da empresa na semana que vem. A expectativa é de que o processo movimente cerca de R$ 67 bilhões, dos quais R$ 35,3 bilhões irão para o caixa do Tesouro.
Disputas políticas
Não é de hoje que o Partido dos Trabalhadores (PT), encabeçado pelo atual candidato à presidência Luiz Inácio Lula da Silva, se mostra contrário à agenda de privatizações. Dessa maneira, a sigla corre na tentativa de barrar a privatização da Eletrobras.
Se eleito, dificilmente Lula iria reverter o processo, como contam fontes familiarizadas com o ex-presidente. No entanto, se a privatização esperar para o futuro das eleições, é possível que o processo não seja concluído.
Isso porque o ex-presidente e principal opositor do atual mandante do Planalto, Jair Bolsonaro (PL), está à frente nas últimas pesquisas eleitorais, que indicam vitória do petista no segundo turno. Dessa forma, se o governo quiser evitar maiores turbulências com a Eletrobras, precisa correr.
Por falar em disputas…
Depois de uma verdadeira briga entre as siglas, os presidentes de PSDB, MDB e Cidadania definiram Simone Tebet como candidata única da chamada terceira via.
Conforme antecipado no início de abril, a definição sobre a candidatura única da terceira via foi anunciada na noite de ontem. A decisão ainda precisa passar pelo crivo das Executivas nacionais dos três partidos, que devem se reunir na próxima terça-feira, 24.
Bolsonaro e ICMS
A Câmara dos Deputados aprovou em caráter de urgência o projeto de lei complementar (PLP) que fixa o teto de 17% no ICMS cobrado sobre energia e combustíveis. Essa é uma vitória do atual governo, que alega que parte da recente alta dos combustíveis se deve à cobrança abusiva do imposto, majoritariamente recolhido pelos estados.
Os secretários estaduais das Fazendas dos entes da federação devem reagir e questionar as alterações feitas em uma das principais fontes de arrecadação dos estados. Vale ressaltar que o ICMS não é alterado desde novembro de 2021, uma forma de os governadores demonstrarem que a alta dos combustíveis não é culpa dos estados.
E na bolsa por aqui...
Os investidores aguardam as projeções para indicadores macroeconômicos do Brasil nas proximas horas. As estimativas serão divulgadas pelo governo federal e comentadas na sequência pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, e pelo secretário de Política Econômica, Pedro Calhman.
Agenda do dia
- Zona do Euro: BCE divulga ata da última reunião de política monetária (8h30)
- Ministério da Economia: Ministro da Economia, Paulo Guedes, participa de evento da Arko Advice (9h30)
- Governo Federal: Governo divulga grade de parâmetros macroeconômicos, com estimativas para PIB e inflação (14h30)
- Ministério da Economia: Ministro da Economia, Paulo Guedes, e secretário de Política Econômica, Pedro Calhman, comentam a grade de parâmetros macroeconômicos (15h)
- China: PBoC divulga taxa de referência para empréstimos de 1 a 5 anos (22h15)
- Alemanha: Encontro de ministros das Finanças e banqueiros centrais do G7 (dia todo)
SPX reduz fatia na Hapvida (HAPV3) em meio a tombo de quase 50% das ações no ano
Gestora informa venda parcial da posição nas ações e mantém derivativos e operações de aluguel
Dividendos: Banco do Brasil (BBAS3) antecipa pagamento de R$ 261,6 milhões em JCP; descubra quem entra no bolo
Apesar de o BB ter terminado o terceiro trimestre com queda de 60% no lucro líquido ajustado, o banco não está deixando os acionistas passarem fome de proventos
Liquidação do Banco Master respinga no BGR B32 (BGRB11); entenda os impactos da crise no FII dono do “prédio da baleia” na Av. Faria Lima
O Banco Master, inquilino do único ativo presente no portfólio do FII, foi liquidado pelo Banco Central por conta de uma grave crise de liquidez
Janela de emissões de cotas pelos FIIs foi reaberta? O que representa o atual boom de ofertas e como escapar das ciladas
Especialistas da EQI Research, Suno Research e Nord Investimentos explicam como os cotistas podem fugir das armadilhas e aproveitar as oportunidades em meio ao boom das emissões de cotas dos fundos imobiliários
Mesmo com Ibovespa em níveis recordes, gestores ficam mais cautelosos, mostra BTG Pactual
Pesquisa com gestores aponta queda no otimismo, desconforto com valuations e realização de lucros após sequência histórica de altas do mercado brasileiro
Com quase R$ 480 milhões em CDBs do Banco Master, Oncoclínicas (ONCO3) cai mais de 10% na bolsa
As ações da companhia recuaram na bolsa depois de o BC determinar a liquidação extrajudicial do Master e a PF prender Daniel Vorcaro
Hapvida (HAPV3) lidera altas do Ibovespa após tombo da semana passada, mesmo após Safra rebaixar recomendação
Papéis mostram recuperação após desabarem mais de 40% com balanço desastroso no terceiro trimestre, mas onda de revisões de recomendações por analistas continua
Maiores quedas do Ibovespa: Rumo (RAIL3), Raízen (RAIZ4) e Cosan (CSAN3) sofrem na bolsa. O que acontece às empresas de Rubens Ometto?
Trio do grupo Cosan despenca no Ibovespa após balanços fracos e maior pressão sobre a estrutura financeira da Raízen
Os FIIs mais lucrativos do ano: shoppings e agro lideram altas que chegam a 144%
Levantamento mostra que fundos de shoppings e do agronegócio dominaram as maiores valorizações, superando com sobra o desempenho do IFIX
Gestora aposta em ações ‘esquecidas’ do Ibovespa — e faz o mesmo com empresas da Argentina
Logos Capital acumula retorno de quase 100% no ano e está confiante com sua carteira de ações
Ibovespa retoma ganhos com Petrobras (PETR4) e sobe 2% na semana; dólar cai a R$ 5,2973
Na semana, MBRF (MBRF3) liderou os ganhos do Ibovespa com alta de mais de 32%, enquanto Hapvida (HAPV3) foi a ação com pior desempenho da carteira teórica do índice, com tombo de 40%
Depois do balanço devastador da Hapvida (HAPV3) no 3T25, Bradesco BBI entra ‘na onda de revisões’ e corta preço-alvo em quase 50%
Após reduzir o preço-alvo das ações da Hapvida (HAPV3) em quase 50%, o Bradesco BBI mantém recomendação de compra, mas com viés cauteloso, diante de resultados abaixo das expectativas e pressões operacionais para o quarto trimestre
Depois de escapar da falência, Oi (OIBR3) volta a ser negociada na bolsa e chega a subir mais de 20%
Depois de a Justiça reverter a decisão que faliu a Oi atendendo um pedido do Itaú, as ações voltaram a ser negociadas na bolsa depois de 3 pregões de fora da B3
Cogna (COGN3), C&A (CEAB3), Cury (CURY3): Veja as 20 empresas que mais se valorizaram no Ibovespa neste ano
Companhias de setores como educação, construção civil e bancos fazem parte da lista de ações que mais se valorizaram desde o começo do ano
Com rentabilidade de 100% no ano, Logos reforça time de ações com ex-Itaú e Garde; veja as 3 principais apostas da gestora na bolsa
Gestora independente fez movimentações no alto escalão e destaca teses de empresas que “ficaram para trás” na B3
A Log (LOGG3) se empolgou demais? Possível corte de payout de dividendos acende alerta, mas analistas não são tão pessimistas
Abrir mão de dividendos hoje para acelerar projetos amanhã faz sentido ou pode custar caro à desenvolvedora de galpões logísticos?
A bolha da IA pode estourar onde ninguém está olhando, alerta Daniel Goldberg: o verdadeiro perigo não está nas ações
Em participação no Fórum de Investimentos da Bradesco Asset, o CIO da Lumina chamou atenção para segmento que está muito exposto aos riscos da IA… mas parece que ninguém está percebendo
A bolsa ainda está barata depois da disparada de 30%? Pesquisa revela o que pensam os “tubarões” do mercado
Empiricus ouviu 29 gestoras de fundos de ações sobre as perspectivas para a bolsa e uma possível bolha em inteligência artificial
De longe, a maior queda do Ibovespa: o que foi tão terrível no balanço da Hapvida (HAPV3) para ações desabarem mais de 40%?
Os papéis HAPV3 acabaram fechando o dia com queda de 42,21%, cotados a R$ 18,89 — a menor cotação e o menor valor de mercado (R$ 9,5 bilhões) desde a entrada da companhia na B3, em 2018
A tormenta do Banco do Brasil (BBAS3): ações caem com balanço fraco, e analistas ainda não veem calmaria no horizonte
O lucro do BB despencou no 3T25 e a rentabilidade caiu ao pior nível em décadas; analistas revelam quando o banco pode começar a sair da tempestade
